quinta-feira, 19 de maio de 2022

GP DA ESPANHA: Programação

 O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:18.149 (Red Bull, 2021)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:15.406 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004) e Lewis Hamilton (2014, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021) - 6x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 85 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 66 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 59 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 53 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 36 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 30 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 24 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

16- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 157 pontos

2 - Red Bull RBPT - 151 pontos

3 - Mercedes - 95 pontos

4 - McLaren Mercedes - 46 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 31 pontos

6 - Alpine Renault - 26 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


EM DÚVIDA

Foto: Divulgação/BBC

Além da questão esportiva, Sebastian Vettel também tem outros pensamentos que podem influenciar no término da carreira como piloto.

Cada vez mais engajado na questão ambiental e na sustentabilidade do planeta, o tetracampeão sabe que seu trabalho causa um impacto negativo nas novas crenças e lutas que anda desenvolvendo. Portanto, um posicionamento dúbio, e ele mesmo sabe disso.

Em entrevista para o programa "Question Time", da BBC, Seb falou sobre a questão climática e ser piloto ao mesmo tempo, afirmando que está cada vez mais em dúvida sobre permanecer na F1 enquanto lida com esse novo ativismo na vida.

"Sim e são perguntas que eu mesmo me faço todos os dias. Não sou um santo. Estou muito preocupado com o futuro, então esses tópicos relacionados a energia, dependência energética e para onde vamos.

Há algumas coisas que estão sob meu controle e outras que certamente não estão. Guiar carros de corrida é minha paixão, eu amo, e cada vez que entro num carro eu amo. Quando saio do carro, claro, também penso se é algo que devo fazer ajudando a desperdiçar recursos", disse.

No entanto, Vettel também frisou que pode fazer apenas o que está ao alcance e que a F1 é vista por muitos como um passatempo, uma diversão. Sem isso, as pessoas "enlouqueceriam" sem ter como passar o tempo livre.

"Tem muita coisa que pergunto a mim mesmo e muitas coisas que eu faço porque acredito que posso melhorar. Preciso pegar um avião todas as vezes? Não, então pego o carro. Algumas coisas estão sob o meu controle”, finalizou.

É interessante pensar nessas questões contraditórias. Talvez Vettel não precise ser tão radical. Só pelo fato de ter consciência das situações já é algo louvável. O pensamento crítico e a consciência não podem virar martírio e autopunição. Vettel está trabalhando e sustentando a família. Ter esse conhecimento e lucidez é o que importa.

ALPINE DEFINE DUPLA A PARTIR DE JULHO

Foto: Motorsport

Esteban Ocon, que no ano passado renovou até 2024, está garantido. A questão é saber quem ocupa o outro assento. Alonso se diz motivado e capaz de continuar na categoria, mesmo com 40 anos. O início de temporada é bem ruim: apenas dois pontos, azares e erros. Ocon tem 24.

A outra alternativa é Oscar Piastri, campeão da F2 que não teve assento nessa temporada. Apesar de ter virado reserva da McLaren e rumores apontarem uma possível vaga na Williams substituindo Nicholas Latifi ainda esse ano, não há nada definido.

O chefão Otmar Szafnauer declarou que a equipe francesa vai começar a pensar no assunto a partir do GP da Inglaterra, em julho. Ele não esconde que acha interessante que Piastri consiga quilometragem o mais rápido possível:

“No passado, quando a McLaren veio até nós e perguntou ‘Ei, podemos usá-lo como piloto reserva?’, dissemos sim. A razão para isso é que quanto mais tempo no carro ele tiver em vez de ficar parado, melhor. Então, teríamos essa estratégia em mente. Mas quanto ao que está acontecendo na Williams, não sei”, disse.

O ideal era os dois estarem na F1. Alonso na Alpine e Piastri em alguma outra equipe. Como falo há tempos, o clubinho da F1 faz vítimas, a da vez é o australiano. Se mais um time entrasse na categoria, não haveria esse drama e o jovem estaria se desenvolvendo, igual Alonso fez quando estreou na categoria pela Minardi. Piastri precisa estar no grid. Alonso também. Que se virem para encontrar uma solução.

TRANSMISSÃO:
20/05 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
20/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
21/05 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
21/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
22/05 - Corrida: 10h (Band)


terça-feira, 17 de maio de 2022

PASTOR, ÁLCOOL E DIA DAS MÃES

 

Foto: Getty Images

Há dez anos, estava terminando o colégio. Quer dizer, eu achava que jamais sairia daquilo que pra mim já tinha virado um inferno. As notas baixaram e por mais que tentasse estudar, não via sentido na maioria das coisas. Pensava ser apenas um número para supostamente passar no vestibular, decorando um monte de coisas que provavelmente jamais usaria (ou usei) na vida.

Pois então, antes de ser um antissocial mal sucedido, minha vida se resumia ao videogame e computador nos finais de semana. 17 anos, cara! Pra quê sair de casa? Chegou o fim de semana de dia das mães e o aniversário de um grande amigo. Meus pais foram para a praia passar o dia das mães com meus avós. Estava, portanto, sozinho em casa.

Fui para o tal aniversário. Era um sábado à noite. Começava a ficar frio. Cheio de espinhas e pus na cara. Conheci os amigos do meu amigo. Um verdadeiro bando. Fomos para o mercado organizar o que hoje seria o “esquenta”. Um bando de gente de 17 anos e alguns maiores de idade comprando cerveja, vinho e tudo que fosse necessário para o quentão da madrugada. Depois de algum momento tenso, fomos liberados. Voltamos para o salão de festas do condomínio.

Basicamente, foi a primeira vez que bebi na vida. Aparentemente, quase todo mundo ali já tinha experiência no negócio, apesar da mesma idade. Era um novo mundo. Como me comportar? Bom, em algum momento, saímos andando de madrugada jogando bombinha pela rua, num frio desgraçado. A ideia era tentar ver o nascer do sol no topo de um morro, mas estava muito frio. Voltamos para o condomínio. Não sei como, mas conseguimos fazer o quentão. Tava puro açúcar, mas era ótimo! Estávamos bêbados e adultos! Um novo mundo!

Na hora do parabéns, uma batalha animalesca para pegar o bolo com a mão. Uns vidros quebraram porque começaram a brincar e algo fugiu do controle. Eu e uns caras escondemos as últimas latinhas de cerveja que sobraram numa outra geladeira, afastada do salão de festas. Era o esconderijo.

Mais para lá do que pra cá, fui pegar a última lata. Ou tentar. Achei que tinham trancado os portões. Comecei a subir. Quando estava começando a descer, alguém abre o portão.

- O Sá, o quê tu tá fazendo aí?

- Achei que o portão estava trancado!

Desci, sabe se lá como, peguei a lata que faltava e depois só lembro que a combinação era dormir do lado de fora do salão, em baixo dos brinquedos da área de lazer pra não pegar chuva ou algo do tipo. No fim, estava muito frio. Subimos até o apartamento do meu amigo e nos esparramamos pela sala. Tem a foto desse momento.

Já de manhã, destruídos, peguei carona com meu amigo e voltei para casa. Era dia das mães. Grande Prêmio da Espanha. Estava tão desligado que perdi a corrida. Na época, já começava a gravar na NET quando não conseguia assistir. Tentei me desligar do mundo por algumas horas para assistir mais uma etapa em Montmeló. Lembrei que Hamilton não seria o pole por alguma punição. Maldonado estava na frente. “Não deve ter durado muito tempo. Vai ser igual o Hulk no Brasil”, pensei.

Não lembro os motivos, mas não consegui terminar a corrida no domingo. Como não terminei, simplesmente não entrei na internet ou assisti TV até finalmente acabar a prova. Não faltava muito. Nem tinha celular na época, então não me importava muito de ficar desconectado. Bastava jogar alguma coisa e não ligar a TV que estava ótimo.

Segunda. Aula. Um monte de exercícios ou algo do tipo. Cansaço. Assisti mais um pouco mas, de novo, faltaram algumas voltas. Mais um dia sem acesso a nada, pensando que era impossível o que estava vendo.

E aconteceu. Maldonado venceu de ponta a ponta e chocou a F1 naquele domingo (ou terça, para mim). Foi a última vitória da Williams e assisti uma corrida fragmentada. Não foi a primeira e nem a última vez.

De lá para cá, a Williams teve uma decadência, ressurgiu, decaiu, Frank morreu e o nome é apenas um nome. A última das garagistas se foi. Uma das grandes zebras da história da F1 porque não foi uma corrida atípica, na sorte. Desde os treinos até uma vitória de ponta a ponta, Maldonado fez sua história na categoria. Piloto de muitos acidentes e apoiado pelo governo venezuelano, Pastor foi o último sul-americano a triunfar na F1.

Uma semana depois de beber pela primeira vez, comecei a tomar Roacutan contra as espinhas. Foram meses longos, mas deu tudo certo. Minha cara ficou limpa e só voltei a beber na faculdade.

Como é época de Kendrick Lamar, essa foi minha “Swimming Pools” e “The Art Of Peer Pressure”. Afinal de contas, era 2012, e o “Good Kid Maad City” foi lançado meses depois dessa história. Uma década depois, chegamos a mais uma corrida em Barcelona, estou perto dos trinta, não bebi mais quentão e nem subi em portões, Hamilton é hepta, Alonso venceu pela última vez na Espanha em 2013 e Kendrick é uma estrela global.

Uma noite de sorte com os amigos até o grande passo.

Até!


segunda-feira, 9 de maio de 2022

ELE É O FUTURO

 

Foto: USA Today

Campeão da F2, três temporadas consistentes e tirando mais do que o carro poderia oferecer, um pódio em Spa e, aos 24 anos, George Russell finalmente chegou onde deveria: o carro da Mercedes.

Se no mundo precoce da velocidade hoje em dia isso pode ser considerado “tarde” ou “velho”, a verdade é que o caminho de Russell sempre foi muito bem pavimentado e, ao contrário dos contemporâneos, menos badalado. Leclerc, Max Verstappen e até Lando Norris sempre tiveram mais cartaz desde a base. Russell e Norris correram a F2 juntos e George sobrou, enquanto Lando foi apenas o terceiro. Entre eles, Alexander Albon. Os três subiram para a F1.

Russell sempre foi um piloto consistente, mas sem resistência interna. Kubica com limitações físicas e Latifi nunca foram desafios à altura. A culpa não foi dele. Fez o que era possível. Mesmo assim, a impressão é que faltava um algo a mais ou sorte no momento de brilhar. Mesmo dominando o polonês, foi Kubica quem terminou a temporada nos pontos. Quando George finalmente derrubou essa barreira, engrenou de vez, sem a pressão.

Esse azar veio até na corrida onde substituiu Hamilton, em 2020. Andou mais que Bottas e tinha tudo para vencer pela primeira vez, na estreia pela equipe. As particularidades de uma corrida evitaram isso. Desde então, Russell mostrou que estava pronto para subir de nível, a questão era quando. E a hora finalmente chegou.

Se o inglês conviveu com azares durante os anos de Williams, esse início na Mercedes é uma sensação agridoce. Podemos considerar azar porque, justo na vez dele, a equipe não conseguiu fazer um carro dominante ou capaz de brigar por vitórias até aqui. No entanto, Russell tem tido sorte e competência na leitura das corridas e está superando um heptacampeão nos pontos, o que ninguém poderia imaginar num primeiro momento.

Nada é fruto do acaso ou puramente sorte. Talvez Russell perca a batalha interna até o final do ano. Seria normal. Afinal, é só Lewis Hamilton que está do outro lado. No entanto, o que podemos observar nas corridas e classificações é que o inglês de 24 anos está pronto. Se ou quando a Mercedes lhe der um carro veloz, George tem tudo para ser um adversário poderoso e se juntar a lista de discussões da próxima geração, até aqui encabeçada por Max Verstappen e Charles Leclerc.

Ele está pronto.

Até!


domingo, 8 de maio de 2022

GANHANDO TERRENO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

No artifical circuito de Miami, lotado de celebridades, uma corrida morna mas que esquentou apenas no fim, graças ao Safety Car causado pela batida de Gasly em Norris. O francês não conseguia guiar o carro porque foi atropelado por Alonso voltas antes. Aos 40 anos, parece que os reflexos da Fênix não são mais os mesmos.

A expectativa de chuva e caos diante das armadilhas no circuito não se confirmou. O que vimos foi uma corrida chata, porém disputada, com um final mais emocionante. Pela primeira vez largando na primeira fila desde 2019, Max passou Sainz na primeira curva para seguir à caça de Leclerc. Nove voltas depois, virou líder e venceu a terceira na temporada. 

A Ferrari com os pneus macios perde ritmo muito fácil. A Red Bull sobrou e só não conseguiu um resultado melhor porque o motor de Pérez apresentava problemas. Mesmo assim, o mexicano se precipitou no final da prova e gastou um ataque contra Sainz, mergulhando e travando tudo. O espanhol pelo menos se recuperou das últimas corridas e trouxe pontos importantes nos construtores. A Red Bull está chegando.

Com os pneus duros, a Ferrari teve bom ritmo, mas Max me parece um degrau acima na disputa individual com Leclerc. O monegasco, dessa vez, não se emocionou e garantiu bons pontos para manter uma vantagem relativamente boa no campeonato. A Ferrari certamente vai ter atualizações a partir de Barcelona, assim como os demais. É necessário, pois a vantagem da Austrália já evaporou. Hoje, o maior inimigo da Red Bull é a própria confiabilidade.

Que piloto é George Russell. Parecia que seria um domingo difícil. Largando mal e lá atrás, optou pela estratégia de começar com os pneus duros e avisou a equipe: vamos assim enquanto for possível, até aparecer um VSC ou um Safety Car. Dito e feito. Teve sorte, mas também mérito em fazer a leitura da situação, provavelmente influenciado por Albon na Austrália. Na reta final, com pneus novos, passou Hamilton com facilidade e chegou na frente do heptacampeão de novo. Dessa vez, o #44 não foi mal, apenas traído pelo acaso e a equipe, que deixou nas mãos do piloto a decisão estratégica. Hamilton obviamente ficou insatisfeito com isso porque quem decide é o estrategista. 

Bom, mais uma vez ficou evidente que o carro dos alemães é a terceira força do Mundial, mesmo muito atrás de Ferrari e Red Bull. Dali para trás, é briga de foice no escuro. Bottas fez uma corrida correta mas escorregou no fim. Ainda assim, teve um ótimo sétimo lugar. Ocon também teve boa corrida de recuperação e, mais uma vez, Alexander Albon consegue um pontinho improvável na Williams. Um espetáculo de corrida.

Vettel e Mick Schumacher estavam brigando pelos pontos, mas aí o problema de não saber ultrapassar... Mick simplesmente atropelou o mentor e os dois zeraram. Aliás, o filho do Schummi segue zerado no grid. A cada corrida que passa, a pressão aumenta. É complicado. Deve ter levado algum puxão de orelha do Gunther Steiner. Magnussen colocou Mick em uma situação difícil. 

Pouco a pouco, Verstappen e a Red Bull avançam algumas jardas e vão diminuindo a desvantagem em relação a Ferrari. O campeonato é longo e agora chegamos em uma fase interessante: as corridas europeias, onde as primeiras atualizações são colocadas em prática nos carros. Aí, saberemos se a Red Bull consegue a virada, a Ferrari mantém ou dispara ou se a Mercedes começa a incomodar a ponto de voltar a sonhar com algumas vitórias.

Confira a classificação final do GP de Miami:


Até!

sexta-feira, 6 de maio de 2022

À FLOR DA PELE

 

Foto: Hasan Bratic/Getty Images

Tal qual o início da música de Chico Buarque e Milton Nascimento, a F1 vive um grande encantamento fora das pistas em Miami e uma incerteza dentro das pistas. O fato, que já seria normal por ser uma pista inédita, ganhou contornos mais interessantes diante dos dois treinos livres nessa tarde.

Confesso que minha atenção foi dividida com os acontecimentos do MMA nesta tarde. Charles Do Bronx perdeu o cinturão do UFC por não bater o peso e assisti o Bellator durante o segundo treino livre. Até porque os dois treinos tiveram acidentes e paradas. 

O que deu para perceber foi uma possível evolução da Mercedes. Ninguém conhece a pista e não houve muito tempo para acertos. É um traçado traiçoeiro, com asfalto escorregando muito. Portanto, não há muito o que ver, mas George Russell liderou a segunda sessão. O final de semana é um ponto de interrogação porque, repetindo, não teve muitas amostras até aqui. Por enquanto, é um fato que dá um alento.

O que podemos falar com propriedade é que Carlos Sainz não tem defesa. Bateu de novo. Três corridas seguidas com incidentes. Já pode ter jogado fora outro final de semana, justamente depois de renovar por mais duas temporadas. Inacreditável o que virou o espanhol na hora da decisão, da responsabilidade. Está entrando em uma espiral negativa que o grande inimigo é a própria cabeça, o psicológico. A Ferrari está com um a menos até aqui. Se os mecânicos recuperarem o carro, tem toda a questão de tentar reverter essa situação em uma pista desconhecida. Uma decepção.

Bottas bateu e diversos pilotos rodaram naquela curva à direita mais aberta, além daquele trecho mais fechado e estreito onde estão raspando no muro. Lembra muito Baku e Arábia Saudita, como todo e qualquer circuito de rua. Ainda acho melhor que tivessem escolhido algum autódromo americano mais tradicional, mas corridas de ruas sempre rendem possíveis caos automobilísticos.

Outra preocupação foi Max Verstappen. De novo o motor Red Bull deu problemas e não fez tempo no segundo treino livre. O problema de confiabilidade dos taurinos é o grande calcanhar de aquiles para a disputa contra Charles Leclerc. O monegasco ainda tem uma vantagem confortável. Se administrar melhor e com inteligência, pode capitalizar em cima disso, ainda mais se a Mercedes realmente voltar a incomodar lá na frente e roubar alguns pontos da Red Bull.

No mais, o midiático GP de Miami ainda guarda muitas dúvidas e expectativas, dentro e fora das pistas com as celebridades e o traçado traiçoeiro. Num horário maravilhoso, com certeza tem tudo para ser um grande espetáculo e abrir o tapete vermelho para a Liberty Media, que já deve estar ansiosa para Las Vegas no final do ano que vem.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!


quinta-feira, 5 de maio de 2022

GP DE MIAMI: Programação

O Grande Prêmio de Miami acontece pela primeira vez na história, em um circuito de rua de 5,4 km. O contrato inicial com a categoria é de dez anos.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 86 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 59 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 54 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 49 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 38 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos

7 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 28 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 24 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 20 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto

17- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 124 pontos

2 - Red Bull RBPT - 113 pontos

3 - Mercedes - 77 pontos

4 - McLaren Mercedes - 46 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 25 pontos

6 - Alpine Renault - 22 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 16 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos

10- Williams Mercedes - 1 ponto


APOSENTADORIA? SÓ O TEMPO DIRÁ

Foto: Aston Martin

Aos 34 anos e com contrato encerrando no final da temporada, é normal que comecem a levantar dúvidas, suspeitas e desinformações sobre o futuro de Sebastian Vettel na Fórmula 1.

Ausente das duas primeiras etapas em virtude da Covid, Vettel estreou muito mal na Austrália, onde bateu várias vezes. No entanto, conseguiu um ótimo oitavo lugar em Ímola, conquistando os primeiros pontos da Aston Martin no ano.

Mesmo com estrutura e investimento, a Aston Martin está aquém do que deveria, e isso certamente pode pesar na decisão de Seb, que aparentemente ainda não definiu o futuro. Tudo depende de como vai estar o carro:

“Acho que é uma daquelas grandes decisões, mas a equipe está crescendo. Há coisas que parecem ser bem promissoras. A resposta é: o tempo dirá. Vou avaliar alguns pontos importantes, para ver o quão promissor será o futuro e em quanto tempo isso acontecerá. Não estou tão velho, acho que tenho ainda muitos anos pela frente, então isso não é problema.

O objetivo final é esse: vencer e lutar por pódios e vitórias, e estamos longe disso atualmente. Mas, como eu disse, há muito trabalho [em andamento], então também é muito animador saber onde estamos agora, dar esses pequenos passos e definir o caminho para o futuro."

Acostumado a vencer e brigar por títulos, vitórias e poles, Vettel vive uma nova realidade na Aston Martin: do meio para trás do grid, sendo um mero coadjuvante. O alemão admitiu que é necessário uma motivação diferente para seguir adiante e recomeçar nas ambições para voltar ao topo:

“Com toda a honestidade, eu tive uns 15 anos incríveis, venci campeonatos e muitas corridas, lutei por pole-positions, consegui muitos pódios e, obviamente, o sabor era ótimo. Não é segredo que, quando não se está nessas condições, o gosto é diferente. Mas sim, estou disposto a experimentar isso novamente. Essa é a natureza do esporte”, concluiu.

Mesmo que Vettel esteja longe do auge, ele é um tetracampeão. Assim como Raikkonen, ele que precisa escolher quando e onde parar. Dinheiro e glória não são problemas para Seb, obviamente, então a questão motivacional e o projeto apresentado pela Aston Martin, onde também é acionista, vão fazer a diferença. 

Na verdade, o futuro de Vettel está nas mãos de Lawrence Stroll e a capacidade dele fazer a equipe evoluir rapidamente. Do contrário, Vettel pode fazer o que quiser sem problemas, desde a aposentadoria e curtir a vida com a família ou então andar no meio do grid.

UM NOVO MUNDO

Foto: Getty Images

No fim do grid e com Mazepin de companheiro, a tarefa de Mick Schumacher era tranquila: chegar na frente do russo porque não havia mais o que fazer.

No entanto, com o novo regulamento, a Haas deu um salto no grid, brigando por pontos e se embolando com as equipes. Mazepin saiu graças a guerra e o experiente Kevin Magnussen voltou. A barra está mais alta. Magnussen, mesmo chegando de última hora, tem sido o responsável pelos pontos do time até aqui.

Mick, por sua vez, continua zerado e abaixo do dinamarquês. Para Gunther Steiner, há uma explicação: Mick não está acostumado a brigar por posições na F1 e isso está fazendo a diferença nas corridas.

“Ele tem que aprender a pilotar na frente. É mais apertado no meio do grid. Eu disse a ele que quanto mais alto você sobe, mais rarefeito fica o ar. É algo novo para ele usar o carro para uma manobra de ultrapassagem. Na temporada passada, sempre estávamos atrás e ele raramente conseguia fazer isso. Ele quer melhorar e é por isso que investe tanto tempo”.

Em Ímola, Mick tentou passar Alonso na primeira curva, bateu no espanhol, rodou e comprometeu a corrida. A barra subiu e o alemão não está bem. Magnussen chegou de última hora. É claro que é um novo regulamento, mas a verdade é que Schumaquinho poderia entregar um desempenho melhor. 

A pressão pelo sobrenome sempre vai existir e, no passado, Schummi sempre evoluiu, mesmo não sendo brilhante. É preciso sair desse desconforto para mostrar que é de fato um bom piloto. Acredito em Schumaquinho nesse novo universo, onde é capaz de brigar por posições e por pontos na F1.

TRANSMISSÃO:
06/05 - Treino Livre 1: 15h30 (Band Sports)
06/05 - Treino Livre 2: 18h30 (Band Sports)
07/05 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
07/05 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
08/05 - Corrida: 16h30 (Band)



terça-feira, 3 de maio de 2022

VEM AÍ?

Foto: Reprodução/Internet

 Uma das maiores lendas da história pode estar sendo desfeita daqui quatro anos.

O grupo Volkswagen confirmou que vai entrar na F1 em 2026, com a Audi e a Porsche. E por quê só daqui quatro anos? É quando a F1 vai passar por uma nova regulamentação técnica, que obviamente foi feita para adequar os interesses e atrair o grupo alemão.

Depois de décadas de especulações, o que aconteceu dessa vez para finalmente convencer os alemães irredutíveis? Lembrando que esse papo tinha esquentando alguns anos atrás, antes de estourar o Dieselgate.

A diferença foi o aumento da popularidade da F1 na América do Norte e na Ásia,possivelmente influenciados pela disputa Hamilton vs Verstappen do ano passado, o aumento do engajamento da F1 nas redes graças ao sucesso da série Drive To Survive e, por quê não, a presença de dois pilotos asiáticos no grid (Tsunoda e Zhou).

E o que a F1 teve que abrir mão para finalmente concretizar a vinda dos alemães? Bem, considerando que a Honda deixou a categoria e a Renault não é confiável, a partir de 2026 a F1 fica cada vez mais sustentável. Segue trecho do “Grande Prêmio”:

“Os motores manterão a tecnologia V6 turbo, mas com a extinção do MGU-H, bateria responsável por gerar energia elétrica nos carros, enquanto o MGU-K passa a compensar neste aspecto. Cerca de 476 cv devem ser entregues pelo motor de combustão e o motor elétrico.”

Além disso, o combustível será 100% neutro em CO² e o teto de gastos deve ser mantido em US$ 140 milhões.

É claro que as atuais montadoras já chiaram, temendo uma possível vantagem para os alemães até chegar lá. No entanto, falta muito tempo e esse papo de Audi e Porsche na F1 é tão antigo que não duvido nada que os alemães deem para trás. Nunca se sabe quando pode aparecer um Dieselgate por aí...

No entanto, dessa vez os planos parecem mais ousados, além de uma “ameaça”: se os alemães não entrarem na categoria agora, vai demorar uns 10 anos para que possa voltar a ser ventilado, porque tudo sempre vai depender de quando a F1 vai definir um novo regulamento técnico.

Voltando para os planos ousados: Audi e Porsche vão deixar as outras categorias de esporte a motor e focar somente na F1. A Porsche tem negociações avançadas com a Red Bull, reeditando a parceria que já fizeram no Mundial de Rali.

A Audi quer uma equipe própria e um motor autoral. No entanto, ela não tem planos de começar uma equipe do zero, e sim comprar alguma das atuais. Dependendo da situação financeira, Haas e Williams são candidatas naturais nesse processo, além da Alfa Romeo, que quase foi comprada por Michael Andretti ano passado.

Duas marcas pesadas entrando na F1 dessa forma é algo que não aconteceria desde o boom das montadoras no início dos anos 2000. Questões políticas e econômicas contribuíram para criar esse clubinho de dez equipes. Tomara que a Audi ou alguém consiga uma equipe extra, seria ótimo para todo mundo.

Até lá, em quatro anos, vou continuar cético perante a esse acordo. Já vi muitas idas e vindas desse negócio envolvendo Audi e Porsche. Agora, vou fazer igual o Detox do Dr. Dre: só acreditar quando ver e ouvir.

Até!