quinta-feira, 2 de março de 2023

GP DO BAHREIN: Programação

 Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Em 2023, pela quinta vez na história, o circuito barenita será palco da abertura da temporada.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.264 (Mercedes, 2020)

Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)

Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2014, 2015, 2019, 2020 e 2021) - 5x


AINDA FORA DE RITMO

Foto: Getty Images

Um dos personagens da temporada 2023 será Oscar Piastri. O australiano, campeão da F3 em 2020 e da F2 em 2021, chegou na McLaren após uma disputa judicial com a Alpine. Esses elementos já são o suficiente para que o jovem australiano estreie bastante pressionado na F1, além de dividir a equipe com Lando Norris, que triturou Daniel Ricciardo nas temporadas anteriores.

Com apenas três dias de testes e um ano inativo num bólido, pois ficou apenas como reserva da Alpine em 2022, Piastri revelou que ainda não se sente totalmente confiante na nova equipe:

“Acho que cumpri a maioria dos objetivos, sinto que estou em um lugar muito bom antes da próxima semana. Acho que ainda posso melhorar muito. Não estou 100% feliz com minha pilotagem, mas acho que nunca ficaria confortável com apenas um dia e meio no carro”, disse.

Além disso, soma-se os problemas de confiabilidade na McLaren, o que fez com que tanto ele quanto Norris andassem bem menos que os adversários na pista.

“Então, ainda estou chegando lá, fazendo progresso ao longo dos três dias, eu acho. Meu entendimento é bom, mas é uma pena que não tenhamos mais voltas para tentar melhorar isso na pista”, concluiu.

Talento o australiano tem de sobra. O problema são todas essas junções de contextos: inatividade, polêmica extra-pista, estrear numa equipe grande contra um piloto muito talentoso, poucos dias de testes e o carro apresentando problemas... a jornada de Oscar Piastri com certeza vai ser uma das mais observadas de perto e com mais pitadas de drama nessa temporada.

SEIS CORRIDAS

Foto: Getty Images

Esse é o tempo que George Russell acredita que a Mercedes tem para encontrar o ritmo e evoluir na temporada. O número exato tem explicação lógica: depois disso, começa a temporada europeia em Ímola, onde tradicionalmente as equipes apresentam os primeiros pacotes de atualizações do carro na temporada.

Se o W14 não tem o problema dos quiques igual o antecessor, a verdade é que o novo carro ainda parece distante de Red Bull e Ferrari, ao que parece. Nada que desanime Russell, confiante na capacidade da equipe para crescer durante o ano, tal qual em 2022.

“Não quero sentar aqui e dizer que a Mercedes está de volta, pois isso seria completamente injusto. E, pelo que vimos, a Red Bull é muito, muito forte. O que posso dizer é que tenho a melhor equipe do mercado, e todos estão trabalhando duro para colocar a Mercedes de volta no topo”, disse.

“Quando você olha para o calendário, acho que só temos cinco corridas nos primeiros dois meses e meio, três meses, enquanto que, no final da temporada, serão dez ou 11 no mesmo período”, completou.

Russell resume que o período mais livre de três semanas no calendário, entre Austrália e Azerbaijão em virtude do cancelamento do GP da China, é onde a Mercedes precisa estar pronta, de fato:

“Esta temporada será vencida ou perdida da metade em diante, não nas primeiras cinco corridas. Por mais que queiramos vencer no Bahrein, sabemos que é mais importante termos o carro certo na janela certa na sexta corrida, quando os grandes pontos serão conquistados”, concluiu.

É aquela máxima do "Calma, não criemos pânico". A Mercedes e Russell tentam olhar o copo cheio: "somos tão bons que podemos evoluir e crescer com o passar do ano". O copo meio vazio: era para estar no mesmo nível da Red Bull e talvez não dê tempo de brigar pelo título, considerando que os taurinos certamente também vão avançar casas durante a temporada.

TRANSMISSÃO:
03/03 - Treino Livre 1: 8h30 (Band Sports)
03/03 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
04/03 - Treino Livre 3: 8h3o (Band Sports)
04/03 - Classificação: 12h (Band e Band Sports)
05/03 - Corrida: 12h (Band)


GUIA TEMPORADA 2023: Parte 2

 

Foto: Motorsport

Chegamos com a parte dois da tradicional análise antes do início da temporada 2023. Irei escrever sobre Alfa Romeo, Aston Martin, Haas, Alpha Tauri e Williams!

ALFA ROMEO F1 TEAM STAKE


Foto: Reprodução/Alfa Romeo

Pilotos: Valtteri Bottas (#77) e Guanyu Zhou (#24)

Chefe de Equipe: Alessandro Alunni Bravi

Títulos de Pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas Mais Rápidas: 15

A futura Sauber/Audi vive um momento de transição. Com um novo e desconhecido chefe de equipe, os suíços querem mais pontos do chinês Zhou aliados com a consistência de Bottas para navegar no pelotão intermediário. O time perdeu o fôlego na metade final da temporada, então o objetivo é ter mais consistência durante o ano. Resta saber como está o foco do time em meio a tantas e futuras mudanças no corpo diretivo e, porque não, técnico da equipe.

ASTON MARTIN ARAMCO COGNIZANT F1 TEAM


Foto: Reprodução/Aston Martin

Pilotos: Fernando Alonso (#14) e Lance Stroll (#18)

Chefe de Equipe: Mike Krack

Pódios: 1

A grande atração é ver Fernando Alonso no time de Lawrence Stroll. Um projeto ambicioso, mas o tempo (ou a falta dele) pode ser o principal empecilho. Até aqui, a Aston Martin deu passos bem tímidos. A promessa é que as coisas melhorem com a finalização do novo túnel de vento na fábrica. De novo: Alonso terá tempo para tentar mais uma última tentativa de voltar ao topo da F1?

MONEYGRAM HAAS F1 TEAM

Foto: Reprodução/Haas

Pilotos: Kevin Magnussen (#20) e Nico Hulkenberg (#27)

Chefe de Equipe: Gunther Steiner

Pole Positions: 1

Voltas Mais Rápidas: 2

Estabilidade é o que procura a Haas. Depois de contratar Magnussen as vésperas do início do ano passado, os americanos conseguiram mais pontos do que a expectativa e K-Mag ressurgiu das cinzas com uma pole em Interlagos. A surpresa é um desafeto ser o novo companheiro de equipe: o retorno de Nico Hulkenberg, o piloto número 21 do grid. Dois anos ausentes e mais velho pode ser um fato de desequilíbrio no início do enfrentamento, mas o que Gunther e companhia esperam é que os dois briguem com os outros na pista e não entre si para que a Haas consiga pontuar o máximo possível na temporada.

SCUDERIA ALPHA TAURI

Foto: Reprodução/Alpha Tauri

Pilotos: Yuki Tsunoda (#22) e Nyck De Vries (#21)

Chefe de Equipe: Franz Tost

Vitórias: 1

Pódios: 2

Voltas Mais Rápidas: 1

A dupla mais intrigante do grid: o jovem, mas experiente Tsunoda e o novato de quase 30 anos De Vries, que impressionou ao pontuar com a Williams num rabo de foguete. O holandês vai usar a experiência dos títulos da F2 e FE e a experiência na McLaren e Mercedes como reserva. O japonês está na Alpha Tauri por falta de opção, visto que De Vries já é a própria admissão de que ainda não há um prodígio taurino pronto para ser alçado. Cobaia da equipe principal, certamente o time de Faenza precisa fazer muito mais do que a penúltima posição de 2022. Vão conseguir com uma dupla inexperiente?

WILLIAMS RACING

Foto: Reprodução/Williams

Pilotos: Alexander Albon (#23) e Logan Sargeant (#2)

Chefe de Equipe: James Vowles

Títulos de Pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Títulos de Construtores: 9 (1980, 1981, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 313

Pole Positions: 128

Voltas Mais Rápidas: 133

Mudam o chefe de equipe e o parceiro de Albon: ex-Mercedes James Vowles e o retorno de um americano no grid, o cria da casa Logan Sargeant. O tailandês nascido e criado na Inglaterra mostrou-se apto a ser consistente e liderar uma equipe tão frágil. Apesar de três pilotos terem pontuado no ano, a Williams não conseguiu sair da lanterna. Mesmo sem dinheiro, reformulada e com um jovem no time, a expectativa é fazer o que pode, até porque a esperança é um futuro que talvez nunca chegue.

E essas foram as análises antes do início da temporada. O que você está esperando? Comente!

Até!



terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

INCERTEZA

 

Foto: Alpha Tauri

Pré-temporada e a semana que marca o início da temporada também é um período aberto a especulações e informações, desde se Stroll vai participar da estreia pela Aston Martin até uma informação que ganhou força nos últimos dias.

A Alpha Tauri (nome da marca de roupas da Red Bull), antiga Toro Rosso e de propriedade dos taurinos desde 2006, quando compraram a Minardi, pode estar com os dias contados.

A informação é do Auto Motor und Sport. Enquanto a equipe mãe foi bicampeã com Max Verstappen e voltou a conquistar os construtores depois de nove anos, a prima pobre foi a penúltima colocada no Mundial de Construtores.

Depois que Dietrich Mateschitz morreu, em outubro, a Red Bull passa por uma ampla reestruturação. Atualmente, a companhia é administrada por um conselho formado por Franz Watzlawick [CEO do Negócio de Bebidas], Alexander Kirchmayr [CFO] e Oliver Mintzlaff [CEO de Projetos Corporativos e Investimentos].

Segundo Mintzlaff, os gastos da Alpha Tauri estão ficando insustentáveis e algumas alternativas foram debatidas. Além disso, algumas filiais das lojas de moda estão prestes a fechar.

A primeira possibilidade é fazer com que a Alpha Tauri se mude definitivamente para a Inglaterra e fique mais integrada a Red Bull. Atualmente, a fábrica fica em Faenza, Itália (antiga sede da Minardi) e o setor de aerodinâmica em Bicester, Inglaterra. Assim, os custos seriam reduzidos em médio e longo prazo. A outra alternativa é radical: vender a equipe.

Segundo a revista alemã, existem duas interessadas: a Andretti, como sempre, babando para chegar na F1, mas a publicação aponta o favoritismo para a Hitech, muito tradicional nas categorias de base e que tem parceria com a Red Bull na F2 e na F3, colocando os pilotos da academia de pilotos dos taurinos por lá.

A questão é: a Red Bull sempre teve como premissa revelar pilotos para a equipe mãe. A não ser que exista negociações e acordos, esse clima de incerteza, em tese, pode acabar com o principal papel da escuderia na F1 até então.

A não ser que, pós-Mateschitz, a empresa passe por um novo posicionamento estratégico, o que obviamente afetaria a F1, a começar pelo fim da equipe B. O fato é que há tempos a Red Bull rompeu com o preconceito de ser uma “fábrica de energéticos” e é considerada uma montadora, ao menos na categoria.

Esta é uma decisão que muda não só a própria empresa, mas também pode impactar a F1. Imagina a Andretti pegando uma estrutura dessas praticamente pronta? E a Hitech, com excelência na base, pode continuar usufruindo da experiência e expertise da Red Bull para as estruturas de equipe e pilotos?

Enfim, ainda é tudo muito prematuro e especulativo, mas o próprio Helmut Marko falou que tudo depende dos acionistas, além do próprio desempenho da Alpha Tauri, é claro.

Seria esse um fator de pressão para essa temporada? Com Tsunoda e De Vries, dois pilotos verdes na categoria, esse não é um cenário que se apresenta muito favorável para superar e se desenvolver.

Até!


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

GUIA TEMPORADA 2023: Parte 1

 

Foto: Getty Images

A F1 2023 está chegando! E com ela, os tradicionais posts de apresentação das equipes, pilotos e o que espero deles na temporada! Nesta primeira parte, vou analisar Red Bull, Ferrari, Mercedes, Alpine e McLaren:

ORACLE RED BULL RACING

Foto: Reprodução/Red Bull

Pilotos: Max Verstappen (#1) e Sérgio Pérez (#11)

Chefe de Equipe: Christian Horner

Títulos de Pilotos: 6 (2010, 2011, 2012, 2013, 2021 e 2022)

Títulos de Construtores: 5 (2010, 2011, 2012, 2013 e 2022)

Vitórias: 92

Pódios: 234

Pole Positions: 81

Voltas Mais Rápidas: 84

Max busca o tricampeonato e a Red Bull o hexa de construtores, o segundo consecutivo. Com a relação abalada com Pérez, a prioridade não muda muito: a equipe é do holandês. Com Adrian Newey e a expertise de uma equipe experiente e vencedora, os taurinos desejam se manter no topo. A questão é se o relacionamento, agora conturbado dos pilotos, pode atrapalhar em algo. Vettel e Webber não eram melhores amigos, mas agora os tempos são outros: a Mercedes quer buscar o tempo perdido e a Ferrari tenta surpreender.

SCUDERIA FERRARI

Foto: Reprodução/Ferrari

Pilotos: Charles Leclerc (#16) e Carlos Sainz Jr (#55)

Chefe de Equipe: Frederic Vasseur

Títulos de Pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2003, 2004 e 2007)

Títulos de Construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1976, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)

Vitórias: 241

Pódios: 793

Pole Positions: 242

Voltas Mais Rápidas: 258

O início bom virou nada, como sempre. Ao menos o início foi bom, mas não é o bastante para a Ferrari sair da fila. A equipe e os pilotos precisam errar menos, além de definir prioridades internas. Com Frederic Vasseur como novo chefe, os italianos tentam azeitar as estruturas para serem competitivos o ano todo, sem perdas de desempenho e erros técnicos e individuais. É difícil esperar algo dos italianos nesse sentido, mas uma hora até relógio parado acerta. Seria essa vez, depois de 16 anos?

MERCEDES-AMG PETRONAS F1 TEAM


Foto: Reprodução/Mercedes

Pilotos: George Russell (#63) e Lewis Hamilton (#44)

Chefe de Equipe: Toto Wolff

Títulos de Pilotos: 9 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020)

Títulos de Construtores: 8 (2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021)

Vitórias: 125

Pódios: 281

Pole Positions: 136

Voltas Mais Rápidas: 100

A Mercedes quer recuperar o ano perdido. Estranhamente ausente da disputa em 2022, quando errou no carro, os alemães querem o trono de volta. Com Russell mais adaptado e a melhor dupla do grid, os dois pilotos estão famintos. Hamilton, zerado pela primeira vez na carreira, tenta não desperdiçar o que pode ser uma das últimas temporadas na carreira. Se derem um carro para os dois, aí vai ser difícil segurar tanto talento e regularidade em uma temporada tão longa.

BWT ALPINE F1 TEAM


Foto: Reprodução/Alpine

Pilotos: Esteban Ocon (#31) e Pierre Gasly (#10)

Chefe de Equipe: Otmar Szafnauer

Vitórias: 1

Pódios: 2

Uma equipe 100% francesa e mais jovem: sai Alonso, entra Gasly, antigo desafeto de Ocon na base. Pode ser uma dupla explosiva, mas agora Esteban virou o líder de fato do time, que se fincou como a quarta ou a “melhor do resto”. Com a estrutura que tem, o objetivo é se aproximar do trio e beliscar mais pódios ou vitórias, agora que tecnicamente a Renault seja a Alpine. E sem desavenças entre os pilotos igual no ano passado, é claro.

McLAREN F1 TEAM


Foto: Reprodução/McLaren

Pilotos: Lando Norris (#4) e Oscar Piastri (#81)

Chefe de Equipe: Andrea Stella

Títulos de Pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)

Títulos de Construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)

Depois de muitas polêmicas extrapista, Oscar Piastri chega para substituir o compatriota Daniel Ricciardo. Um ano parado e o prodígio campeão da F3 e F2 enfrenta Lando Norris, evoluindo cada vez mais e tornando-se uma realidade, um líder de fato do time. A McLaren deu alguns passos para trás em 2022, mas graças a Lando, ainda assim permaneceu no pelotão de cima, digamos. Com o promissor e pressionado Piastri prometendo ajudar mais nos pontos, é inegável que se o carro melhorar, essa dupla pode dar muito trabalho na temporada. Veremos.

Essa foi a parte 2. Em breve volto com a parte final da análise da temporada! Até!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

MAIS UM PASSO NA JORNADA

 

Foto: Aston Martin

Quem poderia imaginar, durante a pandemia (que por si só já era inimaginável), que Alonso retornaria a categoria e ainda teria uma transferência para a Aston Martin, que ainda não existia na época? E mais: quem poderia imaginar que o brasileiro então desconhecido Felipe Drugovich, que estreava na F2, conquistaria o título e teria oportunidade de correr numa montadora gigante ao lado do espanhol numa pré-temporada?

Pois bem, o destino está aí: Felipe Drugovich, recém contratado pela equipe, vai participar dos três dias de pré-temporada, que começa daqui a pouco, no Bahrein. A diferença é que neste ano serão apenas essas datas para testes, diferentemente dos seis ou oito dias dos anos anteriores. Ou seja: o tempo de adaptação para quem chega na F1, que já é escasso, vira quase um matadouro nesse primeiro momento.

O brasileiro teve algumas experiências já, mas a maior parte é no simulador. Claro que ele ainda está fresco com as disputas da F2, mas o post vai por outro caminho. Honestamente, recebi como uma surpresa positiva a oficialização do Drugo. Pensei, pelas circunstâncias, que o escolhido seria o outro piloto reserva recentemente contratado: Stoffel Vandoorne, ex-prodígio da McLaren, que estava na Mercedes e conquistou a Fórmula E.

Os patrocínios e as negociações penderam para o brasileiro. É interessante notar que Drugo foi o primeiro escolhido pelo Lawrence Stroll e staff para integrar a academia da escuderia. Isso diz muita coisa e a escolha é outro indicativo. 

Por último, mas não menos importante, é que esqueci de mencionar o motivo da ausência do Stroll: um acidente de bicicleta. O canadense é um ponto de interrogação até mesmo para a abertura da temporada, na semana que vem. Ó a estrela do Drugo aí. Quem sabe?

O desempenho vai ser difícil de mencionar. Drugovich vai estar tapando buraco e enfrentando Don Fernando Alonso. Claro que a equipe vai exigir parâmetros, mas só três sessões (se o brasileiro participar de todos os dias) não há muito o que melhorar em relação a uma possível estreia, caso Stroll realmente continue ausente.

O que quero escrever, para finalizar o texto, é que nós, pachecos, precisamos valorizar esses momentos. Drugovich teve que vencer uma F2 numa equipe média depois de três temporadas para ter uma chance numa equipe como piloto reserva e agora tem possibilidade de fazer testes e possivelmente substituir um piloto em alguma corrida.

Para quem não tem sobrenome ou academia de pilotos por trás, é um feito e tanto, independente do que aconteça após esses dias no Bahrein. Felipe Drugovich dá mais um passo enorme na jornada da carreira.

Até!

domingo, 5 de fevereiro de 2023

VELHA CONHECIDA

 

Foto: Getty Images

Na última sexta-feira, tivemos um anúncio importante para a F1 porque envolve grandes marcas. A atual campeã do mundo, a Red Bull, depois de quase fechar com a Porsche, anunciou que terá como parceira a Ford a partir de 2026, quando entra em vigor a nova especificação de motores.

Até lá, os taurinos mantém a parceria com a Honda, embora o nome oficial da unidade de potência seja Red Bull Power Trains. As duas empresas já foram parceiras no Mundial de Rali, então não é exatamente uma novidade essa junção.

A Ford voltará para a F1 depois de mais de 20 anos. Sempre com o motor Cosworth, a empresa entrou de vez após comprar a Stewart no fim de 1999 e transformar na Jaguar. A operação não teve grandes resultados e, para vocês verem como é o destino, quem comprou a equipe foi uma tal de Red Bull. O último ano da Ford na F1 foi justamente com o motor Cosworth pela Jordan, em 2005.

Até lá, os americanos vão ter tempo para trabalhar em um regulamento inédito para todos. A opção da Red Bull é novamente interessante pois, assim como a Honda, a aposta é pela exclusividade. Os americanos também vão, obviamente, ser os motores da Alpha Tauri.

E a relação com a Honda? Segundo Christian Horner, a propriedade intelectual não será afetada. Os japoneses vão seguir nessa parceria vencedora e sairão definitivamente de cena. O desafio da Ford, depois de tanto tempo fora, é continuar mantendo a Red Bull competitiva. É claro que não sabemos como estarão as coisas daqui três temporadas, mas a pressão nos americanos já é imensa. A Honda demorou alguns anos para se acertar, mas deu certo. A Ford tem essa responsabilidade.

A popularidade da F1, principalmente no país da empresa, foi um fator influente. São os benefícios do modelo da Liberty, assim como o interesse da Andretti, que Domenicali e os europeus insistem em esnobar, o que é lamentável.

A F1, aos poucos, volta a ser atraente para as montadoras. Falta a Porsche, eterna lenda. Falta mais uma equipe. Que seja a Andretti. O que falta, também, é que a F1 não seja refém delas, e isso o presidente da FIA parece que não quer ser. 

O futuro parece animador em termos de estrutura. Esperamos que também seja em termos de competição. Até lá, alguns bons anos, mas já estamos começando a nos preparar para uma nova era na categoria.

Até!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

MEDO, DELÍRIO E ESPERANÇA

 

Foto: Getty Images

A grande notícia desse início de ano da F1, ainda de férias ou então num retorno lento aos trabalhos no início do inverno europeu, foi a declaração mais incisiva da Andretti no desejo de entrar na F1 como uma equipe.

Não só em declaração, mas também em uma ação. Michael Andretti anunciou o projeto da equipe Andretti em parceria com a gigante General Motors, com o apoio dos motores Cadillac. No primeiro momento, pela falta de tempo, o nome seria apenas um batismo de marketing e a busca seria com uma parceira, por exemplo a Honda ou a Renault. Depois, os americanos entrariam de cabeça para serem competitivos.

No início do ano, o presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem, disse que a categoria estava disposta e precisava de mais equipes na F1. Há uma nítida rixa entre a Federação e a F1. Stefano Domenicali sempre foi mais frio e esnoba o desejo americano, assim como a maioria das equipes. Somente Alpine e McLaren, do também americano Zak Brown, que hoje são favoráveis a ideia da inserção de Andretti.

Há aí o choque: a F1 não quer mais uma equipe porque as equipes teriam que repartir em mais uma parte o bolo do que ganham. Isso, claro, num contexto de crise, pós-pandemia e novo regulamento, é um desastre para todos, sobretudo quem está no meio e final de tabela. A F1 não quer repetir a última experiência, quando Marussia, Caterham e HRT entraram e pareciam times de GP2 na categoria principal.

Bom, o processo é lento. A Honda demorou anos para ser competitiva. Grandes montadoras fracassaram. Só agora que a Alpine é quarta força e, em seis anos, teve apenas uma vitória. A Andretti não é liderada por amadores aventureiros. Claro, a F1 é um animal diferente, mas o descrédito existente da categoria com os americanos é surreal. É contra a lógica, aliás.

Com três corridas no calendário e agora Logan Sargeant, outro time americano, com Colton Herta, seria mais um passo para popularizar ainda mais a categoria na terra do Tio Sam, trazendo mais visibilidade, engajamento e oportunidade de negócios para todos os envolvidos. É uma mesquinharia do clubinho europeu, no fundo, esse protecionismo de Domenicali e os times. O que os compatriotas da Liberty pensam sobre isso?

A palavra é esperança. Não, isso não é uma peça publicitária de banco, supermercado ou manteiga, mas a insistência da Andretti (e de outros projetos, segundo Domenicali), a insistência e aprovação da FIA e a presença dos americanos da Liberty na liderança do negócio é um ótimo sinal. Vai ser difícil desatar esse nó com os times e o lado europeu mas, em todo caso, Ben Sulayem poderia dar uma canetada. Afinal, ele quem manda, certo?

Mais equipes são mais trabalhadores, pilotos, patrocínios e um circo cada vez mais cheio. O bolo cresce, não diminui. Ok, ele pode diminuir no primeiro momento e isso soa desesperador para quem não tem os bolsos fundos, mas estamos falando da Andretti. Há de se ter crédito e respeito por esse sobrenome tão importante no automobilismo. A F1 precisa de no mínimo mais uma equipe para o bem da própria competição.

Chega de soluções artificiais e Netflix. A F1 precisa de medidas realmente eficazes e realmente competitivas para que a categoria cresça ainda mais, de forma natural, fluida e próspera em todos os sentidos. Que esse seja o primeiro sopro de esperança da Andretti nessa jornada rumo a 2026, que já tem a Audi e, esperamos, também tenha a Porsche acompanhada do grande sonho americano.

Até!