segunda-feira, 6 de agosto de 2018

SURPRESA!

Foto: LAT Images
Rara semana de férias no ano e tal. Aproveitei e só agora, que tudo acabou, para escrever algumas linhas sobre a notícia bombástica e surpreendente da semana na F1.

Parecia tudo alinhado, inclusive com declarações do próprio australiano, que Ricciardo iria renovar com a Red Bull. Com a Mercedes fechada e a Ferrari fechando as suas portas, o rumo natural era a renovação de contrato com os taurinos.

A Renault, que parecia inclinada a receber Esteban Ocon diante de uma negociação com a Mercedes, anunciou a contratação de Daniel Ricciardo, que será parceiro de Nico Hulkenberg na equipe a partir do ano que vem. Por quê?

Ricciardo não confia na Honda. A lenta evolução e os constantes problemas de confiabilidade dos japoneses em quatro temporadas na categoria podem pressentir que a Red Bull certamente terá uma queda de rendimento - e confiabilidade - nos próximos anos, mesmo que a reclamação pública com os motores franceses seja o motivo do fim de um relacionamento de mais de dez anos.

Há, também, questões financeiras e políticas, fortemente entrelaçadas. Ricciardo queria uma valorização salarial no mínimo semelhante ao de Max. Afinal, apresenta resultados melhores que o pupilo holandês até aqui. Helmut Marko e Christian Horner talvez preferiram não ceder aos desejos financeiros do australiano. Outra questão, agora a política: Max está sendo lapidado para ser o grande líder da equipe, com todos trabalhando ao seu redor. Num futuro próximo, é provável que Ricciardo pudesse ser preterido. Talvez Max comece a ser o líder agora, fruto de um acordo polpudo de renovação no ano passado quando a Mercedes acenou com uma bela proposta para Jos e companhia.

Entre a incerteza da Red Bull Honda e o atraso da Renault, hoje quinta força da F1 (quarta econômica, mas está capitalizando a falta de pilotos - ou piloto - na Haas), Ricciardo preferiu os franceses. Além de ganhar o que pediu por lá, existe a chance de mostrar ainda mais serviço em um carro limitado, mas que por ser uma equipe de fábrica tem tudo para evoluir, mesmo que seja a pequenos passos.

No fim das contas, Ricciardo aposta mesmo é em 2021. Hamilton provavelmente já vai estar aposentado. Também não se sabe o futuro de Vettel, que poderia inclusive ir para a equipe alemã. Raikkonen obviamente também vai estar fora, assim como Bottas. Muitas vagas disponíveis a médio/longo-prazo. É aí que se encaixa o australiano, que tem tudo para estar valorizado no mercado pelo que vai demonstrar na Renault, que não teria força para mantê-lo caso não se aproxime de vitórias ou disputas por título.

Ricciardo vai usar a Renault como barriga de aluguel nos próximos dois anos, esperando o que acontece com Ferrari e Mercedes no futuro (ou até mesmo a Red Bull, por que não?). Igual o que Alonso fez com os próprios franceses em 2008 e 2009 antes de ter assinado com a Ferrari. Ricciardo e Hulkenberg é uma ótima dupla. Dois pilotos competentes, talentosos e constantes. Um tem sorte, o outro nem tanto. É o que a Renault precisa: acumuladores de pontos capazes de tirar um coelho da cartola de vez em quando (leia-se Ricciardo).

E A RED BULL?

Sainz e Gasly: os favoritos para a vaga. Foto: Divulgação/Red Bull
Ricciardo vai pegar a vaga de Carlos Sainz Jr, justamente o piloto Red Bull que estava emprestado para a Renault. Logo, a lógica aponta que o espanhol seja o parceiro de Max Verstappen na equipe-mãe, a exemplo do que foi na equipe-satélite entre 2015 e 2016, né? Bem... não. Quando Vettel foi para a Ferrari, Daniil Kvyat foi imediatamente anunciado como seu substituto. Dessa vez, a Red Bull não se pronunciou. Vai deixar para tomar a decisão no fim do ano.

Parece que o candidato favorito hoje é o francês Pierre Gasly, da Toro Rosso. Três pontuações bem consistentes nesse ano e a experiência de guiar um carro com motor Honda podem pesar a seu favor, além do fato de ser mais jovem que o espanhol. Outra questão importante: Max e Sainz não se dão bem. Nem eles e nem seus pais, os ex-pilotos Carlos Sainz e Jos Verstappen. Uma nova parceria polêmica e bélica na Red Bull pode não parecer bom para o desenvolvimento do time que está abertamente apostando em uma estrela única, o já monstrinho Max.

Caso Gasly vá para a Red Bull, abre-se um problemão para a filial Toro Rosso: seriam necessários dois pilotos para 2019. Brendon Hartley certamente não fica. Sainz também dizem ter negociações com a McLaren. Seu empresário é o mesmo de Alonso. Os pilotos da "base" dos taurinos ainda são muito jovens e não possuem super licença para guiar no próximo ano. Diante desse cenário, a Red Bull teria que colocar alguém de "fora" em alguma de suas equipes. Vale lembrar que esse ano já tentaram Lando Norris, e não descartaria uma nova investida para o pupilo da McLaren no ano seguinte.

As chances disso acontecerem no time A são mais do que improváveis. Alonso numa Honda outra vez? Esqueça. Outro nome jovem ventilado é o de Esteban Ocon, que parece agora com um futuro incerto diante do grande ponto de interrogação que virou a Force India e perdeu a vaga que estava negociando na Renault. O francês é outro que teve problemas com Max no passado, na base. Entretanto, segundo os dois, as rusgas ficaram para trás. No entanto, bastaria uma nova disputa direta na pista para que o passado viesse à tona, né Hamilton e Rosberg?

Bom, o movimento de Ricciardo é o ponto de partida do agito do mercado de pilotos, que tem por enquanto somente três equipes com duas equipes com suas duplas definidas (Mercedes e Renault), além de Max na Red Bull e Vettel na Ferrari. Agora é esperar o que Alonso vai decidir para que, aos poucos, o quebra-cabeça do grid de 2019 comece a ser montado.

Até!

terça-feira, 31 de julho de 2018

DEFININDO O FUTURO

Foto: Getty Images

Com a folga de um mês da Fórmula 1, o foco das notícias passa a ser sobre o mercado de pilotos para a próxima temporada. Excetuando as três grandes (Ricciardo tem tudo para renovar com a Red Bull), o restante do grid não tem contrato definido para 2019. Vamos dar uma passadinha em cada caso para tentar destrinchar o que vai acontecer no ano que vem.

Começamos pela situação mais complexa e dramática. Na última sexta-feira, a Mercedes e Sérgio Pérez ingressaram na justiça contra a equipe, que deve cerca de R$ 50 milhões para eles. A Force India decretou  falência e está sendo administrada pelo Ministério Público inglês enquanto aguarda compradores. Segundo a imprensa europeia, além de Lawrence Stroll, os donos da BWT (empresa que patrocina o time) e a própria Mercedes estariam interessados na compra do espólio.

No entanto, esse no momento não parece ser o principal drama dos indianos. Para continuar no grid nessa temporada, a Force India precisa da aprovação de todas as equipes e, segundo a “Auto Motor und Sport”, McLaren, Williams e Renault são contrárias a isso. As duas primeiras pensam no campeonato e a Renault deseja quebrar o domínio político de Ferrari e Mercedes. Caso isso continue, é possível que a equipe só volte no ano que vem, sob nova direção. Enquanto isso, caso Stroll seja acionista, é provável que o filhote vá para lá. Pérez, que está se mexendo para salvar o time, deve permanecer também.


Pérez e Vijay: inevitável cisão para tentar salvar a equipe. Foto: Reprodução

Até porque tanto Toto Wolff quanto Cyril Abiteboul confirmam que estão negociando a ida de Esteban Ocon para a equipe francesa no ano que vem. A instabilidade da Force India é um bom motivo para trocar de ares. Vale lembrar que Ocon já foi piloto reserva da Renault em 2016. Nico Hulkenberg segue na equipe. Pode sobrar para Carlos Sainz Jr.

Com a renovação de Ricciardo praticamente encaminhada com a Red Bull, o espanhol vai seguir sem espaço nos taurinos. Caso Ocon vá de fato para a Renault, qual seria o destino de Sainz? Bom, muitos apontam que ele pode ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren, formando uma dupla espanhola em Woking. Stoffel Vandoorne está longe de convencer e Lando Norris ainda não mostra estar pronto para subir para a F1.

No entanto, não é mistério que a jovem promessa inglesa foi procurada poucos meses atrás pela Toro Rosso para substituir o eterno tampão Brendon Hartley. Quem seria o parceiro de Pierre Gasly? No momento, não há outro piloto da academia dos taurinos com nível suficiente para adentrar a F1.

Alonso e Sainz: compatriotas podem ser parceiros na McLaren em 2019. Foto: Getty Images 
Por falar em promessa, quem está mostrando resultado na F2 é George Russell, atual líder da categoria. Ele já chegou a fazer alguns testes na Force India e também é piloto Mercedes. Com a negociação da cessão do câmbio dos alemães para o time de Grove em 2019, também é possível que os tentáculos das flechas de prata se extendam para outros negócios. Caso Stroll vá para a Force India, abriria-se um espaço para a chegada do jovem britânico. Pérez também já foi especulado, assim como Kubica também é um nome que está ventilando por lá.


Na Sauber, a morte de Marchionne deixa algumas dúvidas quanto a parceria estabelecida com os italianos, que colocaram o espólio da Alfa Romeo no carro. Leclerc certamente não permanece. Vai para a Ferrari ou a Haas. Não se sabe o quanto Ericsson ainda manda (se é que manda na equipe ainda, que até ano passado tinha como dono um investidor sueco). Pode ficar como pode sair. Se os dois saírem, certamente uma das vagas será preenchida por Antonio Giovinazzi, da academia da Ferrari e que disputou duas corridas ano passado. Se Ericsson também sair, pode ser que Antonio Fuoco, da F2, ou até mesmo Kimi Raikkonen pudesse retornar para a equipe onde tudo começou, em 2001.

Raikkonen ou Leclerc: um dos dois vai ser companheiro de equipe de Vettel no próximo ano. Foto: Motorsport


Para finalizar, na Haas, Grosjean vai ser substituído. A falta de resultados vai pesar, ao contrário de Magnussen,que deve permanecer. Uma dessas vagas pode ser de Charles Leclerc, caso não vá para a Ferrari. Provavelmente deve evoluir um passo em um carro melhor para amadurecer e mostrar serviço. A Haas também tem parceria com a Ferrari. Correm com a versão ferrarista do ano passado, praticamente. Outro candidato a vaga é Sérgio Pérez, oferecendo seu aporte financeiro por aí caso as tratativas com a Force India (ou o que sobrou dela) fracassem.

Por enquanto, tudo é muito nebuloso e incerto. Nos próximos meses, entretanto, os movimentos serão feitos. Os mais importantes: Daniel Ricciardo e Fernando Alonso. O que os dois fizerem vai influenciar boa parte das outras conjecturas, como um efeito dominó. Aguardemos que tudo isso vai se resolver provavelmente somente no ano que vem.

Até!

segunda-feira, 30 de julho de 2018

NA FRENTE

Foto: Getty Images
Lewis Hamilton vai desfrutar de suas merecidas férias de verão com 24 pontos a frente de Sebastian Vettel na disputa para ver quem será o terceiro piloto da história a ser pentacampeão mundial de F1. Tudo isso graças a uma vitória que se avizinhava improvável na Hungria - a sexta em Hungaroring -, oriunda de uma pole excepcional no chuvoso treino de sábado.

Na corrida, bastou Lewis guiar de ponta a ponta sem sustos para vencer pela quinta vez na temporada. Os escudeiros de Ferrari e Mercedes optaram por estratégias diferentes para tentar atrapalhar os candidatos ao título de cada rival. Enquanto Hamilton disparava, Raikkonen parou cedo para colocar os pneus macios, o que forçou Bottas a parar logo depois, enquanto Vettel fazia um stint longo.

Com pneus desgastados, Bottas não resistiu aos ataques de Vettel e acabou sendo ultrapassado. Provavelmente sem tração, bateu na Ferrari do alemão e danificou a asa dianteira de sua Mercedes. Incidente de corrida que poderia ter comprometido Seb. Raikkonen passou na sequência e Bottas, sem ritmo e pneus, foi atacado por Ricciardo (largou em 12° e foi o grande piloto do dia). O finlandês jogou o carro no australiano, que mesmo assim o passou facilmente nas voltas finais para fechar com chave de ouro a sua grande atuação. Como "recompensa pela atuação", Toto chamou o #77 de "bom escudeiro". Claro que o finlandês ficou puto, mas a verdade é essa, assim como para o compatriota da Ferrari.

Foto: Reuters
A outra Red Bull, de Verstappen, abandonou logo no início. Não faltaram palavrões para criticar o motor Renault. Fim de casamento bem melancólico entre os dois. O clima já é horrível há tempos - desde 2015 - mas agora as coisas ficam cada vez mais escancaradas, como todo o fim de parceria - lembram-se da McLaren com a Mercedes em 2014? O motor francês quebra muito, e não é só com os taurinos - é com a própria equipe principal também.

Pierre Gasly foi o melhor do resto. Grande sexto lugar do francês. Foi apenas a terceira vez que ele pontou no ano, mas quando o faz é sempre em grande estilo (quarto no Bahrein e sétimo em Mônaco). Em pistas de baixa, o chassi parece se comportar bem. Ainda falta potência para a Honda, mas a confiabilidade tem sido um ponto positivo nessa temporada. Alonso dessa vez conseguiu tirar um coelho da cartola e garantiu um belo oitavo lugar para a McLaren, que também poderia ter Vandoorne no top 10, mas o belga abandonou com problemas. Parece ter reagido. Sainz e Grosjean fecharam a zona de pontuação.

A corrida não foi muito animada, como é normal da Hungria. Agora, resta saber é como Vettel e a Ferrari irão reagir a esses 24 pontos de desvantagem na reabertura da temporada, em Spa Francochamps. No entanto, o que vai pegar fogo no próximo mês são as especulações - algumas começam a se confirmar, outras são apenas fofocas - para a próxima temporada.

Confira a classificação completa do GP da Hungria:




sexta-feira, 27 de julho de 2018

EM FRENTE

Foto: Getty Images
A F1 é dinâmica e, literalmente, gira rápido. Mal temos tempo para lamentar ou comemorar que é preciso continuar, manter ou se recuperar do que aconteceu na semana anterior. O Grande Prêmio da Hungria ganha contornos mais importantes porque é o último antes das merecidas férias de verão. Uma boa atuação dá tranquilidade para o descanso e a retomada no fim de agosto, em Spa Francochamps. Erros e exibições abaixo da crítica vão deixar um gostinho amargo, podendo recuperar justamente apenas depois de um mês.

É o caso de Vettel, que tem a chance de vencer uma semana depois do dolorido erro em Hockenheim. Hoje, já fez o tempo mais rápido do dia, com as Red Bull sempre no encalço. Diferente do habitual, assim como as Mercedes mais discretas, embora isso já seja uma tradição da corrida húngara nos últimos anos. Entretanto, a ausência de potência extra no motor pode prejudicar os taurinos na briga pela pole. Hungaroring é, mais do que nunca, um circuito que será impossível ultrapassar, fato já admitido e aceitado pelos pilotos. Portanto, largar na frente pode ser definitivo, exceto se chover ou uma série de Safety Car altere a lógica natural das coisas.

O meio da tabela tem o de sempre: Haas, Force India e Renault. No fim, também o de sempre: Williams, McLaren, Toro Rosso e Sauber. Algumas palhinhas de boatos e negociações: a McLaren confirmou a chegada de James Key, que estava na Toro Rosso, como diretor técnico da equipe. Entretanto, existe uma regra de "quarentena" envolvendo as negociações desses profissionais. Logo, não se sabe quando Key vai poder, de fato, se apresentar ao time de Woking - provavelmente só no ano que vem.

Toto Wolff admite a possibilidade de Esteban Ocon ser emprestado para a Renault. Com a definição dos dois pilotos das flechas de prata, resta ao francês esperar sua oportunidade tentando impressionar a sua equipe. Em tese, vai para um centro melhor, mais estruturado e sem problemas financeiros. Seria companheiro de Nico Hulkenberg. O que sobra para Carlos Sainz Jr? Com Ricciardo permanecendo na Red Bull, dizem que seu destino é ser parceiro de Alonso na McLaren. Só uma palhinha do que pode vir na semana que vem...

A única forma de continuar é seguindo em frente, sem olhar para os erros, decepções e tristezas. É a lição que Vettel pode tirar nesse final de semana. Por ele, pela Ferrari e por Sergio Marchionne.

Bom, confira a classificação dos treinos livres do GP da Hungria:



Até!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:16.276 (Ferrari, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 5x (2007, 2009, 2012, 2013 e 2016)

SEM MIAMI, POR ENQUANTO

Foto: Reprodução
Diante do impasse da organização da corrida de Miami com as votações da cidade e os protestos dos moradores, a Liberty Media anunciou que a corrida não será realizada no ano que vem. Se tudo der certo, ela entra no calendário em 2020. A data limite para o acerto era até julho. Entretanto, diante do adiamento das negociações até setembro, não haveria tempo hábil para organizar uma boa corrida em praticamente um ano de preparação.

A ideia da categoria é realizar três corridas na America do Norte de forma consecutiva em outubro - duas nos Estados Unidos e uma no México. Uma das maiores discussões é sobre o traçado que será utilizado na cidade. A associação de moradores local ameaça processar os representantes da prova porque não querem que suas rotinas sejam interrompidas com a realização de um Grande Prêmio. Se tudo der certo, o acordo seria de dez anos, renováveis por mais dez.


Pra ser sincero, não tenho entusiasmo algum em assistir uma corrida de rua em Miami. Já existem várias. O público americano não gosta da categoria. Poderiam tentar o retorno da Malásia, por exemplo, ou então intensificar os esforços para a corrida na Holanda. Seriam alternativas mais viáveis para os fãs. Claro que o dinheiro, o business e o hype falam mais alto nesses casos, é inevitável. Bom, se já estamos aguentando Abu Dhabi decidir o campeonato já há quase dez anos, o que seria mais uma corrida de rua extravagante com prazo de validade relativamente curto?

UM NOVO LOCAL PARA A PRÉ-TEMPORADA

Foto: Reprodução
Segundo a revista "Auto Motor and Sport", a F1 deve ter novo destino para os treinos da próxima pré-temporada: sai Barcelona e entra Bahrein. Nesse ano, as equipes tiveram dificuldades no circuito catalão. Com o asfalto recapeado nesse ano, a pista deixou de representar as situações enfrentadas pelas equipes durante a temporada. Além disso, também nesse ano as sessões ficaram marcadas pela chuva e até a neve, prejudicando o desenvolvimento dos carros às vésperas da abertura da temporada, na Austrália.

Por outro lado, o Bahrein traz outro problema para a FIA: o alto custo do deslocamento para os testes em comparação a Barcelona. Com as fábricas situadas na Europa, o transporte de equipamentos e novas peças pode tornar o investimento mais caro para as equipes. No entanto, a Liberty pretende arcar com esses custos, com uma condição: que acabe alguns segredos da pré-temporada, pois é o desejo de Chase Carey e cia tornar os primeiros testes do ano atrativos para os fãs - até se especulou a transmissão dos treinos pela internet nesse ano, o que acabou não rolando.


A F1 sai de um extremo para o outro, talvez mais trabalhoso para as equipes. Entretanto, se tudo for realmente pago, as coisas tendem a ficar melhores. Barcelona é um circuito chato e manjado, com corridas esquecíveis. No Bahrein, temos boas corridas em um traçado mais atrativo. Simulando as condições de calor que irão existir no decorrer da temporada, talvez seja uma boa mudar de ares - e de continente - no início da temporada.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 188 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 171 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 131 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 122 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 106 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 105 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 52 pontos
8 - Fernando Alonso (McLaren) - 40 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 39 pontos
10- Sérgio Pérez (Force India) - 29 pontos
11- Esteban Ocon (Force India) - 29 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 28 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 20 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 19 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 13 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 5 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 310 pontos
2 - Ferrari - 302 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 211 pontos
4 - Renault - 80 pontos
5 - Haas Ferrari - 59 pontos
6 - Force India Mercedes - 58 pontos
7 - McLaren Renault - 48 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 21 pontos
9 - Sauber Ferrari - 18 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO:








OS GÊNIOS TAMBÉM ERRAM

Foto: Getty Images
A ideia do post era falar sobre os erros de Sebastian Vettel em momentos decisivos durante a carreira. Pesquisando e lembrando outras coisas de cabeça, decidi expandir para erros de outros grandes pilotos e alguns outros problemas que lhes custaram possíveis títulos.

A lista vai ser predominantemente de fatos recentes, pois não fiz uma pesquisa das décadas anteriores, então estarei devendo.

Vou começar com o próprio Vettel. Por incrível que pareça, quando ele erra é sinal de que será campeão, ao menos era assim até o ano passado. Em 2010 por exemplo, cometeu alguns deslizes que poderiam ter custado o seu primeiro título. Na Austrália, liderava até bater sozinho. Na Turquia, o famoso e histórico enrosco com Mark Webber, com direito a sinal de maluco e tudo mais.




Webber chegou a liderar o campeonato e tinha grandes chances de ser campeão. No entanto, bater sozinho diante da chuva da Coreia do Sul após sofrer um grave acidente de bicicleta minou com a sua única chance de título na carreira.




No ano seguinte, Seb caminhava para ser bicampeão sem sustos. Na caótica corrida do Canadá, liderava tranquilamente até escapar na última volta e perder a vitória para Jenson Button.


Em 2012, Vettel largou mal e foi tocado pela Williams de Bruno Senna, quase perdendo o título na primeira volta em Interlagos. O resto da história vocês já sabem: se recuperou e conquistou o tricampeonato.


Bem, no ano passado vocês lembram o que aconteceu...


Hamilton também sabe a sensação de fraquejar na hora decisiva. Na temporada de estreia, em 2007, estava prestes a fazer o inacreditável: ser campeão da F1 como novato. Bastavam alguns pontos na China, onde foi pole, e no Brasil para sacramentar a conquista. Bem...




Em 2016, ao começar muito mal a temporada e vendo Rosberg disparar na liderança, Hamilton poderia ter começado a reação na Espanha, quando largou na pole. Foi superado na largada e, ao tentar passar Nico...


Antes de Vettel, a última vez que um líder havia abandonado por uma batida foi Fernando Alonso, no Canadá, em 2005. Pra sua sorte, foi em uma temporada onde ele e a Renault sobraram, conquistando ambos o primeiro título.



Em 2010, durante o último treino livre, o espanhol bateu e a Ferrari não teve como recuperar o carro para o qualyfing. Largando de trás, Alonso perdeu pontos preciosos para a disputa do título...



2012. 29 pontos de vantagem para Vettel com um carro muito inferior. Alonso começou a perder o tri na largada do Japão ao se envolver em um incidente com Grosjean na largada.


Líder batendo sozinho não é novidade e também é impossível não lembrar do caso mais famoso de todos:


Raikkonen durante a temporada de 2005 estava 22 pontos atrás de Alonso na etapa de Nurburgring. Na última volta, a suspensão não aguenta e a McLaren bate na última volta, complicando ainda mais as chances do IceMan naquele ano...



Até o maior campeão de todos os tempos aprontou das suas. Em 1998, ele ia dar uma volta em cima de Coulthard no caótica GP da Bélgica. Quase rolou briga nos boxes. Em 2003, o ano do hepta, o título veio com contornos dramáticos, com direito a batida em Takuma Sato e incidente com o irmão Ralf.




Pra fechar, Mika Hakkinen. Sem Schumacher na disputa do título (tinha quebrado a perna no acidente de Silverstone), as coisas ficaram ao seu feitio para o bicampeonato de 1999. Entretanto, engana-se quem pensa que ele veio fácil. Pelo contrário. O finlandês teve que lutar até o fim contra o insosso Eddie Irvine, que chegou a prova final como líder do Mundial, e até algumas corridas antes a Jordan de Frentzen também estava no páreo. O sofrimento veio muito em conta de erros primários de Mika, como é o caso da rodada na Alemanha, quando liderava:



Moral da história: todos erram, inclusive os grandes. A questão é como dar sequência para não errar e sobrepor o talento em relação aos obstáculos existentes na categoria. Todo mundo tem teto de vidro, e quem não errou, adivinhe, ainda vai errar.

Até mais!


terça-feira, 24 de julho de 2018

PENDÊNCIAS

Foto: Getty Images
De maneira surpreendente, a Ferrari anunciou no último sábado a saída de Sérgio Marchionne como o presidente da escuderia.

Marchionne, de 66 anos, também era dono do grupo FCA (conglomerado que inclui fabricantes como Fiat, Jeep, Ram, Dodge e a Chrysler).

Segundo informações da imprensa europeia, Marchionne realizou nas últimas semanas, em Zurique, uma cirurgia no ombro. No entanto, nos últimos dias, seu estado de saúde piorou drasticamente, o que não lhe dava mais condições de seguir no comando do conglomerado.

Ainda de acordo com a imprensa italiana, Marchionne estaria em coma, num estado "irreversível" e também com câncer de pulmão. No entanto, a empresa não fez mais comentários sobre o estado de saúde do italiano.

Com 66 anos, já estava previsto que o italiano iria deixar de ser o cabeça do grupo no fim do ano que vem. Com isso, assume em seu lugar Mike Manley, que era o presidente da Jeep. Manley torna-se o primeiro não italiano a dirigir a Fiat.

Já para a Ferrari, ficou determinado que o neto de Gianni Agnelli, falecido em 2003, principal acionista do Grupo Fiat, John Elkann, de 42 anos, será o novo presidente. Além disso, Louis Carey Camilleri, 63 anos, egípcio de nascimento, mas de origem italiana, será o novo diretor geral da equipe de F1. Marchionne assumia as duas funções, presidente da empresa e diretor da equipe.

Na F1, Marchionne assumiu a Ferrari na temporada 2015, pegando uma equipe em crise diante do final da Era Montezemolo (1991-2014) e alguns meses sob a administração de Marco Matiacci. Fazendo reformulações e mudanças radicais demais para uma equipe de F1, o italiano conseguiu, de forma surpreendente, recolocar a Ferrari em posição de protagonismo na categoria. No ano passado, Vettel brigou até o final pelo título, e nesse ano tem melhor conjunto em relação a dominante Mercedes.

A questão que fica é: com a saída repentina de Marchionne, o que muda na administração da Ferrari na F1?

Pelo que reporta a imprensa italiana, a princípio as coisas não devem mudar muito. Elkann e Camilleri foram instruídos a seguir os procedimentos acertados pela cúpula do grupo na última reunião, realizada em junho. Ou seja: no primeiro momento, a Ferrari vai seguir jogando duro com a Liberty no que se refere ao regulamento de 2021 e a manutenção de seus privilégios, como o bônus de equipe histórica, por exemplo.

Ao longo desses anos, Marchionne também desenvolveu parcerias técnicas com a Haas, que praticamente usa o modelo ferrarista do ano passado e desde o início do ano comprou o espólio da Sauber, utilizando o nome da Alfa Romeo. Em ambas, é provável que muitos pilotos da academia da Ferrari passem por lá (são os casos de Giovinazzi e Charles Leclerc). Outra questão importante é a definição de quem será o companheiro de equipe de Sebastian Vettel. Segundo o Gazzetta dello Sport (que pertence ao grupo Fiat), Leclerc irá substituir Kimi Raikkonen no ano que vem.

Resta saber agora quais serão os próximos passos de John Elkann como novo presidente da Ferrari. Será que ele vai manter a linha dura com a Liberty, vai ceder ou os italianos vão cumprir com a ameaça de deixar a F1 se não gostarem dos rumos que a categoria pode vir a levar? E as relações com a Haas e a Ferrari? E a Alfa Romeo? Pendências que só o tempo dirá.

Até!