segunda-feira, 15 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #36: RESUMO DO FERIADO

Foto: Divulgação
Bastou ter um feriado para que acontecessem algumas coisas no mundo do automobilismo. Sem mais delongas, vamos lá:

Começando pelo mais importante: Mick Schumacher, o Schumi Jr, repetiu o feito do pai Michael em 1990 e conquistou a F3 Europeia, em Hockenheim. Mick precisava apenas de um segundo lugar para ganhar o título uma corrida antes do final da rodada tripla. Na primeira chance, acabou rodando durante uma tentativa de ultrapassagem. Na corrida dois, Schumi Jr apenas administrou a distância que tinha para o líder Juri Vips. Dan Ticktum, que precisava de um milagre, foi o sétimo.

Mick, ao que tudo indica, deve migrar para a F2, em uma estrutura vencedora. Ter o sobrenome do pai não é fácil. As expectativas sempre serão altas. No mais, feliz pela conquista do Schumi Jr e aguardando ansiosamente os próximos passos da carreira, sempre com muito cuidado. Impossível não se emocionar com isso!



Foto: Divulgação

Sem surpresas, a Williams anunciou a contratação do britânico George Russell, virtual campeão da F2. Ele pertence a Mercedes. Pelo anúncio, o contrato é de "múltiplos anos", mas na verdade é um empréstimo. Russell mostrou qualidade na F2 e merecidamente será campeão, desbancando o queridinho da própria mídia do país, o Lando Norris. A outra vaga, segundo dizem, está sendo disputada pelo próprio Sergey Sirotkin, pelo compatriota Artem Markelov e o piloto de testes Robert Kubica. Inacreditável que nem na Williams a Mercedes vai dar uma mãozinha pro Ocon. Dizem que é medo dele se queimar em um carro ruim ou ser derrotado por um novato. Oras, o francês já mostrou qualidade. Se Russell for melhor, é ter mais qualidade ainda e, portanto, mais merecedor de ir para a Mercedes. Toto, o rei do drama, prefere ficar abraçado com o Bottas em prol de seus pilotos... Wehrlein que o diga.

Foto: Divulgação
E tem brasileiro campeão nos EUA! Felipe Nasr conquistou o IMSA, campeonato de corridas de longa duração nos Estados Unidos. A etapa final foi disputada nesse final de semana, em Atlanta. Ao lado de Eric Curran e Gabby Chaves, Nasr chegou em oitavo na Road Atlanta, corrida de 10 horas, a mais importante do certame. A competição reuniu alguns nomes conhecidos do automobilismo americano, como Ryan Hunter-Reay e o recém pentacampeão da Indy Scott Dixon, além de caras das antigas como Christian Fittipaldi e Jan Magnussen. É bom ver os pilotos se reinventando após a saída da F1. Segundo o Globoesporte.com, Nasr pode estar indo para a Indy. Tomara! Que seja competitivo e siga fazendo carreira em mercados alternativos, mostrando que há vida além da F1. Alonso que o diga.

Foto: Autoracing
A FIA divulgou o calendário de 2019 da F1. Serão 21 etapas. A China vai ser palco da milésima etapa da história da categoria. A Alemanha, sempre dúvida, foi confirmada. Não teremos mais três corridas consecutivas igual aconteceu nesse ano. O Grande Prêmio do Brasil será dia 17 de novembro e a temporada vai terminar em dezembro, no dia 1°, em Abu Dhabi. Confira todas as datas:

17/03 - Austrália
31/03 - Bahrein
14/04 - China
28/04 - Azerbaijão
12/05 - Espanha
26/05 - Mônaco
09/06 - Canadá
23/06 - França
30/06 - Áustria
14/07 - Inglaterra
28/07 - Alemanha
04/08 - Hungria
01/09 - Bélgica
08/09 - Itália
22/09 - Cingapura
29/09 - Rússia
13/10 - Japão
27/10 - México
03/11 - EUA
17/11 - Brasil
01/12 - Abu Dhabi

Até!



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

REGULARIDADE QUE DECIDE

Foto: The Telegraph
Em um certo momento do campeonato não muito distante, Lewis Hamilton parecia o azarão pela conquista do título. O começo de temporada foi tímido. Viu Vettel e até Ricciardo se destacarem. A primeira vitória do ano veio apenas em Baku. Enquanto duelava com a Ferrari, ficava claro que os vermelhos tinham aparente vantagem no conjunto, algo inédito nos últimos anos.

Depois da França, a F1 desembarcou na Alemanha. Com o abandono da Áustria e o 14° lugar no grid de Hockenheim, se avizinhava um período de grande dificuldade e o preocupação para o atual campeão. Seria difícil somar muitos pontos, sem contar com a mais que provável vitória do concorrente direto. Pois foi aí que houve a grande virada.

Vettel começou a ter uma série de erros quando precisava confirmar o favoritismo. Alemanha e Itália são os exemplos. Hamilton começou a capitalizar. Em Cingapura, já com a FIA de olho na potência do carro italiano, ali parece ter murchado a confiança dos italianos, além da diferença de desempenho do SF71H.

O resultado é uma sequência avassaladora de vitórias de Hamilton e erros de Vettel que, a exemplo do ano passado, devem determinar o penta de Lewis muito antes do esperado. Ano passado foi no México, esse ano dá para ser antes, nos Estados Unidos. Basta Hamilton vencer e Vettel ficar em terceiro ou então uma série de combinações que estou com preguiça de pesquisar e colocar por aqui.

Por falar em 2017, olhem isso:


O comparativo entre a tabela do campeonato no ano passado (à esquerda) e nesse ano (à direita). Percebam como está tudo praticamente igual: Hamilton exatamente com o mesmo número de pontos, enquanto Vettel consegue ter um ponto a menos. No ano passado, justamente, o título de Vettel começou a ir embora no acidente de Cingapura, no abandono no Japão e o motor problemático da Malásia...

Lewis Hamilton atingiu o auge da forma e da maturidade, o pensamento de campeão, de que tudo vai dar certo. Bem diferente daquele Lewis que vimos até uns dois anos atrás, que foi desestabilizado até por Rosberg. Mesmo sem o melhor carro em várias provas, arrancou resultados muito acima do esperado, soube ter equilíbrio. Tudo o que Vettel não demonstrou nos dois anos. Não aprendeu com os erros e ficou refém da instabilidade emocional. Se poderia ou não ser campeão é outra conversa, mas certamente deveria ter apresentado mais resistência para Lewis nos dois campeonatos.

Ademais, interessante notar que Raikkonen cresceu justo na temporada em que foi mandado embora e Verstappen, mesmo ainda errando muito, também subiu de produção. Ricciardo, vítima do motor Renault e do alijamento da Red Bull caiu, assim como Bottas, ainda zerado na temporada e de fato um verdadeiro segurança de Lewis. Não que ele precise, mas assim são as ordens de Toto.

Lewis Hamilton. 331 pontos em 2017. 331 pontos em 2018. A regularidade é que faz a diferença e transforma em campeões. Vettel e Ferrari precisam aprender, mais do que nunca. Errar três vezes é atestado de muita burrice, não é mesmo?

Até!

TERCEIRO PLANO

Foto: Getty Images
Com a luta principal do UFC 229 terminada pouco antes da largada e diante de toda a repercussão da grande luta e confusão que teve na sequência, não prestei muita atenção na corrida do Japão. Mas, convenhamos, sei que não perdi muita coisa, ainda mais acompanhando alguns momentos da corrida que saltavam em minha direção enquanto continuava acompanhando o pós-luta de Las Vegas. Ah, também teve as Eleições, então a corrida realmente não foi uma das minhas prioridades desse final de semana.

Soube que no início da prova o Magnussen, pra variar, jogou o carro violentamente pra cima de alguém e teve o pneu furado. A vítima foi o Leclerc. Os dois abandonaram. O dinamarquês é um cara interessante. Tem o jeito autêntico dele, o que é importante para a F1, mas também é um mala dentro e fora da pista, com o agravante de não ser um piloto de ponta, não à toa que é detestado por quase todos seus companheiros de profissão.

Também na primeira volta, Verstappen espalhou e saiu da pista. Na volta, jogou Raikkonen pra fora da pista, que precisou recolher para não bater e acabou abrindo terreno para Vettel, largando em oitavo, assumir a quarta posição na primeira volta. Foi punido com cinco segundos. Parecia que a sorte do alemão poderia mudar, ainda mais com o Safety Car causado pelo pneu furado e a pista suja de pedaços de carro de Magnussen.

Com a saída do carro de segurança, Vettel partiu pra cima de Verstappen na 130R. É difícil passar por lá. Apesar de estar por dentro, Max não deu espaço e a batida foi inevitável. Como sempre, Vettel se deu mal e caiu para o fim do grid. O holandês, apesar dos pesares, seguiu em terceiro. Mais um erro na coletânea dessa temporada pavorosa de Seb, mas agora não há o que fazer. Nada pode ficar pior do que já está. É necessário arriscar. Max, por sua vez, parece que nunca vai mudar enquanto não tiver nada a perder. Como já escrevi antes, ou ele vira um potencial multicampeão do mundo ou se transforma num Montoya, que poderia ter sido mais do que foi na F1 se não fosse os vários erros de avaliação durante uma disputa de posição em uma corrida. Se bem que ultimamente Vettel está mais para Montoya do que o holandês...

Depois disso, a corrida voltou para o marasmo de sempre. Suzuka sem a decisão de título perdeu muito da importância. O único destaque digno de nota foi a grande corrida de recuperação de Ricciardo, que saiu de 16° para quarto. Finalmente uma boa corrida do australiano nos últimos meses. Coincidência ou não, seu rendimento caiu bastante depois que anunciou a ida para a Renault, óbvio que não por suas capacidades, mas sim pelo tratamento que a Red Bull está lhe dando nesse fim de ciclo, excluindo-o das reuniões da equipe.

Só agora que dá pra falar da vitória de Lewis Hamilton. Mais um passeio do início ao fim, sempre comboiado por Bottas, que chegou a ser ameaçado por Max, mas não passou disso. Isso torna a ordem da semana passada cada vez mais inútil. Com Vettel chegando em sexto, a vantagem agora é de 67 pontos e muito provavelmente o penta vai ser sacramentado no Texas. Com a Mercedes de volta ao topo e a Ferrari e Vettel em frangalhos, não diria que é uma possibilidade, mas sim uma certeza.

Raikkonen foi o quinto, chegando 16 segundos atrás de um carro que largou em 16°. Isso diz tudo sobre o momento ferrarista na temporada. Como um deja vù, os italianos e Vettel fraquejam na hora H e veem o campeonato ser decidido muito antes do previsto. Azar deles e sorte e competência da equipe alemã, virtual pentacampeã de pilotos e construtores.

O resto são os destaques para Sérgio Pérez em sétimo, Grosjean o oitavo, Ocon em nono e Sainz em décimo.

Duas semanas para o penta de Hamilton. Nesse finde, ele e a F1 foram o terceiro plano, mas em Austin as atenções irão voltar para a F1, até porque não terá eleições, tampouco UFC badalado. Entretanto, se deixar para o México, aí teremos um problema logístico para mim... mas isso é outro papo.

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

GP DO JAPÃO - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1.



ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:31.540 (McLaren, 2005)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.319 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)

ARRIVABENE: "FICOU FALTANDO ALGO"

Foto: Racefans.net
Aos poucos a Ferrari vem sentindo os baques e perdendo força no campeonato. Apesar de todos os holofotes terem ficado na vitória de Hamilton e a ordem da Mercedes, a imprensa italiana não poupou críticas a mais um pifio desempenho ferrarista. O "Corriere dello Sport" criticou todo mundo, menos o desempenho de Charles Leclerc, sétimo colocado com a Sauber.

O chefão Maurizio Arrivabene reconheceu a jornada ruim de sua equipe.“Desde sexta-feira, o fim de semana em Sóchi foi muito difícil para nós. Apesar de todos os nossos esforços para encontrar o cenário ideal, nem no sábado e tampouco na corrida fomos competitivos o bastante para preocupar nossos rivais mais próximos”, analisou. "“Comparado com a forma como nos apresentamos em outros circuitos, ficou faltando algo aqui e, por isso, não conseguimos reduzir a diferença de pontos”, complementou.

Para a próxima corrida, no Japão, a expectativa é que a Ferrari consiga finalmente voltar a vencer para buscar um título que fica cada vez mais improvável. "[Japão]  deve ter características muito parecidas com a de Silverstone. Então, em Suzuka, vamos ter uma indicação mais precisa do potencial do nosso carro. Se der certo, saberemos que, apesar da situação difícil em termos de classificação, ainda temos as armas certas para lutar até o fim”, complementou.


Depois de Nurburgring e Monza, fica a impressão que a Ferrari murchou e agora jogou a toalha definitivamente. Claro que a matemática ainda pode ser favorável e tudo é possível, mas cada golpe da Mercedes vai minando o psicológico de Vettel e seus comandados. Com o desempenho cada vez pior, os italianos não precisam mais de um grande final de semana e sim vários, enquanto que tudo tem que dar errado para a Mercedes. É uma situação praticamente impossível. Resta lutar pela honra e recuperar a confiança com algumas vitórias até o fim  do ano.

TORO ROSSO DESCARTA VANDOORNE: "NÃO É RÁPIDO PARA A F1"

Foto: AutoSport

Com Daniil Kvyat confirmado outra vez como piloto da equipe para o ano que vem, ainda há uma vaga em jogo na equipe satélite da Red Bull. Brendon Hartley não deve renovar, e especulações em torno de seu substituto não faltam. Recentemente, Pascal Wehrlein anunciou que não será mais piloto Mercedes a partir do ano que vem, o que lhe alçou como favorito a vaga. Entretanto, outro jovem piloto também está disponível: Stoffel Vandoorne, belga que vai deixar a McLaren no fim do ano.

No entanto, parece que o futuro do belga não está relacionado com a Toro Rosso. É o que diz Helmut Marko, consultor da Red Bull. “Nós não pegaremos Stoffel”, disse, segundo a emissora francesa RTBF. “Acho que ele simplesmente não é rápido o suficiente para a F1", disse.

Bom, que declaração ridícula. Que Vandoorne faz uma temporada ruim isso é fato, agora dizer isso? Se o belga não tem, imagina Kvyat, recontratado depois de ser demitido duas vezes justamente pela falta de velocidade? Imagina nos próximos anos, quando japoneses da Honda possivelmente vão brigar por essa vaga ou Dan Ticktum, que vai se exilar por lá porque não consegue os pontos da superlicença na Europa.

Não querer Vandoorne faz parte. Falar essa asneira depois de contratar o russo errante soa como uma incrível falta de lógica e noção.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 306 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 256 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 189 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 186 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 158 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 134 pontos
7 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
8 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
9 - Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 47 pontos *
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 47 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 38 pontos
13- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
14- Romain Grosjean (Haas) - 27 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.


CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 495 pontos
2 - Ferrari - 442 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 292 pontos
4 - Renault - 91 pontos
5 - Haas Ferrari - 80 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 35 pontos *
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO:





quarta-feira, 3 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #35: BATALHAS E OUTRAS LEMBRANÇAS

Foto: Reprodução
Fazia tempo que o "Vídeos e Curtinhas" não aparecia, então decidi repaginar: nesse post, vou contar quatro corridas disputadas no Japão nas últimas décadas:

Vou começar com uma que vocês já conhecem: 1988. Senna larga com um problema no motor e cai para 14°. O brasileiro recupera as posições uma a uma até reassumir a liderança, vencer e sagrar-se campeão mundial pela primeira vez.



Cinco anos depois: com Prost tetracampeão mundial, prestes a se aposentar e Senna já acertado com a Williams, a corrida de Suzuka teve apenas um caráter amistoso. Largando em segundo, o brasileiro venceu sem maiores dificuldades pela quadragésima (e penúltima) vez na carreira. Prost ficou em segundo e Mika Hakkinen, que substituiu Michael Andretti no fim daquela temporada, conquistou seu primeiro pódio na categoria. A corrida também ficou marcada pelos primeiros pontos de Rubens Barrichello, quinto colocado com a Jordan, e também de Eddie Irvine, que marcou um pontinho logo na estreia. No entanto, a estreia do irlandês ficou conhecida por outro motivo: irritado com as fechadas como retardatário, Senna deu um soco em Irvine, por este lhe responder de forma irônica e debochada.



1998: vinte anos atrás, a F1 chegava outra vez no Japão para uma disputa de título, dessa vez entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. O finlandês tinha quatro pontos de vantagem sobre Schumi (90 a 86) e valia para ambos o fim do jejum das equipes: a Ferrari desde 1979 sem ganhar, enquanto a McLaren havia conquistado o título pela última vez em 1991. Schumacher deu uma esperança aos tifosi ao largar na pole, mas depois de perder a liderança na largada para o finlandês, o sonho acabou na volta 31, com pneu furado. Primeiro título de Hakkinen, o segundo da Finlândia na categoria.



2003: mais uma decisão entre Ferrari e McLaren. O experiente Michael Schumacher tinha nove pontos de vantagem contra o jovem Kimi Raikkonen (92 a 83). Kimi precisava ganhar, enquanto Schumi não podia pontuar. Largando em oitavo, o finlandês apostou em uma estratégia de uma parada. Schumacher, em 14°, fez uma corrida horrorosa, com vários erros e acidentes com o irmão Ralf e Takuma Sato. Mesmo assim, chegou em oitavo, o que bastava para ser hexa e maior campeão da história da F1.



2008: a décima sexta etapa do Mundial foi realizada outra vez em Fuji e tinha Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas na disputa pelo título. O inglês largou na pole, seguido de Raikkonen, Kolavainen e Alonso, recém vencedor do ainda não polêmico GP de Cingapura. Massa foi só o quinto. Hamilton largou bisonhamente e caiu para terceiro. Ao tentar recuperar a segunda posição contra Alonso, saiu da pista e foi o décimo segundo. Em outra disputa, dessa vez com Massa, o brasileiro jogou o carro contra o inglês. No fim das contas, a péssima jornada de Hamilton acabou em 12°. Massa foi o sétimo e tirou dois pontos da vantagem do inglês. Alonso, novamente com um carro incapaz, conseguiu vencer pela segunda vez na temporada. 



2013: depois da arrancada pós-férias de verão, Sebastian Vettel engatou incríveis nove vitórias consecutivas para ser tetracampeão mundial. No Japão, largou em segundo. Com Webber na frente, quem crescia na corrida era Grosjean, com a Lotus que sabia como ninguém administrar os pneus. No entanto, o francês ficou preso atrás do australiano. Bastou Vettel passar ambos para encaminhar o por enquanto último título mundial até o momento.

Foto: Agência AP
Espero que tenham gostado desse "Vídeos e Curtinhas" repaginado.
Até!

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O VILÃO DA VEZ

Foto: Autoracing
Sempre que a F1 tem uma dinastia, alvos são escolhidos para serem derrubados. No início do século, era todos contra a Ferrari, capitaneada por Michael Schumacher, Ross Brawn e Jean Todt. Os dois últimos hoje ocupam a alta cúpula da FIA, um sendo o diretor esportivo e o outro presidente, respectivamente.

Na era Red Bull, Christian Horner e Sebastian Vettel foram os alvos mas não da mesma forma feroz que a caçada anterior. Apesar de Webber ser segundão, não havia ordens explícitas de equipe, até porque Vettel sempre foi muito mais rápido que o australiano, que nem mesmo no "multi 21" foi capaz de manter a posição na Malásia, em 2013. Horner não virou vidraça porque não cometeu nenhuma atitude antidesportista. Também, não teria como. Afinal, Webber e Vettel eram inimigos declarados.

A era atual, da Mercedes, não tinha ordens de equipe devido a explosiva relação entre Hamilton e Rosberg, por mais que no início o alemão fosse uma espécie de piloto 1B que se rebelou a ponto de ser campeão mundial. Diante de tal desgaste, a solução para substituir a repentina aposentadoria de Nico foi um velho conhecido de Toto, desde os tempos em que tinha % das ações da Williams: Valtteri Bottas.

Estava clara a estratégia. Hamilton o cara do título, Bottas o cara dos pontos e de eventuais vitórias. Não dá para arriscar com o crescimento da Ferrari de Vettel. O discurso esportivo cai por terra e entra a hipocrisia e o negócio. Hoje, Toto Wolff é o vilão da vez. Por mais que seu argumento de que não pode dar sopa pro azar em relação ao campeonato faça sentido, a Mercedes tem simplesmente 40 pontos de vantagem no campeonato, e outra: ano passado, em um momento bem mais equilibrado na disputa, Hamilton devolveu a posição para Bottas e ficou atrás do finlandês, em uma atitude que foi elogiada por todo mundo. Hoje, todos vão lembrar da jogada Hamilton-Bottas, mesmo que o finlandês seja recompensado por vitórias no fim do campeonato quando Hamilton for penta.

F1 é um negócio muito caro. Bilhões em pontos, qualquer detalhe faz a diferença. Nesse ponto de vista, Toto tem contas a prestar para os chefes alemães, que mesmo com o sucesso da equipe nos últimos quatro anos, tem bastante conta para pagar. Eles não se importam com o lado esportivo e "social" da questão. O que vale é o lucro com o título de pilotos e construtores garantido. Por mais que a vaia, as críticas e o ódio sejam dominantes no momento depois de um grande erro da Mercedes (admitido inclusive pela própria equipe), o que vale e sempre vai valer é o negócio. O problema é que grande parte desse negócio é articulado pela paixão dos fãs e o engajamento nos eventos e agora nas redes sociais.

Não é só isso. Toto Wolff, como chefe da principal equipe do momento, tenta colocar seus tentáculos em outros lugares, mas o efeito está sendo o contrário. Esteban Ocon tem boas chances de ficar de fora da próxima temporada pelo vínculo com a Mercedes. Pascal Wehrlein teve que romper com os alemães para ter chances de voltar para a F1, sendo o favorito para ser contratado pela Toro Rosso. George Russell deve assinar com a Williams. Por mais que dê certo, esse vínculo com Wolff/Mercedes fecha mais do que abre portas na F1 por uma questão de lógica, assim como nos casos de Red Bull e Ferrari.

Toto Wolff é o vilão da vez. Ele ocupa a posição que todos sonham: o chefe da principal equipe do momento. Todas suas decisões são amplamente analisadas, de dentro e de fora. Se os negócios estão bem, a imagem perante os fãs está bem chamuscada, mais do que o normal, que seria por estar no topo, com todo mundo na espreita querendo derrubá-lo. Os valores e louros do negócio valem mais que o respeito dos consumidores?

Toto Wolff é o alvo, assim como foi a Ferrari. Agora, não só esportivamente, mas também como instituição. A Mercedes fez aquilo que sempre criticou, e pelo motivo errado. Mas não se iludam. Quando a próxima equipe tiver um domínio tão amplo a ponto de escancarar um jogo de equipe ridículo igual o que vimos ontem, estaremos apontando o dedo.

Até!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

HOJE SIM

Foto: Clive Rose/Getty Images
Só vi a largada e dormi praticamente a corrida toda. Rússia sempre foi assim, uma verdadeira procissão. Nem acidentes têm para animar. Estranhei quando vi o clima de velório no pós-corrida e as críticas de Galvão e companhia a Mercedes. Provavelmente devo ter acordado no meio da prova e ouvi algo relacionado, mas imaginei que fosse um undercut, algo simples porém eficiente.

Bottas simplesmente parou o carro. Escancarou a palhaçada pra todo mundo. Foi pior que Rubinho parando nos metros finais ou o "faster than you" do Massa. Ele liderava a corrida e, naquelas condições, não corria risco nenhum de ser derrotado por Hamilton ou até mesmo por Vettel, como argumentou Toto Wolff depois da corrida.

Um momento: o que mais interessa para as equipes são os construtores. É muito dinheiro investido para brincar de ter esportividade. Então, mesmo com toda a publicidade negativa e as críticas, eles no fundo estão cagando para as nossas opiniões. O que vale é retornar o alto investimento de vários anos. Toto precisa defender seu cargo e garantir que os investimentos da equipe alemã sejam recompensados. De forma prática, a Mercedes está praticamente garantindo mais um título mundial de pilotos e construtores e é isso que importa, não interessa como. O próprio Toto disse: "melhor ser vilão hoje do que idiota em Abu Dhabi". Tanto é que todo mundo do circo

Agora, esse clima pós-corrida de climão e indignação foi patético. Hamilton tentando evitar entrevistas foi constrangedor. Um tetracampeão com a moral que tem tanto na equipe quanto na F1 poderia se recusar a fazer parte disso, afinal não precisa. Se terminasse em segundo, teria 43 pontos para Vettel. Agora, tem 50. Duas corridas inteiras. Já é penta. Poderia ter feito igual ano passado, na Hungria, quando devolveu a posição para Bottas após não conseguir ultrapassar as Ferrari. Agora, vai ser lembrado pra sempre com essa mancha de Sochi, mesmo que na sequência deixe Bottas vencer após garantir mais um título, igual Schumacher na Áustria e Alonso na Alemanha. Fazer aquela cena de trocar troféu com Bottas? Ah, faça-me o favor!

A Mercedes, que sempre se orgulhou de deixar o pau quebrar na pista com Hamilton e Rosberg, mostra que é mais uma hipócrita e covarde, que só deixava isso acontecer porque não tinha concorrentes. Todos sabíamos que Bottas seria usado para otimizar Hamilton contra a ameaça Vettel. Mostra, definitivamente, que não tem sangue de campeão do mundo. A Mercedes, claro, é só mais uma igual as outras, que vai ter cada vez mais antipatia enquanto seu poderio não for terminado.

A F1 hoje é isso: enquanto luta para se tornar moderninha entre aqueles que simplesmente se lixam pela sua existência, acabam realmente deixando de se importar com o mais importante: a disputa e a emoção na pista. Hoje não tivemos absolutamente nada, de novo! Só Max e sua corrida de recuperação para proporcionar um pouco de alívio, mas mesmo assim não foi o suficiente para me manter acordado.

O jogo de equipe sempre vai existir, não é essa a discussão. A Mercedes simplesmente não foi inteligente no uso. Foi burra e vai arcar com as consequências disso em termos de reputação. No entanto, quem se importa quando forem colher os louros dos títulos? O que vai valer mais? Enquanto isso, a F1 segue cada vez mais artificial, tal qual a administração da Liberty Media...

Confira a classificação final do GP da Rússia:


Até!