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A FIA e a direção de prova, com Charlie Whiting, tinham
preceitos, regras e situações muito bem definidas. Raramente existiam
polêmicas. Só lembro de uma, quando Vettel mandou o finado diretor de prova ir
“se foder”, mas mesmo assim, a regra era clara, parafraseando outro.
Apenas a morte de Charlie Whiting não justifica o deus dará
e a falta de bom senso que tomou conta da F1. Interpretações dúbias,
hipocrisias, pressões das equipes e influência, decisões que precisam ser
tomadas rapidamente... Todos nós estamos vendo os efeitos disso.
Quando há um campeonato decidido, sem grandes variações,
esses erros podem se tornar menores, quase imperceptíveis. O problema é o que
vimos em 2021, quando uma interpretação de uma pessoa ajudou a mudar o rumo de
um campeonato.
Os problemas continuam, mesmo com a Red Bull, hoje em dia,
quase intocável, e também a saída de Michael Mais. Dois diretores de prova já
foram conduzidos, hoje são só um, existe uma espécie de VAR fixa em Londres
para analisar tudo nos mínimos detalhes e o resultado, até aqui, é muita
confusão e falta de critério.
A F1 optou por um caminho que está ficando sem volta: a
espetacularização de tudo e a artificialidade em prol de um engajamento
enganoso e momentâneo. Se discutem apenas superficialidades, como bandeira
vermelha e Safety Car pra qualquer cocô de passarinho na pista, pneus de chuva
que nunca são usados porque a categoria não corre mais na chuva, dramas
forçados de série enquanto a competitividade do novo regulamento não emplaca e
por aí.
Pouco se vê as discussões acerca de 2026, a tão propagada
nova era da F1, mas o intuito do texto também não é esse.
A espetacularização forçada de tudo e qualquer coisa,
sobretudo nas regras, cria a falta de bom senso na aplicação das regras e
punições. O resultado são essas confusões: punições anunciadas e canceladas,
tempo de espera para resolver o que ser feito na pista e a incapacidade de
fazer o público entender bulhufas, mesmo quando as vezes acontecem casos quase
extraordinários.
Lembram do ano passado, quando a FIA teve que explicar bem
depois da bandeirada que Max Verstappen tinha sido campeão no Japão? Nem o
piloto sabia. O momento mais importante da temporada veio num anúncio frio,
agridoce e confuso.
Tá faltando clareza e entendimento no tratamento e na
criação das regras e normas. O bom senso ajudaria. É claro que a ausência de um
novo número um incontestável após a morte de Whiting dificulta o processo. São
formas diferentes de gerir e avaliar os casos. As pessoas são diferentes, mas
as interpretações e aplicações não podem ser. Baumeister e Tierney escreveriam
que a F1 precisa redescobrir a própria força de vontade.
Tudo bem, se eles não escrevessem isso, eu escrevo, então,
azar.
A FIA poderia ser mais assertiva em situações de corrida ao
invés de achar que o piercing do Hamilton e os mecânicos na grade na bandeirada
são os verdadeiros problemas da categoria.
Até!
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