Foto: Dan Mullan/Getty Images |
Estar no lugar certo e na hora certa é um timing que cada
vez está mais comum, com a tecnologia e os novos regulamentos da F1 que não
permitem mais os testes ilimitados.
Claro, antes disso tivemos a dinastia Schumacher e os
domínios da McLaren e Williams nos anos 1990, mas o que Vettel/Red Bull,
Mercedes/Hamilton e agora Verstappen/Red Bull estão fazendo será cada vez mais
corriqueiro.
Tirando Vettel, que é um talento indiscutível mas com menos
títulos do que “deveria”, Hamilton e Verstappen caminham para a história. Não
fizeram isso somente pela superioridade dos carros, mas pelos momentos que
definem quem é ou não um gênio, alguém que pode estar com propriedade na mesa
dos melhores de todos os tempos.
A pole de Verstappen em Mônaco mostra a mistura perfeita da
maturidade com a natureza agressiva do piloto. Max sempre foi até as últimas
consequências. Besta ou bestial. Na Arábia Saudita, enquanto disputava o título
inédito, colocou tudo a perder na última curva de onde também seria pole.
Em Mônaco, bicampeão, com o melhor carro e o único
adversário largando no fim da fila, Max poderia tranquilamente não arriscar e
somar os pontos necessários para aumentar a distância. Pensar no campeonato
longo. São 22 corridas, afinal, ainda mais em Mônaco. Qualquer deslize e tchau.
E mesmo assim, quando tinha mais a perder do que a ganhar, a
eternidade entrou em ação. Uma volta perfeita, no limite, que valeu mais do que
uma pole position e uma vitória histórica no palco histórico e mais
glamourizado da F1.
É Max Verstappen mostrando que ele é muito além do carro da
Red Bull. Isso a gente sabe, não há dúvida, mas as vezes é necessário
relembrar, chocar, se fazer entender na marra. A ducha de água fria, pois todos
torciam por outra história, o retorno da Fênix, é mais um daqueles momentos.
De certa forma, foi a mesma catarse de quando o quarentão
Schumacher fez a mesma pole em Mônaco, há 11 anos. Tudo bem que ele estava
punido e não largou na posição de honra, mas a volta de desaceleração com o
número um em riste é o que entrou para a história.
O sábado da pole e o domingo do controle da situação, na
chuva, no seco e na mistura de ambos, é que definem Max Verstappen, muito mais
do que os números e estatísticas.
É puramente o talento geracional do novo momento, da atual
era, não tão mais nova, não tão novidade, mas ainda assim impactante.
Até!
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