segunda-feira, 25 de setembro de 2023

CANETADA

 

Foto: Getty Images

A Alpha Tauri seguiu a lógica e confirmou a dupla de pilotos para 2024: Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda.

Claro, eles não querem um De Vries 2.0., então Liam Lawson segue como reserva. Faz sentido?

Bem, Lawson foi o último a pontuar com esse carro e sem pré-temporada ou três anos na equipe igual Tsunoda.

O japonês, por sua vez, não justifica a renovação até aqui. O carro não é bom, o time é uma bagunça (será assumido por Laurent Mekies em 2024), mas Yuki andar menos que o reserva nesse recorte é indefensável. Indefensável.

Não há nem a desculpa de ser um piloto Honda porque a parceria oficialmente acabou. Tudo bem, é um motor japonês com outro nome até 2025, mas Lawson mostrou estar capacitado para continuar. Enfim, uns tem quatro anos de boa vontade, outros dez corridas...

Ricciardo está sendo preparado para voltar ao time principal, então é claro que sua vaga não correria perigo, mesmo machucado. Claro, ele vai perder algumas corridas de adaptação, mas não consigo imaginar ele sendo superado pelo japonês. Se até Lawson fez isso...

E isso não é deboche para o neozelandês. Ele se sobressaiu em um período complicado e em um recorte curto. Não foi apenas acaso de uma prova só, mas enfim, essa foi uma decisão mais política e institucional do que meramente técnica.

O que esperar disso para o ano que vem? Honestamente, não muita coisa. Nem aquela conversa de ser um laboratório para a Red Bull serve. A Alpha Tauri é o pior carro do grid e 2024 é na verdade a grande prova de fogo para Ricciardo voltar ou não para a Red Bull. O que fazer se algo for diferente disso? Não sei, aí é assunto para outro texto.

Agora, resta apenas a vaga de Logan Sargeant disponível para 2024. E, segundo a imprensa europeia, ainda há esperanças para Felipe Drugovich. Em breve, novidades.

Até!

domingo, 24 de setembro de 2023

3 PARA O TRI

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Acho que tô velho demais pra assistir corrida de madrugada em pleno sábado. Como a temporada não ajuda, então olhar os highlights e ler alguma coisa já serve para escrever. Aqui está o meu review/react do GP do Japão.

Bom, a Red Bull é hexacampeã de construtores. Seis corridas de antecedência. Em aproveitamento eu não sei, mas é o carro mais dominante da história. Conseguiu superar a Mercedes em termos de chatice e falta de imprevisibilidade. Tudo isso com um só piloto.

Pérez parece que guia com um carro diferente. É uma diferença abissal. Tipo a Benetton de 1995. O mexicano teve uma corrida constrangedora. Além dos erros, ainda teve que voltar pra pista pra não acumular punição para a próxima etapa. Eu fiquei envergonhado sem sequer assistir a corrida, imagina vivenciar isso.

Singapura foi uma exceção. Max Verstappen voltou a humilhar a concorrência e só precisa de três pontos para o tri. Ele deve vir no sábado, daqui 13 dias, na corrida sprint do Catar. Que coisa patética: um campeão no sábado... óbvio que não vai ser a primeira vez que isso aconteceria na F1, mas Max pode igualar o título de Nigel Mansell em 1992 como o mais antecipado da história: cinco etapas.

De resto... a McLaren pode até passar a Aston Martin nos construtores, hein? O time de Woking virou a segunda força com consistência. Lando Norris está batendo na trave. Uma hora a vitória chega... Oscar Piastri consegue o primeiro pódio na carreira. Parecia impensável quando ele chegou, agora com mais três anos de contrato. É uma dupla muito competente e estão entregando o que podem.

Claro, Lando ainda é o mais rápido e provavelmente vai ser o primeiro piloto, mas os dois se completam. Se a McLaren continuar evoluindo, é uma dupla que vai fazer muito barulho no médio prazo. É bom ver o ressurgimento da McLaren em um trabalho sólido.

A Mercedes precisa ajustar algumas coisas. Russell e Hamilton se atacando livremente pode ser um problema no futuro. Foi assim que a amizade entre o Sir e de Rosberg terminou. É melhor administrar agora que os alemães não estão brigando por vitória do que quando a equipe retomar o protagonismo.

Até mesmo nas estratégias os alemães erraram. Tentaram copiar o que Sainz fez em Singapura, mas aí Russell foi o sacrificado e Hamilton se limitou a defender um quinto lugar. É preciso melhorar essas questões internas antes que seja tarde. 

No resto, Alonso e as Alpine fizeram o que podiam. Lawson novamente na frente de Tsunoda, mas é o japonês que está incrivelmente prestigiado em uma estrutura sem paciência com os pilotos. Bem, amanhã eu escrevo mais sobre isso.

Red Bull hexa e Max Verstappen a três pontos do tri. A conquista vai ser sacramentada no sábado, 7 de outubro, no Catar. Salve a data no calendário e desfrute do carro mais dominante da história da categoria.

Confira a classificação final do GP do Japão:


Até!

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

PROGRAMAÇÃO NORMAL

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Oscar Piastri renovou com a McLaren até 2026. Se a entrada na categoria foi um imbróglio, a permanência vai ser tranquila. Um pouco de calmaria. Quer dizer, enfrentar Lando Norris não é tão tranquilo assim, mas o australiano está bem para quem ficou um ano sem guiar nada e chegou numa equipe estruturada e hierarquizada por Lando.

É uma dupla promissora e será interessante de continuar acompanhando a jornada dos dois juntos. Que a McLaren proporcione um carro competitivo para que eles briguem mais por vitórias e pódios.

Outra novidade do final de semana foi a utilizada dos pneus C2 de 2024, que serão mais macios e aderentes.

Ao que parece, Singapura foi apenas uma exceção a regra, onde a Red Bull não casou o carro com as características da pista. Em Suzuka, Verstappen foi o mais rápido nos dois treinos.

A briga pelo pódio segue equilibrada, com McLaren e Ferrari fortes, a Mercedes aparentemente um pouco mais atrás, a Williams rápida de reta e a Aston Martin no meio do pelotão.

Pode ser que até chova no final de semana, o que embaralha tudo, mas salvo as possíveis mudanças da mãe natureza, me parece que neste final de semana voltaremos a programação normal, que na temporada 2023 se chama Show de Max Verstappen.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

GP DO JAPÃO: Programação

 O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 374 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 223 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 180 pontos

4 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 170 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 142 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 123 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 109 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 97 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 45 pontos

11- Oscar Piastri (McLaren) - 42 pontos

12- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 21 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 6 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 3 pontos

19- Liam Lawson (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 597 pontos

2 - Mercedes - 289 pontos

3 - Ferrari - 265 pontos

4 - Aston Martin Mercedes - 217 pontos

5 - McLaren Mercedes - 139 pontos

6 - Alpine Renault - 81 pontos

7 - Williams Mercedes - 21 pontos

8 - Haas Ferrari - 12 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 10 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 5 pontos

A PORTA AINDA ESTÁ ABERTA

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

Virtual campeão da F2 2023, Theo Pourchaire não terá vaga na F1 em 2024. Será o terceiro campeão consecutivo da F2 a não conseguir isso. Oscar Piastri e Felipe Drugovich foram os outros. O último a chegar na categoria após o título foi Mick Schumacher. O francês precisa confirmar o título em Abu Dhabi. Ele tem 26 pontos de vantagem para Frederik Vesti, pupilo da Mercedes.

Nada disso o exclui do grid para 2025. Ele ainda vai continuar como piloto reserva da futura Sauber, em transição para Audi a partir de 2026.

Apesar de todo esse cenário incerto envolvendo a transição dos suíços, o chefão Alessandro Alumni Bravi afirma que o francês tem possibilidades:

“Estamos discutindo juntos qual será o melhor programa de corrida para ele estar pronto para entrar no carro de F1. Nenhuma porta está fechada para ele no futuro. Queremos que ele fique perto da equipe de F1, porque, neste ano, pedimos a ele que se concentrasse totalmente na Fórmula 2 e está indo bem. Acredito e espero que ele vença o campeonato em Abu Dhabi”, disse.

A concorrência vai ser grande. Bottas naturalmente é o líder do time e aguarda ansiosamente a chegada dos alemães. Especulações dos últimos meses na imprensa europeia são de que a Audi tem interesse em Carlos Sainz Jr, que expira o contrato com a Ferrari no ano que vem. Zhou também vai buscar a manutenção. As possibilidades são infinitas.

Uma coisa que pode atrasar Pourchaire é o fato de a Sauber não ter um carro antigo para ele fazer testes, ao contrário das outras equipes mais abastadas, mas Alumni Bravi diz que o time está trabalhando nisso.

“Estamos discutindo internamente. Claro, financeiramente, isso é algo bastante caro para uma equipe, mas queremos ver todas as oportunidades. Para um piloto como ele, as portas estão abertas”, concluiu.

Apesar do título e de ter estreado na categoria com 18 anos, Pourchaire não brilhou como se esperava, até por isso a Sauber optou pela continuidade de Zhou. Um ano inativo em um time em transição é um problema, mas é uma declaração para motivar o jovem francês, um incentivo para ele garantir o título da F2 e manter esse status para os próximos anos, quando estiver mais maduro e preparado para dar o próximo salto. Pourchaire ainda pensa nela, a vaga para a F1, mas da janela ainda não entra luz.

ELE FICA

Foto: Red Bull Content Pool

Segundo o jornal alemão Auto Motor Und Sport, a Alpha Tauri prepara o anúncio da renovação de Yuki Tsunoda para o final da semana, quando ele vai correr em casa, no Japão.

Apesar de uma série de infortúnios nas últimas provas, o japonês tem três pontos no campeonato e está "prestigiado" pela equipe. A segunda vaga ainda é uma incógnita. Apesar de Liam Lawson estar surpreendendo e ter o melhor resultado da Alpha Tauri até aqui com o nono lugar em Singapura, Daniel Ricciardo segue como favorito para ocupar o outro assento. O australiano segue fora da F1, se recuperando do acidente que sofreu na Holanda.

Mudar os dois pilotos pode ser arriscado, mas Tsunoda tem o fator Honda. Apesar da parceria com a Ford começar só em 2026, sabemos como essas situações políticas interferem. Yuki pareceu que tinha evoluído ao enfrentar De Vries, mas a ascensão de Lawson pode mostrar que talvez Tsunoda esteja passando pelo efeito Schumacher: o companheiro é tão fraco que dá a impressão dele ser mais forte do que realmente é.

A bagunçada Alpha Tauri que se vire. Laurent Mekies será o novo chefão em 2024 e deve ter sido consultado. Se vai dar certo? Não sei, mas o efeito Lawson causa outra pulga atrás da orelha, embora ninguém queira repetir a ilusão De Vries por dois anos consecutivos.

TRANSMISSÃO:
21/09 - Treino Livre 1: 23h30 (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)
22/09 - Treino Livre 3: 23h30 (Band Sports)
23/09 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)
24/09 - Corrida: 2h (Band)


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

ENTRE ASAS E ASSOALHOS

 

Foto: Red Bull Content Pool

Como uma equipe que vence quinze corridas consecutivas não consegue ir para o Q3 com os dois carros em Singapura?

Bom, não foi nada climático ou algum erro dos pilotos, simplesmente faltou velocidade. O interessante é que isso acontece na primeira corrida após a normativa da FIA sobre as asas e assoalhos dos carros.

Trecho retirado de reportagem do site Grande Prêmio:

“Às vésperas da etapa de Marina Bay, a entidade máxima do esporte solicitou às equipes os projetos das asas dianteiras e traseiras para verificar se todos os modelos estão de acordo com o regulamento e barrou recursos que possam movimentar ou rotacionar em relação à estrutura de fixação.”

Ou seja: sem flexibilidade de asas. Pode ter sido uma coincidência apenas? Pode.

Mas é no mínimo curioso que isso aconteça imediatamente após Max Verstappen quebrar o recorde de vitórias consecutivas, assim como a Red Bull.

No ritmo de corrida, não teve tanto prejuízo. A equipe foi vítima do azar com a chegada do Safety Car. Com a estratégia dos pneus duros, não havia possibilidade de brigar com as outras três equipes, que estavam muito superiores.

Fica a pulga atrás da orelha para a semana que vem, no Japão. Acidente de percurso, azar, as características da pista não encaixaram com o carro?

Claro, é bom lembrar que a Red Bull teve desenvolvimento limitado no túnel de vento esse ano, consequência de ter burlado o teto orçamentário em 2021.

Como diria um ex-dirigente, abrindo a porta para as teorias conspiratórias de plantão, “que tá gozado, tá!”

Claro, ninguém espera que a Red Bull vença todas as corridas para sempre. A questão foi, em um fim de semana, ter virado a quarta força. Isso aconteceu com outras equipes no passado. A própria Mercedes, quando dominava, tinha na própria Singapura um ponto fraco.

A temporada, obviamente definida, ganha contornos interessantes para o seu final. A Red Bull vai voltar a dominância avassaladora? Está todo mundo pensando em 2024? Teremos alguém que vai rivalizar de forma mais nítida a ponto de termos na próxima temporada uma competição mais elevada na busca pelo título?

Perguntas e conspirações. Quem diria que uma normativa e seus efeitos dariam um tempero para o final insosso da temporada. Aguardemos.

Até!

terça-feira, 19 de setembro de 2023

O FENÔMENO DA VEZ

 

Foto: Reprodução/Mercedes

Mais um da série “anote esse nome”, como já aconteceu com tantos outros pilotos que vingaram (ou não).

Você conhece Andrea Kimi Antonelli? Pois deveria. Com 17 anos, ele já é piloto Mercedes e os alemães decidiram estrear o italiano na F2 já na próxima temporada. Ele já venceu a Formula Regional Europeia e corre na F4 italiana e alemã, onde já venceu corridas em ambas.

Filho do piloto Marco Antonelli, que fez carreira nos carros de turismo em categorias europeias, o jovem Andrea Kimi (vocês imaginam a influência do nome, certo?) nasceu no dia 25 de agosto de 2006 (!!!) em Bolonha, na Itália.

Ele começou no kart aos sete anos e venceu em diversas categorias, inclusive um bicampeonato europeu organizado pela FIA em 2020 e 2021.

A precocidade é a marca do rapaz. Apenas três semanas depois de completar 15 anos, ele já estreou em um monoposto, numa etapa da F4 italiana, na Áustria. Ele impressionou marcando pontos naquele final de semana. Ele também correu em Mugello, mas se destacou em Monza, onde fez pódios e brigou com o líder do campeonato, Ollie Bearman.

Mesmo sem disputar a temporada inteira, Antonelli ficou apenas seis pontos atrás do titular da Prema, Conrad Laursen.

Um adendo: desde os 13 anos que ele já é piloto assinado pela Mercedes, em 2019!

Em 2022, ele foi campeão da F4 italiana. Ele teve como companheiro de equipe um outro brasileiro talentoso e piloto da academia da Ferrari, o Rafael Câmara. Um ano antes, ele já havia participado da F4 dos Emirados Árabes, onde também causou boa impressão com vitórias e terminando em oitavo, mesmo participando só de metade do campeonato.

Em paralelo com a F4 italiana, ele também disputou a alemã. Em Hockenheim, venceu todas as corridas, largou na pole em todas e também fez a volta mais rápida em todas as etapas daquele final de semana. Uma temporada avassaladora, onde Kimi foi campeão antecipado mesmo não participando de um final de semana.

Nesse ano, já conquistou a F-Regional, que é uma espécie de pré-temporada da FRECA, onde é o atual líder da temporada, com 3 poles, 3 vitórias, 7 pódios e 4 voltas mais rápidas.

Todos esses resultados avassaladores com tão pouca idade fizeram com que a Mercedes, então, acelerasse o garoto.

Já no ano que vem, ele vai direto para a Prema disputar a F2. Ele pula a F3, portanto, quando geralmente é feito o contrário. Alguns pilotos chegaram na F1 depois de vencer a então GP3, como por exemplo Daniil Kvyat e Valtteri Bottas.

No paddock, Andrea Kimi é comparado a Max Verstappen, que vocês sabem, estreou na F1 ainda com 17 anos e não passou por F3 ou F2. Esse é o tamanho que o italiano de nome finlandês tem no automobilismo internacional.

Outro fator que justifica esse processo acelerado em Andrea Kimi é que a F2 vai mudar ano que vem. O carro vai ser diferente em relação aos últimos anos. Assim, todo mundo vai precisar se adaptar ao novo bólido partindo do zero. Não há vantagem de adaptação dos anos posteriores igual agora.

Dependendo do que fizer, a chegada de Andrea na F1 pode ser mais rápida do que a gente imagina. É italiano e afiliado da Mercedes. Oportunidades e caminhos não vão faltar. Só vai depender dele. Sem pressão. Lembrem-se: apenas 17 aninhos, um adolescente. Muita calma.

Mas o paddock já decretou: é o novo Max Verstappen. Durmam com essa. Estaremos de olho. Certamente, Andrea e Bortoleto serão alguns dos nomes que vão tornar a F2 algo mais sedutor do que foi essa temporada.

Ele é o fenômeno da vez.

Até!

domingo, 17 de setembro de 2023

CALCULADO

 

Foto: Reuters

O problema dessas corridas que mudam o horário em relação a classificação é que as vezes eu esqueço de colocar o horário certo no despertador. Resultado: assisti apenas a metade final da corrida. Tive que recorrer aos VTs para me inteirar sobre o resto.

Começando pelo sábado. Não era blefe. Coincidência ou não, a nova diretiva das asas e assoalhas tirou a competitividade da Red Bull, ao menos em voltas rápidas. Chocante a eliminação dos dois pilotos. Se Max Verstappen queria a 11a vitória, teve que se contentar com o 11° lugar no grid.

A pole foi de Carlos Sainz novamente. Na largada, Leclerc pulou para o segundo lugar e as chances de algo inédito no ano eram evidentes. Por outro lado, a Red Bull tinha ritmo para escalar o pelotão. O ritmo não foi tão afetado, mas isso é papo para outras corridas e outros textos. 

As Mercedes e Norris seguiam no encalço de Sainz, protegido pelo escudeiro Leclerc. Percebam a inversão dos papéis. Quem deveria ser o líder do time era o monegasco, mas na prática vimos as duas melhores pilotagens de Sainz na carreira, digno de um líder e um piloto de ponta.

Um Safety Car aparentemente ridículo mudou as estratégias e sepultou a Red Bull. Leclerc caiu para quarto e aí então vimos o Sainz frio e calculista: segurar o grid para que Norris, em segundo, pudesse se defender dos ataques da Mercedes, enquanto Carlos segurava o ex-colega de McLaren.

Não é novidade isso. Hamilton tentou a mesma coisa para que Rosberg fosse ultrapassado e perdesse o título de 2016, mas na época isso não deu certo. Um risco calculado que seria criticado se desse errado para o espanhol.

Quando Ocon abandonou, era necessário o Safety Car, mas a americanização da categoria dessa vez optou pelo Virtual Safety Car. Russell parou e, com pneus mais novos, foi à caça. Era até o favorito a vencer.

No entanto, ele não conseguiu passar, ficou travado em Norris. Não bastasse isso, ainda bateu nas voltas finais, quando já não tinha pneu para ultrapassar. Perdeu o timing. A impressão é que Hamilton parecia mais inteiro para vencer, mas a Mercedes teve que priorizar quem andou a frente no final de semana inteiro. Russell está abaixo do esperado. Quando se espera mais do que um acumulador de pontos, ele tem falhado. Hoje, a vitória estava ao alcance e a desperdiçou.

Frio e calculista, Carlos Sainz coroou toda a luta das últimas corridas para vencer pela segunda vez na carreira e mostrar que, hoje, não é segundão da Ferrari. Se falta velocidade, sobra inteligência, ritmo e agora vimos mais arrojo e garra para defender e lutar para a vitória. Está fazendo o que Leclerc deveria, mas a irregularidade do monegasco e o brilhantismo do espanhol jogam luzes amarelas para o "dono do time". 

Sainz, com contrato até o ano que vem, já começa a acenar para ter um papel melhor na equipe. A renovação começa a fazer sentido, baseado num mundo onde somos sempre a última corrida ou algo do tipo. A primeira vitória da Era Vasseur e o fim da sequência avassaladora da Red Bull.

Apesar dos pesares, o ritmo dos taurinos foi bom. Em mais algumas voltas, Verstappen conseguiria o quarto lugar. Poderia brigar mais de perto se não fosse o azar do Safety Car controverso. Pérez segue atrás e ainda acabou com a corrida de Albon. O prêmio foi uma punição inútil que é praticamente um convite para os pilotos de que o crime compensa.

Norris é um pilotaço. Deixou a Mercedes no bolso. Está maturando a primeira vitória na carreira. É um ano de grande explosão como "dono" da McLaren, que avança significativamente enquanto coletivo e estrutura de equipe. O futuro pode ser animador para Zak Brown e companhia. 

Liam Lawson mostra que merece uma das vagas da Alpha Tauri. Foi para os pontos na terceira corrida. Considerando que a próxima etapa é no Japão, onde corria na Super Fórmula, é obrigação continuar. Ricciardo que se vire. Tsunoda, aliás, pode estar em apuros. 

Gasly bem, boa corrida de recuperação para Piastri e o pontinho da sorte para coroar o trabalho de Magnussen. O conto de fadas da Aston Martin terminou. Hoje foi apenas um carro na pista, pois Stroll destruiu o dele no treino e não largou.

Merecida e justa vitória de Sainz pelo trabalho que realizou nas últimas corridas. O ex-Red Bull é responsável pelo fim da sequência impressionante dos taurinos. A questão é: não teve encaixe nesse final de semana ou podemos ver algum padrão para o restante da temporada? A gente agradece, afinal, tomara que voltemos a ter corridas mais competitivas valendo a vitória.

Confira a classificação final do GP de Singapura:


Até!