quinta-feira, 8 de setembro de 2016

RITO DE PASSAGEM - Parte 2

Foto: AutoWeek
Dando prosseguimento as despedidas que simbolizam um novo momento para a Fórmula 1, hoje foi confirmada uma das grandes notícias da categoria na última década. A Liberty Media Corporation, conglomerado de empresas americanas da área de comunicação comandada por John Malone (entre elas o Discovery Communication, DirecTV e Starz, a rádio SiriusXM, o time de beisebol Atlanta Braves e porções do Time Warner e Viacom), anunciou a compra da F1, vinda de um consórcio dos principais acionistas do grupo CVC Capital Partners.

O negócio será feito da seguinte forma: No primeiro momento, o conglomerado americano comprou 18,7% das ações da CVC por US$ 746 milhões (R$ 2,3 bilhões) em dinheiro. O restante, que representa 35%, passarão para os novos donos apenas no primeiro quadrisemestre do ano que vem. A Liberty Media investirá US$ 4,4 bilhões e assumirá débitos de US$ 4,1 bilhões no negócio, totalizando em US$ 8,7 bilhões (R$ 27 bilhões) o negócio. Chase Carey, atual vice-presidente do estúdio de cinema 21st Century Fox, foi nomeado como Chairman, chefe do conselho de diretores, substituindo Peter-Brabeck-Letmathe, que ficou na função por três anos.

Bernie Ecclestone sinalizou que irá permanecer no cargo (Diretor Executivo da F1 e responsável pelos Direitos Comerciais da categoria) por mais três anos, até se aposentar com 89 anos em 2019. Bernie fará a transição da nova gestão da F1. Os americanos não estão acostumados com esse tipo de negócio e certamente irão necessitar da ajuda e dos conselhos do eterno chefão, até porque o conceito americano de automobilismo é completamente diferente do Europeu: Lá, o showbiz e a emoção são prioridade ao invés da tecnologia, tanto é que nas franquias esportivas é difícil termos hegemonias e grandes times, mesmo com muito dinheiro, ficam para trás.

Chase Carey, o novo chairman da F1. Foto: Getty Images
Bernie sempre teve fetiche pelo mercado americano, onde a F1 é superada pela Indy e a Nascar. Todo ano saíam especulações de circuitos de rua em Nova York, Las Vegas, Los Angeles, entre outros. É a junção do útil com o agradável: O desejo de Bernie em expandir seu negócios para os yankees e também para os americanos, que certamente irão experimentar novos caminhos de interações com os fãs e divulgação de conteúdos nas redes sociais, que Bernie odeia e não faz questão de trabalhar nessa área. Esses anos de consultoria serão importantes para situar os americanos, que a partir daí farão suas modificações na categoria.

Quando tudo estiver concluído, a Liberty Group Media assume controle do Formula One Group, porção de empresas responsáveis pela promoção do campeonato de F1 e os direitos comerciais da categoria. O consórcio liderado pela CVC manterá os 65% do grupo, terá lugar no conselho dos diretores, mas não terão mais o controle do capital votante, perdendo influência nas decisões. Na nova organização, Carey e Bernie que irão mandar.

De resto, só poderemos esperar para ver no que a F1 irá tanto como esporte, negócio, mídia, marketing e interação com os fãs. Entretanto, é inegável que o esporte está entrando em uma nova era. É a evolução. Se foi boa ou ruim, só poderemos saber daqui a alguns (longos) anos.










quarta-feira, 7 de setembro de 2016

RITO DE PASSAGEM

Foto: MotorSport
Não era para ser um texto tão pessoal, mas foi. Enfim, não estou acostumado a escrever esse tipo de coisa pessoal e sentimental por aqui. Espero que gostem.

Uma coisa que não passava pela minha cabeça e que agora começa a cair a ficha é que desde que eu me conheço como gente, um piloto esteve em TODAS as corridas que eu me recordo de ter assistido.


Começando pela icônica Hockenheim 2000. Foi minha primeira lembrança sobre a F1. Depois, algumas visões turvas: 2001 ou 2002, sempre com o GP do Brasil e a famosa pancada no Safety Car (Era a Sauber do Heidfeld? Então era 2001! Ou 2002??). Depois, o “hoje não, hoje não, hoje sim, hoje sim”. Estava dormindo em um colchão na casa do meu primo vendo naquelas televisões antigas. Apenas eu acordado, fascinado e sem entender nada do que estava acontecendo ali, mas ciente de que algo estranho havia acontecido. 

Foto: Flatout
2003. GP do Brasil. Entre os 20 que não completaram a prova, Schumacher bate na saída do S do Senna. Eu grito para a minha mãe, que estava jogando Paciência no computador, distante de tudo isso: “Mãe, o Schumacher bateu!”. “Legal, filho”. Certamente não estávamos na mesma conexão. Como era possível Schumacher, então pentacampeão não só errar como bater violentamente em pleno Brasil, diante dos meus olhos?

Entre tantas outras lembranças não sequenciais que surgem em minha mente (comecei realmente a acompanhar a F1 em 2006, com 11 anos, revezando com a catequese. Depois, nada me impedia e tentava não perder as provas, fazia de tudo mesmo! Mas é outro papo...). O que eu quero dizer é: Em todos esses momentos, do mais recente (há dois dias) até a minha recordação, Jenson Button estava em TODAS AS CORRIDAS. TODAS.  No fim do ano, serão mais de 300 GPs. Trezentos domingos que Button estava na minha casa, correndo, vencendo, brigando, lutando. Acompanhei boa parte, no mínimo 200 corridas, chutando alto. Uma rotina inperceptível, tão natural que parecia eterna.

Bem, a questão não é o Button em si, mas o que ele, Massa, Alonso, Raikkonen e até Schumacher representam para a minha vida. Acompanho esses caras correndo desde que era um piá de sete anos, morava em Canoas, brincava de F1 com pedaços quadrados de papel, entre outras coisas.  Eles sempre me visitaram aos domingos. Agora, com 21, o tempo avisa que algumas coisas irão mudar. Me senti estranho quando Schumacher se aposentou duas vezes. Foi como se uma parte da infância havia terminado. Em 2007, com 12 anos, pode-se dizer que sai da infância para ingressar de vez na pré-adolescência. Os ciclos da F1 se relacionam com os momentos da minha vida.

Foto: Fórmula Spy
Agora, em 2016. Button e Massa anunciam que estão de saída. Desde quando eles estrearam na F1, eu entrei e conclui o Ensino Fundamental e Médio. Sai da escola justamente no ano em que Schummy se aposentou de novo. Ou seja, em 2013, lá estava o Leonardo se reinventando, se adaptando a uma nova realidade, a de não precisar mais ir para a escola e começar a pensar no vestibular.  Entrei na faculdade. Raikkonen saiu e voltou também, Alonso buscava o tri e Button até foi campeão! Os caras que estavam presentes no primeiro jogo de F1 que eu joguei e criei um laço sentimental que dura até hoje no Emulador de PS1 para PC continuavam correndo! Será que não vai ter fim? Será que nada vai mudar? Será que não vou mudar?

Entrei na faculdade. Nada mal para quem imaginava que nunca sairia da escola. Dois anos de curso e, se tudo der certo, estarei finalizando os estudos no final do ano. Em 2017, apenas Raikkonen, representante dos “velhos”  está confirmado. Pode ser que Alonso também não continue. A ironia do destino: O espanhol e o finlandês podem se despedir da F1 e, portanto, encerrar o que me liga desde a infância de Canoas até a graduação em Porto Alegre (além da família, evidente) justamente no momento em que terei finalizado mais uma fase da minha vida pessoal e, mais do nunca, de um momento da F1. Um rito de passagem.

Vai ser estranho olhar para o ano que vem e não ver o nome de Button. Reiterando: Não é porque eu seja super fã dele, mas sim por uma questão de que ele sempre esteve lá e, em breve, não estará mais. Continuarei procurando-o no grid, pensando que algo está errado. Me senti  assim com as ausências de Schumacher e Rubinho. Estão faltando eles na transmissão. E assim me sentirei com as ausências de Button e Massa.

Foto: The Telegraph
Considerando que em 2018 nem Kimi e Alonso irão estar em atividade, estarei novamente começando uma nova fase da minha vida que se relaciona com a F1: O começo, de fato, da vida adulta vivida por um jovem adulto, que acompanha a nova garotada que desponta como protagonista na F1 e observando Vettel e Hamilton, que até ontem eram jovens, como os maiores vencedores e experientes do grid. Os ciclos da F1 se ajustando perfeitamente com o da minha vida, como se fosse combinado ou predestinado.

Assim são os pequenos ciclos da nossa vida, marcada por ritos marcantes que simbolizam mudanças e renovações. Vai-se embora a geração que eu acompanhei e me fez apaixonar pela F1, surge e mantém-se uma nova e agora velha guarda que precisa manter o legado adiante, assim como eu preciso continuar caminhando sem parar na minha trajetória pessoal e profissional. Ritos de passagem. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

LEWIS VACILA E NICO ENCOSTA

Foto: Divulgação
O GP da Itália é o mais curto da temporada. Ainda bem, pois a corrida foi uma porcaria digna de dar sono. Como é de praxe nessa temporada, a largada ia decidir o vencedor da prova. E não deu outra. Mais uma vez Hamilton largou e entregou de bandeja a vitória para Rosberg diminuir a vantagem do britânico de nove para apenas dois apenas no campeonato. Foi a primeira vitória dele no mítico circuito italiano. É o grande calcanhar de aquiles do tricampeão, embora o alemão também sofra. A Mercedes não consegue solucionar esse problema. "Sorte" deles que o carro é tão superior que permite uma fácil recuperação na corrida, então menos mal. Quero ver se no ano que vem isso vai ficar impune...

No final da primeira volta, Hamilton estava em sexto. Passou com facilidade Ricciardo e ficou algumas voltas empacado na Williams de Bottas, que tem o motor dos próprios alemães como a única virtude, principalmente num circuito como o de Monza. Com isso, a chance de vitória ficou nula e só restava buscar a segunda posição, e assim o fez, muito em conta da equivocada estratégia da Ferrari em fazer três paradas, o que facilitou o trabalho de Hamilton. Restou a Vettel e Raikkonen chegarem em terceiro e quarto, resultado mediano que poderia ter sido melhor frente aos sempre presentes e animados tifosi. Inadmissível Hamilton perder uma corrida onde dominou em todos os treinos e chegou a colocar meio segundo no companheiro de equipe. Pontos de hoje e de Baku podem fazer falta.

Tifosi nunca decepcionam na festa. Foto: Divulgação
A Red Bull, inferiorizada por dispor de um motor menos potente que o de Mercedes e Ferrari, pouco pode fazer. Ricciardo, sempre constante, foi o quinto. A ultrapassagem sobre Bottas, o sexto, foi lindíssima, no melhor estilo do australiano: O "mergulho" no final da curva. Verstappen, discreto, foi o sétimo, seguido por Pérez, Massa (que largou bem e manteve-se no top 10 a corrida toda, sofrendo com o desgaste dos pneus) e Hulkenberg.

Numa corrida sem muitas emoções, cabe destacar uma velha rivalidade da GP2 aflorada na F1: Palmer x Nasr. Na segunda volta, o brasileiro ultrapassou o britânico na primeira curva e defendeu a posição na reta seguinte, quando foi tocado e teve o pneu furado. Palmer, por sua vez, quebrou a asa dianteira. Ambos abandonaram. Incrivelmente, a direção de prova considerou o brasileiro culpado, fazendo-o pagar uma punição de 10 segundos. O brasileiro, que já estava fora da prova, voltou para pista só para fazer tal ato. Bizarro. Palmer reclamou e pediu punição do brasileiro, afirmando que "qualquer um da GP2 ou GP3 faria um trabalho melhor". Velha rixa. Palmer não tinha espaço para atacar e deixou acertar a traseira do brasileiro. Acidente evitável e péssimo para os dois, que seguem zerados na temporada.

Foto: Divulgação

Alonso não foi bem na corrida, mas alcançou um feito importante: Fez a volta mais rápida da corrida (1:25.340), sua 22a volta mais rápida na carreira (A última vez havia sido em Abu Dhabi 2013) e a primeira da Honda depois de 24 anos (A última vez havia sido com Senna, em Portugal 1992).

Confira a classificação final do GP da Itália:


Com isso, está encerrada a parte europeia da F1 nessa temporada. A próxima corrida será o noturno Grande Prêmio de Cingapura, que será realizado nos dias 16, 17 e 18 de setembro. Até lá!





sábado, 3 de setembro de 2016

DANÇA DAS CADEIRAS PEGANDO FOGO!

Foto: Divulgação
Que semana para a F1! Para quem achava que o clima anúncio de aposentadoria de Massa na quinta-feira seria o ápice, se enganaram. Logo depois do qualyfing de hoje (que escreverei sobre no final do texto), mais anúncios desencadearam uma série de especulações, como um efeito dominó.

Pois bem, vamos começar com o mais importante: Minutos depois do qualyfing, a McLaren anunciou que Jenson Button renovou o contrato com a equipe por mais dois anos, mas que não seria titular em 2017. O campeão do mundo foi substituído por Stoffel Vandoorne, que finalmente terá chance na F1 ao lado de Alonso. É aí que mora o porém. Button não se aposentou, por enquanto. Ele está dando um hiato na carreira porque pode estar de volta à McLaren em 2018, caso Alonso saia da equipe. Honestamente, duvido muito que Jenson retorne. Foi mais uma belíssima jogada de Ron Dennis para conciliar todos os seus interesses: Não perder nem Button, nem o jovem belga, que já estava sendo cobiçado por outras equipes, diante de tanta demora em ser efetivado. Dois coelhos em uma cajadada só!

Pérez renovou com a Force India e esfriou o mercado. O mexicano era ventilado em Williams e Renault. Abriu espaço para outros jovens pilotos em busca de vagas. Talvez o mais interessante seria migrar para uma equipe de fábrica, mas como isso não foi possível, a Force India sempre é garantia de bons resultados, ainda mais agora que está crescendo.

Começa o efeito dominó: Com Button e Massa fora, abriu-se espaço para os jovens pilotos em cockpits importantes. Começando pela Williams: Ao que parece, a disputa para ser companheiro de equipe de Bottas está entre Nasr e o jovem Lance Stroll, canadense filho de um pai que tem muito dinheiro e chega com promessa de injetar essa grana pesada na Williams. Entretanto, Lawrence Stroll comprou uma equipe de GP2 para seu filho no ano que vem (A Prema). O temor é que Nasr seja apenas um "esquenta-banco" do canadense, assim como foi Bruno Senna em relação a Bottas. Parece ser questão de tempo para que a Williams anuncie o retorno do brasileiro para a equipe, agora como titular.

Foto: Divulgação
A Renault é um grande mistério. Sem os dois veteranos, Nasr (provavelmente), Pérez, Sainz e Vandoorne, é difícil apostar na dupla de pilotos dos franceses. Ocon, que parecia ser o mais confirmado, pode permanecer na Manor, que virou equipe satélite da Mercedes, assim como Wehrlein. Palmer não deve continuar. Magnussen, que não vem bem, pode ser um segundo piloto caso faltem opções. Resta Kvyat (?) e quem mais? Ao mesmo tempo que são as vagas mais cobiçadas do grid, parecem ser as mais complicadas de terem um encaixe lógico. Embora tenham muito dinheiro e estrutura, a desconfiança em torno do corpo técnico dos franceses é muito grande, por isso a recusa de vários pilotos. O fato de abandonar a F1 constantemente gera um clima de insegurança para quem deseja ir para a Renault, que é a Lotus de 2015 com o motor francês. Resumindo: Magnussen e Palmer foram boi de piranha, pagando o pato por usar um carro remendado às pressas e que não se desenvolveu em momento algum, se preservando para tentar dar o pulo do gato em 2017.

A dupla da Renault pode ficar a pé, ou não. Se Nasr sair da Sauber, Magnussen já teria iniciado contatos para formar uma dupla nórdica com Ericsson. Seria interessante. Palmer, por sua vez, é especulado junto com o jovem Charles Leclerc da GP3, ligado a Ferrari, para substituir Gutiérrez na Haas. Negócio difícil. O dinheiro de Carlos Slim e a parceria técnica com os italianos são uma vantagem importantíssima para o mexicano. Nesse caso, infelizmente, a pilotagem é o que menos interessa. Guti é fraco, mas tem dinheiro. Isso basta nos dias atuais.

Cockpits da Renault estão disponíveis. Foto: F1
Para finalizar o pacote de especulações, parece ser evidente que Kvyat será subsituído por Pierre Gasly, ainda mais caso o francês seja campeão da GP2 (que, aliás, foi um corridaço - Giovinazzi saiu em último, aproveitou o SC causado por Pic e Canamasas e venceu na última volta, com dobradinha italiana; Marciello foi o 2°, Gasly o 4°). Completamente destruído psicologicamente pós-rebaixamento, o russo deve terminar o ano na rua. É muito triste. Entretanto, com o dinheiro russo que dispõe, pode brigar pelas vagas disponíveis, tanto em Sauber, Renault, Williams, Haas e até Manor. Se vai conseguir, é outra conversa... Mas a "tentiada é livre".

Foto: Getty Images
Enquanto isso no treino, o de sempre: Hamilton pole, com direito a quatro décimos de vantagem sobre Rosberg. Humilhou. Se não acontecer nada catastrófico, Lewis vem para uma vitória tranquila. Ele se igualou a Senna e Fangio em número de poles em Monza: cinco. Foi a 56a da carreira.

Logo atrás, as duas Ferraris. Previsível. Vettel e Raikkonen. Praticamente um segundo atrás das flechas de prata. Difícil lutar nessas circunstâncias. Os tifosi terão que esperar. Bottas alcançou um excelente e improvável quinto lugar, enquanto Massa foi somente o 11°. Logo atrás, as duas Red Bull, com Ricciardo à frente de Verstappen, seguido das duas Force India (Pérez e Hulk) e o Gutiérrez em 10° (sim, o mexicano foi para o Q3 pela primeira vez na carreira).

Na parte de trás, destaque para Wehrlein, que larga em 14°, um grande resultado da Manor. à frente de Button e Sainz, por exemplo. Kvyat segue ladeira abaixo e Nasr larga em 18°, enquanto Ericsson é o 19° e as duas Renault ocupam 20° e 21° posições, com Palmer e Magnussen. Ocon não paricipou do treino.

Na corrida mais curta do ano (1h15), a tendência é de outro passeio dos alemães. Estamos sempre esperando o sobrenatural de Almeida que nunca aparece, mas somos esperançosos. Confira o grid de largada para o GP da Itália da F1. Até!



NADA DE NOVO EM MONZA (NAS PISTAS)

Foto: Getty Images
Difícil tecer muitas linhas sobre os treinos livres de Monza. Não consigo mais acompanhar ao vivo e acontece o mesmo de sempre: Domínio das Mercedes. Rosberg o mais rápido no TL1 e Hamilton no TL2. A única modificação das forças dominantes é que a Ferrari deve ser a segunda força desse final de semana. É compreensível. Afinal, pelo fato de ser pista que tem praticamente só reta, o motor Ferrari leva vantagem sobre o Renault, superando assim a Red Bull, caracterizada pela boa aerodinâmica e aceleração em curvas, mas sem o mesmo desempenho em velocidade de reta. Force India, Bottas e Alonso chegam logo depois e talvez teremos a Haas bem consistente nessa corrida, pelo fato de também estar utilizando o novo motor Ferrari.

Começando o tour de despedida da F1, Massa teve um dia complicado. Foi o 14° no TL1 e 11° no TL2, sempre atrás de Bottas. Nasr também não foi, ficando atrás de Ericsson nos dois treinos: 19° (15°) e 21° (15°).

Button, Verstappen e Pérez aproveitaram para testar o Halo e o novo protótipo de pneu da Pirelli, que deve estrear no GP da Malásia, em outubro.

Foto: Getty Images
Por falar em Verstappinho, mais uma vez ele foi polêmico. Depois que Villeneuve afirmou que o holandês iria "matar alguém" se continuar pilotando dessa forma, ele não deixou por menos e respondeu: Disse que Villeneuve não poderia falar porque já "matou alguém", se referindo ao acidente que teve com Ralf Schumacher no GP da Austrália de 2001, quando um fiscal morreu após a BAR do canadense atingiu o alambrado onde havia uma fenda cujo intuito era permitir o trabalho dos fiscais. O problema é que o tamanho da fenda era o suficiente para que a roda do carro atingisse o peito do fiscal à 175 km/h, que morreu na hora. Max quer ser o vilão da F1, e tem o aval dos fãs e da própria categoria. Estão criando um monstro. Comparação ridícula e sem contexto nenhum. Para quem se comparou ao superestimado, arrogante e amarelão Ibrahimovic, está no caminho certo.

Finalizando o post com as informações mais importantes: Depois de utilizar a famosa tática de "ameaçar tirar do calendário se não realizarem reformas e pagar mais", a F1 renovou com o circuito de Monza até 2019. Uma ótima notícia. A princípio, parecia ser a última edição. Que bom que tudo deu certo. A F1 precisa manter os circuitos clássicos no calendário!

Informações da imprensa europeia apontam que, aparentemente, Jenson Button não irá mais para a Williams e que estaria conversando com Ron Dennis para ficar mais uma temporada na McLaren. Isso seria péssimo. Vandoorne não pode mais esperar para estrear na F1. O belga é frequentemente visto conversando no paddock com dirigentes da Renault no paddock e seria uma das alternativas da equipe francesa para o ano que vem, assim como Pérez e Bottas, embora esse esteja praticamente apalavrado para permanecer na Williams por mais dois anos. A equipe de Glove, por sua vez, não descarta o mexicano e o belga, com Nasr correndo por fora nas duas e equipes. Tantas confusões, ilações e "chutes" nessa silly season frenética, né não? Não é por menos, afinal estão em jogo as 3 vagas mais cobiçadas e possíveis para o ano que vem: Os dois assentos da Renault e um da Williams (considerando que Bottas renovará com a equipe inglesa). O jeito é esperar e ver o que de fato irá se concretizar (rimou!).

Confira a classificação dos primeiros Treinos Livres do Grande Prêmio da Itália. O TL3 é daqui a pouco, às 6h. Até!

1. N. Rosberg Mercedes 01:22.959 37
2. L. Hamilton Mercedes 01:23.162 36
3. K. Raikkonen Ferrari        01:24.047 16
4. S. Vettel Ferrari        01:24.307 17
5. S. Perez Force India 01:24.650 32
6. R. Grosjean Haas        01:24.763 17
7. V. Bottas Williams 01:24.785 37
8. M. Verstappen Red Bull 01:24.982 25
9. E. Gutiérrez Haas        01:25.113 19
10. D. Ricciardo Red Bull 01:25.120 17
11. J. Button McLaren        01:25.351 23
12. A. Celis Jr. Force India 01:25.367 30
13. F. Alonso McLaren        01:25.507 14
14. F. Massa Williams 01:25.840 18
15. M. Ericsson Sauber        01:25.853 20
16. C. Sainz Jr. Toro Rosso 01:25.973 20
17. D. Kvyat Toro Rosso 01:26.074 20
18. E. Ocon Manor        01:26.391 30
19. F. Nasr Sauber        01:26.439 21
20. P. Wehrlein Manor        01:26.762 28
21. J. Palmer Renault 01:26.811 35
22. K. Magnussen Renault 01:26.956               32



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

GP DA ITÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:20.089 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006)

AZEDOU O CLIMA

Foto: NBC

Mais uma atuação abaixo das expectativas de Marchionne, justamente em casa e na frente dos tifosi, pode ebulir o ambiente em Maranello. O cavalinho rampante já foi ultrapassado pela Red Bull na vice-liderança dos construtores e parece ser difícil alcançá-los. A Ferrari sem Schumacher, Todt e Brawn e os testes intermináveis é isso: Desperdício de dinheiro. 

Os italianos não conseguem administrar, são muito passionais, esperam resultados imediatos e cometem erros atrás de erros. Vettel, que era o salvador da pátria, daqui a pouco vai virar problema igual aconteceu com Alonso.

Que tenham um projeto sólido para os próximos anos. Do contrário, mais um jejum de duas décadas à vista.

QUEDA LIVRE

Foto: F1
O óbvio ululante aconteceu. Com a Force India marcando muitos pontos e a Williams em um desempenho pífio, os ingleses foram superados pelos indianos. Em Spa, foram 22 pontos contra 5 da Williams, totalizando 103 a 101. E a perspectiva não é das melhores. Com a Williams pensando em 2017, a tendência é que a vantagem só aumente. Massa foi ultrapassado por Pérez e caiu para o décimo lugar no Mundial de Pilotos.

São dois pódios do mexicano contra um de Bottas. Pat Symonds já afirma que o foco é para 2017. O clima é de incertezas: Nenhum dos dois pilotos está garantido para o ano que vem. É quase certo que Massa saia no fim do ano. Bottas deve permanecer e fazer dupla com Button. Enquanto isso, um pontinho aqui, outro acolá em 2016 e o cuidado para que não sejam ultrapassados por McLaren e/ou Toro Rosso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 232 pontos
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 223 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 151 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 128 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 124 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 115 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 62 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 58 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 45 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 39 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 30 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 17 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 455 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 274 pontos
3 - Ferrari - 252 pontos
4 - Force India Mercedes - 103 pontos
5 - Williams Mercedes - 101 pontos
6 - McLaren Honda - 48 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 45 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Globoesporte.com






ÚLTIMAS VOLTAS

Foto: Getty Images
O que era tendência virou confirmação. Mesmo assim, não deixou de ser uma bomba, surpresa, chocante e até triste. Felipe Massa convocou a imprensa para anunciar que está se aposentando da F1 no final da temporada. Fim da linha para quem irá ficar no circo da F1 por 15 anos e 250 GPs.

Esse post não irá fazer retrospectiva ou análise muito elaboradas até aqui. É um espaço para registro do que será feito no futuro: Especiais de várias partes contando a biografia do piloto desde as corridas de kart no Brasil até a data final, no dia 27 de novembro. Semana que vem irei tentar fazer uma crônica que relaciona a F1 do passado e do futuro com a minha vida, também do passado ao futuro.

Foto: Divulgação
A decisão foi tomada em julho. Até a família se surpreendeu, mas Massa já estava decidido. Comunicou a chefe Claire sua decisão. A diretora não aguentou e chorou de emoção. Massa é um dos pilares da reconstrução da Williams nos últimos três anos. Com o novo regulamento, a experiência do brasileiro foi fundamental para o ajuste dos pilares que tornaram a Williams competitiva de novo. Além do motor, sua experiência na área de desenvolvimento do carro proporcionou um feedback importantíssimo para a Williams alcançar bons resultados com ele e Valtteri Bottas.

Enfim, o post não é para isso hoje. Como escrevi há menos de duas semanas atrás no post do Futuro dos Veteranos, era a melhor decisão a ser feita. Com a queda de desempenho do carro, que acentuou sua própria "decadência", era difícil para Massa arranjar algo melhor na F1, pela idade e o contexto que carrega. É um fim digno. Serão oito corridas onde irá desfrutar fazer o que mais ama, com o respeito, admiração, homenagens e muitos bolos dos fãs, imprensa e paddock. Não precisou se rastejar para uma equipe menor ou ser "convidado a se retirar". Agora é o momento de aproveitar a presença de Massa no cockpit de um carro. A ficha ainda vai cair quando o fim se aproximar.

Massa, Barrichello e tantos outros não têm o respeito que merecem, principalmente dos leigos que não entendem nada, que só acompanham o esporte quando um brasileiro está bem, é "viúva" saudosista e mesmo assim comenta sem noção sobre o assunto. A maioria covarde xinga na Internet. Massa tem muito mais prestígio dentro da F1 e dos fãs do Exterior do que do próprio país, que só valoriza campeões, e quem não é campeão é um "fracassado". Muitos pilotos se surpreenderam e lamentaram sua decisão de sair - Sainz, Vettel, Raikkonen, Bottas, além das ex-equipes Ferrari e Sauber. Ele é muito querido no paddock, por ser um cara muito gente boa, divertido e de família. Tenho certeza que Massa será muito bem tratado nesse suspiro final de sua carreira na F1.

E o futuro? Bem, Massa pode correr onde quiser, e se quiser. WEC, DTM, F-E, Stock? Não faço a mínima ideia. Ele é jovem ainda, tem 35 anos. Dá para competir em alto nível nessas categorias por mais algum tempo. A situação não ajuda Nasr, pois Button deve retornar a Williams para se aposentar por lá também. Com isso, Vandoorne finalmente será titular da McLaren e Pérez tem tudo para fechar com a Renault. Nasr está ficando sem opções: Ou fica na fraca Sauber ou tenta dar um jeito (por isso a reunião com Temer: Arrecadar mais fundos para brigar por vagas em escuderias maiores) de arrumar mais grana e intensificar contatos com Renault, a própria Williams ou Haas. Enfim, me alonguei demais no futuro. A possibilidade do Brasil ficar sem pilotos em 2017 é real. Bernie Ecclestone terá que mexer os pauzinhos para não perder um importante mercado da categoria. O que irei me referir sobre o futuro e outros aspectos nos posts adiante é um lado pessoal que se mistura com a F1, é claro.

 Desde já, muito obrigado, Massa! Muitas emoções irão por vir! Apenas isso que posso escrever. Até!

Foto: Divulgação