sexta-feira, 28 de setembro de 2018

ENTRE UMA DECEPÇÃO E OUTRA

Foto: Getty Images
Toda a corrida fica a impressão de um "agora vai" para a Ferrari. Quase sempre favorita, quase sempre decepciona e quase sempre brilha a estrela, o talento e a genialidade de Lewis Hamilton. Em Sochi, o panorama é diferente, mas nem tanto.

Ano passado, Bottas dominou o final de semana, enquanto Hamilton sofria para lidar com o desgaste dos pneus em condições extremamente quentes. Agora, a corrida da Rússia pula para o fim da temporada, aproximando-se do inverno, e a Mercedes já superou essas dificuldades. Continua favorita a vencer, tanto é que Hamilton, de hipermacios, meteu meio décimo na Ferrari de Vettel.

Mesmo sabendo que em tese os italianos não têm a obrigação de vencer por ter o melhor equipamento, uma nova vitória de Hamilton pode significar definitivamente o fim do campeonato em termos anímicos para Ferrari e Seb. Por isso, os italianos vivem uma delicada situação nesse final de semana. Precisam de algo que não estão mostrando nas últimas semanas: sorte e competência, não necessariamente nessa ordem.

Interessante notar a grande presença de jovens e futuros pilotos da F1 no primeiro treino livre. Com o futuro de quase todas as equipes definida, resta aproveitar os poucos momentos de treinos para já começar uma mínima adaptação, visando o ano que vem, além de observar outros predicados de possíveis candidatos em um curto/médio-prazo. Giovinazzi, Markelov (Renault), Norris e Nicholas Latifi (Racing Point) participaram dessa sessão.

Deixei o pior para o fim. A Haas anunciou que a dupla Magnussen e Grosjean está mantida para o ano que vem, pela terceira temporada seguida. Quarta, tinha escrito que os americanos aparentemente não estavam olhando para o mercado e que a única possibilidade de troca seria a passagem de Leclerc por lá, mas a Ferrari tinha outros planos para o monegasco.

Na boa, Grosjean não dá mais. Faz uma temporada pavorosa. Lento, só se envolve em acidentes e barbeiragens, além de nunca assumir responsabilidade dos erros. Ele falando sobre tirar as bandeiras azuis do regulamento foi de chorar! Piloto que não evoluiu e não acrescenta mais nada para a F1. Uma pena que Gunther Steiner não pense dessa forma. Incrivelmente lamentável ver talentos sem carro enquanto outros que já não rendem mais nada seguem na categoria. Mas tudo bem, uma coisa de cada vez. Já foi difícil tirar o Ericsson, agora basta ter paciência para esperar por Grosjean...

E assim a vida segue na F1, entre uma decepção e outra, assim como nas nossas vidas. Ao menos para o nosso lado as pequenas coisas são suficientes para superar esse sentimento. E com essa eu começo o final de semana. Até!

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Rússia:




GP DA RÚSSIA - PROGRAMAÇÃO

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:36.844 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:33.194 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 2x (2014 e 2015)


HORNER: MÉXICO É A ÚNICA CHANCE DE VITÓRIA ATÉ O FIM DO ANO

Foto: BT Sport

Com o final nada amigável da parceria entre Red Bull e Renault se aproximando, não resta muitas pretensões e expectativas de grandes resultados nessa temporada. A exceção, segundo o diretor Christian Horner, é a corrida do México, em novembro. Lá, no ano passado, Max Verstappen venceu sem maiores dificuldades.

“Sendo realista, acho que o México é provavelmente a única chance que ainda temos em circunstâncias normais”, disse Horner. “Tomara que consigamos mais alguns pódios antes do fim do ano”, seguiu.

Chefão da Mercedes, Toto Wolff concordou com o rival. “É bom tê-los na mistura, é bom para os fãs e para as corridas. Nós gostamos”, comentou. A corrida do México é a próxima onde, no papel, eles devem ser realmente rápidos, mas quem sabe o que vai acontecer em Sóchi e em Suzuka”, completou.

É o que resta para a Red Bull. Foram três vitórias no ano, o que não é ruim para quem está tão atrás de Mercedes e Ferrari, mas só em uma a equipe dominou (Mônaco), as outras foram circunstanciais (China e Áustria). Com um Ricciardo aguardando a ida para Renault e a Red Bull preocupada com o início da relação com a Honda e a chegada do Gasly, talvez uma vitória para a saideira seja um final menos conturbado para esse dueto tão vencedor quanto polêmico

LIBERTY QUER COLOCAR Q4 NOS TREINOS EM 2019

Foto: EFP
Depois do fracassado "mata-mata" nos qualyfings do início de 2016, no final da Era Bernie Ecclestone, a F1 retornou para a fórmula tradicional, existente desde 2006. No entanto, agora a Liberty quer tentar fazer a própria mudança. De acordo com a "Auto Motor und Sport", a ideia é criar uma quarta parte no qualyfing, o Q4, que teria apenas oito carros no final. O objetivo é aumentar a emoção nos sábados. Pra isso acontecer, teriam que acontecer algumas mudanças. 

O Q1 teria quatro ao invés de cinco eliminações, mas nada está certo, inclusive a duração de cada qualyfing. É importante frisar que historicamente o treino antigamente tinha duas horas, passando para uma.

Ross Brawn, diretor esportivo da categoria, diz que o treino tem potencial de embolar os carros para a corrida, tornando o domingo mais atrativo e emocionante para todos.Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

No entanto, a questão não é simples. A mudança precisaria ser aprovada pelas equipes, habituadas há décadas com esse sistema. Quando se pensa na classificação como elemento que influencia no desenrolar da corrida, você quer que haja certa desordem para que os carros mais fortes terminem em posições equivocadas. Nesses casos, a classificação melhora a corrida”, disse o britânico.

Liberty, não inventa: isso não vai dar certo. Treino sempre foi para ver qual é o carro mais veloz na pista. Com exceções da chuva ou mudança de clima é que as coisas se embaralham. Isso é exceção e não pode ser regra. O único sistema que eu gostava era o de 2003, com volta única lançada em ordem. Essa sim poderia dar certo.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 281 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 241 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 174 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 171 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 148 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 126 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 49 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 45 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 15 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 452 pontos
2 - Ferrari - 415 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 274 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 76 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 32 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 21 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:







quarta-feira, 26 de setembro de 2018

EXERCÍCIO DE ADIVINHAÇÃO

Foto: MotorSport
Geralmente, este seria um post para falar brevemente sobre a etapa da Rússia. Meses depois, impossível não lembrar da Copa. Que saudades. O circuito ainda não tem muito a oferecer para algo ser escrito, então vou pegar o gancho do anúncio da Sauber para fazer algumas projeções para o ano que vem.

Agora, oficialmente, temos seis equipes que já confirmaram seus dois pilotos para o ano que vem. São eles: Mercedes (Hamilton e Bottas), Ferrari (Vettel e Leclerc), Red Bull (Verstappen e Gasly), Renault (Ricciardo e Hulkenberg), McLaren (Sainz e Norris) e os suíços (Raikkonen e Giovinazzi). Portanto, 12 dos 20 assentos já têm dono, incluindo as principais equipes.

Em tese, restam oito vagas. No entanto, algumas já estão confirmadas, mas ainda não de forma oficial. São os casos da Racing Point, com Pérez e Stroll e a provável permanência de Magnussen na Haas. A lista aumentaria para 15.

Restariam as definições na Toro Rosso, Williams e uma vaga na Haas. É aí que entra a adivinhação (ou tentativa, ou nem tanto). Vejamos:

- Toro Rosso: dizem que Daniil Kvyat (sim!) vai ser anunciado como piloto da equipe pela 3423432 vez. Dan Ticktum, piloto da academia dos taurinos, não terá pontos suficientes da super-licença para entrar na F1 e deve ir para a Super Fórmula, no Japão, ainda mais agora que tem a Honda como parceira. Pascal Wehrlein, que não será mais piloto Mercedes no ano que vem, surge como principal candidato e minha aposta para ser companheiro do russo.

- Williams: sem Stroll e o patrocínio da Martini, a equipe de Grove encontra-se em dificuldades financeiras e parece ter sinalizado para a permanência de Sirotkin justamente para isso. No entanto, a imprensa europeia noticia que o George Russell, virtual campeão da F2 e piloto Mercedes, está com um pé na equipe. Por ter motor Mercedes, a tendência é que a equipe tenha descontos no pagamento anual deles através da colocação dos pilotos da academia dos alemães por lá. Nesse caso também se encaixa Esteban Ocon, incrivelmente com grandes possibilidades de estar de fora do grid. Colocando dois pilotos Mercedes ali, a Williams paga menos também. Assim, todos saem ganhando, dentro e fora das pistas.

- Haas: situação mais indefinida do grid. Leclerc seria o ficha um, mas foi alçado para a Ferrari. Os americanos chegaram a sondar Pérez, que optou por permanecer onde está, agora com o capital de Lawrence Stroll. Realmente não vi especulações de nome ventilados por aqui. Magnussen deve ficar e, pelo que vem dizendo o chefão Gunther Steiner, Grosjean não fica. Afinal, não está fazendo por onde. Giovinazzi, outro piloto Ferrari, foi para a Sauber. Como é adivinhação ou palpites esdruxúlos, eu colocaria Vandoorne ali. Outro piloto talentoso chutado pela McLaren formado a dupla dos americanos seria interessante, até para ver se o belga, com um carro e ambiente melhores, seria capaz de demonstrar todos os predicados que possui do tempo das categorias de base.

E vocês? O que acham que vai acontecer com essas últimas vagas abertas na F1? Dê seu palpite!

Até!

terça-feira, 25 de setembro de 2018

FERRARI B

Foto: Fórmula Spy
No ano passado, ficou claro que com a nova parceria dos italianos com a Sauber e a colocação do espólio da Alfa Romeo na nomenclatura e nos carros do time que a ideia era fazer com que a Sauber virasse novamente a equipe B da Ferrari. Isso foi se confirmando.

Primeiro, a chegada de Charles Leclerc. Apesar da permanência de Ericsson, apenas pelo fato de ser experiente e ambientado ao time, isso significava que o sueco, outrora dono da Sauber, estava perdendo terreno. E isso se confirmou hoje.

Antonio Giovinazzi, 24 anos, vice-campeão da então GP2 em 2016, foi anunciado como parceiro de Kimi Raikkonen na Sauber para 2019. O italiano disputou as duas primeiras corridas da temporada passada quando substituiu Pascal Wehrlein, machucado. Na Austrália, foi o 12°. Na China, teve um desempenho muito ruim, batendo duas vezes no final de semana, inclusive na corrida.

A Itália vai voltar a ter um piloto na temporada regular, algo que não acontecia desde 2011, com o Trulli ainda na finada Caterham. O mais impressionante é que finalmente Marcus Ericsson foi chutado da F1. Não é um piloto horroroso, mas perdeu para todos os companheiros de equipe e simplesmente todos eles acabaram saindo da categoria (Kobayashi, Nasr e Wehrlein). É insuficiente.

Só Charles Leclerc para mudar esse panorama viciado da Ferrari. Primeiro, ganha de Ericsson e vai ser promovido. Não só isso, mas também tirou Raikkonen de lá, que volta para a Sauber e faz com que Giovinazzi tire Ericsson. Que maravilha!

Mais uma grande notícia para a Sauber. Na GP2, Giovinazzi se mostrou muito bom piloto. Quase foi campeão, em uma dura disputa com Pierre Gasly, agora futuro Red Bull. Com a fraca Sauber, não pode fazer muita coisa, ainda mais sem testes e sem experiência. Agora, com um campeão do mundo do lado, o apoio técnico da Ferrari e a competência de Frederic Vasseur, o italiano tem tudo para se firmar na F1. É um grande talento e sua promoção é uma grande notícia, ainda mais em tempos do dinheiro se sobrepondo a qualidade.

A Alfa Romeo Sauber, aos poucos, vai voltando a ser o que era antes. Uma equipe simpática, de meio de grid, com pilotos bons e talentosos. No fundo, as vontades do finado Marchionne continuam se concretizando. Mesmo morto, o homem segue mandando. Ainda bem para a Ferrari e a Sauber, claro.

Até!

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

DESESPERADOR

Foto: Getty Images
17 de setembro, mais conhecido como hoje, é o aniversário do talentoso Esteban Ocon, agora com 22 anos de vida (é mais novo que eu; ou seja, estou velho). É evidente que o francês teria muitos motivos para comemorar mais uma data querida (e vai comemorar, obviamente), mas as questões profissionais não coincidem com a alegria da celebração de mais um ano de vida.

Depois do retorno das férias, foram dois acidentes aonde foi vítima. Ontem, foi jogado para o muro por Sérgio Pérez. De novo uma rusga com o mexicano que é repleto de movimentos de caráter duvidoso. Certamente essas coisas não ajudam na definição do futuro de Ocon, mais uma vez vítima.

Na F1 de hoje, como já vimos, não basta ter só talento. Assim como em quase tudo na vida, é necessário ter o que as pessoas chamam de "networking" (ou contatos, fontes, essas coisas todas). Teoricamente, ser piloto da academia da Mercedes já seria um baita contato e porta de entrada para a F1 além do talento. Como foi, aliás, dois anos atrás, ao substituir Haryanto na finada Manor. Ou é isso ou ser piloto pagante ou ter um sobrenome de grife.

Pois bem. Com a Mercedes se recusando a apostar em seus jovens talentos e o grid cada vez mais dominado por pagantes bilionários e sobrenomes, o talento de Ocon hoje não está servindo como referência para nada. Ser piloto da Mercedes, ao invés de ajudar, acaba fechando mais portas. Toro Rosso (pertencente a Red Bull), Sauber, Haas (pertencentes a Ferrari) e a McLaren não irão apostar em alguém que não será possível contar por longos anos. Todos, pelo mesmo motivo, descartaram o francês.

Entenda que não é a falta de qualidade de Ocon (muito pelo contrário) que incrivelmente pode estar deixando ele de fora do grid para o ano que vem. É uma sucessão de fatores políticos e econômicos. Com as grandes adquirindo equipes para abrigar suas jovens promessas, esse seria um caminho natural até chegar um bilionário para ocupar seu espaço. A Mercedes não tem, oficialmente, uma equipe B, apesar de inúmeros acordos com a Force India e a Williams.

Talvez essa pode ser a salvação da lavoura. A falida e decadente equipe de Grove não vai ter mais o canadense rico e o patrocínio da Martini. Já existem informações que George Russell, virtual campeão da F2, vai ocupar uma das vagas. A Mercedes vai dar um belo desconto para a utilização de seus motores na próxima temporada. Seria lógico, portanto, colocar Ocon lá, a única vaga que sobrou. Mais desconto e todos ganhariam nesse negócio.

Ocon não pode fazer o mesmo que Wehrlein, chutado da categoria por falta de vagas e refém da Mercedes. O alemão voltou para o DTM, onde também a Mercedes vai sair, e anunciou que será "agente livre" no ano que vem. Com isso, virou o principal favorito para ocupar um dos assentos da Toro Rosso, sem as amarras de algo que em tese iria ajudar. Outra questão que a imprensa europeia pontua é que Ocon ficaria um ano como piloto reserva da Mercedes para que, se tudo der certo, ser efetivado em 2021. A pergunta óbvia é: e se não der? É desesperador não só para Ocon, mas para todos que gostam da F1 ver que o francês possivelmente vai estar fora da próxima temporada por motivos alheios a sua pilotagem.

Enfim, um feliz aniversário para Ocon. Que o inferno astral tenha acabado e que os astros e negócios se alinhem para que permaneça na F1, mesmo que seja na hoje fraquíssima Williams. É o que tem.

Até!

UM DEGRAU ACIMA

Foto: Getty Images
Foi difícil acompanhar a corrida hoje. Dormi pouco, como sempre, e dessa vez a corrida começou mais cedo, no então tradicional horário das 9h. Dei uns cochilos porque não tinha como não ser diferente.

As únicas coisas que podem animar uma corrida como Cingapura são os acidentes. Só teve um, na segunda curva. Pérez fechou Ocon, que bateu por ali. Mais um incidente entre os ainda parceiros de Racing Point. Todos sabem que sou fã do mexicano, mas hoje ele fez a pior corrida na carreira. Inadmissível a quantidade de erros que cometeu. Aquela fechada no Sirotkin foi criminosa. Incompatível com as oito temporadas e a experiência que possui na categoria. Instabilidades como essa é que não lhe permitiram maiores oportunidades no topo da F1.

A corrida foi uma porcaria, então não há muitos tópicos para comentar. Vou continuar pelo óbvio: mais uma atuação irretocável de Lewis Hamilton. Até agora não sei se a Mercedes escondeu o jogo nesse final de semana todo, mas parece que finalmente o fantasma de Marina Bay foi exorcizado. Pole e corrida magistrais. Sem sustos ou quase isso, só quando Grosjean (outro irresponsável que está fazendo hora extra na F1) ignorou as bandeiras azuis e permitiu a aproximação de Verstappen. Depois disso, seguiu a procissão.

Verstappen fez uma ótima corrida, consistente e cerebral, quem diria. Perdeu a posição na largada e depois conseguiu recuperar em um undercut. Soube administrar a situação do momento sem reações emocionais e colheu um ótimo resultado, o máximo que podia com a atual Red Bull em fim de relação com a Renault.

Vettel e a Ferrari. Quando não é um que vai mal é o outro, quando não os dois. Vettel fez uma largada limpa e tentava conter o dano. Chegando em segundo, as coisas não ficariam tão ruins quanto já estão. No entanto, de forma inexplicável, a Ferrari resolveu parar cedo demais e, com pneus hipermacios, restou ao alemão se arrastar na pista por mais de 40 voltas e chegar em terceiro. Bem distante do favoritismo pré-corrida. Ferrari e Vettel vivem uma grande crise de relação e resultados. A saída de Raikkonen, sempre defendido por Seb, é um forte indício. O alemão está longe da melhor forma e também muito longe de sequer ser competitivo diante de um cirúrgico e excepcional Lewis Hamilton. Está sendo engolido tal qual Rosberg em 2015. A vantagem agora é de 40 pontos.

Bottas conseguiu, sem problemas, ficar quase a um minuto do vencedor da prova. Queda brusca de rendimento. Enquanto isso, Ocon deve ser seu reserva no ano que vem... Alonso tem razão: se a Haas tivesse pilotos melhores, era para estar sobrando como a quarta colocada nos construtores, ainda mais que a Force India perdeu os pontos da metade do campeonato. Os dois ficaram bem longe da zona de pontuação. A Fênix brilhou e foi o melhor do resto, o único que não levou uma volta de Hamilton. É o que pode fazer nessas corridas finais. Leclerc voltou a pontuar, assim como a dupla da Renault.

40 pontos. Diante da fase de Hamilton e Vettel, não é absurdo dizer que o inglês começa a pavimentar o caminho para o penta. O título pode ser sacramentado bem antes do que imaginávamos. No ano passado, foi no México. E agora? Claro, isso tudo pode ir por água abaixo caso Lewis quebre e Vettel se recupere, mas convenhamos: esse não parece ser o quadro mais provável, até porque mesmo quando sofre um revés, Hamilton volta mais forte que nunca, enquanto Vettel desmorona. O emocional está justificando a diferença técnica dos dois tetras.

Confira a classificação final do GP de Cingapura:


Até!

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SEM MAIS ERROS

Foto: Reuters
Diante do geralmente imprevisível circuito de rua de Cingapura, Sebastian Vettel começa uma difícil empreitada para tentar conquistar o penta: sem mais erros. Se contar com a sorte de Hamilton errar, bater ou ter problemas, ótimo. Se não, precisa fazer o que não tem feito: constância e equilíbrio.

Pode ser que a cota de erros tenha se esgotado hoje, quando lambeu o muro no TL2 e não pode mais treinar. A Ferrari tem um carro levemente superior. Cingapura sempre foi um lugar que a Mercedes sofreu. Se não fosse o acidente na primeira curva, possivelmente Hamilton e Bottas ficariam em quinto e sexto. Lewis ganhou e o finlandês chegou em terceiro.

A conferir a Red Bull. Será que chegam com favoritismo? Lideraram o TL1, mas ficariam relativamente distantes no TL2. É agora ou nunca. Se nem lá se mostrarem competitivos é porque os taurinos já estão pensando na próxima temporada, completamente desassistidos pela Renault no final desse outrora relacionamento vencedor.

No meio do grid, Renault e Haas podem se sobressair. Por outro lado, pode ser a última esperança da McLaren conquistar algo positivo. Está jogada as traças. Toro Rosso e Racing Point correm por fora, mas na corrida tudo pode acontecer.

Enfim, não há muito o que escrever quando um treino é realizado de dia e não serve pra nada em termos de acerto para a corrida. Só resta acompanhar os próximos desdobramentos dessa corrida que pode começar a definir o novo penta ou então a reação daquele que também deseja a mesma coisa.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Cingapura:





Até!