Foto: Sutton Images |
No domingo, Hamilton irá ser coroado como hexacampeão, o
quinto título pela Mercedes, sendo o outro com o motor alemão na McLaren. O
texto desta semana relembra outra conquista dos alemães, dessa vez como motor
da equipe inglesa, há vinte anos.
A história já foi contada brevemente por aqui, agora em
todos os detalhes:
1999. Grande Prêmio do Japão. Mais uma vez, o circuito de
Suzuka decidiria um título mundial. De um lado estava o atual campeão, Mika
Hakkinen. Do outro, o irlandês e segundão da Ferrari, Eddie Irvine, que vinha
de vitória na Malásia e era o líder do campeonato: 70 a 66. No entanto, bastava
para Hakkinen a vitória para ser campeão sem depender de ninguém. No meio
deles, um possível fiel da balança que já ajudou Eddie na etapa anterior:
Michael Schumacher, recuperado da fratura na perna que o tirou de praticamente
todo o ano de 1999 em Silverstone.
A polêmica tinha sido a desclassificação da Ferrari na etapa
de Kuala Lumpur, o que daria o título antecipado para Hakkinen. No entanto, uma
apelação bem-sucedida dos italianos manteve a disputa para a terra nipônica.
Schumacher, prometendo ajudar Irvine, fez logo a pole, com Hakkinen logo atrás
e Coulthard e Frentzen (Sauber) na segunda fila, com Irvine somente em quinto.
Aí as coisas começavam a complicar...
Hakkinen fez uma largada fulminante e não tomou conhecimento
de Schumacher para assumir a liderança. Olivier Panis, com a Prost, pulou para
a terceira posição, seguido de Irvine, Coulthard e Frentzen. Mika foi abrindo
loucamente para Schumacher e principalmente para Eddie, preso atrás da Prost. O
finlandês chegava a ser dois segundos mais rápido por volta. Não se sabia se a
Ferrari tinha preparado uma ou duas paradas. Enquanto isso, Hakkinen fazia a
corrida de campeão, depois de tantos erros e atuações apagadas durante o ano.
Com a primeira parada dos pilotos, Coulthard superou Irvine
e deixava o irlandês cada vez mais longe do título, com a estratégia de duas
paradas. No entanto, o britânico rodou e bateu de frente, danificando o bico, e
abrindo o caminho para Irvine.
Lá na frente, seguiu sentando a bota e conseguiu uma
vantagem confortável de seis segundos. Coulthard, com o bico danificado, parou
e voltou a frente de Schumacher, limitando sua corrida a apenas atrapalhar o
alemão, matar qualquer chance de reação e sacramentar o bi de Mika. E assim o fez. Mika Hakkinen venceu de ponta
a ponta e garantiu o bicampeonato mundial, com Schumacher e Irvine completando
o pódio. O jejum da Ferrari seguia, mas convenhamos, ninguém parecia triste com
a derrota do irlandês, já acertado com a Jaguar para 2000.
Foto: Getty Images |
Não chegou a ser uma hegemonia tal qual hoje, mas dois
títulos seguidos, os primeiros da parceria McLaren Mercedes, mostravam a força
do conjunto, que ainda era superior a Ferrari de Schumi que acertava e que, nos
anos seguintes, fez história.
A Mercedes, enquanto equipe e motores, está desde os anos
1990 como protagonista da Fórmula 1. Domingo, veremos a história ser feita com
Lewis Hamilton. Somos privilegiados. Até quando as flechas de prata vão seguir
dando as cartas na F1?
Até!