terça-feira, 4 de julho de 2023

TUDO DEPENDE DA REFERÊNCIA

 

Foto: Getty Images

A discussão mais quente do momento envolve a queda repentina de desempenho de Sérgio Pérez. Outrora a menos de quatro pontos atrás de Max Verstappen no campeonato, alguns inocentes acreditaram que o mexicano brigaria pelo título de igual para igual com o futuro tricampeão.

Vocês sabem, aqui está o maior fã do Checo que se tem notícia, desde quando vi aquele capacete em homenagem a Roberto Gomes Bolaños em Mônaco, mais de uma década atrás (como voa o tempo!). Não sei Checo também acreditou nisso, mas não pode ser coincidência simplesmente não conseguir mais fazer o mínimo.

Claro, os ajustes da equipe durante o ano vão naturalmente beneficiar o melhor piloto e o dono do projeto. Só aí uma diferença de performance seria natural. A outra é a confiança. Depois de tantos insucessos e desempenhos aquém, principalmente sendo eliminado no Q2 com o melhor carro, é natural que o piloto comece a duvidar de si mesmo.

Com um adversário implacável, vindo de uma rixa pública e que praticamente não erra mais, tudo fica mais complicado. Porque, como escrevi ontem, não basta apenas perder. Nos últimos tempos, Pérez tem sido trucidado, tal qual era Gasly e Albon, que foram moídos e torrados da Red Bull pelo mesmo motivo.

O implacável Helmut Marko e até mesmo Christian Horner não ficam confortáveis com isso. Agora, há uma sombra de peso, grife e história dentro da organização: o hoje reserva Daniel Ricciardo. Em breve, vai testar os pneus Pirelli pela equipe, na semana que vem, após o GP da Inglaterra. Se o panorama do mexicano não melhorar e o australiano provar que é um cara diferente dos anos da McLaren, pode acontecer de tudo, mesmo que Pérez tenha mais um ano de contrato.

As discussões sobre os segundões prosseguem. Muitos afirmam, provavelmente com razão (até porque não me expandi muito a respeito), que Pérez é inferior a outros escudeiros históricos, talvez apenas superior a Fisichella e Irvine. Talvez. A discussão, na verdade, depende da referência.

Eu enxergo o caminho inverso. Pérez sempre foi um piloto de muito potencial e irregular, vítima da própria personalidade forte e dos carros que guiou. Mesmo assim, conseguiu o que outros caras mais badalados do grid e seus colegas não fizeram. Venceu com uma equipe indo para a falência, embora tenha evitado o fim na primeira vez. Assim, só de chegar na Red Bull e vencer mais algumas vezes por um carro dominante já é uma carreira extraordinária.

Para outros, mais haters ou até mesmo inocentes, repetindo o termo do primeiro parágrafo, frustrados por alguma disputa, emoção ou alguém que possa peitar Verstappen nesse momento, não ser vice campeão com esse foguete é um fracasso. Não deixa de ser verdade, afinal Webber não conseguiu isso em nenhum momento na outra Red Bull dominante. Até Bottas, veja, conseguiu isso na mesma circunstância, onde só corria contra Hamilton.

Bem, nesse caso, então não há como defender Pérez, mas esses estão querendo demais de alguém que em nenhum momento teve condições de entregar o esperado. O máximo que aconteceu foi sonhar, e isso não tem problema e nem custa nada.

Tudo depende da referência.

Até!

segunda-feira, 3 de julho de 2023

NOVOS TEMPOS, NOVOS PARÂMETROS

 

Foto: Getty Images

É praticamente impossível comparar esporte tão longevo sob o mesmo critério. Os tempos mudam, as circunstâncias e contextos também, assim como a tecnologia.

Na F1, não dá para comparar os anos 1980 com os anos 1950 e 1960, assim como não são comparáveis os anos 1990 com os atuais. Tudo é subjetivo, a tecnologia muda, os regulamentos também, então depende muito do critério, de puxar a sardinha para cada brasa e também a dose de saudosismo. O meu tempo é sempre melhor que os dos outros, e por aí vai.

Os números absolutos também são relativos. Por exemplo, antigamente eram poucas corridas (quando o calendário teve 16, passou a ser muito!). Com um equilíbrio maior entre os carros e mais quebras em virtude do menor desenvolvimento tecnológico, era muito raro empilhar tantas vitórias no ano ou em campeonatos consecutivos.

As coisas começaram a mudar justamente no final dos anos 1980, quando as hegemonias começaram a ganhar força. Você sabe: McLaren Honda, depois a Williams, Ferrari de Schumacher, Red Bull de Vettel, Mercedes de Hamilton e agora a Red Bull de Verstappen.

Todo esse contexto explica porque, tão jovem, Verstappen já está entre os cinco maiores vencedores da história da categoria e provavelmente será top 3 em menos de um ano. Com 26 anos. Uma loucura. Os motivos, além do talento excepcional, são: precocidade (pilotos estreiam cada vez mais jovens; o próprio Max entrou na categoria sendo um menor de idade), maior tempo de hegemonia e mais corridas para ganhar numa mesma temporada quando tiver um carro dominante ou muito bom.

Os grandes da história se valeram de todos esses aspectos. Só ver a lista, os números e as hegemonias. A diferença é que uns tiveram mais tempo no topo do que outros.

Listas são relativas. Números são números. Eles não falam tudo. É por isso que existem as discussões sobre quem é o melhor piloto da história, se é Senna, Schumacher, Fangio, Clark, Hill ou Jackie Stewart. Como comparar eras diferentes? É possível?

A discussão não é essa, e sim que as pessoas não devem se impressionar ou achar um absurdo quando pilotos alcançam marcas tão impressionantes ainda tão jovens. É a F1. Os novos e atuais tempos. Um esporte cada vez mais precoce e para jovens. No entanto, engana-se que é qualquer um que pode acrescentar tais estatísticas. A lista mostra por si só. A história também.

Até!

domingo, 2 de julho de 2023

NÃO BASTA VENCER

 

Foto: Peter Fox/Getty Images

Não tem muito o que falar sobre o final de semana da Áustria. Um domínio absoluto de Max Verstappen, na casa da Red Bull. Perfeito. Dos sonhos. Se Pérez fosse mais consistente, o 1-2 tornaria tudo basicamente 100%. Como Pérez é irregular, apesar de largar em 15°, o carro é tão superior aos demais que ainda assim conseguiu o pódio.

A Ferrari teve o melhor desempenho no ano. Não se atrapalharam, embora Sainz estivesse mais rápido que Leclerc no início. Os papéis até se inverteram. Sainz merecia sorte melhor, foi prejudicado, perdeu ritmo e ficou para trás. Leclerc, mais comedido e até burocrático, voltou ao pódio. Precisa ser menos errático e cumpriu o papel que lhe cabe.

De resto, vimos um colossal Lando Norris tirando muito mais que a McLaren pode extrair. Quer dizer, aí pode existir um caminho, pois o inglês guiou o carro atualizado, enquanto Piastri ainda estava com o antigo. Ainda assim, ser o quarto com essa McLaren mostra o talento e a qualidade do inglês.

Mercedes abaixo do ritmo, assim como Aston Martin. Corridas burocráticas. Um raro Toto Wolff precisando falar de forma mais brusca com Hamilton. O heptacampeão não aguenta mais não conseguir lutar como sempre fez em toda a carreira. Ninguém se acostuma a apenas somar pontos. A Áustria foi um choque de realidade até para o novo W14, embalado pelos pódios anteriores.

Alonso foi o quinto, em corrida correta e nada mais. Para quem ainda sonha em vencer, existem alguns circuitos que a característica do carro não encaixa, como por exemplo esses mais velozes.

Brigas encarniçadas do pelotão pra trás, mas alguns pontos óbvios: Albon está pronto para voltar para a Alpha Tauri e De Vries está de aviso prévio na equipe. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, necessariamente, mas é a realidade que grita nos ouvidos.

Como escrevi sexta-feira, essa palhaçada de limites de pista precisa acabar. É ridículo. Coloca brita e deu. Os comissários analisaram 1.200 voltas "sob investigação". A cada quatro voltas "irregulares", o piloto foi punido com mais 5 segundos no tempo final. O resultado: horas depois da corrida, o resultado final não existia e algumas posições da zona de pontuação foram alteradas. Ocon, por exemplo, levou 30 segundos. 

A F1 passa vergonha a cada corrida por critérios (e a falta deles) descabíveis, como por exemplo colocar Safety Car na pista porque um piloto deu uma escapada na primeira volta. Eu nunca tinha visto isso. Daqui a pouco vai ter bandeira vermelha quando um pássaro cagar na pista.

Para Max Verstappen, não basta vencer. É preciso humilhar e trucidar a concorrência. 81 pontos de vantagem no campeonato, domínio absoluto, vantagem gigante. Tudo perfeito? Não, para Max não basta. Ele queria fazer a volta mais rápida, podia fazer o pit stop e tentar (outra regra ridícula essa de ponto para volta mais rápida; confesso que torci por algum problema para o taurino). E tirou o que seria a melhor volta de Pérez.

Por isso Max Verstappen já é top 5 vencedores da história com apenas 25 anos. E vai chegar em Hamilton e Schumacher rapidinho, num piscar de olhos. O motivo é simples: não está nem no auge e a Red Bull, mantendo essa competência, vai fazer um carro capaz de Max vencer no mínimo em média umas 6 ou 7 corridas por temporada, mesmo se os taurinos não forem o melhor carro ou tiverem ampla concorrência.

Não basta vencer. Max esmaga e humilha os adversários, como se jogasse no fácil no modo carreira.

Confira a classificação final do GP da Áustria:



sexta-feira, 30 de junho de 2023

LIMITES

 

Foto: Vladmir Simicek/AFP

É inacreditável que uma categoria de elite como a F1 tenha que ter corrida Sprint, tal qual uma categoria de base ou de turismo. E o pior: tem bastante gente que acha isso o máximo. O pessoal realmente acredita que é emocionante ver os caras dando voltas sem forçar muito no sábado, pensando no domingo. Realmente, que emoção.

Outra coisa inacreditável é ter "limite de pista" em pleno 2023. Se colocarem grama, brita e subirem as zebras, é natural que os carros irão diminuir a velocidade e não se aproveitar dos tais "limites". A F1 cria essas coisas idiotas e precisa consertar os próprios erros que cometem. Alguém achou isso uma boa ideia, afinal, grama e terra são muito perigosas, aparentemente.

Bom, o principal treino do dia definiu o grid de domingo. Amanhã é perfumaria. Acordar para ver sprint... enfim, a lógica de sempre: Max Verstappen na pole e a Ferrari, num circuito veloz, por perto. O problema é o ritmo de corrida. Aí é que Mercedes e Aston Martin, tímidas, crescem. Norris também é muito veloz, mas fica difícil se sobressair no domingo.

De positivo, a Williams muito bem nas retas com Albon. De Vries transforma Tsunoda em um valor interessante. Hulkenberg surra Magnussen em velocidade e a Alfa Romeo/Sauber/Audi já pensa no futuro sem fazer nada no presente.

A Red Bull não tem limites. Mais uma pole e provável vitória para Max na corrida da casa, repleta de belgas e holandesas, e Sérgio Pérez foi traído pelo limite. A má fase não termina. Eliminado no Q2 porque não conseguiu completar uma volta limpa. Incompetência. Se tivesse brita por ali, nem ele e nem ninguém tentariam levar vantagem. Até quando esse negócio ridículo?

Amanhã teremos a interessantíssima corrida classificatória. Antes disso, o qualyfing. Programa trepidante, assim como o domingo. Bom, a expectativa é que talvez chova no final de semana. 

E isso faria alguma diferença? Max Verstappen, diferentemente de Spielberg, não tem limites.

Confira o grid de largada do GP da Áustria:


Até!

quinta-feira, 29 de junho de 2023

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebeu duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:06.200 (Red Bull, 2021)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Alain Prost (1983, 1985 e 1986) e Max Verstappen (2018, 2019 e 2021) - 3x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 195 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 126 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 117 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 102 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 68 pontos
6 - George Russell (Mercedes) - 65 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 54 pontos
8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 37 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 29 pontos
10- Pierre Gasly (Alpine) - 15 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
12- Alexander Albon (Williams) - 7 pontos
13- Nico Hulkenberg (Haas) - 6 pontos
14- Oscar Piastri (McLaren) - 5 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 321 pontos
2 - Mercedes - 167 pontos
3 - Aston Martin Mercedes - 154 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpine Renault - 44 pontos
6 - McLaren Mercedes - 17 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos
8 - Haas Ferrari - 8 pontos
9 - Williams Mercedes - 7 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos

"SOB CIRCUNSTÂNCIAS CERTAS"

Foto: Getty Images

A FIA se vê pressionada. Por um lado, há várias equipes de olho para entrar na F1 a partir de 2026, quando o novo regulamento de motores entra em vigor. Por outro, enfrenta a resistência das equipes, que não querem dividir o bolo dos lucros, mesmo recebendo um percentual significativo da taxa de inscrição para as novatas, avaliadas em 200 milhões de dólares.

Resumindo: a FIA até se vê aberta para ter uma 11a equipe, mas o processo não vai ser do dia para a noite. E há muitas variáveis.

Além da Andretti, outro time que oficializou interesse na F1 foi a Hitech. Experiente e tradicional nas categorias de base, a equipe tem o aporte do investidor cazaque Vladimir Kim, que detém 25% do grupo Hitech. As principais atuações de Kim estão nos setores de mineração, bancos e aviação por meio da Kazakhmys, holding voltada para a indústria de mineração e metalurgia, e do KAZ Minerals Group, uma das dez maiores produtoras de cobre do mundo. 

Em participação no podcast Waker Webcast, Greg Maffei, CEO da Liberty Media, foi além nos motivos:

“O verdadeiro problema é a forma como a estrutura funciona atualmente. Provavelmente há quatro ou cinco garagens, áreas de paddock onde seria difícil colocar uma 11ª baia. Talvez isso se resolva com dinheiro e tempo, mas não é algo que você estala os dedos e pronto.

A outra questão é que as dez equipes dividem os lucros entre elas, e dividir de 11 formas não é algo que as entusiasma, particularmente.

As equipes agora olham e dizem ‘Bom, espere um pouco, não queremos dividir em 11, estamos muito satisfeitas’, e tudo o que está sendo proposto sobre pagar uma taxa de franquia não as compensa o suficiente pela diluição que haverá com a 11ª equipe", disse.

Então, como seria possível que uma nova equipe consiga convencer FIA, Liberty e as outras concorrentes para se juntar ao clubinho?

“Bom, acho que, nas circunstâncias certas, trabalharemos para ter a 11ª equipe, alguém que possa agregar muito valor aos fãs pela sua posição e tecnologia, como uma OEM, posição em marketing. Alguma combinação assim e podemos imaginar algum tipo de acordo. Mas não sem controvérsia entre as dez”, concluiu.

Ou seja: não temos interesse e iremos dificultar o máximo possível. A F1, com a anuência dos agora nem tão novos donos, é um clubinho administrado por Ferrari, Red Bull e Mercedes. Eles quem mandam e decidem o que fazer, com seus tentáculos e influências, como se fosse a WEC e as equipes satélites. Saudades quando as equipes comiam na mão da FIA e de Bernie Ecclestone, e não o contrário.

MUITAS ALTERNATIVAS

Foto: Divulgação/Red Bull Content Pool

O mercado de pilotos da F1 segue sempre aquecido, com grandes especulações nos períodos entre corridas e principalmente a partir da chegada do verão europeu. A Red Bull e sua academia de pilotos, na Alpha Tauri, é onde mais acontecem as trocas e, como consequência, surgem informações aqui e ali.

Começando por Sérgio Pérez. Três corridas seguidas eliminadas no Q1 e mais próximo do resto do grid que de Max Verstappen já acendem a luz amarela nos taurinos e no sempre exigente Helmut Marko. O reserva é Daniel Ricciardo, um dos maiores pilotos revelados pelo programa. Em julho, em Silverstone, o sorridente australiano vai guiar o carro da Red Bull em testes de pneus. Uma troca seria improvável, visto que Pérez tem contrato até 2024, mas vai servir para analisar e ter um parâmetro do australiano.

Até porque a Alpha Tauri está em processo de quase abandono. Tsunoda corre quase sozinho, enquanto Nyck De Vries sofre para se adaptar a categoria. O holandês pode até mesmo ser sacado durante o ano para a entrada do próprio Ricciardo, o que seria uma espécie de "vestibular", tudo no se: se for para a Alpha Tauri e guiar bem, poderia voltar para o time dos energéticos no próximo ano.

Enquanto isso, Tsunoda quer autonomia e seguir carreira solo. A parceria com a Honda pode ajudar no futuro, quando a Aston Martin e os japoneses começarem a parceria no fornecimento de motores. Até lá, parece apenas um desejo do que algo concreto.

A mesma coisa para Alex Palou. Líder absoluto da Indy e piloto da McLaren, o espanhol deseja se testar na F1 depois de conquistar o provável título na terra do Tio Sam e sabe que a grande vaga disponível seria justamente na Alpha Tauri, embora saiba que outro pupilo dos taurinos esteja na disputa: Liam Lawson, atual vice-líder da Super Fórmula, no Japão.

Resumindo: pode acontecer tudo ou pode acontecer nada. No entanto, o que não vai faltar nos próximos meses são pressão e muitas, mas muitas especulações.

TRANSMISSÃO:
30/06 - Treino Livre: 8h30 (Band Sports)
30/06 - Treino Classificatório: 12h (Band Sports)
01/07 - Classificação para a Sprint: 7h (Band Sports)
01/07 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
02/07 - Corrida: 10h (Band)





terça-feira, 27 de junho de 2023

ONDE HÁ FUMAÇA...

 

Foto: Getty Images

Nesta semana, a Renault anunciou a venda de 24% das ações da equipe Alpine para um grupo americano de investimentos que incluem a Otro Capital, RedBird Capital Partners e Maximum Effort Investments. Dizem que a operação custou cerca de 200 milhões de euros, sendo que a equipe francesa vale 900 bilhões.

O detalhe interessante é que as ações são sobre o time com sede em Enstone, na Inglaterra. Não tem nada a ver com os motores e a sede francesa da Renault. É estritamente para a F1.

Quem diabos são esse tal grupo americano de investimentos?

A RedBird “tem um portfólio que inclui a terceira maior participação no Fenway Sports Group, dono na equipe de baseball Boston Red Sox e da equipe de futebol Liverpool FC. O grupo também tem parte das ações do AC Milan e do Toulouse.” (trecho retirado de reportagem do Grande Prêmio)

Ainda segundo reportagem veiculada no Grande Prêmio, “a Maximum Effort é liderada pelos atores Ryan Reynolds, de ‘Deadpool’, e Rob McElhenney, de ‘It’s Always Sunny in Philadelphia’, que também é proprietária do Wrexham FC, que tem o ator Michael B. Jordan, de ‘Creed’, como coinvestidor.

Alec Scheiner, co-fundador da Otro Capital, vai se juntar à cúpula de diretores da equipe de Enstone.”

Tudo isso vem a calhar no momento em que a Renault, desde que retornou a F1 como equipe, está avançando em passos muito mais lentos do que os próprios imaginavam. Atualmente, estão brigando ferozmente com a combalida McLaren para serem a quarta força do grid.

A crise provocada pelo covid fez o grupo francês perder muito dinheiro, além do maciço investimento na F1 ainda não ter concretizado grandes feitos, apenas uma vitória solitária de Ocon na Hungria, em 2021. Gastos, gastos e déficit. Vejam só.

Além do mais, no início do ano, o presidente da Renault deu um esporro público em todo mundo do time, responsabilizando e cobrando todos pelo péssimo início de temporada. O cara não tinha descartado nem mesmo fazer mudanças abruptas e radicais, o que não foi feito até agora, mas a insatisfação e a pressão existem.

Lembrem, é a Renault. Uma montadora que gasta muito e, em sete anos, não deu nem de longe o salto que a Aston Martin, que também começou mal, mas finalmente conseguiu alguma reação e notoriedade em 2023, por exemplo.

Vender uma parte do time para os americanos pode ser uma forma de recuperar e maximizar investimentos, mas também pode ser um indício de que a equipe de F1, novamente, não é importante para os franceses. Eles têm esse histórico de pegar, largar e abandonar a categoria. Não seria surpresa.

E, com os americanos assumindo tentáculos relevantes em uma estrutura pra lá de interessante, tem um certo time americano de olho e louco para entrar na F1, com nome, sobrenome, know-how e parceria: a Andretti, com a Cadillac.

Um sonho americano que pode ter uma pitada francesa, por quê não? Se Deadpool e Creed resolverem entrar na parada, todos sairiam ganhando, não? Ok, chega de fantasias por hoje.

Mas onde há fumaça...

Até!

segunda-feira, 19 de junho de 2023

QUEM SABE, UM DIA?

 

Foto: Getty Images

É raro ter dois ou três pilotos de gerações disputando o campeonato e ainda assim irem para o pódio. Quem não lembra da icônica foto com Senna, Prost e o jovem Schumacher na Catalunha? Depois, tivemos outras recriações com Alonso, Vettel, Button, Schumacher, Hamilton, entre outros.

Mais uma vez, em 2023, tivemos um momento de extrema felicidade. Ver os melhores pilotos do grid, em carros diferentes, no topo. O treino, na chuva, mostrou que em circunstâncias desafiadoras, o talento sempre vai prevalecer. Não a toa, eles largaram na frente e dispararam no domingo.

O confronto Alonso vs Hamilton sempre tem nuances de arrepiar. Hamilton passou na largada e o espanhol buscava alguma brecha. Sempre no limite, em poucos décimos de diferença. Com o Safety Car causado por Russell, quase se tocaram. Embora Alonso tenha feito o pit melhor, Hamilton se sobressaiu.

Mas depois não teve jeito. Na única oportunidade, Alonso assumiu a segunda posição em uma disputa limpa e técnica. Todos se respeitam, embora os entreveros acontecem desde 2007. Depois, a situação chegou a se inverter. Com os pneus duros, Alonso viu a vantagem para Hamilton cair.

Nas voltas finais, quando foi alertado sobre isso pela equipe, Alonso mandou um “deixa comigo”. Estava apenas administrando e terminaram assim.

A Mercedes cresceu e é questão de tempo para virar a segunda força de fato, embora a tabela de construtores já mostre isso, devido a capacidade dos engenheiros dos alemães e da dupla de pilotos, a melhor e mais equilibrada do grid.

O foco do texto é uma obviedade: exaltar que, mesmo em condições distintas de carros, mentalidades e carreiras, ver os três melhores do grid no pódio e brigando com lealdade é algo que não podemos esquecer, porque é raro.

Como foi escrito ontem, só falta o time de Stroll e os alemães conseguirem encostar um pouco nos taurinos, até então imunes as mudanças da mãe natureza e os erros humanos (exceto Pérez).

Quem sabe, um dia?

Até!