terça-feira, 25 de agosto de 2020

VÍDEOS E CURTINHAS #40

 

Foto: Alfa Romeo

Salve, pessoal! Notícia é o que não falta para este post, então vamos lá, sem enrolação:

- Apesar de Callium Ilott ser o líder do campeonato e o estreante Robert Shwartzman ser o segundo melhor piloto da academia da Ferrari na F2, a tendência mesmo é que Mick Schumacher esteja na F1 em 2021. Pelo que disse Mattia Binotto, a intenção, é claro, que o Schumaquinho comece na Haas ou na Alfa Romeo, equipes parceiras dos italianos. Talvez fosse uma decisão óbvia, mas Mick vem se mostrando um piloto apenas comum na F2. 

Como escrito antes, Ilott está merecendo mais e Shwartzman é muito mais talentoso. Enfim, Mick vai subir pelo sobrenome como todos sabiam. O mais engraçado é que se o alemão conseguir um resultado espetacular nas primeiras corridas, ninguém vai lembrar do "histórico na base". Sainz Jr e Vandoorne estão aí para lembrar disso.

Foto: Getty Images

E a Williams finalmente foi vendida. O anúncio foi na semana passada. O fundo de investimento americano Dorilton Capital efetuou a compra, sem valores divulgados publicamente. Oficialmente, a Williams deixa de ser uma garagista, o fim de uma era. Francamente, a Williams que todo mundo conhecia acabou com o fim da parceria com a BMW. O que vimos nos últimos 15 anos foi uma triste decadência que levou até esse momento. Com esse tal fundo de investimento e o papai Latifi bancando tudo, os ingleses pelo menos irão sobreviver. Eu fico pensando: o que leva um fundo de investimentos a comprar uma equipe de Fórmula 1? Como são um fundo, duvido muito que estejam no jogo só para lavar dinheiro. Eu aposto que, dentro de alguns anos, irão passar o negócio adiante recebendo menos do que gastaram.

Foto: Racer

- Jean Todt e Roger Penske em Indianápolis, no final de semana. O presidente da FIA disse abertamente que gostaria que a F1 voltasse para o Brickyard, onde teve provas entre 2000 e 2007. Tudo depende, é claro, da Liberty, que certamente deve achar mais interessante correr nas ruas de Miami... ah, além disso, aposto que aquela curva com esses pneus farofa iam causar muito temor em alguns telespectadores mais frescos... volta, Indianápolis!

Foto: FIA

A FIA anunciou as últimas quatro datas da temporada 2020. Como surpreendente, temos o retorno do GP da Turquia, ausente desde 2011 e sempre lembrado como o palco da primeira vitória de Felipe Massa, o maior vencedor nesse circuito. Além disso, teremos duas corridas no Bahrein (o GP do Bahrein e o GP de Sakhir), com a temporada se encerrando, é claro, em Abu Dhabi, no dia 13 de dezembro. Como escrito antes, é legal esse retorno a pistas esquecidas e que certamente nunca estarão de volta em situações normais. Seria bem legal se a Malásia retornasse. É um dos melhores traçados feitos pelo Tilke e faz falta no calendário. Confira as datas das corridas restantes na temporada 2020:

30/08 - GP da Bélgica
06/09 - GP da Itália
13/09 - GP da Toscana (Mugello)
27/09 - GP da Rússia
11/10 - GP de Eifel (Nurburgring)
25/10 - GP de Portugal
01/11 - GP de Emília-Romagna (Ímola)
15/11 - GP da Turquia
29/11 - GP do Bahrein
06/12 - GP de Sakhir
13/12 - GP de Abu Dhabi

Foto: Getty Images

Dono de uma boate na Sardenha, ele mandou reabrir em meio a pandemia. Lá, 60 pessoas, entre frequentadores e infectados, foram infectados com o covid. Depois, foi jogar bola numa pelada, sendo um dos jogadores Sinisa Mijalhovic, atual técnico do Bologna, que depois também esteve com covid.

Aos 70 anos, Flavio Briatore está internado em um hospital em Milão em estado grave em decorrência do coronavírus. Não duvide da gripezinha. Melhoras ao chefão, um dos malvados favoritos da história da F1.

Vídeos: hoje faz 35 anos da última vitória de Niki Lauda. Aproveite!

Como essa semana é o Grande Prêmio da Bélgica, impossível não postar a histórica ultrapassagem de Mika Hakkinen em Michael Schumacher há vinte anos:




Até!


domingo, 23 de agosto de 2020

SAMURAI SATO

 

Foto: CBS

No atípico ano de 2020, as 500 Milhas de Indianápolis aconteceram sem público e no penúltimo domingo de agosto. Tudo muito diferente, além da primeira edição com o horroroso Aeroscreen. Com a perda aerodinâmica, foi uma prova de poucas emoções e baseada na estratégia e, claro, nas amarelas.

Muitos novatos foram ao muro. Na ponta, o motor Honda dominava as ações. Dixon liderou boa parte das 200 voltas, seguido de perto por Sato e Rossi, com O'Ward, Rahal e Sato colados. Em uma das trocas, Rossi bateu em outro carro nos boxes e foi punido. Ao tentar escalar o pelotão, encontrou o muro. 

No último quarto da prova, na última rodada de pit stops, Sato parou antes de Dixon e, numa ultrapassagem por fora, começou a aumentar o ritmo. O neozelandês tentou atacar mas foi muito bem defendido pelo japonês. A corrida prometia um final eletrizante para essa disputa mas, faltando cinco voltas, Spencer Pigot, companheiro de Sato na RLL, bateu forte na quina do pitlane e, diante do estrago, não havia mais tempo para nada.

Segunda vitória do japonês no Brickward, conquistadas nas últimas quatro edições, a primeira da RLL desde 2004, quando Buddy Rice venceu. Apesar do gosto amargo de liderar a maior parte do tempo e mesmo assim não conseguir o segundo triunfo na Indy 500, Dixon aumentou a vantagem e se encaminha para o hexacampeonato na Indy. Graham Rahal foi o terceiro, seguido por Santino Ferrucci, com Newgarden em quinto (a primeira Chevrolet) e Pato O'Ward em sexto.

Foto: F1Mania

Uma das atrações, Alonso em nenhum momento flertou com a vitória, sequer com o primeiro pelotão. Largando em 26° com um carro muito ruim e um motor inferior ao da Honda (ah, a ironia do destino...), também teve problemas com a embreagem e levou uma volta do vencedor. Ao menos, dessa vez, o espanhol conseguiu largar e terminar a prova que ainda lhe resta para conquistar a Tríplice Coroa. Ao que tudo indica, esse sonho está adiado no mínimo até 2023, pois Alonso deixou claro que agora os próximos dois anos serão de foco total na Renault na F1. Valeu a tentativa e a experiência.

Os brasileiros Helio Castroneves e Tony Kanaan também disputaram a prova. No provável último ato com a Penske, Helinho foi o 19° e Tony, também em turnê de despedida, foi o 19°. Ficaram longe do primeiro pelotão, mas quem se importa? O problema é que, depois deles, não há mais nenhum brasileiro na categoria...

É louco pensar que se não fosse a afobação com Dario Franchitti em 2012, Sato agora teria 3 Indy 500 em casa, o mesmo número de Castroneves, por exemplo. Duas vitórias para o japonês que, aos 43 anos de idade, mostra que o auge pode sim ser mais tarde e em outras circunstâncias. Ele continuou dedicando o triunfo para o povo japonês e os acontecimentos do terremoto de quase uma década, em 2011.

Em um ano atípico, uma vitória normal. Uma pena que não houveram testemunhas oculares no Indianapolis Motor Speedway para saudar o Samurai Sato. Ele merece e muito.

Até!



segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A QUESTÃO RED BULL: Parte 2

Foto: Getty Images

 Retomo a questão de duas semanas atrás porque ela vale a discussão, principalmente depois do acontecido de ontem. Sim, é verdade que o tailandês nascido e criado na Inglaterra não se ajuda, mas a Red Bull nem esconde que ele ou qualquer outro jovem que está na matriz serve apenas para engordar o cartel de Max e se queimar no médio/longo-prazo.

Usaram Albon de cobaia para Max. Anteciparam a parada e colocaram os pneus duros. Depois de algumas voltas, onde ficou evidente que aquilo não daria nada, é que pararam o holandês enquanto este esbravejava diante dos pneus se esfarelando. Claro que Max é a prioridade, mas Albon teve sua corrida terminada ali praticamente, chegando apenas em oitavo.

Sem contar a diferença de performance. Parece que são 3 Alpha Tauri e uma Red Bull. Se pudesse, os taurinos só colocariam Max na equipe principal. Tirando ele, Ricciardo e Vettel, todo mundo que ali chegou foi tostado sem dó nem piedade. A questão aqui é simples: Gasly parece andar melhor na Alpha Tauri do que na Red Bull. Não parece no mínimo estranho? Ele, Kvyat, Albon... que Max é melhor ninguém duvida, mas será que os três são realmente "idiotas" perto do holandês, como disse George Russell?

Não há ninguém na academia de pilotos que possa superar o trabalho desses três no momento, então o que fazer: demitir todo mundo e cada um brincar de segundo piloto da Red Bull a cada seis meses? Não seria melhor acabar com a Alpha Tauri, que só serve pra isso, e contratar um segundo piloto experiente que faça justamente isso que Albon faz mas de um jeito melhor, tipo um Pérez ou um Hulkenberg?

É simplesmente constrangedor e irritante ver carros razoáveis sendo desperdiçados por decisões políticas nefastas. Max não precisa disso e a própria Red Bull perde tempo e dinheiro com esse messianismo puro.

Até!

domingo, 16 de agosto de 2020

HAMILTON É TIPO...

 

Foto: Getty Images

Lewis Hamilton largou na pole e venceu sem dificuldades o Grande Prêmio da Espanha. Agora, ele está a três de igualar com Michael Schumacher e hoje tornou-se, isoladamente, o piloto com mais pódios na história da categoria: 156. Se pudesse, já encerrava por aí o texto.

Max Verstappen conseguiu, mais uma vez, se colocar entre as Mercedes, graças a uma péssima largada de Valtteri Bottas. Hamilton não tem concorrentes. Bottas não dá. De brinde, por ser inofensivo, umas vitórias inúteis aqui e acolá e mais um ano inflando números no carro poderoso. Max, por outro lado, segue sendo a única esperança de algo diferente, mas nessa pista...

Em condições normais, Barcelona é uma pista horrível. O traçado é ruim e, nesse calor, era óbvio que não ia sair nada. Em tantos anos de Fórmula 1, dá pra contar nos dedos quantas corridas decentes tiveram por lá. Pista de testes não sai nada. Seria um favor se saísse definitivamente do calendário, por mais tradicional que seja.

No retorno de Pérez na Racing Point, o mexicano teve um bom quinto e uma punição ridícula de cinco segundos porque não deu passagem para Hamilton, junto com Kvyat. Sorte que isso não comprometeu o resultado final. Largou mal e chegou atrás de Stroll, sempre um desastre. Será que a Racing Point é somente um carro veloz nos sábados ou falta um piloto diferenciado para os domingos?

Sainz se recuperou e dominou Norris na corrida caseira. Atrás dele, Vettel, contra tudo e todos, apostando em uma parada para chegar em sétimo. Leclerc, que certamente teria esses pontos, sofreu com o motor e foi o único a abandonar. Vettel continuou muito inferior ao monegasco, não há chassi que resolva. Dessa vez, pelo menos, teve os pontos.

Albon, sempre sacrificado e cobaia para Max, podia fazer algo melhor, mas vendeu a alma para o capeta... não adianta reclamar. A impressão é que tanto ele quanto Gasly, o nono, rendem mais na Alpha Tauri do que na equipe matriz. Por que será? Parece que existem 3 Alpha Tauri (ou Toro Rosso, como queiram) e uma só Red Bull de tão discrepante a diferença de performance entre Max e o restante de seus colegas. Como diz Russell, não é possível que todos eles pareçam idiotas guiando nesse contexto. Norris fechou o top 10.

A Renault foi uma decepção e deu alguns passos atrás. O resto foi a mesma coisa de sempre. Em uma corrida com um deserto de ideias e sem competição, apenas os três primeiros não levaram uma volta de Lewis Hamilton.

É até bom que agora tenha uma pausa de uma semana no calendário depois dessa corrida horrível. Hamilton, para o alto e avante, é tipo metade homem, metade incrível, sem dúvida alguma. Seria bom se tivesse alguma competição, mas que culpa ele tem? Hamilton é tipo, em breve, o maior da história.

Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

BARCELONA 50 GRAUS

 

Foto: Getty Images

Essa foi a temperatura da pista na tarde de Barcelona durante os treinos livres no circuito catalão, atípica para os padrões da F1 porque sempre, nessa época, a categoria está de férias para se refrescar do caloroso verão europeu. Além disso, geralmente a corrida na Espanha é em maio e não estava no calendário "normal" da F1, entrando na jogada graças aos desdobramentos da pandemia.

Na pista, mais do mesmo. Mercedes na frente, Max atrás, Ferrari tentando se encontrar, McLaren com menos ritmo, Racing Point um pouco mais tímida e duas novidades: Ricciardo e Grosjean. Tempos de sexta são ilusórios, mas ambos andaram bem na sexta-feira. Pode ser um alento, principalmente pro australiano se despedir da equipe francesa com um pódio e forçando o mala Abiteboul a fazer uma tatuagem, perdendo a aposta.

A grande notícia dos últimos dias foi a FIA banindo o "modo festa" do motor da Mercedes a partir do treino do GP da Bélgica, daqui duas semanas. Em tese, é óbvio que as equipes com motor alemão serão prejudicadas mas, no caso da matriz, não muito. Se agora eles são muito mais rápidos, agora eles serão apenas rápidos. Mesmo com limitações, eles seguem melhores que a concorrência.

Sérgio Pérez está de volta, pressionado por resultados diante do crescente burburinho envolvendo Vettel e Racing Point. Hulkenberg sem ritmo já mostrou que Stroll continua fraco, então... 

No calor espanhol, a expectativa é que a temperatura quente, que dificulta no ritmo de corrida os pneus da Mercedes, possa gerar alguma emoção e imprevisibilidade tal qual na semana passada. É o que Max precisa para sonhar. 

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Espanha:




quinta-feira, 13 de agosto de 2020

GP DA ESPANHA: Programação

 O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Daniel Ricciardo: 1:18.441 (Red Bull, 2018)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:15.406 (Mercedes, 2019)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)

PENSANDO NA NORMALIDADE

Foto: Getty Images

Em um ano atípico, a F1 ainda pensa no hoje e no amanhã para cumprir a temporada. Oficialmente, só existem corridas datadas até 1° de novembro, no GP de Emília-Romagna, em Ímola. No entanto, isso não quer dizer que o futuro está em desleixo. É o que garante Chase Carey, presidente da Liberty Media.

Segundo o bigodudo, a ideia de 2021 é que a categoria tenha 22 etapas, o que seria o plano original de 2020. O anúncio, todavia, deve demorar a ser oficializado porque os acordos e negociações precisam ser colocados de forma definitiva no papel.

“Estamos planejando um 2021 que parece muito com o que esperávamos ter no começo do ano. E então, obviamente, qualificamos que não temos melhor visibilidade do que ninguém sobre como esse vírus vai se parecer à medida que avançamos.

“Eu acho que é importante perceber que estamos há cerca de cinco meses no vírus, e ainda faltam sete meses para nossa temporada em março. Portanto, há muito tempo, as conversas para vacinas, tratamentos, testes e coisas do gênero seguirão evoluindo. Vamos correr em 22 países, então lidamos com uma variedade de questões, mas estamos planejando 2021 com o que se parecia, provavelmente será um calendário de 22 corridas”, disse.

Dessas 22 etapas, 4 tem um futuro indefinido. Brasil, Espanha, China e Áustria ainda não tem contratos para 2021. Portanto, diante dessa lógica, seriam as prioridades para desatar os nós restantes.

22 corridas é um número muito elevado. Antigamente, achava o máximo de "quanto mais corrida melhor". É cansativo para quem trabalha no circo e também para os telespectadores. É quase meio ano destinado para a F1. Cansa. A lição involuntária que o covid deixou, portanto, é a diminuição do número de etapas para justamente valorizar o espetáculo, não banalizá-lo, e também correr em lugares diferentes mas com alguma tradição em automobilismo. Interlagos deveria ser a prioridade, mas a prática é outra.

É complicado imaginar o futuro. O vírus parece ter estabilizado as diminuições na Europa e Oceania, mas nas Américas ainda é um grande problema logístico. É melhor continuar assim: tratando um dia de cada vez, sem queimar etapas.

EMPOLGOU
Foto: Getty Images
Nada como uma vitória para animar o ambiente... se antes o temor era da Mercedes ganhar sem maiores dificuldades, uma corrida depois já há gente sonhando que sim, é possível desbancá-los.
E não é uma pessoa ou torcedor qualquer que disse isso e sim Helmut Marko, o consultor da Red Bull. Para o austríaco, as coisas estão indefinidas, mas algo é certo: os taurinos precisam melhorar nos sábados para terem mais chances de brilhar aos domingos.

“Ainda temos alguns problemas no carro, mas a diferença para a Mercedes está cada vez menor, e o título não está decidido. Devemos melhorar em classificação, que é nossa deficiência agora. Muita gente se esquece de que quase vencemos a primeira corrida do ano e quase vencemos na semana passada. Faltou ter furado o pneu de Hamilton um pouco antes. Agora, Max é o segundo no Mundial, de modo que tudo é possível. Isso só nos faz forte. Não vejo motivo para não termos sucesso”, disse para a Sky Sports.

Toto Wolff, da Mercedes, segue pelo mesmo caminho e aproveita para responder aqueles que acreditavam que os alemães não possuem concorrência em 2020.

"Eu meio que gostei da situação porque todos estavam falando: ‘Ah, vai ser um passeio no parque da Mercedes’. E não foi um passeio no parque. Certamente, não éramos o carro mais rápido, talvez nem mesmo o segundo carro mais rápido. Vimos no passado que o calor, de alguma maneira, não combina com o nosso carro, mas é muito mais complexo. Provavelmente, temos o pacote mais rápido, mas o pacote mais rápido também envolve mais downforce, e mais downforce significa exigir mais dos pneus. 

Neste aspecto, temos de aprender a ajustar o carro para ajudar os pneus a sobreviverem um pouco.
Estou curioso para ver como vamos nos sair em Barcelona. Temos alguns dias para entender, e nada melhor que um grande desafio. Abraçamos o desafio, amamos a briga e eles são concorrentes fortes. E Max é um piloto muito bom. Se você levar em consideração que eles abandonaram com seus dois pilotos no começo da temporada, essa diferença não é tão grande. Seria somente 5 pontos atrás e não 30. Talvez, tenhamos mais 10 corridas pela frente. Os abandonos podem rapidamente fazer os pontos oscilarem, e sim, pode ser muito mais interessante do que muita gente temia há duas semanas”, disse o alemão.

Christian Horner, chefão da Red Bull, é mais cauteloso. A vitória dá ânimo sim para a Red Bull, no entanto, segundo o dirigente, é necessário mais corridas para entender se há briga de fato ou foi apenas uma exceção em virtude dos pneus mais duros e calibrados.

É difícil dizer. Acho que a Mercedes teve um desempenho inferior [no domingo] na comparação com as últimas etapas, então acho que ainda vamos ter algumas corridas antes de termos uma imagem mais clara disso. Estamos tendo um desempenho ruim aos sábados, onde lutamos por décimos com Racing Point e a Renault neste fim de semana, e depois os superamos na corrida. Temos muito a entender, mas é bastante encorajador ter esse desempenho [na corrida]. É uma recompensa por todo o trabalho duro que estamos fazendo”, falou.

Muita calma nessa hora, já dizia o poeta. Agora, parece ter sido mais uma exceção do que uma regra. É a famosa diferença de percepção diante dos fatos mais recentes. São necessárias repetições e um pouco de distanciamento, sem emoção, para elaborar um panorama convincente. Aguardemos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 107 pontos
2 - Max Verstappen (Red Bull) - 77 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 73 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 45 pontos
5 - Lando Norris (McLaren) - 38 pontos
6 - Alexander Albon (Red Bull) - 36 pontos
7 - Lance Stroll (Racing Point) - 28 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 22 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 20 pontos
10- Esteban Ocon (Renault) - 16 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 15 pontos
12- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 12 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 10 pontos
14- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
15- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
16- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 2 pontos
17- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 180 pontos
2 - Red Bull Honda - 113 pontos
3 - Ferrari - 55 pontos
4 - McLaren Renault - 53 pontos
5 - Racing Point Mercedes - 41 pontos
6 - Renault - 36 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 14 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO:
















terça-feira, 11 de agosto de 2020

O NÚMERO 21

 

Foto: Motorsport Images

Em um ano atípico, surgem problemas e soluções também atípicas. Nesse caso, isso não quer dizer que são necessariamente inéditas e inovadoras, muito pelo contrário, ao menos na F1.

No futebol, existem os jogadores "polivalentes", que exercem mais de uma função tática e podem jogar em diferentes posições, ajudando os treinadores como uma espécie de "coringa". Isso não significa, é claro, que todos esses atletas sejam muito bons, pelo contrário, instiga ainda mais o debate e a desconfiança, principalmente dos torcedores.

Na Fórmula 1, existe um caso raro, quer dizer, nem tão raro assim. Ultimamente, muitos jovens pilotos que despontaram como promessas não conseguiram vingar. Stoffel Vandoorne é um exemplo. Outros, mais discretos, desabrocharam na hora certa e, com uma pitada de sorte, é claro, encontram-se em boas situações, como Carlos Sainz Jr e Alexander Albon.

Nico Hulkenberg está no meio do caminho. Campeão da GP2 em 2009, chegou com moral na Williams e fez até pole, mas não foi o bastante para permanecer na categoria em 2011. Reserva, foi efetivado pela Force India e voltou a brilhar com desempenhos consistentes e liderou boa parte daquele GP do Brasil que, num erro, colocou tudo a perder. O conceito do alemão era claro: em um carro melhor, daria trabalho. Desde então, sempre foi um nome ventilado para se transferir para uma equipe maior.

No entanto, mesmo com as especulações e a consistência, faltava algo para Nico: um resultado mais robusto. Infelizmente para ele, isso não aconteceu na F1, diferentemente de Le Mans, onde o destino lhe sorriu.  Com o passar do tempo, a novidade e o talento de um futuro pretendente a algo grande se esvaiu, mesmo na Renault, onde foi superado por Ricciardo. Sem patrocínio, "velho" e desgastado, Hulk deixou a F1 sem deixar saudades.

O Covid mudou tudo e Hulk voltou por duas corridas, a princípio. Mesmo sem ritmo e condições físicas ideais, mostrou que é capaz de andar bem num carro bom e que, portanto, merece uma vaga no grid. Inclusive diz que negocia e recebe algumas sondagens de outras equipes do grid. 

Tudo isso para dizer que, diante de uma nova, inesperada e até triste perspectiva, de pilotos que talvez possam se ausentar por motivos de covid maior, Hulkenberg é o coringa ideal para qualquer equipe em qualquer circunstância, principalmente o lítigio público entre Vettel e Ferrari. É difícil dizer que Nico poderia fazer algo melhor (lembrem-se de Fisichella na Ferrari em 2009), mas seria uma compensação do destino para o talentoso piloto que, mesmo com quase 200 GPs, parece ter ficado no meio do caminho.

Em 2020 e em tempos de crise, Nico Hulkenberg é o piloto número 21, pronto para aproveitar qualquer oportunidade que apareça. O faz tudo, o polivalente, o super trunfo. É o prêmio de consolação para quem, com talento, ainda merecia estar no circo, mesmo que agora não em alguma equipe tão competitiva.

Até!