Foto: Getty Images |
Se a F1 nas pistas está bem amena, a situação fora dela já
começou a esquentar.
Ainda estamos no início da temporada, mas reações imediatas
já prometem abalar as estruturas.
Começando pela Alpine. Em tese, a quarta montadora deveria
se aproximar ainda mais das outras três grandes. No entanto, não é esse o
resultado que estamos vendo aqui.
Desde problemas nos carros até erros e batidas dos pilotos
(incluindo um no outro na Austrália), o CEO da Alpine, Laurent Rossi, já
colocou a boca no trombone.
Em entrevista para a imprensa francesa na semana passada,
ele basicamente esbravejou que a equipe deveria estar muito melhor na tabela,
no desempenho e na distância em relação as outras favoritas e jogou tudo nas
costas do chefão da equipe, Otmar Szafnauer.
Ele também afirmou que, se as coisas não melhorarem, ele não
vai ficar de braços cruzados. Mudanças vão acontecer, mesmo que sejam bruscas.
Bem, a Renault há tempos tem esse histórico conturbado
internamente. Uma equipe que cresce a passos bem tímidos, digamos assim. Apenas
uma vitória desde que retornou como equipe.
Bem, Otmar também não geriu bem a questão Piastri e Alonso,
além do conhecido relacionamento conturbado entre Ocon e Gasly, mas a culpa não
é só dele. A bagunça administrativa que fez o time perder uma de suas promessas
também é culpa da alta cúpula.
Se tratando dos franceses, não duvido que tudo isso seja
algum motivo para novamente sair da F1, visto que o Pacto de Concórdia precisa
ser renovado e, é claro, tudo precisa estar minimamente conforme os interesses
da companhia.
Outra notícia forte, mas não surpreendente, é que a batata
tá assando para Nyck De Vries. O campeão da F2, estreante aos 27 anos, não
pontuou na temporada, assim como o outro rookie Logan Sargeant. O desempenho
bem inferior em relação a Tsunoda e as batidas podem estar rendendo um
ultimato.
Helmut Marko teria decretado: se as coisas não melhorarem
nas próximas etapas europeias, o holandês será sacado do time. E quem seria o
favorito? Daniel Ricciardo, hoje reserva da Red Bull.
Liam Lawson, hoje na Super Fórmula japonesa, também corre
por fora.
Vamos por partes. Marko destruir a carreira de alguém e
queimá-la tão rápido não é surpresa, mas o holandês não se ajuda. No entanto, o
tempo para adaptação na F1 hoje em dia é grande. É brutal a diferença de um F2
ou FE para os atuais F1. Nyck precisa de resultados e de tempo, mas no momento
é improvável ter os dois a favor.
Sobre o substituto, a própria Red Bull poderia ter colocado
Lawson ao invés de trazer alguém de fora para a equipe B, por isso descartaria
Lawson. Ricciardo não quis ir para a Haas e ainda está recebendo da McLaren,
uma ida tampão para a Alpha Tauri não faz sentido nenhum.
Quer dizer, pode ser um all-in. Vai que ele se imponha
diante de Tsunoda e ande mais que o carro, onde a equipe está jogada as traças
e já pensando no futuro, se é que ele pode existir.
No entanto, imagina se ele perde para o japonês? Não seria
anormal, pois precisaria se acostumar ao carro e a equipe. Enfim, Ricciardo já
velho voltando para a Alpha Tauri não faz sentido nenhum, assim como a própria
chegada de De Vries.
Sem um grande talento pronto para subir, os taurinos
assumiram o risco de bater cabeça nessa escolha. Tirar De Vries para queimar
outro talento que certamente ainda não está pronto também não parece prudente e
inteligente.
São os bastidores já pegando fogo, e as coisas prometem
esquentar ainda mais com o passar do ano, seja pelas especulações de pilotos,
seja o Pacto de Concórdia, 2026 ou qualquer outro tema... Afinal, são 23
corridas. É preciso ter assunto para gerar tanto conteúdo, ainda mais que
teremos um massacre taurino durante o ano.
Até!