segunda-feira, 4 de setembro de 2017

PASSEIO EM MONZA

Foto: Getty Images
Apesar de quebrar recordes e entrar cada vez mais para a história, fazia quase um ano que Hamilton não liderava o Mundial de F1. Com a vitória tranquila de hoje, Lewis assumiu a ponta pela primeira vez na temporada, com três pontos de vantagem para Vettel (238 a 235). Vale lembrar que o próximo compromisso da F1, em Cingapura, é teoricamente favorável para os italianos, que seguem sem vencer em sua casa desde 2010.

O histórico treino de ontem revelou o melhor fim de semana de Stroll e a afirmação de Ocon como um dos futuros protagonistas da categoria. O filho do Sr. Lawrence foi razoavelmente consistente, mas ainda deve na disputa por posições. Falta um pouco mais de arrojo e de tremer menos o volante (risos). Ainda assim, parece possuir predicados interessantes em pista molhada. Ao contrário do francês, o canadense parece ter sorte, ao menos por enquanto. Reconheço o bom trabalho mas ainda bastante desconfiado de seu futuro na categoria.

Ocon, por sua vez, fez o que pode. Pulou para segundo na largada e foi perdendo naturalmente suas posições para a Ferrari e Ricciardo, terminando em sexto e encostando em Pérez na briga interna da equipe. Em todos os posts eu vou reafirmar: ele e Wehrlein merecem a vaga na Mercedes. No mundo saziano, um estaria nas flechas de prata e o outro na Force India.

Foto: Getty Images
Se Hamilton e Vettel travam uma linda disputa e parecem estar no melhor de suas formas, o que resta para falar sobre Daniel Ricciardo? Talvez seja o grande destaque da temporada. Seus feitos são impressionantes. Ele não desperdiça nenhuma oportunidade, nem mesmo quando a situação é improvável. Forçando punições para ter o melhor equipamento disponível para Cingapura, onde a Red Bull deve ser muito forte, o australiano largou no fim do grid e foi ganhando posições, apostou em uma estratégia onde seus pneus macios duraram bastante e no final fez uma linda manobra para cima de Raikkonen. Não seria exagero dizer que, com mais algumas voltas, iria brigar pelo pódio. Ricciardo precisa de uma vez por todas de um carro para ser campeão. Sua inteligência nas corridas assombra e os problemas de Max não tiram seus méritos.

Max faz um ano para esquecer. Quando não é o carro que quebra, é o holandês que é inconsequente. Como sempre, espalha demasiadamente (um pleonasmo para evidenciar seus excessos na disputa por posição). Hoje, foi otimista com Massa e teve sua corrida arruinada. Certamente teve condições de ir para o pódio. Mesmo assim, conseguiu um tímido ponto com muita luta e polêmicas com as Haas de Grosjean e Magnussen. Tá na hora de Max corrigir suas afobações, naturais pela sua idade, para atingir a consistência necessária para vencer e ser campeão no futuro. O exemplo está bem do lado.

Outras ponderações:

Massa - Fez uma boa corrida mas poderia ter avançado mais. Apesar das expectativas negativas, a Williams se portou bem em Monza. O brasileiro não conseguiu se livrar de Stroll, que não conseguia atacar Ocon e, de quebra, quase foi superado por Pérez. Incomoda ver Massa na frente no campeonato mas com os principais momentos da equipe no ano sendo protagonizados por Stroll, mas fazer o quê?

McLaren - Vandoorne conseguia um feito improvável. Estava em décimo quando o MCL32, que parece ter um prazo de validade estabelecido, morreu como costume. Alonso abandonou na última volta para poder trocar de câmbio sem ser punido para Cingapura. E ele ficou FULL PISTOLA com Palmer e xingando os comissários diante do incidente onde o inglês cortou caminho e não devolveu posição, sendo punido com cinco segundos. "A FIA estava bebendo uma Heineken", disse. Especulo eu que, finalmente quando a McLaren conseguia passar alguém em uma reta, a Renault de Palmer "apelou" e cortou caminho, acabando com o resto de paciência que o espanhol, claramente sem muitas opções na categoria, embora ele garanta o contrário. Pilotar essa McLaren é um castigo.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Itália de F1:


Em outras categorias, o Brasil se destacou:

Sérgio Sette Câmara conseguiu outro pódio. Ele foi o segundo na corrida 2, após ter terminado em sexto na corrida 1 na F2. Luca Ghiotto, da Russian Time, venceu as duas corridas. Entretanto, na primeira ele foi desclassificado por cortar caminho na última volta, e a vitória foi herdada por Antonio Fuoco, terceiro colocado da corrida 2. Com 43 pontos, o brasileiro é o 13° colocado no campeonato, liderado por Charles Leclerc, que passou em branco, com 218 pontos.

Foto: Getty Images

Victor Franzoni sagrou-se campeão da Pro Mazda, categoria que dá acesso a Indy Lights (onde está o gaúcho Matheus Leist), último estágio antes da Fórmula Indy. Sua sétima vitória na temporada foi em Watkins Glen, antes da corrida da Indy, vencida pelo ex-F1 Alexander Rossi. O líder, Josef Newgarden, não pontuou e permitiu a aproximação de Scott Dixon. A etapa final será daqui duas semanas em Sonoma, onde a pontuação é dupla. Hélio Castroneves ainda tem chances de título, mas para que isso se torne realidade ele precisa fazer a pole e vencer a derradeira etapa da Indy.

Foto: Getty Images
Pietro Fittipaldi fez as duas poles e venceu as duas etapas da Fórmula V8 World Series realizadas no México nesse fim de semana. O piloto da Lotus chegou a seis vitórias no ano e recuperou a liderança do campeonato, com 208 pontos contra 193 do rival Matevos Isaakyan, que chegou em quarto. A próxima rodada dupla será em Austin, nos Estados Unidos, nos dias 15 e 16 de setembro.

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A próxima etapa do Mundial de Fórmula 1 será o Grande Prêmio de Cingapura, nos dias 15, 16 e 17 de setembro. Até mais!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

VERMELHO PRATEADO

Foto: Getty Images
Em um final de semana cujo traçado de Monza é parecido com o de Spa no quesito velocidade, as Mercedes seguem com pequena vantagem em relação a Ferrari. Se o ritmo de corrida é equilibrado e permitiu a Vettel pressionar Hamilton durante toda a prova, o que faz a diferença é a potência do motor alemão em voltas lançadas na classificação.

Diante disso, Hamilton segue como favorito a pole e igualar a pontuação de Seb no campeonato, caso o alemão chegue em segundo. Quem sabe o apoio dos apaixonados tifosi não ajuda e dê sorte para o tetracampeão? Entretanto, espera-se que Bottas tenha um desempenho melhor tanto na classificação quanto na corrida. Nos treinos de hoje, há um indicativo positivo: foi o mais rápido da segunda sessão, enquanto Lewis liderou o primeiro, sempre com Ferrari e Red Bull atrás.

Foto: Getty Images
Por falar nos taurinos, eles tomaram uma decisão acertada: estão apostando tudo em Cingapura. Diante disso, a Red Bull trocou o motor convencional turbo (ICE) e o sistema de recuperação de energia térmica (MGU-H) de Max Verstappen, que vai perder 15 posições. Ricciardo também trocou esses componentes, além do câmbio e o conjunto turbina-compressor, punido com 25 posições. Diante disso, a equipe cogita sequer participar do treino classificatório. Os treinos de hoje foram com tanque cheio, simulando a corrida, onde irão largar atrás. Apesar de não ser um circuito que privilegie os taurinos, com certeza será uma prova divertida e estimulante para Max e Ricciardo: saindo de trás, certamente estarão brigando com os adversários durante toda a prova, realizando muitas ultrapassagens. Acumulando o máximo de pontos possíveis, o objetivo é chegar forte em Cingapura, uma rara oportunidade de vitória na temporada.

Vandoorne foi mais veloz que Alonso nos dois treinos. Espero que confirme na classificação. Foi o nono e o sétimo, respectivamente, de forma até surpreendente. O espanhol, em litígio com a Honda mas sem opções para ir, será punido novamente, diante dos problemas de motor nipônico. Será uma tortura para Alonso e Vandoorne essa corrida em Monza. Em qual volta eles abandonam?

Foto: Getty Images
Massa permaneceu nos dois treinos no top 10. Consegue tirar o máximo do combalido bólido da Williams. Terá que brigar com o equipamento e os adversários o tempo todo para sair com alguns pontinhos importantes para a equipe de Glove, principalmente com a Force India (Ocon foi mais rápido que Pérez nos dois treinos), Hulkenberg e Sainz.

Confira a classificação dos treinos livres para o Grande Prêmio da Itália:




GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:20.089 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006)

ALONSO IRÁ DEFINIR SEU FUTURO EM TRÊS SEMANAS

Foto: Getty Images

Primeiro, o bicampeão afirmou que se a McLaren não vencesse até setembro, ele iria trocar de equipe. Um tempo depois, recuou. Agora, sua permanência no time de Woking está atrelada a uma condição: que a Honda deixe a equipe. Os japoneses é que pagam seu salário. Será que a McLaren teria condições de bancar o espanhol, ainda mais sem um patrocinador principal há cinco anos?

Outra: as outras fornecedoras negociariam com os ingleses? E Alonso, qual equipe lhe estaria disponível e com condições de satisfazer seus anseios? Os dois estão em um mato sem cachorro. Entre permanecer na McLaren ou ir para a Williams, que vá para a Indy ser mais feliz, embora não ganhe nem 1/5 dos rendimentos que está acostumado a ganhar na F1.

A Williams de hoje é uma equipe sem ambição, fadada a utilizar motores defasados da Mercedes e capitaneada por uma família de ricos que chegaram ontem na categoria. Entretanto, a chegada de Paddy Lowe como sócio da equipe e o trabalho de todos focalizados para 2018 podem inspirar confiança para o espanhol, que seria bancado pelo sr. Lawrence? E a Renault? Só se o plano Kubica não der certo. Uma terceira passagem pelos franceses seria mais interessante. Uma equipe também com recursos mas que ainda irá demorar a ser protagonista, com a presença de um piloto igualmente capaz como Hulkenberg.

Em suma: Alonso paga, com muitos juros, os erros que começou a cometer no final da década passada. Uma pena um dos melhores do grid estar quase sem espaço na principal categoria do automobilismo.

DONO DA RED BULL RESPONDE VERSTAPPEN: "PARA ONDE IRIA?"

Foto: Getty Images
Depois de Verstappen e seu pai colocarem em dúvida o futuro na equipe nos próximos anos em virtude de seis abandonos em 12 corridas, Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, reconheceu os problemas da equipe mas também questionou os passos sugeridos pela família Verstappen. "No momento, para onde ele iria? Nós sabemosque não vamos conseguir manter Max por muito tempo sem dar a ele um bom carro. Só que nada mudou para nós. Não podemos conseguir um motor Mercedes ou Ferrari, e a Honda também não nos ajudaria nisso", afirmou o empresário à revista "Speed Week".

Com a Ferrari e a Mercedes mantendo seus pilotos, Max só poderia pensar em uma troca de equipe para 2019 ou 2020. Então, o resta apenas "cobrar" dos taurinos e continuar trabalhando duro. Evidente que é frustrante e no calor do momento algumas coisas que não devem ser ditas são declaradas, mas o que vale é ter a cabeça no lugar e pensar adiante, no futuro. Max é jovem e tem muito tempo para disputar muitas vitórias e títulos.


Isso se a Red Bull cooperar, e tem estrutura e capacidade para isso. Todos sabemos. No entanto, se os problemas se repetirem nos próximos anos, interessados não irão faltar. Por ora: calma, Max!


CLASSIFICAÇÃO:
1 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 220 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 213 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 179 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 132 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 128 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 67 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 56 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 47 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 36 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Williams) - 27 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 24 pontos
13- Lance Stroll (Williams) - 18 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
16- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
17- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
18- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 392 pontos
2 - Ferrari - 348 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 199 pontos
4 - Force India Mercedes - 103 pontos
5 - Williams Mercedes - 45 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 40 pontos
7 - Haas Ferrari - 35 pontos
8 - Renault - 34 pontos
9 - McLaren Honda - 11 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:




quinta-feira, 31 de agosto de 2017

LEMBRANÇA

Foto: Continental
25 anos atrás. Um ano depois de estrear na F1 na mesma pista, o jovem Michael Schumacher, aos 23 anos, venceu pela primeira vez na carreira, pela Benetton. Outras noventa vitórias estavam por vir, você sabe. Ele foi o terceiro alemão a vencer na categoria, rompendo uma sequência de 17 anos sem vitórias do país.

O campeonato daquele ano já estava liquidado por Nigel Mansell. Seu companheiro de equipe, Riccardo Patrese, completou o pódio da primeira vitória de Schumi. Ayrton Senna foi o quinto.

Relembre:



quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CASOS DE FAMÍLIA

Foto: LAT Images
Episódio de hoje: quero passar meu companheiro de equipe mas ele quer me matar.

Rápida cronologia:

Canadá - Mais rápido, Ocon pede para que a equipe mande Pérez dar passagem e seguir ganhando posições. O mexicano recusou. Vettel vinha atrás dos dois e os ultrapassou. Pérez, aparentemente, não foi tão agressivo na defesa de posição do que em relação ao seu colega de equipe.

Baku - O primeiro atrito. Na disputa por posições, Ocon passa Pérez e "prensa" o mexicano. Os dois se deram mal. Diante de uma corrida tão tumultuada, a Force India perdeu uma grande chance de vencer pela primeira vez na história da categoria, além de jogar um pódio quase certo.

Foto: Motorsport
Bélgica - Pérez bate de leve em Ocon na largada, na subida da Eau Rouge. Mais tarde, o francês tenta passar o mexicano, que "prensa" o #31 quase no muro. Ocon não tira o pé e bate no mexicano, que teve o pneu furado. Parece ter sido o limite.

Declarações de Ocon acusaram seu "parceiro" de tentar lhe matar. Pouco depois, recuou, alegando que aquilo foi dito no calor do momento. Iriam ter uma conversa de "homem para homem". Pérez se desculpou pelo primeiro toque mas ficou chateado com a declaração de Ocon. A Force India deu um basta: eles não irão mais se encontrar na pista, e há maneiras de fazer isso acontecer.

Foto: Reprodução/Sky Sports
O comportamento de Pérez dentro e fora das pistas sempre foi motivo de críticas, desde os tempos de Sauber. Na McLaren, foi taxado de arrogante pelos mecânicos e conseguiu até tirar do sério o polido Button. Na Force India, não teve grandes tumultos com Hulkenberg, mas fica claro como ele não aceita perder, principalmente para um novato na equipe e que completou seu primeiro ano na categoria justamente na semana passada. Por enquanto, está na frente: 56 a 47.

Ocon é mais um daqueles pilotos que serão protagonistas do futuro da F1. Bancado pela Mercedes, não tem medo de ir para cima e já está aprendendo as consequências disso desde cedo: os abandonos, perdas de pontos e puxões de orelha. Por ter mais talento natural, provavelmente deve assumir uma posição de destaque dentro da própria equipe indiana antes de migrar para a Mercedes. Junto com Verstappen, é o mais agressivo na pista quando o assunto é ultrapassagens. Imagina os dois dividindo uma curva.

Pérez dificilmente irá arranjar algo melhor. Mesmo que tenha dinheiro, seus atos de insubordinação o afastam da Ferrari, por exemplo. Talvez ele mesmo saiba disso. Não deixou boa impressão na McLaren que, como vimos, começava a sua derrocada. Dificilmente os indianos irão conseguir domar suas feras: os dois acham que mandam por motivos diferentes (dinheiro e talento). A Bélgica não foi a última vez que os dois disputaram posição.

Isso obrigaria a Vijay Mallya e seus pares a tomarem uma atitude: o cantinho da disciplina (alô, Super Nanny).

Fiquem atentos aos próximos episódios dessa crise de relacionamento que chama a atenção na F1. Voltamos a qualquer momento para uma nova lavação de roupa suja.

Até!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

IMPECÁVEL

Foto: Getty Images
Mais um final de semana especial para Lewis Hamilton. Depois de igualar e superar o número de poles de seu ídolo Ayrton Senna, justamente em Spa ele empata com Michael Schumacher como o maior poleman da história da categoria, culminando com a vitória número 58 da carreira.

A corrida da Bélgica foi pouco movimentada, mas mesmo assim foi boa e emocionante. A atuação do inglês e de Vettel foram espetaculares. Os dois guiaram no limite. Vettel caçou Lewis a corrida inteira. Tentou, colocou o carro do lado, mas não conseguiu vencer. Entretanto, forçou a concentração do tricampeão da primeira a última curva. Surpreende que a Ferrari tenha dado trabalho para a Mercedes. Será que a história se repete semana que vem?

Ricciardo, Ricciardo... basta uma chance, uma oportunidade, ele vai e aproveita as circunstâncias da corrida. Que talento. Aproveitou a punição de Raikkonen por não diminuir a velocidade diante de uma bandeira amarela localizada (e a exagerada punição de três pontos na carteira) e a linda ultrapassagem em cima de Bottas, com pneu macio, na relargada. Com o carro inferior e mesmo assim, em condições normais, foi capaz de estar em seu sexto pódio na temporada. Ah se a Red Bull pudesse brigar pelo título...

Foto: Getty Images
Enquanto isso, Max Verstappen assiste nos boxes. Seis abandonos em doze corridas, cinco vezes ocasionadas por problemas no carro da Red Bull. A equipe sequer informou o problema de hoje. Max esbravejou no rádio. Mais do que nunca os taurinos necessitam de um carro confiável e competitivo para manter Max na equipe. Do contrário, o holandês já procura, desde agora, novos ares para no mínimo daqui dois anos. Não testem a paciência do garoto. Se é frustrante para quem assiste, imagina para o piloto?

Foto: Reprodução
Casos de Família: parte dois. Mais uma vez o inimigo da Force India são seus próprios pilotos. E os dois são culpados. Primeiro: Pérez defende excessivamente sua posição diante do companheiro de equipe e muitas vezes é um "gatinho" com os outros. Segundo: Ocon está sendo tão inconsequente quanto o mexicano. Se não tirar o pé e bater no companheiro de equipe é um sinal de quem não vai aceitar quietinho a posição na equipe, talvez não seja a atitude mais inteligente a ser tomada com seus superiores. Bob Fernley já disse que existem "milhares de maneiras" dos dois não se encontrarem mais nas pistas.

Diante da competitividade de ambos, que acreditam que mandam na equipe por diferentes razões (dinheiro e talento), os indianos têm sorte que dificilmente perderão a quarta posição no mundial. A atitude "subversiva" de Ocon pode agradar aos fãs, mas também pode afastá-lo, pelo menos por enquanto, da Mercedes. Pérez, nitidamente mais frustrado ainda por ter que se contentar em permanecer na Force India, parece ter como objetivo frear o hype do talentoso francês. Ou os dois se entendem, ou os dois podem até dançar no fim das contas.

Felipe Massa, para mim, foi o piloto do dia. Diante da Williams que cada vez mais regride e parecia não ter nenhum indicativo de um bom resultado esse fim de semana, o brasileiro foi aguerrido, fez ultrapassagens, teve uma boa estratégia e sorte para chegar em oitavo, garantindo pontos importantes para a equipe de Glove. Hulkenberg, com um carro de motor inferior a Ferrari e Mercedes, conseguiu um grande sexto lugar, carregando sozinho os franceses nos construtores. Grosjean se impõe ainda mais na disputa contra o errático Magnussen. Sainz garante seus pontinhos enquanto Kvyat e Palmer estão atolados. Alonso brilhou no início da corrida, mas a falta de potência e confiabilidade o fizeram não completar uma prova pela oitava vez na temporada.

Foto: Getty Images

O brasileiro Sérgio Sette Câmara venceu pela primeira vez na Fórmula 2. Na corrida de sábado ele chegou em sexto. Com o grid invertido, ele largou em terceiro na corrida de domingo, mas assumiu a ponta logo na largada e venceu. Foi o primeiro final de semana que Sette Câmara pontuou, somando 23 pontos, o 13° na classificação. Charles Leclerc, futuro piloto da Sauber, é o líder e virtual campeão, com 218 pontos. Olivier Rowland é o segundo, com 159 pontos e Arlem Markelov é o terceiro com 150 pontos. A última vitória brasileira havia sido em 2014, com Felipe Nasr, também em Spa. Faltam seis etapas: Monza, Jerez e Abu Dhabi.

Foto: F1Fanatic
Mick Schumacher guiou a Benetton B194 do pai Michael, que foi campeão mundial pela primeira vez com esse bólido, no palco sagrado onde Schummy venceu pela primeira vez na carreira, há 25 anos. Confira o vídeo. É emocionante. Dói saber que Michael não seja capaz de olhar esse lindo momento.


Confira a classificação final do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, já na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro.

Até mais!

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

ENTRANDO NA RETA FINAL

Foto: Getty Images
Finalmente a F1 voltou! Todos ansiosos e com saudade, ainda mais nessa temporada onde há uma disputa entre duas equipes. Hoje vai ser um "drops", um aquecimento para o que realmente importa: o final de semana;

- Raikkonen, como sempre, vai muito bem em Spa e foi o mais rápido no primeiro treino livre. Estimulado e sem pressão depois de renovar o contrato, seu histórico lhe permitir sonhar uma quinta vitória em solo belga. Para isso, terá que torcer contra Vettel. Do contrário, será o habitual escudeiro;

- Hamilton liderou o segundo treino livre. A Mercedes é franca favorita em Spa e em Monza, na semana que vem. Os circuitos necessitam de menos carga aerodinâmica, o calcanhar de aquiles dos alemães. Se nada der errado, Hamilton e Bottas são os grandes favoritos do final de semana. Basta a Mercedes para de vacilar nos momentos que podem lhe ajudar. Vettel estará sempre por perto para somar o maior número de pontos possíveis e vencer, por que não?

Foto: Getty Images
- Felipe Massa: a fase não é boa. Bateu logo na primeira tentativa de volta rápida no TL1. O brasileiro atacou a zebra forte demais na saída da última perna das curvas "Les Combes", perdeu e frente e, na tentativa de corrigir, acabou sendo projetado para a o muro, causando a única bandeira vermelha do dia. Com o chassi danificado, não conseguiu participar do TL2. O fim de semana deve ser difícil para Williams. Sem poder andar e em virtude de um erro, pior ainda. Síntese de uma equipe gigante que não ambiciona mais nada desde o fim da parceria com a BMW;

- Palmer: Ficou em 10° e 11° nos treinos. Pressionado e praticamente fora da equipe para o ano que vem, espera-se minimamente que ao menos faça um ponto na temporada. Apesar dos pesares, não creio que isso será possível nesse final de semana. A pista não favorece a Renault, mas será uma briga encarniçada com Williams e Toro Rosso. Haas e McLaren bem atrás;

Foto: Getty Images
- Vandoorne: o belga teve confirmada a sua permanência na McLaren. Necessária a resposta diante da pressão descabida de alguns fãs e jornalistas, ainda mais na sua corrida da casa. O belga, com um carro decente em mãos, tem tudo para ser um dos protagonistas da F1 no médio-prazo. Basta a McLaren colaborar.

- Alonso: especulação sem sentido a dele indo para a Williams. Sair de uma equipe de fábrica para uma versão A1 da Mercedes para paparicar Stroll. Só Massa, que estava aposentado, aceitaria isso. Alonso tem o maior salário da categoria. O dinheiro de Lawrence não fará falta. É melhor permanecer na caquética McLaren do que numa Williams sem futuro, entregue a Mercedes e Stroll. Ou então que vá para a Indy, se realmente deseja desafios e entrar para a história do automobilismo.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Bélgica: