Foto: Getty Images |
Nesta semana, a Renault anunciou a venda de 24% das ações da
equipe Alpine para um grupo americano de investimentos que incluem a Otro
Capital, RedBird Capital Partners e Maximum Effort Investments. Dizem que a
operação custou cerca de 200 milhões de euros, sendo que a equipe francesa vale
900 bilhões.
O detalhe interessante é que as ações são sobre o time com
sede em Enstone, na Inglaterra. Não tem nada a ver com os motores e a sede
francesa da Renault. É estritamente para a F1.
Quem diabos são esse tal grupo americano de investimentos?
A RedBird “tem um portfólio que inclui a terceira maior
participação no Fenway Sports Group, dono na equipe de baseball Boston Red Sox
e da equipe de futebol Liverpool FC. O grupo também tem parte das ações do AC
Milan e do Toulouse.” (trecho retirado de reportagem do Grande Prêmio)
Ainda segundo reportagem veiculada no Grande Prêmio, “a
Maximum Effort é liderada pelos atores Ryan Reynolds, de ‘Deadpool’, e Rob
McElhenney, de ‘It’s Always Sunny in Philadelphia’, que também é proprietária
do Wrexham FC, que tem o ator Michael B. Jordan, de ‘Creed’, como coinvestidor.
Alec Scheiner, co-fundador da Otro Capital, vai se juntar à
cúpula de diretores da equipe de Enstone.”
Tudo isso vem a calhar no momento em que a Renault, desde que
retornou a F1 como equipe, está avançando em passos muito mais lentos do que os
próprios imaginavam. Atualmente, estão brigando ferozmente com a combalida
McLaren para serem a quarta força do grid.
A crise provocada pelo covid fez o grupo francês perder
muito dinheiro, além do maciço investimento na F1 ainda não ter concretizado
grandes feitos, apenas uma vitória solitária de Ocon na Hungria, em 2021.
Gastos, gastos e déficit. Vejam só.
Além do mais, no início do ano, o presidente da Renault deu
um esporro público em todo mundo do time, responsabilizando e cobrando todos
pelo péssimo início de temporada. O cara não tinha descartado nem mesmo fazer
mudanças abruptas e radicais, o que não foi feito até agora, mas a insatisfação
e a pressão existem.
Lembrem, é a Renault. Uma montadora que gasta muito e, em
sete anos, não deu nem de longe o salto que a Aston Martin, que também começou
mal, mas finalmente conseguiu alguma reação e notoriedade em 2023, por exemplo.
Vender uma parte do time para os americanos pode ser uma
forma de recuperar e maximizar investimentos, mas também pode ser um indício de
que a equipe de F1, novamente, não é importante para os franceses. Eles têm
esse histórico de pegar, largar e abandonar a categoria. Não seria surpresa.
E, com os americanos assumindo tentáculos relevantes em uma
estrutura pra lá de interessante, tem um certo time americano de olho e louco
para entrar na F1, com nome, sobrenome, know-how e parceria: a Andretti, com a
Cadillac.
Um sonho americano que pode ter uma pitada francesa, por quê
não? Se Deadpool e Creed resolverem entrar na parada, todos sairiam ganhando,
não? Ok, chega de fantasias por hoje.
Mas onde há fumaça...
Até!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.