domingo, 3 de setembro de 2023

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Foto: ANP

Pela primeira vez na história, um piloto vence dez corridas consecutivas. Max Verstappen já está na história. Poucas vezes se viu um conjunto piloto e carro tão imbatíveis. O resto é chover no molhado. A vitória veio depois de 15 voltas de muita pressão em cima de Carlos Sainz. Com pneus desgastados, o espanhol fritou eles na primeira curva e o resto é história.

A corrida teve duas voltas a menos porque o motor de Tsunoda falhou na volta de apresentação. Muitos protocolos e enrolações, até quando o dia estava lindo e ensolarado em Monza. As burocracias da FIA irritam demais.

Mesmo largando na pole e terminando em terceiro, pressionado por três pilotos a corrida inteira e ultrapassado por dois, Carlos Sainz fez a melhor corrida da carreira, justamente num palco especial como Monza é para os tifosi. Foi combativo, vendeu caro a ultrapassagem para Max, não resistiu ao carro de Checo Pérez e segurou Leclerc. A Ferrari liberou a briga e por pouco não teve acidente dos dois.

Tudo porque Sainz foi muito aguerrido. Se as vezes falta velocidade e ritmo, o espanhol sabe ler muito bem as situações da corrida. O que sobra em velocidade falta em constância e equilíbrio para Leclerc. Grande final de semana dentro do possível para a Ferrari e especialmente para Sainz, que sai muito fortalecido para a sequência da temporada.

A Mercedes foi terceira força. Um adendo a essas punições que não punem: Hamilton tirou Piastri dos pontos e teve só cinco segundos de acréscimo, que foram facilmente revertidos com o ritmo da corrida. Ou seja: alguém que comete uma infração não paga por ela porque a pena chega a ser risível. Voltem com o drive through!

Alexander Albon e a Williams de meio de tabela. Que trabalho impecável de recuperação da equipe que até ontem era a pior do grid. Méritos para a Dorilton Capital e a chegada do ex-Mercedes James Vowles. Muito rápida de reta, Monza casou certinho com o carro de Grove e dessa vez não teve apendicite para impedir os pontos do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Com uma temporada de afirmação, Albon pode se permitir a novos voos na carreira.

A McLaren também chegou a ter problemas entre os pilotos. Norris tenta usar a influência para se afirmar como um primeiro piloto intocável, mas Piastri está evoluindo e vai fazer frente com o passar do tempo no time. O australiano foi vítima de Hamilton hoje, mas vai ser interessante esses dois jovens pilotos se encontrando na pista com frequência.

Alonso fez o possível e Bottas voltou para os pontos. Liam Lawson fez um trabalho correto, embora aí mesmo em Monza De Vries pontuou com a Williams e deu o "golpe" na Red Bull. 

Sem muito o que comentar, a grande pergunta é: quando a Red Bull (15 vitórias seguidas) e Max Verstappen vão deixar de ganhar? Russell e a Mercedes em Interlagos foram os últimos que se atreveram a vencer nesse meio tempo. 

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

É DO BRASIL!

 

Foto: Joe Portlock/Getty Images

Escrever sobre o que eu não vi é complicado, mas vamos lá, não podia deixar passar: um ano depois de Felipe Drugovich ser o primeiro brasileiro a conquistar a F2, hoje Gabriel Bortoleto, agenciado pela Fênix Alonso, foi campeão da F3!

A verdade é que o título já estava encaminhado há tempos, era só uma questão de confirmação matemática. E ela veio hoje, pois nenhum dos "concorrentes" de Gabriel conseguiram a pole position para o final de semana, o que foi suficiente para garantir o título.

Escreverei mais sobre Bortoleto em breve, mas as perspectivas são positivas. Ganhar a F3 com autoridade e ter o apoio nos bastidores de um certo Fernando Alonso são coisas importantes. Agora, só falta se aproximar de uma academia de pilotos para o futuro ficar mais garantido. No entanto, agora é o momento de celebrar: Gabriel Bortoleto do Brasil!

Por falar em Alonso e Drugovich, Drugo foi para a pista no TL1 da F1, no lugar de Stroll. Ele tem direito a guiar em duas sessões de treino livre por ano, obrigatório para todos os novatos. Foi o 18°, mas é um resultado normal, afinal ele não guiava o carro titular desde que substituiu o próprio Stroll na pré-temporada do Bahrein, em março.

Por falar em Brasil, uma atitude imbecil da FIA. A Federação, em virtude da disputa judicial que Felipe Massa abriu sobre tentar ser coroado o campeão de 2008, pediu gentilmente para o brasileiro não comparecer a Monza. Inclusive, a FIA tirou um dos cartazes da torcida da Ferrari que exclamava o brasileiro como o campeão daquele ano. Justamente no palco onde Massa é amado pelos tifosi, foi impedido de entrar. Ele, que é embaixador da categoria.

Ou seja, o cara foi prejudicado pelo regulamento da própria Federação e ganha como tratamento ser um pária, não poder pisar nos autódromos, como se a culpa fosse dele por ir atrás de seus direitos. É um absurdo que beira o inacreditável. Vamos ver se terão colhões de fazer isso em Interlagos.

Bom, nos treinos, tivemos mais um erro de Pérez, problemas com Stroll e Carlos Sainz fazendo a volta mais rápida do dia. Num circuito veloz como Monza, o motor vai fazer a diferença. Diferença para o pódio, porque sabemos que Max Verstappen está pronto para ser o primeiro piloto da história a vencer dez corridas seguidas.

Ah, a Mercedes renovou com Hamilton e Russell até 2025. Escreverei sobre na semana que vem.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:18.887 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 339 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 201 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 168 pontos

4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 156 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 99 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos

8 - Lando Norris (McLaren) - 75 pontos

9 - Lance Stroll (Aston Martin) - 47 pontos

10- Pierre Gasly (Alpine) - 37 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 36 pontos

12- Oscar Piastri (McLaren) - 36 pontos

13- Alexander Albon (Williams) - 15 pontos

14- Nico Hulkenberg (Haas) - 9 pontos

15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 3 pontos

18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 540 pontos

2 - Mercedes - 255 pontos

3 - Aston Martin Mercedes - 215 pontos

4 - Ferrari - 201 pontos

5 - McLaren Mercedes - 111 pontos

6 - Alpine Renault - 73 pontos

7 - Williams Mercedes - 15 pontos

8 - Haas Ferrari - 11 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

10- Alpha Tauri RBPT - 3 pontos


O PONTO DA VIRADA

Foto: Getty Images

30 de abril. A última vez que Max Verstappen foi derrotado, também, na verdade, serviu como momento chave para que o holandês entendesse melhor o carro e partisse para essa sequência avalassadora de nove vitórias seguidas (e contando).

Foi uma das raras corridas onde Max foi, de fato, mais lento que Pérez. Uma vitória inapelável para o mexicano, tanto que nem a Red Bull se atreveu a tentar fazer jogo de equipe. Em entrevista coletiva depois de vencer em casa, Max expandiu sobre a importância do processo de Baku para a sequência da temporada e o modo como pilota o carro de 2023.

“Acho que aprendi bastante desde a corrida em Baku, algumas coisas que poderia fazer com o carro, como acertá-lo. Claro que não venci lá, mas experimentei um monte de coisas e diferentes ferramentas no carro. Por isso fui um tanto inconsistente durante a corrida, mas em determinado ponto, consegui um bom ritmo com o que encontrei”, afirmou.

Claro que agora isso faz todo o sentido. No entanto, lembro que Max estava bastante insatisfeito depois da corrida, tanto que até Horner o repreendeu. Assim como ano passado, Max sente dificuldade no início, mas depois se adapta (e as atualizações privilegiam ele, obviamente) e o resultado todos sabemos. 

Dá pra considerar isso uma "dor de crescimento" ou as imaturidades de Max dos anos anteriores que tornaram o piloto que ele é hoje? Não sei, cabe um bom debate ou algum texto no futuro, talvez.

PRESTIGIADO

Foto: Getty Images

Com um desempenho tão discrepante em relação a Max Verstappen, Sérgio Pérez está mais ameaçado do que nunca na Red Bull, apesar de ser o vice-líder do campeonato e com contrato até 2024. É da natureza dos taurinos alterações repentinas e desempenhos imediatos. A chegada de Ricciardo na Alpha Tauri, como uma espécie de teste para o médio-prazo, também é um sinal. No entanto, Christian Horner tratou de acalmar os ânimos:

“A situação de Checo para o próximo ano está clara. Ele é um piloto Red Bull. Temos um acordo com ele. Independente dos acordos, estamos satisfeitos com o trabalho que ele está fazendo. Vocês viram a pilotagem dele hoje, ele teve azar com o limitador de velocidade do pit-lane [que rendeu uma punição de 5s]. Ele é segundo no campeonato mundial, é o único piloto além de Max que venceu GPs neste ano”, frisou.

A resposta de Horner vem após Helmut Marko deixar nas entrelinhas que nada estava garantido para o ano que vem, apesar do contrato em vigor. Horner aproveitou para defender o piloto, afirmando que o "problema" é Max Verstappen, pois o holandês está tão fantástico que qualquer um perto dele parece alguém muito inferior.

“Max está em um período da carreira dele em que é simplesmente intocável e não acho que tenha qualquer outro piloto do grid que seja capaz de atingir o que ele está fazendo naquele carro. Ser companheiro de equipe dele é, provevalmente, em alguns aspectos o trabalho mais inviável, pois o barômetro é muito alto.

Você precisa olhar a performance no papel e nos resultado. Se Max não estivesse lá, Checo teria vencido outras quatro ou cinco corridas. Então ele está fazendo o trabalho dele. É o segundo no campeonato mundial. Vocês viram a performance dele hoje. Ele deu azar por ser punido por velocidade. E, tomara, que ele possa acrescentar à lista de vitórias dele até o fim do ano”, encerrou.

Existem meias verdades. Pérez está muito mal, Verstappen está excelente, mas a diferença não deveria ser tão grande. É até constrangedor, mesmo sabendo que o mexicano está na Red Bull para ser o segundo piloto. O problema é que chegaram a acreditar que Checo seria uma ameaça a Max, autorizada pela Red Bull.

Nunca foi o caso. Pérez está sim devendo e a pressão de Ricciardo vai ser muito grande, ao menos não agora, devido a lesão do australiano. No futebol, a fala de Horner é o tipo de declaração que a gente desconfiaria. Ao lembrarmos que a organização austríaca tem modus operandi semelhante, a desconfiança faz sentido.

TRANSMISSÃO:
01/09 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
01/09 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 3: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/09 - Corrida: 10h (Band)

terça-feira, 29 de agosto de 2023

UMA NOVA ROTA

 

Foto: Getty Images

Mudanças no percurso de uma estratégia podem significar algumas coisas. Uma delas é que o objetivo inicial estava equivocado e foi necessária uma mudança de rumo, uma correção no caminho para que os objetivos consigam ser alcançados em um determinado tempo pré-estabelecido.

É o caso da Haas. Quando surgiu o novo regulamento, a ideia de Gunther Steiner e Gene Haas, com a equipe tendo cada vez menos recursos, era apostar nos jovens e desenvolvê-los. Um projeto de longo-prazo. Trazer Schumacher Filho e Mazepin (pelo dinheiro, óbvio) se encaixava mais ou menos nesse processo.

A guerra mudou tudo. Mazepin saiu, a Haas sem dinheiro e sem resultados se viu obrigada a fazer um retorno ao passado. Perderam muitos anos de desempenho com Grosjean e Magnussen, mas o dinamarquês voltou, endinheirado. E a equipe percebeu que talvez Schumaquinho não fosse o futuro tão dourado, afinal Kevin, destreinado, era mais veloz e entregava mais pontos.

O sinal foi compreendido. Hora de ir para o outro extremo. Chega de jovens, queremos resultados agora. É difícil se ambientar na F1. Olhem para o que aconteceu com De Vries. Então, quem mais se encaixaria melhor nisso do que Nico Hulkenberg, o Super Trunfo do século XXI?

A Haas tem dificuldades financeiras e briga do meio do pelotão para trás. É óbvio. Então, cada ponto ou oportunidade precisam ser aproveitadas. Mais do que o brilhantismo, é necessária a regularidade, um acumulador de pontos. Hulkenberg até consegue brilhar no sábado, mas o domingo não permite muitas jornadas positivas (uma tônica da carreira do alemão, aliás). Magnussen até pole fez no Brasil, ano passado!

A receita para a sobrevivência foi mais simples do que se imaginava: juntar dois pilotos muito experientes, a grana de um deles e tentar aproveitar toda e qualquer oportunidade de pontos para capitalizar e buscar melhorias futuras, seja na temporada seguinte ou no novo regulamento.

Qual o futuro da Haas? Eu não sei, mas a equipe definiu a sequência do caminho: Hulkenberg e Magnussen permanecem por mais uma temporada. Sem as amarras da Ferrari e o risco de apostar em um jovem inexperiente que pode comprometer a colocação da equipe nos construtores, onde cada centavo é essencial para a sobrevivência, essa é a melhor receita que existe até aqui, ao menos enquanto não for possível adquirir melhores ingredientes e chefs de cozinha (ou de equipe mesmo).

Até!

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

MAIS UM PERCALÇO

 

Foto: Getty Images

O recomeço na Alpha Tauri pode significar uma nova história depois de um período decepcionante na McLaren, mas a vida tem das suas. O retorno para casa por si só já era inesperado, mas o destino quis colocar mais um obstáculo para Ricciardo.

A batida no treino livre de sexta, em Zandvoort, provavelmente no susto para evitar uma colisão com Piastri, que tinha acabado de se acidentar por ali, custou caro. Uma fratura no pulso. O australiano já ficou fora da última corrida e, segundo Christian Horner, não tem previsão de volta.

Provavelmente, Ric vai estar fora da Itália, palco da última vitória em 2021. Enquanto isso, Liam Lawson, o ficha um da academia de pilotos da Red Bull (e mesmo assim preterido pelo experiente Ricciardo) vai substituí-lo. Ele estava na Super Fórmula, do Japão. Claro que não é a mesma coisa, mas é difícil de fazer uma análise apurada sobre o neozelandês. Se De Vries não rendeu com pré-temporada, imagina o quê Lawson, em cima do laço, pode fazer?

A vantagem é que ele já conhece as pistas europeias pela F2, então não vai estar totalmente no escuro. Para Ricciardo, é mais um percalço no caminho da redenção. Novamente, terá que ficar um tempo parado e se recuperando. O 2023, que poderia ser uma pré-temporada extendida para 2024 e ver a verdadeira condição do australiano visando um retorno para a Red Bull em 2025, está adiado por ora.

E, nessas idas e vindas, Liam Lawson tem a grande chance da carreira. Tampão, talvez em uma ou duas corridas, um desempenho aceitável pode colocá-lo na rota de outros times, visando o futuro, ou até mesmo estabelecer posição na própria Red Bull, afinal ninguém é intocável na equipe B, lanterna do campeonato. Foi assim que De Vries chegou na categoria depois de anos ausente e campeão da F2. O final não foi feliz, mas o importante é chegar lá, certo? Inspiração existe para Liam Lawson e boa recuperação para Ricciardo.

Até!

domingo, 27 de agosto de 2023

RECORDE EM CASA

 

Foto: Dan Istiene/Getty Images

Nove vitórias seguidas. A consagração em casa. Max Verstappen se igualou, hoje, a Alberto Ascari e Sebastian Vettel. A busca pela décima, já semana que vem, é mais do que possível: é provável. Não há nada que possa impedir Max, nem a mãe natureza.

A corrida começou como se fosse aqueles modos de videogame ou a tal da "chuva artificial", uma das célebres declarações de Bernie Ecclestone. Durante a primeira volta, a chuva veio e começou a mudar tudo. Pérez e Zhou, que fizeram isso no primeiro giro, se deram bem. O mexicano tinha aberto 13 segundos de vantagem em pouquíssimas voltas. Parecia ter a faca e o queijo na mão para reagir.

A pista foi secando. Enquanto isso, Alonso pulou de quinto para segundo no início da corrida, na chuva, para mostrar porque é a Fênix. Estava no páreo. Norris e Russell, candidatos a pódio, sucumbiram aos azares e erros de estratégia das equipes. Muitos optaram por não parar, pois seria uma chuva fraca. Mesmo assim, fez estrago.

Com a pista seca, novas trocas. Antes, o Safety Car causado por Logan Sargeant juntou o grid, o que propiciava táticas diferentes, como Russell indo de duros até o final. Nesse meio tempo, Gasly saiu do meio do grid para as primeiras posições, seguido de Sainz e Albon, em grande fase. Norris, Hamilton e Russell tentavam se recuperar, mas a verdade é que a corrida depois dos quatro primeiros era loteria pura.

Quando as coisas pareciam se acalmar, um temporal nas últimas voltas. Carros aquaplanando. Zhou batendo. É proibido correr na chuva, então mais uma vez tivemos bandeira vermelha no final. O suspense da relargada. Pra quê fazer pneu de chuva se é proibido correr nessas condições? É fazer a gente de palhaço. Podiam ter encerrado a corrida que nada mudaria.

Digo, Russell teve um incidente com Norris e perdeu pontos. Pérez rodou e perdeu a segunda posição para Alonso. Desgraça pouca é bobagem: foi parar para colocar pneu de chuva forte e acelerou demais no pit. Punido. Para quem tinha todas as condições de finalmente reagir, terminar fora do pódio em virtude da punição enquanto Max faz história é de desanimar. A "sorte" do mexicano é que a pressão, por ora, está adiada: Ricciardo teve uma lesão no pulso e pode ser ausência também para as próximas corridas. Oportunidade para Liam Lawson ser um pouco competitivo contra Tsunoda.

Don Alonso voltou ao pódio e parece mais feliz agora do que quando disputava o título. Está desfrutando. Parece aquele de 2005 que fazia os gestos com a mão no carro depois de vencer e gritava "Toma!" quando saía do bólido.

Gasly, com uma ótima estratégia e pulo do gato, conquista o primeiro pódio com a Alpine, que busca se reestruturar depois das mudanças realizadas na pausa do verão europeu. O destaque dos pontos não é mais uma novidade: Alexander Albon é demais para a Williams no momento, mas o que estaria sendo reservado para o tailandês nascido e criado na Inglaterra?

Max Verstappen vai em busca da décima. Chove, seca, tudo vira de cabeça para baixo na corrida, menos a posição dele. É um trabalho invejável. Constante, não erra, é de outra categoria, capitaliza tudo o que tem. Adjetivos e elogios já são repetitivos e chatos. A questão é olhar além: o que será Max Verstappen na história da F1, para delírio dos animados holandeses?

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!


sexta-feira, 25 de agosto de 2023

MANUTENÇÕES E DÚVIDAS

 

Foto: Lars Baron/Getty Images

A F1 está de volta, depois de um mês de férias! Alguém estava com saudade? É estranho que a corrida de retorno não seja em Spa, como geralmente foi há alguns anos... Enfim, a F1 desembarca na casa de Max Verstappen e promete mais do mesmo, embora Lando Norris tenha sido o cara mais rápido da sexta-feira.

Irei desenvolver mais sobre o assunto na semana que vem, mas ontem a Haas anunciou as permanências de Hulkenberg e Magnussen para 2024. Hulk voltou o mesmo de sempre: rápido, consistente, as vezes consegue bons pontos e está indo para o Q3. Supera Magnussen, que tem muita moral e experiência no time. Se antes o foco do Steiner eram os jovens, agora ele prefere a manutenção dos experientes, em um universo onde não existe mais algum jovem pagante promissor, ou ao menos pagante.

Sobre o treino, o mesmo de sempre. McLaren e Mercedes parecem no páreo pelo segundo posto, enquanto Aston Martin e Ferrari correm por fora.

No TL2, Oscar Piastri e Daniel Ricciardo bateram quase que simultaneamente na mesma curva. Os dois compatriotas, provavelmente Ric pegou no susto após a batida de Oscar e por sorte não aconteceu algo pior. Quer dizer, Ricciardo se queixou na hora de dor na mão esquerda e foi para o centro médico. Caso não tenha condições de disputar a classificação, será substituído pelo jovem Liam Lawson, o que mais se aproxima de um bom piloto na atual academia da Red Bull.

Enfim, não é positivo para o projeto "Red Bull 2025" esse tipo de incidente. As férias + os 7 meses de inatividade podem ter pesado, ou tudo isso é fruto de oportunismo desse que vos escreve.

Rumo a décima vitória seguida ou algo assim, Max Verstappen tem tudo para coroar esse grande momento de domínio da carreira em casa, para delírio dos laranjas. Somos apenas telespectadores de um monólogo que já dura dois anos.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!