Foto: Getty Images |
Mudanças no percurso de uma estratégia podem significar
algumas coisas. Uma delas é que o objetivo inicial estava equivocado e foi
necessária uma mudança de rumo, uma correção no caminho para que os objetivos
consigam ser alcançados em um determinado tempo pré-estabelecido.
É o caso da Haas. Quando surgiu o novo regulamento, a ideia
de Gunther Steiner e Gene Haas, com a equipe tendo cada vez menos recursos, era
apostar nos jovens e desenvolvê-los. Um projeto de longo-prazo. Trazer
Schumacher Filho e Mazepin (pelo dinheiro, óbvio) se encaixava mais ou menos
nesse processo.
A guerra mudou tudo. Mazepin saiu, a Haas sem dinheiro e sem
resultados se viu obrigada a fazer um retorno ao passado. Perderam muitos anos
de desempenho com Grosjean e Magnussen, mas o dinamarquês voltou, endinheirado.
E a equipe percebeu que talvez Schumaquinho não fosse o futuro tão dourado,
afinal Kevin, destreinado, era mais veloz e entregava mais pontos.
O sinal foi compreendido. Hora de ir para o outro extremo.
Chega de jovens, queremos resultados agora. É difícil se ambientar na F1. Olhem
para o que aconteceu com De Vries. Então, quem mais se encaixaria melhor nisso
do que Nico Hulkenberg, o Super Trunfo do século XXI?
A Haas tem dificuldades financeiras e briga do meio do
pelotão para trás. É óbvio. Então, cada ponto ou oportunidade precisam ser
aproveitadas. Mais do que o brilhantismo, é necessária a regularidade, um
acumulador de pontos. Hulkenberg até consegue brilhar no sábado, mas o domingo
não permite muitas jornadas positivas (uma tônica da carreira do alemão,
aliás). Magnussen até pole fez no Brasil, ano passado!
A receita para a sobrevivência foi mais simples do que se
imaginava: juntar dois pilotos muito experientes, a grana de um deles e tentar
aproveitar toda e qualquer oportunidade de pontos para capitalizar e buscar
melhorias futuras, seja na temporada seguinte ou no novo regulamento.
Qual o futuro da Haas? Eu não sei, mas a equipe definiu a
sequência do caminho: Hulkenberg e Magnussen permanecem por mais uma temporada.
Sem as amarras da Ferrari e o risco de apostar em um jovem inexperiente que
pode comprometer a colocação da equipe nos construtores, onde cada centavo é
essencial para a sobrevivência, essa é a melhor receita que existe até aqui, ao
menos enquanto não for possível adquirir melhores ingredientes e chefs de
cozinha (ou de equipe mesmo).
Até!
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