terça-feira, 6 de setembro de 2022

E AGORA, DRUGO?!

 

Foto: Divulgação/MP Motorsport

O que parecia difícil vai ser, no final das contas, o mais fácil. Desde a criação da atual F2, em 2017, apenas pilotos da Prema e da ART Grand Prix tinham sido campeões. O brasileiro Felipe Drugovich provavelmente vai cometer duas façanhas: ser o primeiro brasileiro campeão da F2/GP2 e trazer o título para a mediana MP Motorsport.

Nos últimos anos, a MP reforçou a equipe técnica, o que pode explicar alguma evolução. No entanto, é claro que o mérito maior é do brasileiro. Tem tudo para ser um título categórico, com uma rodada de antecedência. Com 69 pontos de vantagem e apenas 78 em disputa, Drugo tem tudo para fechar a conta em Monza, neste final de semana.

Desde a GP2, em 2005, muitos brasileiros bateram na trave: Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi, Luiz Razia e Felipe Nasr. Ainda teve Sérgio Sette Câmara, Xandinho Negrão, entre outros. Em tese, Drugo era o mais desconhecido desde que chegou. Teve uma temporada muito boa na própria MP, mas foi irregular demais ao subir de nível na UNI Virtuosi e sucumbir para Zhou.

Na terceira temporada, não é muito comum chamar a atenção dos grandes times. Geralmente, os pilotos de academia já mostram qualidade no primeiro ou no segundo ano. Foi assim com Leclerc, Russell, Norris, Albon, Mick Schumacher e Piastri. De Vries, por exemplo, sobrou e foi campeão no quarto ano de categoria. As portas estavam fechadas.

Para Drugo, a situação era ainda pior: sem destaque, dinheiro ou academia de pilotos, seria complicado arranjar alguma situação sem um ano mágico na F2, o que parecia improvável ao retornar para a MP. Mesmo jovem, aos 22 anos, o automobilismo é cada vez mais precoce.

Drugo apressou etapas ao permanecer somente um ano na F3 e ir direto para a F2. No entanto, o problema foi a segunda temporada, só que isso está sendo completamente esquecido pelo 2022 incrível. Com a MP, é bom ressaltar.

Muito ritmo, equilíbrio e constância. Vitórias em momentos chave. Enquanto os rivais Sargeant e Pourchaire sucumbiram, Drugo sempre fez o suficiente para no mínimo superá-los. E a recompensa está quase chegando.

Desde Bruno Junqueira na F3000 em 2000 que o Brasil não conquista um título tão importante na base. Desde a FE, onde Nelsinho e Di Grassi ganharam, que o Brasil não conquista um campeonato com a chancela da FIA. Mas e o que isso significa para a carreira de Drugovich?

Obviamente, ele vai precisar mudar de categoria. A F2 foi superada. O sonho é a F1, claro. Se antes Drugo poderia ser um patinho feio, o título pode deixá-lo mais atraente para as equipes. E as estrelas precisam se alinhar.

Drugo teve seu nome ventilado a Aston Martin para ser piloto reserva do time. Na Williams, uma das vagas disponíveis, não houve nada que pudesse ser mencionado. A coisa muda de figura neste final de semana.

Com a provável ida de Gasly para a Alpine e a chegada de Colton Herta para os taurinos, que depende da aprovação da FIA, temos Yuki Tsunoda como grande dúvida para o ano que vem. O japonês não vem entregando resultados em um carro que pouco consegue produzir, é verdade.

Também sabemos que paciência não é o forte da academia da Red Bull. Para mandar Yuki embora, não precisa de muito. É, no mínimo, uma vaga em aberto. Se a FIA não liberar Herta, podem ser duas.

Não há indícios de que Hauger, Daruvala ou Lawson possam ser aproveitados em 2022. A academia da Red Bull não tem um talento sobressalente, e Drugo superou todos eles. É o momento. Mais do que nunca, o timing é o grande aliado do brasileiro para sonhar com uma vaga na F1.

Se a Red Bull optar pelo retorno de Albon, a Williams fica com uma vaga sobrando. É outra possibilidade, menor, mas que o staff do brasileiro certamente vai estudar alguma forma de brigar.

Ou é isso ou são outras categorias, como a WEC, a FE e a Indy. O momento é agora. O título da F2 com uma equipe que não é de ponta é o grande patrocínio do brasileiro para brigar pela F1.

Claro que mais dinheiro ou alguma academia poderiam facilitar e sacramentar esse momento, mas Drugo fez o mais fácil (ganhar a F2) e o mais difícil (sem ter uma academia, muito dinheiro ou uma equipe de ponta). Agora, é hora de colher os frutos. E que as estrelas se alinhem cada vez mais. É a grande chance do Brasil voltar a ter um representante na categoria.

É agora, Drugo!


segunda-feira, 5 de setembro de 2022

MUITAS HIPÓTESES

 

Foto: MotorSport

Com a temporada cada vez mais desinteressante pela falta de concorrência a Max Verstappen, é inegável que os principais assuntos nos próximos meses sejam o mercado de transferências sobre as vagas restantes no grid para 2023.

A aposentadoria de Vettel desencadeou um verdadeiro efeito dominó na situação. É claro que já sabemos de Alonso na Aston Martin e a confirmação de Piastri na McLaren. O resto, aos poucos, começa a tentar se definir. Vou tentar ir por partes.

Começando pela Alpine, é claro. O candidato é Pierre Gasly. O próprio Helmut Marko afirma que a saída dele, de contrato com os taurinos até 2023, depende de uma indenização financeira. É a única exigência para a equipe francesa ter dois compatriotas no time.

Se a Alpine tirar um piloto da Alpha Tauri, quem seria o substituto? Bom, para começar, podem ser dois: Tsunoda ainda não está oficialmente garantido para o ano que vem. O desempenho irregular, atrelado a falta de paciência tradicional dos taurinos com os jovens pilotos, é sempre um motivo para dispensa.

O que pode salvar o japonês é o fato da academia da Red Bull não ter um nome pronto para subir. Vips foi desligado, Daruvala, Hauger e Lawson não empolgam. Como Pérez já foi contratado em virtude disso, não seria surpresa pensar fora da caixinha?

Helmut Marko admitiu, após a corrida na Holanda, que há um acordo com o americano Colton Herta. Faltam duas condições: a ida de Gasly para a Alpine e a FIA liberar a superlicença para o piloto da Indy, que não tem os pontos necessários para isso.

Considerando que a categoria e a Liberty estão desesperadas por um piloto americano para alavancar o engajamento, assim como dar maior visibilidade para Alpha Tauri (empresa de moda), não seria difícil que isso acontecesse. Afinal, Herta tem 34 dos 40 pontos necessários.

Se Tsunoda não ficar, quem poderia ser um candidato? Sim, ele mesmo: Felipe Drugovich. Segundo a imprensa, o brasileiro foi visto conversando com Marko no motorhome no último final de semana. Com o cartaz de provável campeão da F2, Drugo precisa ter o alinhamento das estrelas para poder brilhar (saída de Gasly, não renovação com Tsunoda, negativa para Herta).

Enfim, este é um assunto que pretendo abordar no texto de amanhã. Continuarei lá.

A Haas também tem dúvidas. Dizem que Mick Schumacher vai deixar a academia da Ferrari no final do ano, o que torna a permanência do alemão um ponto de interrogação. Com a parceria técnica dos americanos com os italianos, geralmente uma das vagas pode ter influência da Ferrari, assim como foi Mick na própria equipe e anteriormente Gutierrez e Giovinazzi, este na Alfa Romeo.

Aliás, o italiano é apontado como um candidato em potencial justamente por esse motivo. Sem o apadrinhamento da Ferrari, apenas o sobrenome pode não ser o suficiente para manter Mick, que também já foi ligado a especulações a Alpine e a própria Alpha Tauri (lembram quando Marko elogiou o alemão lá no início do ano?)

Na futura ex-Alfa Romeo, Zhou tem apelo até de Bottas para a permanência. É um ano de adaptação e o chinês não se envolve em acidentes. Precisaria de mais tempo e paciência para se desenvolver, além do fato de levar muito dinheiro para os suíços. No caso da Alfa Romeo, uma das alternativas poderia ser o reserva Theo Pourchaire, membro da academia. No entanto, o francês ainda é muito jovem e poderia esperar mais. Outro ano maturando na F2 é um caminho mais adequado.

A própria Williams tem incertezas. Latifi fica? Só pelo dinheiro. A recuperação financeira do time é suficiente para dispensá-lo? Não sabemos. Interessados não faltariam, mesmo sendo a pior equipe do grid. A prioridade, claro, é alguém com dinheiro, mas já vimos que alguns acordos podem ser costurados. Albon, da Red Bull, foi parar lá, mesmo com a Williams sendo parceira de motores da Mercedes.

Aliás, e se a Alpha Tauri resolver chamar Albon (que tem contrato) de volta, caso não tenha alternativas? Ela já fez isso algumas vezes com Kvyat... e é uma solução que faz sentido, pois o tailandês nascido e criado na Inglaterra está tirando leite de pedra. E se a Williams precisa, então, de mais de uma vaga? Candidatos não faltariam, de todos os nichos.

Dúvidas e questões que devem ser resolvidas até o final do ano, no mais tardar ano que vem. Afinal, quanto mais cedo esses acertos, melhor para o desenvolvimento do carro de acordo com a característica dos pilotos.

Esse mercado tem tudo para ser mais emocionante que o atual Mundial de F1. Fofoca sempre rende, não é mesmo?

Até!


domingo, 4 de setembro de 2022

DE TODOS OS JEITOS

 

Foto: Getty Images

Zandvoort tem a característica de ser um circuito estreito, onde a estratégia, a posição e a largada fazem a diferença, além do imponderável. Foi uma boa corrida tática que teve contornos de quase emoção no final. Ao menos houve suspense por algum instante.

Verstappen saiu com boa vantagem para Leclerc, que seguia o caminho. Com menos ritmo, Sainz era pressionado por Hamilton. A Mercedes reagiu. Bom ritmo. O problema, vocês já sabem: falta a velocidade de reta, o motor potente.

A Ferrari sentiu o drama e antecipou a parada do espanhol. O problema é que, como sempre, há um erro grotesco dos italianos, que esqueceram o pneu traseiro esquerdo de Sainz e o tirou das primeiras posições. Com os pneus médios, as Mercedes alongaram o stint. 

A Alpine de Alonso começou a render melhor quando apostou nos pneus duros. A Mercedes percebeu o movimento e arriscou apenas uma parada. Os pneus duros faziam as flechas de prata dispararem e certamente seriam o único adversário para Max. A Ferrari ficou para trás. 

Seria um final de corrida interessante. Na estratégia diferente, a Mercedes tinha a chance concreta de brigar sim por uma vitória em 2022. Até que Tsunoda e a Alpha Tauri agiram. A equipe satélite da Red Bull...

O japonês reclamou de problemas nos pneus, depois ele estava sem cinto de segurança e abandonou com problemas no diferencial. Tudo isso em três voltas. Primeiro, parou na pista. Depois, foi para os boxes e só depois parou na pista em uma posição que permitiu um Safety Car Virtual.

Foi o suficiente para todo mundo equiparar as estratégias e acabar, ao menos nisso, com a possibilidade dos alemães. Quando tudo parecia decidido, numa pista de poucas possibilidades, um instante de emoção.

Bottas teve um problema e parou na reta. Safety Car. Todo mundo para, a princípio. O melhor pneu macio disponível para cada um. A Mercedes não para. Hamilton e Russell na frente. Uma dobradinha improvável. Obviamente, seria muito difícil segurar Max com pneus novinhos em folha. Talvez sacrificar Russell para dar um respiro a Hamilton. Improvável? Mas seria uma tentativa.

A Mercedes optou pelo mais errado. Russell parou. Hamilton não. Em condições normais, não haveria a chance da briga. Tal qual Abu Dhabi, mas sem Michael Masi, Lewis ficou a mercê da Red Bull. Não deu nem para o cheiro. A ira do Sir no rádio é justificada. De uma possível vitória, terminou fora do pódio porque também perdeu posições para Russell e Leclerc, segundo e terceiro, respectivamente.

Olhando para o copo cheio, como fez Toto Wolff, é que os alemães tiveram ritmo para vencer. Difícil pensar nisso para Monza, na próxima semana, mas a Mercedes não vai fugir dessa montanha-russa até o fim do ano, tentando não ficar no zero.

A Ferrari perde terreno, o que é natural, assim como os erros. Quando todos os carros passaram pelo pit lane durante o Safety Car, Sainz saiu de forma segura. Todo o esforço ao "retornar" para a corrida foi em vão. Com uma punição de cinco segundos acrescida ao tempo final da prova onde estava todo mundo próximo outra vez graças ao SC, o espanhol foi só o oitavo. Hamilton só não teve problemas porque Pérez, com o pneu médio, não conseguiu abrir caminho e foi o quinto.

Mesmo largando lá atrás e inferior a adversária McLaren, a Alpine reagiu com Don Alonso cada vez melhor, em sexto, superando Norris, sétimo. Ocon foi o nono e Stroll o décimo. Ricciardo mostra a cada corrida porque está ficando cada vez mais distante da F1. É constrangedor, se compararmos com Lando.

Hannah Schmitz, a estrategista da Red Bull, lembra muito Ross Brawn no auge dele e de Schumacher. De todos os jeitos, não importa como, a vitória saía. Com emoção, sem emoção, com e sem percalços. Dez vitórias de Max no ano, para delírio da torcida "Libertadores" holandesa. Já são 30 vitórias na carreira e o holandês, se duvidar, não está nem no auge!

Cingapura ou Japão: não foge daí o bicampeonato de Max Verstappen.

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O VEREDITO

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Zandvoort promete muito mais pela energia da fanática torcida de Max Verstappen do que propriamente pela pista. O tom de várias alternativas ao longo dos treinos pode ser um diferencial para que a corrida tenha algum suspense.

Tudo isso porque Russell liderou a primeira sessão e Leclerc a segunda. Na primeira, o campeão Max Verstappen teve problemas no carro. As três equipes, em volta rápida, estão muito próximas. Há, até aqui, um certo equilíbrio, o que é uma boa notícia para Ferrari e Mercedes. Pode ser que o atropelo da Red Bull em Spa tenha sido mais circunstancial do que qualquer outra coisa.

Tudo isso promete uma classificação que, embora tenha perdido importância com o passar do tempo e os stints de corrida, talvez possam fazer a diferença na Holanda, principalmente por ser um circuito mais travado e com menos espaços para ultrapassagens. A posição de largada pode ser uma vantagem para definir a estratégia e o ritmo. É inegável que não saberemos o que pode acontecer em Zandvoort no sábado e no domingo. Está tudo nebuloso, apesar do sol e céu de brigadeiro no litoral holandês.

A notícia do dia, no entanto, foi o Tribunal que analisou os contratos ter confirmado ganho de causa para Oscar Piastri na McLaren. Agora, ele se junta a Lando Norris para 2023. Para a McLaren ter pago Ricciardo para sair do time, parecia um ganho de causa evidente.

E a Alpine, que ficou se fazendo entre Alonso e Piastri, conseguiu a proeza de perder os dois talentos. Muito se fala também da falta de lealdade do australiano com a montadora que o bancou desde sempre. Pode ser verdade, mas isso só aconteceu pela falta de garantias dos franceses para os dois pilotos. Agora, vão ter que ir para o mercado.

O candidato viável é óbvio: Pierre Gasly. No limbo com a Red Bull, é francês e, com a grana da indenização que a Alpine vai receber, isso não vai ser problema para buscar um acordo com Helmut Marko e companhia. Modéstia a parte, era pedra cantada isso aí. Tô antecipando esse movimento há um ano. A questão é o contexto. Não imaginaria que isso aconteceria em virtude do amadorismo da Renault.

Piastri tem um desafio. Norris é o dono da McLaren e apadrinhado pelo chefe/dono Zak Brown. O sarrafo é alto. Terá um ano de adaptação, mas a pressão agora é imensa: contratado a peso de ouro, vai ter que provar que todo o hype conquistado com muito talento na base é real. Uma disputa jurídica com uma montadora nunca é bom, e até mesmo Toto Wolff e Christian Horner se manifestaram contrários.

Tão cedo, pode ser a única chance de um jovem tão talentoso e prestigioso. Bem, foi ele mesmo que buscou esse caos. Que a pista responda os anseios de todos.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

GP DA HOLANDA: Programação

 O Grande Prêmio da Holanda aconteceu entre 1952 e 1985, com três pausas: 1954, 1956-1957 e 1972. 

Em 2020, estava marcado o retorno do país no calendário da F1, no circuito de Zandvoort. No entanto, em virtude da pandemia do coronavírus, a volta foi confirmada para 2021, marcando o reencontro dos fãs holandeses com a velocidade depois de 36 anos.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Max Verstappen - 1:08.885 (Red Bull, 2021)

Volta mais rápida: Lewis Hamilton - 1:11.097 (Mercedes, 2021)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Jim Clark - 4x (1963, 1964, 1965 e 1967)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 294 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 191 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 186 pontos

4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 171 pontos

5 - George Russell (Mercedes) - 170 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 146 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 76 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 64 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 51 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos

13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos

15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

18- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

19- Lance Stroll (Aston Martin) - 4 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 475 pontos

2 - Ferrari - 357 pontos

3 - Mercedes - 316 pontos

4 - Alpine Renault - 115 pontos

5 - McLaren Mercedes - 95 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Haas Ferrari - 34 pontos

8 - Alpha Tauri RBPT - 29 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 24 pontos

10- Williams Mercedes - 4 pontos


NOVO ALVO

Foto: Getty Images

A Alpine espera o desfecho do caso Piastri para definir o parceiro de Esteban Ocon para 2023. Segundo a Sky Sports, há um candidato destacado caso o Tribunal dê ganho de causa para o australiano: Pierre Gasly.

Além de ser francês, Gasly está num limbo na Alpha Tauri e sem perspectivas de subir para a Red Bull outra vez. Com uma compensação financeira, a Alpha Tauri poderia concordar em liberar o piloto, caso consiga encontrar um substituto (talvez dois) para o francês, pois Tsunoda ainda não confirmado no time.

Inclusive, segundo a publicação inglesa, Gasly está no topo das prioridades até mesmo em relação a Piastri, outrora o filho pródigo da Alpine.

Ocon e Gasly, uma possível dupla francesa numa equipe francesa, seria um sinal de que as animosidades que os dois pilotos têm desde a infância estão mais frias, a ponto de poderem conviver juntos no mesmo teto.

Novo alvo entre aspas, né? Modéstia a parte, eu cantei a pedra aqui há alguns bons meses. Realmente, é a melhor opção para os dois, dentro do contexto que vivem. Alpine e Gasly ganhariam muito. A Alpha Tauri eu não sei, mas pagando bem, tem mais liberdade para continuar o que faz de melhor: revelar pilotos.

NA TORCIDA

Foto: Getty Images

Os amigos e ex-companheiros têm preferências para o ano que vem. No entanto, ao que parece, as expectativas para que os desejos se realizem sejam bem distintas.

Começando por Valtteri Bottas. O finlandês quer que Guanyu Zhou continue na Alfa Romeo para o ano que vem.

“Definitivamente vou torcer por sua continuidade, já que este é apenas seu primeiro ano e, claro, vai conseguir dar um bom passo (de evolução) em 2023. Esse é o meu sentimento. Não acho que ele está se preocupando muito com isso — está apenas focado em terminar esta rodada tripla, conseguir alguns bons pontos e, talvez depois, sentar com a equipe para conversar”, disse.

Bottas também não negou que tenha planos para permanecer por bastante tempo na equipe. No final de 2023, a parceria Sauber e Alfa Romeo termina. A chegada da Audi será somente em 2026. Bottas não descarta continuar no time até a chegada dos alemães.

“Até o momento, o que eu sinto é: “por que não?”. Estou realmente curtindo aqui, sinto que ainda posso pilotar rapidamente e, no futuro, não vejo motivo para isso não acontecer. Ainda tenho muito a dar ao esporte. Obviamente você nunca sabe como vai se sentir daqui 2 ou 3 anos, mas por agora estou realmente aproveitando a Fórmula 1 — e como o esporte está em alta no momento, a atmosfera em cada fim de semana é ótima. Estou em um time bom e o equilíbrio entre vida-trabalho está realmente ótimo para mim no momento, então consigo me enxergar aqui a longo prazo”, finalizou.

Hamilton tem outra torcida: com Russell garantido na Mercedes por longos anos, o Sir quer o retorno da África do Sul no calendário, o que não acontece desde 1993. A questão é que isso parece improvável, ao menos para 2023. A renovação da Bélgica por mais uma temporada parece ser um entrave, diante de um calendário já inchado e cheio de pretendente.
Ainda, de acordo com o portal holandês Racing News 365, as negociações com a F1 pararam pela falta de apoio do governo local. Muitas promessas e poucas garantias até aqui, como por exemplo quem pagaria os US$ 15 milhões necessários para que o autódromo receba o certificado de grau 1 da FIA e esteja apto a receber a categoria.

Nada disso desanima Hamilton, que acompanha as tratativas dos bastidores por perto.

 “Tenho me esforçado bastante para termos um GP por lá. Estou feliz pelas conversas que estão acontecendo, e Stefano tem feito um trabalho incrível para que isso aconteça.

Ainda tenho esperanças de haver um corrida lá no próximo ano, nunca diga nunca, contanto que tenhamos a corrida no calendário. Precisamos ter um GP por lá”, disse.

Zhou merece permanecer. Jovens precisam de tempo de adaptação, ainda mais que não há muitos testes disponíveis. Sobre Kyalami: a ideia é boa, mas precisa ser desenvolvida. Uma corrida na África é muito bom, o problema é que provavelmente vão tirar algum circuito relevante porque é proibido mexer nas aberrações arábes, americanas ou Zandvoort, por exemplo. Vamos ver.

TRANSMISSÃO:
02/09 - Treino Livre 1: 7h30 (Band Sports)
02/09 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
03/09 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
03/09 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
04/09 - Corrida: 10h (Band)



terça-feira, 30 de agosto de 2022

NÃO É BEM ASSIM...

 

Foto: Getty Images

Dias antes da oficialização da saída da McLaren, Daniel Ricciardo indicava que poderia ter alguma carta na manga. Ao falar sobre o amor pelo esporte e citar o exemplo de Sérgio Pérez, demitido duas vezes, deu a volta por cima e agora está na Red Bull, tudo isso poderia simbolizar que existiam alternativas para o sorridente australiano.

Tamanho discurso otimista em meio ao contexto de quase fim de festa (ou expulsão mesmo) só poderia significar duas coisas: há algo em andamento ou um descolamento da realidade. Tudo isso porque Ricciardo descartou outras categorias e não queria ir para uma equipe sem perspectiva.

Bom, diante disso tudo, só há uma alternativa possível: a Alpine. No entanto, as notícias dos últimos dias indicam que os franceses têm outros planos, desde Gasly, passando por Mick Schumacher, Hulkenberg ou até mesmo a confirmação do rebelde Piastri. Nada de Ricciardo.

Dias depois, a conversa otimista e motivadora que de certa forma fui seduzido a acreditar deu espaço para um conformismo: Ricciardo não veria problemas em ficar um ano fora se não tiver lugar disponível. E provavelmente não terá, a menos que aceite se juntar a Haas ou Williams, o que duvido muito.

Pra quem vai ganhar 10 milhões de euros para não trabalhar, não é um problema financeiro. O problema é a carreira e o prognóstico. Ricciardo foi um ótimo piloto e ainda tem espaço no grid. A questão é: com a idade já começando a ficar avançada para a F1 (lembrem-se que ela é um esporte de jovens) e o fato do australiano não ter a mesma grife que um Alonso para voltar tão velho (ou experiente, como queiram), o que aguarda o australiano a partir de 2024?

Quais vagas de renome poderiam estar disponíveis? Claro que depende muito das forças mudarem ou não na hierarquia das equipes. Assim sendo, já dá para descartar de imediato as ex-equipes Red Bull, McLaren e até Alpine. Sobrariam a Mercedes, contando com a aposentadoria de Hamilton e, no meio do pelotão, no máximo a Alfa Romeo, que vai juntar forças com a Audi só em 2026, quando o australiano já teria 36 anos.

Neste momento, sem olhar para as outras categorias do automobilismo onde poderia ser feliz, como a Indy ou até mesmo a WEC, a carreira de Ricciardo é uma grande provocação: navegando pelo incerto e idolatrando a dúvida.

Até!


RETRÔ E VINTAGE

Foto: Getty Images

 Grandes rivalidades encerram-se quando, obviamente, os dois não têm mais o que dar, um dos dois já é muito superior ou quando os parâmetros de competição não são os mesmos.

Será que as rivalidades realmente acabam? Só ver o caso Hamilton e Vettel, por exemplo. De Vettel jogar o carro e querer brigar até a admiração pública mútua, o que mudou? Bem, Hamilton conquistou dois títulos contra o alemão, que entrou em declínio. Não era mais um adversário direto, o principal. Concorrência superada.

Claro: os posicionamentos extrapista também fazem a diferença, mas os dois não são vistos como iguais porque Hamilton aniquilou qualquer dúvida que pudesse existir entre ele e Vettel.

O texto fala de outro rival do Sir: o maior da carreira. Sim, muito maior que Rosberg. Tão intensa quanto explosiva, ela também ajudou a moldar a carreira do maior nome da história da categoria, em números.

A rivalidade com Alonso esfriou na última década pelo motivo óbvio: o espanhol, pelo temperamento difícil, deixou de ocupar os principais assentos da F1. Relegado ao pelotão intermediário pelas escolhas equivocadas da carreira, não haveria o que disputar. A rivalidade estaria no passado e no campo da hipótese.

Ou Alonso voltaria ao topo ou Hamilton teria que baixar o padrão. Aconteceu a segunda opção. Nesse meio tempo sem disputas relevantes, os dois manteram a boa política. Elogios mútuos, homenagens quando o espanhol saiu da F1 pela primeira vez e muito respeito. Para Hamilton, faz todo o sentido: valorizar o bicampeão por ter dividido a mesma equipe quando estreante e no auge de Fernando só engrandece o feito.

Se Alonso e Hamilton estão distantes nos números, em termos de qualidade não. Muito pelo contrário. É claro que a comparação fica prejudicada pela carreira errática na gestão de escolhas que a Fênix fez, mas aí há um bom debate: quem é ou foi melhor?

Não é esse o intuito do texto de hoje. Na verdade, a abordagem é simples: com os dois no pelotão intermediário, ambos disputam os mesmos objetivos. Tudo bem, a Mercedes está alguns degraus a frente. No entanto, nunca esteve tão fragilizada em uma década, comparando-se com si mesmo e os rivais.

Então, num ambiente e num esporte naturalmente competitivo, com pessoas que competem desde a infância no kart, tudo vale alguma coisa. Não é só apenas a vitória ou um título. É espaço, prestígio, ego, a vitória psicológica.

Hamilton e Alonso juntos sempre vai ter aquela lembrança cada vez mais distante de 2007. Quinze anos. Os dois mais longevos do grid. Agora, há chance maior de competir. Por isso o incidente de ontem não é apenas um erro de cálculo ou algo de corrida. É simbólico.

É retrô e vintage, porque remete a um passado relativamente próximo e está em ótimo estado de conservação. Para Alonso, tem uma importância maior. A chance de tirar uma casquinha, de mostrar o que poderia ter sido se simplesmente fizesse uma leitura melhor da carreira e do temperamento. Por isso a reação explosiva no rádio.

Evidente que isso é normal no calor do momento, mas reparem: “Hamilton só sabe largar quando está na frente”. Há, no entendimento do espanhol, uma deficiência no Sir, mascarada por ter sempre um carro competitivo e/ou dominante a carreira toda enquanto o espanhol precisou se “provar mais”.

Hamilton deu o pulo do gato que Alonso gostaria quando foi para a Mercedes. O resto é história. Por isso que há mais animosidade do espanhol do que o contrário. Quem perde não esquece. Claro, eles ficaram empatados em pontos em 2007 e perderam o título para Raikkonen.

Alonso era o bicampeão e sucessor de Schumacher. Hamilton era apenas o novato protegido por Ron Dennis que, com o passar do tempo, provou que também era um piloto diferente. Não só em 2007, mas vocês já sabem...

Hamilton e Vettel “roubaram” o trono que estava destinado a ser de Alonso, o responsável por encerrar a Era Schumacher. Foi encerrado pelos dois talentos prodígios. Para o ego e a competitividade de alguém, isso dói muito. Desde então, mesmo tentando, a Fênix não conseguiu novos títulos e ficou sempre no campo da hipótese: “ah se tivesse um carro bom...”

Um ressentimento de 15 anos. Na explosão do momento, Alonso deixou explícito o que pensa de Hamilton. O inglês não precisa retrucar porque sempre soube disso e talvez seja recíproco. É natural se não for, porque o tempo deu razão a Lewis para conquistar e dividir a atenção com outros adversários menos intensos e mais estressantes, como Nico Rosberg e agora Max Verstappen.

Para Alonso, é uma chance de uma mínima reparação. Por isso, a cada disputa, roda com roda e entrevistas, não é apenas uma situação de corrida. São 15 anos de uma temporada que mudou a carreira dos dois. Melhor para Hamilton.

Isso também serviu para mostrar aos mais novos um pouco do que era aquilo. Hamilton, com a segurança de ser o nome mais popular do esporte no momento, tem nos títulos e na experiência a condição necessária para responder a altura.

Sempre praticando os jogos mentais via imprensa, rádio e gestos, Alonso nunca se furtou de ser o anti-herói e o vilão. Ele sempre teve essa natureza mesmo agora, quando ficou mais divertido e carismático conforme ficava cada vez mais longe das glórias. Ele sabe que irrita e por isso o faz. Por isso também é único.

Quantas disputas épicas poderíamos ter nos últimos nove anos se dessem um carro decente para Alonso? O que seria dessa rivalidade, que em um ano já virou uma das maiores da história da categoria e digna de filme? Perguntas que a F1 não quis responder.

Resta nos contentar com as migalhas que valem algum lugar entre os 10 ou o pódio. Tudo bem. Não é sobre as posições, e sim sobre as personalidades e o carisma.

Todo campeão precisa de um antagonista. Lauda e Hunt. Senna e Prost. Hamillton e Verstappen. Rosberg. Alonso.

Os circuitos relevam muito mais que as qualidades técnicas dos pilotos, como vocês já puderam entender, eu acho. Muito mais.

Até!