Foto: Motorsport |
Em certo ponto da carreira, Alonso disse: “só me aposento
depois que conquistar o tri.” Essa parecia uma realidade não muito distante,
afinal o asturiano era o legítimo “sucessor” de Michael Schumacher. Era.
O então bicampeão mundial certamente não esperava que em
pleno auge surgiriam dois grandes talentos que acabariam lhe ofuscando na
década seguinte: um alemão chamado Sebastian Vettel e a promessa inglesa Lewis
Hamilton, com o hype de ser o primeiro negro na F1 estreando justamente na
McLaren, sendo companheiro de equipe da Fênix.
.
A história vocês já sabem. A arrogância custou muito caro
para a carreira de Alonso. Decisões erradas impediram que o espanhol pudesse
ter feito mais história na F1. O começo de tudo, é claro, foi a guerra na
McLaren, que lhe obrigou a retornar a Renault, onde tanto trabalhou, mas estava
longe de ser aquela equipe onde esteve dois anos antes. Em uma espécie de
exílio no cockpit francês, se juntou ao antigo inimigo, a Ferrari, com o objetivo
de ser campeão com os italianos.
2006: parecia que Alonso seria o sucessor de Schumacher... Foto: F1 Fan Site |
Sorrisos só por aí... relação belicosa com o estreante Hamilton entrou para a história Foto: Motorsport |
A passagem de Alonso na Ferrari foi brilhante, espetacular.
Com muito menos potencial que a Red Bull e durante certo ponto até diante de
McLaren e Lotus, Ferdi foi três vezes vice-campeão mundial, sendo que teve chances
claras de ser campeão nas duas primeiras, logo na estreia pela Ferrari, podendo
repetir o feito de Kimi Raikkonen.
A inesquecível reclamação com Petrov e a perda em Interlagos
parecem ter selado o destino de Alonso. O tri poderia ter sido tetra, penta,
hexa... Bastava permanecer na McLaren e ter jogo de cintura, fruto da falta de
gestão da carreira, perdida por descontroles emocionais.
Uma deixa para postar um dos carros mais bonitos da história Foto: Wikipedia Commons |
Talvez Alonso tenha sofrido um “castigo” maior que ele
merecia. Nem seu maior hater poderia imaginar que, dez anos depois da briga na
McLaren, o espanhol retornaria para a equipe, posaria para fotos sorridente com
Ron Dennis no retorno da mítica parceria McLaren Honda que no fim das contas é
um retumbante fracasso, fazendo com que o Espanhol competisse na Indy 500 de tão
desgostoso que está com a categoria.
O parágrafo sem pontuação (propositalmente feito assim, como
se fosse uma frase cuspida sem nenhum planejamento) vai ser explicado agora:
acredito que a única coisa boa para Alonso nesses últimos anos, além do salário
anual que recebe dos japoneses, foi sua imagem. Sempre muito crítico (e ainda
é) com os problemas da McLaren, o espanhol adotou uma linha bem humorada,
simpática e carismática, sendo um dos pilotos favoritos dos fãs, justamente
quando sua carreira esportiva está praticamente no fundo do poço da F1.
Carrasco Petrov: um dos três vices pela Ferrari. Foto: MotorSport |
O ultimato de Alonso a McLaren é uma jogada desesperada ou
calculada? Sem espaço nas principais equipes por conta de seu passado, o
espanhol tem apenas a McLaren como opção remota para tentar voltar a
vencer, o que não acontece desde 2013,
ainda na Ferrari. Com a Renault trazendo Kubica de volta, a alternativa de
Alonso é “rezar” para que a Honda faça progressos, o que parece improvável,
visto que em três anos a equipe andou para trás. A esperança é que a equipe de
Woking consiga um acordo com um novo fornecedor, mesmo que isso signifique o
processo evidente de pequenez deflagrada na McLaren há cinco anos.
Por isso a Fênix pensa em alternativas. Com o objetivo de
conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo, disputou a Indy 500. Não descarta
retornar em breve, quem sabe até participar de alguma temporada. Lá, as coisas
são um pouco mais iguais. Se sua participação em Indianápolis foi um sucesso de
público e audiência, imagina uma temporada inteira? Certamente não superaria a
F1, obviamente, mas a categoria certamente iria ganhar muito mais notoriedade,
principalmente na Europa. Depois, quem sabe, o objetivo final: Le Mans.
Indy: próximo destino? Foto: UPI |
Por mais que o sonho do tricampeonato de Alonso esteja
praticamente sepultado, o espanhol aprendeu nesses anos de perrengue que o
automobilismo é muito mais que o glamour da F1. Quem sabe, ao optar por esse
caminho, ele finalmente não acerta alguma das suas decisões na carreira?
Até!
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