Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
E acabou a pré-temporada da F1. Mais enxuta que o normal, agora os carros só voltam para a pista daqui duas semanas na abertura da temporada que a princípio está mantida, apesar das ameaças e do medo do coronavírus.
Na quinta, a Ferrari andou na frente, mas o próprio Mattia Binotto reconhece que o trabalho não está bom e que há muito para ser melhorado. Blefe ou não, os italianos já começam na berlinda, para variar. Atrás da Red Bull e com a Racing Point colada? Não acredito no 8 e nem no 80, mas sim no meio-termo.
Hoje, Bottas foi o mais rápido. Ele fez a melhor volta nos seis dias somados. Não diz muita coisa, mas mostra que a Mercedes vai nadar de braçada mais uma vez. Mesmo campeã há muito tempo, foi a única que aparentemente fez uma inovação, o DAS, já banido para o ano que vem.
O resto continua igual. Red Bull/Honda evoluindo, tendo a confiabilidade do motor como grande questão. Racing Point é a grande revelação da pré-temporada, falta confirmar durante o ano, mas os predicados são bons. Renault é uma incógnita, Alpha Tauri também pode evoluir, Alfa Romeo junto da briga e, mais para trás, Haas e Williams, as mais pobrinhas. Pelo menos dessa vez o time da Claire quem sabe pode brigar pelo nono lugar nos construtores. Estou tentando ser otimista.
Na semana que vem, uma tentativa de análise mais aprofundada (ou não) e um post sobre a Ferrari, além de outras novidades, quem sabe.
Até lá, vejam os tempos de ontem e hoje na pré-temporada da Fórmula 1:
Pelo jeito não há muitas novidades na pista. Mercedes voando, Red Bull consistente, Ferrari já pressionada e com problemas, Racing Point impressionando e uma briga encarniçada no pelotão intermediário.
Nessa quarta, com os ultramacios, Kubica, reserva da Alfa Romeo, foi o mais rápido. O interessante é que apenas a Haas não revezou os pilotos durante o dia, ou seja, todos foram para a pista.
O que mais chama a atenção nos últimos dias (ou no ano) é o coronavírus. Chegou forte na Itália e até no Brasil. A Ferrari e a Alpha Tauri, cujas sedes estão por lá, começaram a tomar diversas providências. A Alfa Romeo também se preocupa porque lá existem vários membros italianos.
O Bahrein cancelou voos da Itália para lá e o Vietnã, com autódromo pronto, também, além de vários cancelamentos esportivos e as consequências políticas e econômicas de um problema de saúde até então incontrolável.
Obviamente, o risco de mais cancelamentos durante o ano é altíssimo. Com o recorte do esporte, fica claro que acontecer o evento ou não é o que menos importa, mas sim a saúde daqueles que participam, sejam pilotos, mecânicos, comissários, imprensa, torcedores, etc.
Se a temporada dentro da pista promete ser mais previsível do que nunca, os desdobramentos ao redor respondem o contrário.
Confira os tempos do quarto dia de testes em Barcelona:
E começou a pré-temporada de 2020 (ou 2019 parte 2). Todos os carros na pista e, desde já, com muita quilometragem. Até a Williams andou bastante na Catalunha. Vamos então para os destaques:
Geralmente, nos primeiros testes, a Mercedes faz tempos altos, priorizando a confiabilidade. Bem, desta vez não foi assim. Hamilton e Bottas já fizeram dobradinha logo no primeiro dia, com pneus macios e tudo. Qual será a estratégia? Daqui a pouco voltamos para escrever mais sobre os prateados.
A Ferrari entendeu que tempos de pré-temporada são a mãe da decepção. Desta vez, Charles Leclerc ficou lá no final da tabela. Desde o final do ano passado, surgiram notícias de que o novo carro teve problemas de desenvolvimento no túnel de vento e que isso acarretou em perda de tempo e de desempenho. É a Ferrari correndo atrás do prejuízo ou um blefe reverso?
Outra coisa que chamou a atenção foram os carros que não possuem motor Ferrari com o bico afinado. Muitos estão acusando que a Racing Point é basicamente uma Mercedes B, algo nos moldes Ferrari-Sauber no início do século. A McLaren já chiou, mas os rosinhas andaram bem e já avisaram que irão brigar pelo top 4. Ah, e foi a primeira vez que um projeto foi desenvolvido do zero. Nos últimos anos, pela crise financeira da antiga Force India, existiam muitos atrasos no carro da temporada. Não é o que vemos desta vez.
Racing Point: Mercedes B? Foto: Montagem
Verstappen foi o mais que andou (168), o que definitivamente prova que a Red Bull/Honda está em dia no quesito confiabilidade. Potência? Saberemos. Kubica deu algumas voltinhas pela Alfa Romeo e foi o único piloto de testes a participar da atividade. Os tempos do dia 1:
Hoje, o mais rápido do dia foi Kimi Raikkonen, com os pneus macios da Alfa Romeo. No entanto, esse não é o principal fato do dia.
Pois bem: a Mercedes revelou ao mundo o DAS. O que significa isso? Vou pegar a explicação do Rafael Lopes:
O Dual Axis System (DAS), Sistema de Duplo Eixo em português, "se refere aos movimentos laterais (eixo x no plano cartesiano) e de empurrar e puxar (eixo y). A novidade permite que o piloto mude o alinhamento das rodas dianteiras nas retas. A ideia é diminuir a perda de temperatura nos pneus nos trechos de aceleração plena. Nas curvas, ele volta ao normal."
Ou seja: Hamilton e Bottas movimentam o volante para a frente e para trás durante as retas, retornando a posição original nas curvas. Mas qual o ganho disso?
A Mercedes não fez uma explicação completa sobre o sistema, mas o DAS auxilia na manutenção da temperatura dos pneus, que cai durante as retas. O dispositivo, a princípio, não é algo aerodinâmico, o que seria proibido pelo regulamento. Os alemães garantem que a FIA está ciente do recurso e que não há nada ilegal mas, todos sabem, as decisões da FIA sobre regulamentos não são somente esportivas. Várias vezes algo que era legal virou ilegal da noite para o dia.
Pulo do gato ou não, esse dispositivo pode ser a garantia definitiva do domínio da Mercedes por mais um ano e certamente será palco de muitas discussões e de muitas manchetes durante o ano.
Na pista, dessa vez as flechas de prata priorizaram o ritmo de corrida e confiabilidade, pois Hamilton (9°) e Bottas (13°) ficaram na rabeira da tabela. Sérgio Pérez confirmou os testes promissores da Racing Point ao ficar em segundo. A Ferrari novamente foi tímida com Leclerc e Vettel. Todo mundo apresentando quilometragem alta. A Renault, que foi a que menos andou, fez 92 voltas. A Haas de Grosjean fez 158 voltas.
Foto: Getty Images
Resumindo: a Mercedes - com volante móvel ou não - vem forte. A Ferrari esconde o jogo, a Red Bull parece promissora e a Mercedes B Racing Point quer ser a melhor do resto do pelotão.
A grande notícia é que pelo menos nesse ano a Williams vai se arrastar nas pistas com um carro bonito. Uma mistura de azul, branco e vermelho que não significa nada, mas que por incrível que pareça, deu certo.
O vermelho na Williams é uma exigência da Rokit, o patrocinador chinês que vende milhares de celulares. Lembra, de certa forma, a Williams de 1999, que tinha o patrocínio da Winfield.
Foto: LAT Images
A Renault preta segue fazendo mistério com a identidade do carro. Williams e Haas foram para a pista andar os 100 km de publicidade que são permitidos.
Os americanos voltaram com a pintura branca/cinza tradicional, agora que não possuem mais o patrocínio picareta daquele energético lá, o Rich Energy. O cargo de carro preto parece que ficou a postos da Renault.
Foto: Getty Images
Olhando de relance algumas fotos na rede social da Haas, uma estava o carro com o fundo preto dos boxes. Achei que era alguma releitura da McLaren West. A parte da frente me faz lembrar disso ou estou vendo demais?
A Racing Point apresentou o último carro iogurte de sua curta história, pois no ano que vem eles irão se transformar na Aston Martin.
Amanhã começa a pré-temporada da F1 e só falta o visual da Alfa Romeo. Tomara que continuem com o camuflado.
Nessa temporada 2020 que mais parece um 2019 parte 2, pouquíssimas coisas são interessantes. Quase tudo é o mesmo. O ponto positivo é o aparente retorno das cerimônias mais pomposas de apresentação dos carros, o que era mais comum até o início do século.
Uma das poucas novidades é a Alpha Tauri. Além do nome, as cores também são inéditas: preto com prateado (?). Sei lá, é algo bonito e diferente. Qualquer coisa que seja isso hoje atualmente já é o suficiente para ser exaltado.
Foto: Reprodução
A Alfa Romeo lançou uma pintura camuflada pra andar os 100 km que cada equipe tem direito para as atividades de marketing. Claro que o intuito é esconder "as novidades aerodinâmicas", mas convenhamos: essas pinturas de pré-temporada sempre são melhores que as originais, né?
Foto: Reprodução
Williams, Racing Point e Haas não devem ter mudanças. A Haas até anunciou a nova pintura, mas não achei interessante divulgar, por ora. Vou esperar a apresentação oficial.
Essa semana começam os primeiros três dias de pré-temporada em Jerez de La Frontera. Até lá!
Todo mundo pensando em 2021, mas antes disso há o 2020. A F1 começa a apresentar os carros para o início da pré-temporada.
No Teatro Valli, na Itália, a Ferrari apresentou o SF1000. O vermelho remete aos carros da equipe nos anos 1980, assim como a serifa dos números lembra dos tempos de Gilles Villeneuve e Didier Pironi.
É um carro bonito, mas convenhamos: o vermelho do Inter nesse ano é incomparável. Risos.
Foto: Reprodução/Ferrari
Hoje, a Red Bull e a Renault também lançaram o visual de seus carros. Como os taurinos estão iguaizinhos, não faz sentido postar foto. É a mesma coisa do ano passado, e do outro, e do outro...
A Renault, por sua vez, vai ficando mais preta com o passar dos anos. Como todo carro preto e com detalhe amarelo, vão comparar com a Lotus, mas prefiro a analogia que soltaram de que a Renault está ficando igual a uma banana que vai apodrecendo.
Agora que a Haas voltou a ser branca, os franceses preenchem o espaço de carro preto dessa temporada.
Foto: Reprodução
Como esperado, o GP da China está, a princípio, adiado. Foi a decisão que a FIA tomou em conjunto com os órgãos e autoridades do país. A grande questão é como esse pepino vai ser descascado. Surgiram especulações de realocar a prova para o final da temporada, mas isso acarretaria em uma semana a menos de férias para os pilotos e/ou para os funcionários das fábricas.
A última vez que um evento foi cancelado por motivo de força maior foi o GP do Bahrein de 2011, em virtude dos protestos da Primavera Árabe. Com muito dinheiro em jogo de estatais e patrocinadores, a China é um mercado importante para qualquer negócio que queira se prezar global. É um grande problema que o bigodudo Carey vai ter que resolver juntamente com as equipes.
A Mercedes não vai deixar a F1. Toto Wolff disse em entrevista para o jornal alemão "Auto Motor und Sport" que as flechas de prata seguem na categoria. O novo pacto de Concórdia não será um problema, embora nem todas as arestas tenham sido aparadas.
E mais: as negociações com Hamilton serão retomadas agora com o início da pré-temporada.
Aparentemente, nada mudou e nem vai mudar. As teorias mirabolantes foram dissipadas rapidamente. A grande curiosidade, é claro, é saber como os alemães vão estar com o novo regulamento e o teto orçamentário, apesar de, honestamente, não acreditar que isso faça alguma diferença signficativa a curto-prazo.
China e Vietnã seguem com as corridas ameaçadas em virtude do coronavírus. Até poderia acrescentar o Japão, mas é necessário dar tempo ao tempo.
Semana que vem os carros serão apresentados. A única mudança estética significativa deve ser a tal Alpha Tauri, que certamente terá cores diferentes do que foi a Toro Rosso.
Confira as datas das apresentações:
11/02 - Ferrari
12/02 - Renault e Red Bull
13/02 - McLaren
14/02 - Mercedes e Alpha Tauri
17/02 - Williams e Racing Point
19/02 - Alfa Romeo e Haas