sexta-feira, 2 de setembro de 2016

ÚLTIMAS VOLTAS

Foto: Getty Images
O que era tendência virou confirmação. Mesmo assim, não deixou de ser uma bomba, surpresa, chocante e até triste. Felipe Massa convocou a imprensa para anunciar que está se aposentando da F1 no final da temporada. Fim da linha para quem irá ficar no circo da F1 por 15 anos e 250 GPs.

Esse post não irá fazer retrospectiva ou análise muito elaboradas até aqui. É um espaço para registro do que será feito no futuro: Especiais de várias partes contando a biografia do piloto desde as corridas de kart no Brasil até a data final, no dia 27 de novembro. Semana que vem irei tentar fazer uma crônica que relaciona a F1 do passado e do futuro com a minha vida, também do passado ao futuro.

Foto: Divulgação
A decisão foi tomada em julho. Até a família se surpreendeu, mas Massa já estava decidido. Comunicou a chefe Claire sua decisão. A diretora não aguentou e chorou de emoção. Massa é um dos pilares da reconstrução da Williams nos últimos três anos. Com o novo regulamento, a experiência do brasileiro foi fundamental para o ajuste dos pilares que tornaram a Williams competitiva de novo. Além do motor, sua experiência na área de desenvolvimento do carro proporcionou um feedback importantíssimo para a Williams alcançar bons resultados com ele e Valtteri Bottas.

Enfim, o post não é para isso hoje. Como escrevi há menos de duas semanas atrás no post do Futuro dos Veteranos, era a melhor decisão a ser feita. Com a queda de desempenho do carro, que acentuou sua própria "decadência", era difícil para Massa arranjar algo melhor na F1, pela idade e o contexto que carrega. É um fim digno. Serão oito corridas onde irá desfrutar fazer o que mais ama, com o respeito, admiração, homenagens e muitos bolos dos fãs, imprensa e paddock. Não precisou se rastejar para uma equipe menor ou ser "convidado a se retirar". Agora é o momento de aproveitar a presença de Massa no cockpit de um carro. A ficha ainda vai cair quando o fim se aproximar.

Massa, Barrichello e tantos outros não têm o respeito que merecem, principalmente dos leigos que não entendem nada, que só acompanham o esporte quando um brasileiro está bem, é "viúva" saudosista e mesmo assim comenta sem noção sobre o assunto. A maioria covarde xinga na Internet. Massa tem muito mais prestígio dentro da F1 e dos fãs do Exterior do que do próprio país, que só valoriza campeões, e quem não é campeão é um "fracassado". Muitos pilotos se surpreenderam e lamentaram sua decisão de sair - Sainz, Vettel, Raikkonen, Bottas, além das ex-equipes Ferrari e Sauber. Ele é muito querido no paddock, por ser um cara muito gente boa, divertido e de família. Tenho certeza que Massa será muito bem tratado nesse suspiro final de sua carreira na F1.

E o futuro? Bem, Massa pode correr onde quiser, e se quiser. WEC, DTM, F-E, Stock? Não faço a mínima ideia. Ele é jovem ainda, tem 35 anos. Dá para competir em alto nível nessas categorias por mais algum tempo. A situação não ajuda Nasr, pois Button deve retornar a Williams para se aposentar por lá também. Com isso, Vandoorne finalmente será titular da McLaren e Pérez tem tudo para fechar com a Renault. Nasr está ficando sem opções: Ou fica na fraca Sauber ou tenta dar um jeito (por isso a reunião com Temer: Arrecadar mais fundos para brigar por vagas em escuderias maiores) de arrumar mais grana e intensificar contatos com Renault, a própria Williams ou Haas. Enfim, me alonguei demais no futuro. A possibilidade do Brasil ficar sem pilotos em 2017 é real. Bernie Ecclestone terá que mexer os pauzinhos para não perder um importante mercado da categoria. O que irei me referir sobre o futuro e outros aspectos nos posts adiante é um lado pessoal que se mistura com a F1, é claro.

 Desde já, muito obrigado, Massa! Muitas emoções irão por vir! Apenas isso que posso escrever. Até!

Foto: Divulgação

terça-feira, 30 de agosto de 2016

MAX: AME OU ODEIE

Foto: Motorsport
O adolescente holandês está mudando a F1. O público jovem está interessado nele. Nunca tantos holandeses estiveram num autódromo prestigiando um piloto do país (eles invadiram a Bélgica), um movimento que lembra os "azuis das Astúrias" de Alonso, os alemães com Schumacher nos anos 1990 e o frenesi inglês com Button e Hamilton. Além da jovialidade, da estreia antes da maioridade e do comportamento dentro da pista, Max Verstappen também chama a atenção, de forma precoce, pelos seus posicionamentos no paddock.

As brigas intensas com Ferrari e Mercedes, roda com roda e beirando o limite da legalidade e do excesso de arrojo, Max fala o que pensa nas entrevistas. Não importa a repercussão, Max está sempre no topo dos comentários, seja pelas falas ou pelos atos na pista. Ainda na Toro Rosso, pediu para equipe mandar Sainz lhe dar passagem na Austrália. No ano passado, quando foi o contrário, respondeu com um sonoro "Noooo", o que viralizou e ajudou a ter admiradores.

Estava certo em um e errado em outro. O cerne do post foi a postura de excessos ontem. É normal da idade e da falta de experiência, mas uma frase de Verstappen preocupa. Após a corrida, ele esbravejou para a TV holandesa Ziggo que "Eles acabaram com a minha corrida na primeira curva. Depois disso, não há chances de eu deixar eles passarem. Prefiro jogá-los para fora da pista". Eles refere-se as duas Ferraris. Vettel e Raikkonen reclamaram e Max não deixou por menos. Toto Wolff o comparou a Senna e Hamilton, de espírito indomável, competitivo e que evita até o fim a possibilidde de ser superado na pista.

Foto: EFE
Até aí, tudo bem. Mas querer acabar com a corrida do outro por vingança é ridículo e imaturo. No caso de ontem, era evidente que não houve intenção, foi um incidente de corrida. Ninguém seria burro o suficiente para se auto-sabotar e prejudicar o próximo a troco de nada. Então se alguém atrapalhar Verstappen ele vai fazer o mesmo na pista, a 300 km/h por vingança? Imagina a merda que isso vai dar. Imagina se Kimi, Vettel, Pérez ou qualquer outro resolva agir igual Max nas disputas de posição. Será preciso se acidentar gravemente para aprender a lição?

Tenho convicção de que Verstappen será o campeão mais jovem da história. Já é o piloto mais jovem a estrear e vencer, e são recordes que dificilmente serão batidos (afinal, a FIA agora só autoriza estreantes a partir dos 18 anos). Por ser muito precoce, precisa amadurecer muito, principalmente nesse aspecto. Somos fãs de sua pilotagem, mas existe uma linha tênue entre ser um Schumacher ou um Maldonado/Ide na hora de disputar posições. Uma coisa é certa: Para o bem e para o mal, a F1 tem o seu protagonista das próximas duas décadas, um novo "vilão" ou "mocinho", aquele que desperta sentimentos de alegria e raiva. Max Verstappen, ame ou odeie. Não há meio termo para esse holandês.

Até!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

VENCEDOR?

Foto: Reprodução
Rosberg fez o seu papel. Largou na pole e liderou TODAS as 44 voltas do caótico e movimentado Grande Prêmio da Bélgica. Spa dificilmente decepciona, e os primeiros movimentos da corrida foram espetaculares. Diante de tudo isso, a vitória de Nico ficou quase em segundo plano pois mal apareceu na transmissão, não por culpa dele, mas pelo contexto que cercou a prova. Por exemplo, diante das inúmeras trocas de componentes do carro, Hamilton conseguiu arrancar um ótimo terceiro lugar, o que certamente não estava nos planos de seu rival. Lewis deve ter pensado nisso quando declarou que "talvez Nico não estivesse contente em o ver no pódio". O prejuízo poderia ser grande, mas foi de apenas 10 pontos na tabela: 232 a 223 no campeonato. Ricciardo também sobreviveu aos incidentes de corrida e foi o segundo, afirmando seu bom momento na temporada. Só falta uma vitória para coroar o trabalho bem feito até aqui.

Foto: EFE
Inegavelmente os três protagonistas da corrida foram Vettel, Verstappen e Raikkonen. Afinal de contas, o trio se envolveu no incidente desencadeador de toda a mudança de disputas da prova. Tudo começou na primeira curva. Vettel alonga na Source, enquanto Verstappen (que largou muito mal) foi otimista demais ao tentar passar Raikkonen, que ficou espremido entre os dois, pelo meio. Resultado: Toque de Verstappen em Raikkonen, que bateu em Vettel, que rodou. Incidente de corrida. O finlandês teve o bico danificado e o holandês também foi aos boxes. Vettel ficou para o fim do pelotão.

Foto: Reprodução
A partir de então, os três se propuseram a uma corrida de recuperação. Antes de tudo isso, outro fato que fez a diferença na corrida de hoje: A pancada fortíssima de Magnussen na Eau Rouge. Para a sorte do dinamarquês, o choque foi de traseira. Se fosse de frente, poderia ser muito pior. O piloto saiu com um corte no tornozelo e foi levado ao hospital para que fossem realizados exames. Está tudo bem com Magnussen, que espera ter condições de correr na semana que vem. A porrada destruiu a barreira de pneus, que teve de ser reconstruída, paralisando a prova por cerca de 10 minutos. A bandeira vermelha permitiu que houvesse trocas de pneus, o que alterou completamente a dinâmica da corrida. Todo mundo ficou com a mesma estratégia.

Foto: Reprodução
Diante disso, o trio da corrida voltou a disputar posições e chegaram a se cruzar. Verstappen, agressivo como é, se defendia de Raikkonen a qualquer custo. Em um dos ataques na grande reta, Verstappen chegou a mudar duas vezes o carro de direção, o que é proibido, além de praticamente fazer um "brake-test". Se não fosse o finlandês, teria acontecido outro acidente grave. Kimi reclamou com razão. Max retrucou dizendo que não era seu problema. Max também se envolveu em outros incidentes com Vettel e Pérez. Ambos tiveram que recolher para que não houvesse um acidente. Apesar disso, em nenhum momento o holandês chegou a ser investigado pelos comissários.

Entretanto, no paddock, muitas críticas: Da Ferrari, pois seus dois pilotos estiveram envolvidos em incidentes com Max, e também de outras pessoas, como Niki Lauda e Toto Wolff, da Mercedes. Lauda chegou a dizer que Verstappen precisa de um psiquiatra. É evidente que o arrojo de Max é ótimo para a F1. Ir para cima, vender caro a posição, jogar duro, essas coisas. Todavia, não foi isso o que ele fez hoje (ou ontem): Max jogou para todos os lados de forma irresponsável como se fosse videogame, contando com o bom senso dos adversários para que não acontecesse algo pior. Daqui a pouco essa paciência acaba e Max terá que aprender da pior maneira a medir a consequência de seus atos. Espero que não precise disso. Hoje ele fez uma das piores atuações da carreira, chegando em 11°, e deveria ter sido punido. Max não pode ser protegido só porque é popular e queridinho entre os fãs. Do contrário, as coisas irão piorar: Ele continuará jogando e espalhando o carro em excesso, e será irreversível. Estão deixando ele "se criar".

No fim das contas, Vettel foi o sexto e Kimi o nono, aquém do que a Ferrari poderia render hoje. Outro destaque da corrida foi ele, a Fênix Fernando Alonso. Seu feito foi maior que o de Hamilton, dadas as condições dos carros. Sem praticamente andar no final de semana, com a incrível punição de 65 posições, largou em último e também se aproveitou da corrida caótica para galgar posições. Chegou a ficar em quarto, mas caiu de rendimento quando todo mundo esteve com a estratégia nivelada. Mesmo assim, conteve os ataques de Massa a corrida toda, mostrando que o chassi da McLaren é bom e o motor Honda evoluiu um pouquinho, mas ainda continua abaixo de Mercedes e Ferrari. Enfim, Alonso conseguiu um ótimo sétimo lugar em uma pista dominada por retas. Button, no seu GP número 300, não teve a mesma sorte: Abandonou na primeira volta após ser atropelado pela Manor de Wehrlein.

Foto: Reprodução
A Force India confirmou o ótimo momento na temporada e fez o que se esperava: 4° e 5° com Hulkenberg e Pérez. O alemão bateu na trave em busca do pódio inédito, de novo. Com o resultado, a equipe de Vijay Mallya finalmente ultrapassou a Williams na tabela de construtores, alcançando o quarto lugar. A equipe de Grove, por sua vez, segue em franca decadência: Com um chassi fraquíssimo até em circuitos de alta, Bottas foi o oitavo e Massa, combativo, o décimo. Apesar de ficar em sexto quase toda a corrida, perdeu rendimento e foi ultrapassado por Pérez, seu companheiro de equipe e as duas Ferraris. O brasileiro parece estar se despedindo da F1. Nasr terminou em 17° (último dos que completaram a prova), mas a Sauber mostrou-se mais competitiva com as novas atualizações, ao menos. Foi atrapalhado por um pneu furado. Esteban Ocon, o estreante, ficou em 16°. Olho no francês, provável piloto da Renault no ano que vem!

Confira a classificação do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro. Até!


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

TESTES E PUNIÇÕES

Foto: F1Fanatic

A F1 voltou das férias de verão em ritmo de testes e tranquilidade. Serei sucinto. No TL1, Rosberg, usando o Halo, e Hamilton fizeram dobradinha, seguidos pof Raikkonen e Pérez (Force India sempre muito bem em Spa), Vettel em 5° e a dupla da Red Bull em 6° e 7° (Ricciardo e Verstappen). Os taurinos, a Toro Rosso e a Force India também utilizaram o apetrecho durante o dia. Massa foi o 12° e Nasr o 15°. Um dos destaques do dia foi a estreia de Esteban Ocon na Manor. Na primeira sessão, foi o 16°, a frente de Wehrlein, 19°. Massa, com a decadente Williams foi o 12°, enquanto Nasr, com novas atualizações na Sauber mas ainda sofrendo com problemas de motor, foi o 15°.

Foto: Getty Images
Foto: Divulgação
No TL2, a Mercedes não usou os pneus supermacios. Com isso, Red Bull e Force India se destacaram: Verstappen, Ricciardo e Hulkenberg no top 3, Vettel em 4° e Pérez em 5°. São as quatro principais forças da F1 hoje. A Red Bull virou a segunda força da F1. Se a Mercedes bobear, os taurinos irão incomodar. As equipes estão preocupadas com o desgaste dos pneus. A alta temperatura da pista (e consequentemente do clima na Bélgica) não é comum nessa época do ano. Destaque para Wehrlein, 11° colocado. A Williams ficou apenas em 16° e 17° (Bottas e Massa, respectivamente). Nasr, com o problema de corte no motor Ferrari, foi o último, enquanto Ericsson ficou em 15°.

Entretanto, o que chama a atenção antes do treino são as punições "folclóricas"a alguns pilotos. Por força do regulamento, sabemos que Ericsson, Hamilton e Alonso largaram nas últimas três posições. A decisão de Hamilton era óbvia e esperada: Ele e a Mercedes irão aproveitar que Spa é uma pista grande para fazer os reparos necessários, pois a possibilidade de fazer uma corrida de recuperação é maior. Desde o ano passado, o regulamento da F1 estabelece que cada piloto tem direito a usar, ao longo da temporada, cinco unidades de cada componente que forma a unidade de potência (MGU-H, MGU-K, bateria, turbo, motor a combustão e central eletrônica). A partir do momento que o piloto extrapola este número, ele é automaticamente punido com 10 posições no grid, perdendo mais cinco a cada outro item utilizado pela sexta vez. A penalidade se repete caso ele utilize a sétima unidade e assim por diante.

Entre os dois treinos, a Mercedes colocou dois MGU-H, turbocompressores, o que aumentou a pena em 30 posições. Todavia, Alonso o "superou na pena": O espanhol trocou a unidade de potência inteira: motor de combustão, MGU-H, MGU-K, turbo, controles eletrônicos e bateria. Sequer participou do TL1. Ericsson irá utilizar o seu sexto turbocompressor e foi punido com "apenas" 10 posições.

É ridículo a F1 punir com "30" posições, quando o máximo são 21 Isso é piada para os fãs e deixa todo mundo confuso, sem entender nada do regulamento. São atitudes como essa que explicam a queda de audiência do esporte...

A corrida tem tudo para ser ótima. Spa sempre é uma atração à parte. Rosberg deve largar na frente, com as duas Red Bull incomodando. A questão é saber a real diferença entre os dois carros. Ferrari e Force India vem logo atrás, e bem lá de trás Hamilton tem tudo para proporcionar um show de pilotagem e ultrapassagens vindo do fundo do pelotão, realizando sua corrida de recuperação, visando ter o mínimo de prejuízo possível para a pontuação do campeonato. Será que dá para ganhar?

Confira os tempos dos dois primeiros treinos livres do GP da Bélgica:



Até!

A PRISÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA

Foto: Divulgação
Há 25 anos, no dia 23 de agosto de 1991, o mundo da F1 conheceu um certo alemão de nome Michael Schumacher, que estreava na categoria aos 22 anos de idade, pela Jordan, também estreante naquele ano. O que muitos não sabem é que um fato ocorrido em dezembro de 1990 desencadearia essa história maravilhosa.

Centro de Londres. Hyde Park Corner. O piloto nascido em Luxemburgo e de nacionalidade belga e francesa Bertrand Gachot, à época com 27 anos, dirigia rumo a um escritório de uma empresa que estava disposta a lhe patrocinar para a F1 na temporada de 1991. Então, aconteceu uma pequena confusão com um taxista (os carros não chegaram a se tocar). Irado, esse cara perdeu as estribeiras e veio correndo em direção ao carro de Gachot, abriu a porta do veículo e puxou o francês pela gravata. A namorada do piloto tinha em sua bolsa uma garrafa de gás CS, entregou para Gachot, que borrifou na cara do taxista. Ele anotou a placa do carro e prestou queixa na polícia.

Foto: Getty Images
O tempo passou, e Gachot estava na Jordan em 1991; vinha animado de um quinto lugar no Canadá e de um teste muito bom na Hungria, onde sentia que finalmente as "coisas iam se encaminhar bem". Bem, no dia 14 de agosto de 1991, o piloto teve que se apresentar a um tribunal inglês. Ouviu o improvável: 18 meses de detenção por causa de uma agressão com arma a um motorista e mais 6 meses por posse de garrafa CS, proibida na Inglaterra". Gachot saiu do sonho da F1 a dois anos de cadeia por usar um spray.

Diante desse fato, o chefão da equipe, Eddie Jordan começou a se mexer. De início, pensou nos nomes de Keke Rosberg (aposentado desde 1986), Derek Warwick e Stefan Johansson. A notícia de que um lugar da Jordan estava disponível deixou o paddock em alvoroço. Dias depois, Eddie contou que recebeu uma ligação da Mercedes. Schumacher, até então, era apenas um piloto da academia de jovens talentos da Mercedes, junto com Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger, onde disputava o grupo C do Mundial de Esporte-Protótipos.

Jochen Neerspach, diretor de competições da empresa alemã, disse que havia chegado a um acordo com um dos pilotos para correr na Bélgica e ofereceram 150 mil libras de pagamento. Um valor espetacular para a Jordan, que não tinha verba para terminar a temporada. Dias depois, estavam Willi Weber e o jovem Schumacher na fábrica da equipe moldando o assento do carro. Ele nunca havia pilotado em Spa, embora morasse cerca de 100 km do local. Schummy havia sido o campeão da F3 alemã no ano anterior.

Foto: Divulgação
Foram realizados testes em Silverstone. O alemão foi 1 segundo mais rápido que o melhor tempo da equipe na pista, do seu companheiro de carro Andrea De Cesaris. Em Spa, nos treinos, outro massacre: 7 décimos mais rápido que o italiano, que era muito veloz. Schumacher estreou na F1 largando em 7°, contra o 11° lugar de De Cesaris. Entretanto, Schummi quase não disputou na corrida. O piloto belga Philippe Adams ganhou recurso na justiça para correr pela Jordan, pois em 1990 ele assinou contrato para correr no time mas acabou indo para outro, e Eddie não devolveu a quantia de 150 mil libras. Em conversa com o chefão Bernie Ecclestone, o dinheiro foi adiantado e pago a Adams. Fim do empecilho.

Todavia, a estreia de Schumacher durou apenas alguns metros.A quebra de embreagem, ocasionada na hora da largada (ele nunca havia largado com tanque cheio - VEJA ABAIXO:)


O que aconteceu depois todo mundo sabe: Logo na corrida seguinte, foi costurado um acordo entre Briatore, Bernie e Schummi, que foi para a Benetton, substituindo Roberto Pupo Moreno, que foi dispensado, correndo com Nelson Piquet, que se aposentou no fim daquele ano. O resto é história...

E Gachot? Bom, ele saiu da prisão depois de dois meses e chegou a correr na Larousse. Depois, foi dono da Pacific Racing em 1994 e 1995. Atualmente, é um empresário de sucesso, dono da Hype Energy Drink (que patrocina a Force India) desde 2000, com participação no mercado de 40 países. Vencedor de Le Mans e um ótimo empreendedor, ele vê seu filho correndo nas competições menores e sonhando com a F1. Que ele não jogue spray nos outros. Qualquer coisa, se não der certo, que tome conta das empresas do pai.

Até!

GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Michael Schumacher - 1:43.726 (Ferrari, 2002)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

VERSTAPPEN NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA AS CRÍTICAS: "VOU GUIAR DA MESMA FORMA DE ANTES"

Foto: ThisIsF1
É como diz aquela velha música da Luka: "Tô nem aí". Também é o lema de Verstappinho. Alvo de críticas dos pilotos pelo seu jeito "agressivo" de atacar e defender as posições, principalmente contra Raikkonen na Hungria, o holandês garantiu que não liga para os comentários do paddock: “Eu sempre vejo isso de forma positiva. Se as pessoas estão falando sobre você, então é porque você está fazendo alguma coisa certo. Claro, sempre tem gente que vai te criticar”, disse o piloto em entrevista à revista ‘Autosport’.

“Algumas pessoas são por você, algumas pessoas são contra. Mas tento fazer o melhor trabalho possível para a equipe porque nós estamos lutando com a Ferrari”, comentou o piloto, defendendo sua postura.


“Claro, estou sempre no limite, mas é assim que você chega ao sucesso, por estar no limite, porque se você estiver abaixo dele, então você nunca vai alcançar aquilo que é capaz de fazê-lo. Então, para mim, isso não muda muita coisa. Vou guiar da mesma forma que antes porque não há nada de errado nisso”, avisou. Verstappen faz o que todo piloto deveria fazer: É arrojado e agressivo, vai até o limite, mas sem ser desleal. É duro sim, mas defende e faz os movimentos necessários para segurar a posição e ir para cima em pontos de pista onde as ultrapassagens não são comuns (Rosberg e Kimi que o digam). É isso que o fã quer ver nas pistas: Disputa, defesa e troca de posições.

DE OLHO NA WILLIAMS, FORCE INDIA QUER MANTER ASCENSÃO

Foto: Economic Times
Sempre estiloso, o chefão Vijay Mallya está confiante com o desempenho da Force India neste final de semana. Afinal, o retrospecto da equipe indiana é muito bom: Foi lá que, em 2009, Fisichella conquistou a primeira pole e o primeiro pódio da história da escuderia antes de rumar para a Ferrari e substituir Luca Badoer. Diante dos últimos resultados positivos na temporada e a queda de rendimento da Williams, Spa é fundamental para que a Force India possa diminuir a diferença de pontos nos Construtores.

A briga vale o quarto lugar na tabela, o que daria uma grana fundamental para ambas as equipes pagarem suas dívidas e tentarem sobreviver nesse mundo caríssimo da F1. O circuito de alta, em tese, favorece as duas equipes. Entretanto, o chassi dos indianos parece ser melhor que o dos britânicos, o que pode fazer a diferença, afinal, ambos utilizam o mesmo motor Mercedes.“Spa representa uma boa chance de continuar marcando pontos. As mudanças que introduzimos em Silverstone fizeram a diferença e ainda há mais performance que podemos extrair do nosso chassi”, comentou o dirigente em prévia da equipe divulgada nesta segunda-feira (22).

“Acho que todas as equipes mudaram seu foco para 2017, portanto a ordem de forças não deve mudar muito. Em algumas pitas vamos nos adaptar melhor que os outros, mas sem dúvidas Spa é um circuito em que o VJM09 pode ser forte”, disse. Vijay complementou afirmando que “Desde Mônaco conseguimos 67 pontos em comparação com os 31 obtidos por nosso rival mais próximo. Se continuarmos neste ritmo, vai ser interessante ver em que posição podemos terminar a temporada".


O quarto lugar seria a melhor posição da história da equipe, que está na F1 desde 2008. Pelo andar da carruagem, é bem possível de acontecer, com dois bons pilotos e um carro competitivo em mãos. Mesmo com sérias dificuldades financeiras, é incrível notar que a Force India foi uma das poucas equipes que estrearam na última década e que conseguiu se manter, evoluindo do fim do grid para o meio, até chegar ao top 5 (Toro Rosso não conta porque é "somente" uma extensão da Red Bull). Tomara que os indianos possam surpreender igual em 2009. É quase impossível, mas sou esperançoso (lado torcedor da Force India batendo mais alto, confesso).

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 217 pontos
2 - Nico Rosberg (Mercedes) - 198 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 133 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 122 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 120 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 115 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 59 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 47 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 38 pontos
10- Nico Hulkenberg (Force India) - 33 pontos
11- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
12- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
13- Fernando Alonso (McLaren) - 24 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 17 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 415 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 256 pontos
3 - Ferrari - 242 pontos
4 - Williams Mercedes - 97 pontos
5 - Force India Mercedes - 80 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 45 pontos
7 - McLaren Honda - 42 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Globoesporte.com




terça-feira, 23 de agosto de 2016

A VISITA DE NASR

Foto: F1 Mania
Diante do foco e da catarse evidente nos sensacionais Jogos Olímpicos Rio 2016, muita coisa de outros esportes não-olímpicos em ficaram em última mão. Repetindo, mais do que justificável, e lógico.

Pois bem, a informação é do Lauro Jardim do O Globo: Na semana passada, Felipe Nasr se encontrou com o presidente interino Michel Temer, juntamente com seu empresário e um deputado paranaense não nomeado até aqui. O objetivo era simples: Nasr queria apoio estatal para conseguir mudar de equipe na próxima temporada. Dando nome aos bois: Queria mais dinheiro do Banco do Brasil para poder disputar a transferência para a Renault.

Além do apoio financeiro, Nasr teria pedido que Temer tentasse influenciar os franceses, com fábrica no Paraná e com CEO brasileiro (Carlos Ghosn) a contratá-lo. Em tese, é um dos inúmeros candidatos a uma das vagas restantes da Renault, supondo que Esteban Ocon já esteja acertado em um dos cockpits.

A questão é polêmica e complexa em muitos pontos: Atualmente, o Banco do Brasil já oferece uma boa quantia de patrocínio para Nasr, que o mantém na Sauber há duas temporadas. No mundo da F1, sabemos que são poucos os pilotos que entram no circo apenas pelo talento puro. Nesse mesmo mundo, paralelo que só, 40 milhões de reais é uma quantia baixa para a contribuição de um piloto "pagante" a uma equipe, principalmente se for uma que vive uma série crise financeira, como é a Sauber, que promete se recuperar depois da nova parceria anunciada no mês passado.

Foto: José Inácio
Sendo uma sociedade de economia mista, o Banco do Brasil, a concorrência no mercado e a exposição da marca no bólido seria muito mais vantajoso na Renault, onde, em tese, existe maior possibilidade de vitória do que na Sauber. A outra questão é: Vale investir mais dinheiro que também é público em um piloto de F1?

Nasr não é Maldonado nem Haryanto. Não precisa depender do governo para conseguir se manter na F1. Evidente que todo patrocínio de empresas é importante (A BB o "banca" desde 2012), mas Nasr tem talento para conseguir algo além. Basta seu empresário Steve Robertson se mexer. A grande desvantagem de ter recusado ser piloto Red Bull é essa. Do contrário, Nasr estaria tranquilo na Toro Rosso, assim como poderia já estar fritado por Helmut Marko.

Enfim, o teor da conversa foi buscar apoio político ou financeiro? Qual seria o trunfo que Nasr e seu staff teve em mente? O fato de ambos terem descendência libanesa? Única alternativa para dar um passo à frente na carreira? Perguntas que ficam no ar e só o tempo pode responder...

Até!