Foto: Motorsport |
Já é tradição: durante as férias de verão na Europa, a F1
para por quatro semanas. Durante esse período, faço a análise da metade da
temporada + uma corrida que se passou. Sem mais delongas, vamos às notas:
Foto: Sky Sports |
Sebastian Vettel – 9,5 = Condução quase irrepreensível,
exceção o descontrole emocional em Baku e o furo do pneu em Silverstone. Quando
a Ferrari tinha um ritmo melhor, foi combativo, conseguindo poles e vitórias na
base de undercuts e da superioridade da Ferrari. Quando a Mercedes cresceu nas
últimas provas, foi preciso: quase sempre no pódio, perdendo o mínimo de pontos
possíveis. Pontuou em todas as provas. Entretanto, a metade final será
complicada para a Ferrari. O W08 Hybrid parece ter se acertado e a maioria dos
circuitos favorece aos alemães, exceção talvez de Cingapura, Suzuka e Sepang,
talvez Interlagos. Se manter o ritmo dessa primeira parte, Vettel será penta ou
certamente venderá muito caro o título para Hamilton.
Foto: Boletim do Paddock |
Lewis Hamilton – 9,0 = É menos consistente que Vettel.
Quando vence, sobra. Quando a Mercedes tem dificuldades, está sendo superado
por Bottas nos treinos, o que não era esperado, apesar de recuperar em algumas
corridas. Ainda é o favorito ao título, dispõe de melhor equipamento, mas
precisa ter cuidado com Bottas. Apesar de ser o piloto número um, tem apenas
uma pequena distância para o finlandês, e aparentemente a Mercedes está
trabalhando para que os dois briguem livremente pelo campeonato. Se Hamilton
tiver menos problemas nas corridas onde a Mercedes não é dominante e conseguir
o maior número de pontos possíveis igual Vettel, será tetracampeão mundial.
Foto: Motorsport |
Valtteri Bottas – 9,0 = Vem fazendo muito mais do que todos
imaginavam. Tão combativo quanto Rosberg ou até mais, considerando que esse ano
as flechas de prata tem um concorrente ao título. Veloz nos treinos, não
consegue repetir o ritmo nas corridas. Apesar de tudo, possui duas vitórias.
Claramente Bottas já fez o suficiente para garantir mais um ano na equipe
alemã. Se conseguir acumulando pontos e comendo pelas beiradas, tem pequenas
chances de surpreender. Seu título seria uma das maiores zebras da F1 nas
últimas décadas.
Foto: Motorsport |
Daniel Ricciardo – 8,5 = Faz o que pode com a Red Bull. Teve
seu trabalho recompensado pela sorte e competência (óbvio) em Baku. Está se
beneficiando dos inúmeros infortúnios de Verstappen para ter uma vantagem
mentirosa no mundial, mas o problema não é do australiano. O que podemos dizer
é que: tomara que os taurinos consigam dar um carro para os dois brigarem pelo
título nos próximos anos. É um desperdício ambos brigando apenas por pódios
esporádicos.
Foto: XPB Images |
Kimi Raikkonen – 7,5 = Outra temporada medíocre recompensada
com mais uma renovação com a Ferrari. É o segundão da Ferrari, mas pouco
consegue atrapalhar as Mercedes, tanto é que está atrás de Ricciardo e sequer
venceu na temporada. É verdade que nas duas oportunidades que teve ele foi
podado pela equipe em prol de Vettel, mas era para o IceMan estar fazendo muito
mais. Enfim, teremos mais um ano com o finlandês no grid andando atrás do
alemão.
Foto: The Sun |
Max Verstappen – 7,0 = Problemas com o carro e sua
imprudência resultam em um ano
frustrante. Apenas um pódio, na China. Entretanto, com largadas agressivas (até
demais) e defesa de posição implacável, Max dá aperitivos de suas habilidades.
Precisa trabalhar mais a cabeça e parar de se preocupar em querer ser o “vilão”
da F1. Não precisa disso. Entretanto, parece que só aprenderá essa lição quando
sua inconseqüência resultar em um grave acidente ou um incidente que lhe
impossibilite de brigar pelo título quando tiver essa oportunidade em um futuro
não muito distante. Enquanto isso, seguirá com seus limitados brilhos
proporcionados pela sua habilidade e pela falta de competitividade da Red Bull.
Foto: Motorsport |
Sérgio Pérez – 7,5 = Outra temporada consistente. Só falta o
pódio. Ao que tudo indica, mais uma vez sua ida para a Ferrari será frustrada.
Está duelando fortemente com o companheiro de equipe Ocon, onde já se
estranharam duas vezes e perderam uma grande chance de brilhar em Baku. Pérez
precisa controlar os nervos na guerra interna e respeitar a ordem de comando.
Para ser piloto da Ferrari, é necessário ser ou um gênio, ou um bom capacho.
Foto: DNA India |
Esteban Ocon – 7,5 = Chegou chegando na Force India. Ele e
Wehrlein deveriam estar brigando pela vaga na Mercedes, mesmo com Bottas
surpreendendo na equipe alemã. Anda de igual para igual com o experiente
mexicano, há quatro anos na Force India e há sete na F1. Tem potencial para ser
campeão do mundo. Em breve será piloto Mercedes, disso não há dúvida. Precisa
amadurecer, obviamente, mas sua pequena amostra é entusiasmante.
Foto: Motorsport |
Carlos Sainz Jr – 7,0 = Entrega bons resultados na Toro
Rosso. A temporada pífia de Kvyat aumenta seu hype. É alvo da Renault. Já viu
que dificilmente irá ascender para a Red Bull, por isso está tentando de todas
as formas se livrar dos taurinos. Uma das formas é conquistar resultados
consistentes na pista. Entretanto, cometeu algumas barbeiragens na temporada,
mas seu saldo é positivo.
Foto: F1Fanatic |
Nico Hulkenberg – 7,0 = O legítimo acumulador de pontos, mas
que falta estrela. Está famoso pela ríspida discussão com Kevin Magnussen na
Hungria. Enquanto aguarda por Kubica no ano que vem, vai surrando o fraco
Palmer. Seu caso é o mesmo de Sainz: seus companheiros de equipe pouco ou nada
os ameaçam. Com o dinheiro que a Renault possui, tem tudo para, quem sabe,
finalmente abocanhar os resultados expressivos que todo mundo acreditou que ele
um dia iria conquistar. É a sua última chance, e não pode mais falhar na hora
H.
Essa é a parte um da análise da temporada, pessoal. Nos próximos dias, disseco a atuação da metade final do grid. O que acharam? Concordam? Discordam? Comentem!
Até mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.