quinta-feira, 10 de setembro de 2020

GP DA TOSCANA: Programação

 O Autódromo Internazionale di Mugello fica localizado na Itália, 30 km a nordeste de Florença.

Existe desde 1914. De 1989 a 1991 remodelado pela Ferrari, sua proprietária, que a usa como pista de testes. Atualmente possui 5 245 m, 15 curvas e uma longa reta de 1 141 m. Há também uma versão mais curta com 7 curvas.

O circuito foi usado na Temporada 2012 da Fórmula 1 em testes realizados de 1 a 3 de maio por todas as equipes e agora, pela primeira vez, vai sediar um Grande Prêmio de Fórmula 1.

Foto: Wikipédia

LONGEVIDADE

Foto: Grande Prêmio

Essa é a palavra que pode definir a gestão de Gunther Steiner enquanto chefe da equipe da Haas, desde 2016. Afinal, desde 2017 a dupla de pilotos é a mesma (Magnussen e Grosjean), embora já há alguns anos uma troca poderia ter sido feita.

Sobre esse assunto, o chefão da Haas disse que sequer conversou com Gene Haas sobre a dupla de pilotos para o ano que vem, mas deixou claro que deseja continuidade: a dupla de 2021 deverá ser a mesma de 2022.

“Tudo está na mesa para o ano que vem, porque a única coisa que gostaria, e vou falar sobre isso com Gene [Haas, dono da equipe] nas próximas semanas e meses, é como vamos fazer nosso melhor. Então, vamos ver o que é melhor para nós. Mas uma coisa, na minha opinião, precisamos fazer: quem estiver no carro em 2021 deve estar no carro em 2022.

Porque, com um carro novo a caminho, se você conhece seu piloto, pelo menos você já resolveu alguma coisa. Quem quer que seja, mesmo que sejam esses caras que estão correndo agora, e caso eles fiquem, devem ficar por pelo menos os próximos dois anos.

Sou contra a troca antes de 2022. Com um carro novo e um novo piloto, isso pode ficar complicado. É a única coisa que posso dizer, o restante está aberto. Não tenho ideia ainda de quem vai pilotar o carro em 2021 e 2022", disse em entrevista para a Sky Sports.

Na semana passada, o chefão disse estar interessado em um dos jovens pilotos da academia da Ferrari para ocupar esse cargo: Callium Ilott, Robert Shwartzman e Mick Schumacher disputam o título da F2. Diante de todas as hipóteses, partindo do pressuposto da continuidade e de uma das vagas sendo de um jovem, é fundamental um piloto mais experiente do lado.

Magnussen até poderia permanecer, mas Pérez e Hulkenberg podem ser grandes candidatos para ajudar a tentar erguer o time americano. É aquilo: Steiner, dessa vez, precisa acertar os tiros. Do contrário, é ele e a Haas que podem sangrar por mais duas temporadas.

MAIS MUDANÇAS

Foto: Divulgação/Williams


Após a venda da Williams para a Dorilton Capital e a saída da família Williams do comando da equipe, a agora "nova Williams" segue com alterações.

Com a saída de Claire, os ingleses possuem um novo chefão interino: Simon Roberts. Ele chegou na Williams em junho, mas está na F1 desde 2003, quando chegou na McLaren. Com uma rápida passagem na Force India, retornou para woking e ficou até junho, quando assumiu a gerência da Williams.

Mike O'Driscoll anunciou aposentadoria. Ele era CEO da Williams. Membro do conselho administrativo desde 2011, era diretor executivo desde 2017. O'Driscoll irá permanecer na Williams até o fim do ano e promete ajudar a Dorilton Capital nesse processo de transição, agora que assumiram a equipe.

É natural. Quando surge uma venda e uma mudança de direção, as mudanças surgem, algumas mais rápidas e outras nem tanto até que a organização fique de acordo com a preferência dos donos. A questão é que os administadores não entendem nada de automobilismo. Por outro lado, é difícil que a Williams fique tão pior assim. Agora é esperar, com um pouco de apreensão, porque não é mais uma empresa familiar, e sim um negócio.

Como quase nada na F1 dá dinheiro, não sei até quando vai durar essa empreitada. Aguardemos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 164 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 117 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos
4 - Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
5 - Lando Norris (McLaren) - 57 pontos
6 - Alexander Albon (Red Bull) - 48 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 45 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 43 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 41 pontos
10- Daniel Ricciardo (Renault) - 41 pontos
11- Sérgio Pérez (Racing Point) - 34 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 30 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 16 pontos
14- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
15- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 4 pontos
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
17- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 281 pontos
2 - Red Bull Honda - 158 pontos
3 - McLaren Renault - 98 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 82 pontos
5 - Renault - 71 pontos
6 - Ferrari - 61 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 47 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO







terça-feira, 8 de setembro de 2020

CARAS NOVAS?

 

Foto: Getty Images

Nessa semana tivemos anúncios de "novidades" na Fórmula 1. A Williams, vendida para a Dorilton Capital, encerra um capítulo enquanto negócio familiar e garagista que acontecia desde os anos 1970. Com isso, definitivamente, encerra-se uma era na categoria. O fim de Frank e Claire e a terceira maior equipe da história do Mundial. 

Convenhamos, a Williams do jeito que conhecíamos acabou em 2005, quando não quis ser vendida para a BMW. Dali em diante, a decadência foi cada vez maior, exceção pela solitária e inesperada vitória de Maldonado em 2012 e as temporadas de 2014, 2015 e 2016 onde a Williams, beneficiada pelo potente motor Mercedes, conseguiu alguns pódios e poles até o fim definitivo.

Agora, a empresa Williams é controlada pela americana Dorilton Capital, um fundo de investimento comandado por Matthew Savage. Além dele, a equipe será comandada por Darren Fultz e James Matthews na direção. Matthews, por curiosidade, é ex-piloto e cunhado da Duquesa de Cambridge.

Algumas mudanças já foram feitas: Claire Williams deixou a chefia da equipe e o CEO, Mike O'Driscoll, vai se aposentar no final do ano. Simon Roberts vai ocupar o primeiro cargo interinamente. Vale notar que o contrato dos dois pilotos foi renovado antes da venda do time.

Fundo de investimento são geridos por várias pessoas. Não é fácil corrupção ou lavagem de dinheiro por lá, em tese. Ou seja, se compraram é porque acreditam que a Williams pode dar lucro no futuro. Na F1, isso é muito complicado. Sendo realista, a questão é saber por quanto tempo essa empresa vai aguentar gerir uma equipe de Fórmula 1 que, apesar de histórica, vive na rabeira do grid e sem perspectivas de lucro, mesmo com a ajuda de Latifi pai. Vejo com bastante desconfiança esse novo "capítulo" de Grove, infelizmente.

Foto: Quatro Rodas

No domingo, a Renault anunciou que vai mudar de nome para a próxima temporada. Em 2021, vai passar a ser Alpine F1 Team. Mas o que diabos seria isso? 

Inicialmente, a Alpine foi criada em 1954 como uma fabricante francesa de carros esportivos, fundada por Jean Redélé, proprietário de um dos poucos carros franceses que fazia sucesso no automobilismo após a Segunda Guerra Mundial, o Renault 4CV. A empresa comprou a Alpine em 1973. 

A Alpine foi campeã mundial de Rali em 1973, com seu modelo mais famoso, o Alpine A110 e o A442 venceu as 24 Horas de Le Mans, na última vez que um Alpine participou de corridas. Na época, já foi escrito como um Renault-Alpine. Com o passar do tempo, a empresa foi absorvida pela Renault e transformou-se em um carro esportivo, não mais de competição. 


Alpine A442b, com Didier Pironi no volante, venceu as 24 horas de Le Mans em 1978. Foto: Getty Images











Atualmente, a Alpine está na LMP2 do Mundial de Endurance, sendo recentemente campeã com o brasileiro André Negrão como um de seus pilotos.

De acordo com um comunicado, o objetivo é "acelerar o desenvolvimento e influência da marca". O processo de reestruturação é liderado por Luca De Meo, novo CEO. Vale lembrar que, recentemente, a Renault se viu em um escândalo com a prisão do ex-presidente, o líbano-brasileiro Carlos Ghosn. Além do mais, os franceses tiveram muitos prejuízos em virtude da pandemia, precisando demitir milhares de funcionários e colocando em risco a permanência na categoria.

Bom, mesmo assinado até 2025, a mudança de um nome histórico na F1 para de uma marca importante no automobilismo francês possa ser indício de que as coisas não estão fáceis por lá. Tecnicamente falando, a terceira passagem da Renault na F1 encerra-se no fim do ano como um grande fracasso. Até lá, é possível que nenhum pódio tenha sido atingido. Muito pouco para uma equipe de fábrica. 

Basicamente, o nome Alpine tem o mesmo peso de Alfa Romeo na antiga Sauber: apenas uma mudança de nomenclatura para fins comerciais. 

Ou seja: Fernando Alonso não vai ter sua terceira passagem na Renault, e sim seus dois últimos anos de carreira na Alpine F1 Team. Impossível não associar ao nome do famoso chocolate. Esperamos que não seja um carro docinho.

Até!

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A QUESTÃO RED BULL: Parte 3

 

Foto: Alpha Tauri

O que estava ficando evidente definitivamente ficou óbvio ontem, com a histórica vitória de Pierre Gasly no Grande Prêmio da Itália. A premissa é simples: o segundo carro da Red Bull é uma bomba, independente de quem pilote e, com essa política de priorizar um talento e queimar todo o resto, isso é um desperdício de tempo e dinheiro da equipe dos energéticos.

Um ano atrás, todos nós descemos a lenha no pífio desempenho do francês na primeira metade da temporada. E com razão. Albon, quando subiu, mostrava bons desempenhos e resultados. As coisas começaram a virar no final do ano, quando o francês, mostrando-se sólido mesmo após a pancada, não virou um novo Kvyat e se recompôs, reconstruindo o caminho que culminou com o dia de ontem.

Agora, em 2020, Gasly recebe merecidamente muito mais louros por conseguir dois pódios com um carro médio. Mesmo que tenham sido em corridas caóticas, não é fácil. Albon, por outro lado, terminou atrás de uma Williams e sequer foi ao pódio ainda com os taurinos. Apesar de prestigiado, ontem pode ter sido um duro golpe. Agora, o francês está por cima e o tailandês nascido e criado na Inglaterra é que pode estar vivendo um momento difícil, sobretudo psicologicamente.

Albon e Gasly, nessa ocasião, que o problema não são os dois pilotos, e sim como a Red Bull lida com o outro carro que não seja de Verstappen: é uma verdadeira bomba, tal qual a Benetton na época de Schumacher e a Renault no período de Fernando Alonso. Ninguém que chegar lá vai se conseguir se adaptar a um carro que é feito para Max Verstappen. Ficar na frente? Sem chance. Com isso, o que poderia ser um sonho, torna-se um pesadelo: por pouco Gasly não teve sua carreira implodida com apenas 23 anos. Albon pode ter estar nesse mesmo caminho e tantos outros da Red Bull ficaram para trás: Buemi, Alguersuari, Félix da Costa, Kvyat...

Agora, todo mundo quer novamente a troca de Gasly e Albon em suas equipes satélites. Apesar dos resultados serem muito mais consistentes e compreensíveis, o cenário diferente do calendário em meio a pandemia me fazem acreditar que a Red Bull não vai mudar as posições até o final da temporada. Não há tempo hábil para que a troca seja minimamente aproveitosa.

Sobre isso, Pierre Gasly precisa, junto do seu staff, entender que a Red Bull precisa começar a ser algo do passado, assim como Carlos Sainz percebeu que, do contrário, seria um capacho de Max e seria queimado. A primeira chance na Red Bull não deu certo. Nada me convence que mesmo com outro status as coisas sejam diferentes. Gasly não precisa mais da Red Bull e poderia, no médio/longo-prazo, pensar em alternativas a partir de 2022. Por exemplo, a Renault/Alpine não tem nenhum piloto de academia na equipe e Gasly é compatriota de Ocon...

É algo para se pensar. Depois de ontem, é possível pensar que Gasly também possa ter iniciado um processo de emancipação e independência da Red Bull. Deveria, ao menos.

Até!

domingo, 6 de setembro de 2020

NOTA 10

 

Foto: Getty Images

Parecia tudo pronto para que Lewis Hamilton vencesse pela 90a vez na Fórmula e ficasse apenas a uma vitória de igualar Michael Schumacher. Antes disso, Bottas se mostra inqualificável ao cair quatro posições no grid e ser incapaz de oferecer algum perigo para Renault ou McLaren. Na frente, Sainz e Norris pularam para as posições de pódio e isso oferecia uma ótima perspectiva para os ingleses. Em circuitos de alta, quando está atrás, parece que isso é uma espécie de calcanhar de aquiles da Mercedes.

Verstappen também largou mal e completou um final de semana apagado. La atrás, o calvário de Vettel acabou cedo com um problema nos freios. Aposto que ele deve ter até agradecido por isso. O momento que mudou a corrida foi a Haas de Kevin Magnussen abandonar e parar numa posição que não era possível sair guinchado, o jeito era empurrá-lo até os boxes. Safety Car, é claro, que mudaria a dinâmica da prova.

Como seria óbvio, naturalmente os carros iriam antecipar a parada. Hamilton entrou nos boxes e foi o único. Giovinazzi na sequência. Antes, Raikkonen, Leclerc e Kvyat e Gasly. Seria estranho: ninguém antecipou a parada e Hamilton retornou para a pista com uma parada e pneus novos. Um massacre. Acontece que o pit lane não estava aberto, uma raridade, em virtude dele estar sendo utilizado para a entrada do carro de Magnussen aos boxes da Haas.

Na relargada, uma nova perspectiva: com Kvyat, as Alfa Romeo e Leclerc, a corrida ganhava em emoção, até que os pneus ficassem desgastados, é claro. O outro turning point: o monegasco bateu forte, tentando tirar mais do que o carro, na parabólica. Barreira de pneus danificada e bandeira vermelha. A Ferrari, pode-se escrever, até que saiu por cima diante de todo esse cenário depressivo que se encontra.

Na bandeira vermelha, outra mudança: Stroll, que não tinha parado, trocou os pneus. Que regra ridícula essa de trocar pneus com a corrida parada, beneficia o infrator. Hamilton e Giovinazzi teriam que pagar com um stop and go e ficariam de fora do caminho: Kvyat, Stroll, Sainz e Norris eram os postulantes a primeira vitória da carreira!

Stroll relargou bizarramente e jogou fora a chance. Kvyat, com pneus mais desgastados, ainda assim conseguiu uma vantagem confortável. Se nas retas a Renault levava vantagem, na parte mais lenta a Alpha Tauri aguentava o tranco. Lá atrás, Verstappen abandonava e Albon empacava atrás da Williams. De igual nesses carros apenas a cor, está comprovado. Hamilton, que caiu para o fim do grid, foi escalando facilmente todo mundo e ainda foi o sétimo, duas posições atrás de Bottas. Se tivesse mais algumas voltas, passaria o finlandês que não fez absolutamente nada na corrida. Claramente é um desperdício de corra que chega a ser constrangedor.

Em um ano e poucos meses, o inferno astral: de dispensado e ridicularizado (inclusive por este que vos escreve) e com a morte do amigo Anthoine Hubert, desde então Gasly se recuperou com bons treinos e atuações consistentes que culminaram no segundo lugar, no Brasil, e a vitória histórica hoje. Quebrando um jejum de 24 anos sem vitória de um piloto francês na categoria, ainda foi a primeira da agora Alpha Tauri, 12 anos depois de Vettel, também em Monza. A imagem de Gasly, contemplativo no pódio, sem acreditar nas voltas que a vida dá é emblemática e emocionante. Um dos momentos mais lindos da F1. Com uma vitória, um segundo lugar e um quarto lugar, Pierre Gasly é o maior nome da história da Toro Rosso/ Alpha Tauri.

Foto: Getty Images

Sainz seria naturalmente o segundo. Com a punição de Hamilton, fica a sensação de frustração mesmo com o melhor resultado na carreira mas que pode voltar a acontecer, em virtude da escolha em defender a Ferrari nos próximos anos. No entanto, se sobreviver a tempestade, certamente o pódio será naturalmente um lugar familiar. Stroll em terceiro é o preço que pagamos, sempre sortudo nessas corridas malucos. Já dizia Nelson Rodrigues: sem sorte, não se atravessa a rua.

Kvyat, dominado com o mesmo equipamento e Albon, vivendo o que Gasly viveu mas ainda pior, pois o rival venceu com um carro pior uma corrida épica, estão sobre cheque, obviamente. Irei me estender melhor sobre o assunto amanhã. 

Com o imponderável, o que seria uma corrida sem vida transforma-se em uma prova histórica: a vitória de Gasly e da Alpha Tauri e o hino da Itália, emocionante em relação ao contexto do início e a tudo que os italianos, assim como o resto do mundo, passam e estão passando nesse momento. 10, nota 10!

Confira o resultado final do GP da Itália:


Até!


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

MODO FESTA?

 

Foto: Getty Images

Este final de semana marca o fim do "modo festa", potência extra usada pelas equipes na classificação, principalmente a Mercedes. A ideia é tentar dar maior competitividade, é claro. No entanto, o tiro pode sair pela culatra: sem gastar tanta potência no sábado, os motores ficam mais inteiros no domingo e, portanto, com maiores chances de concluir a prova.

O que estamos vendo em Monza é uma repetição de Spa: Mercedes humilhando a concorrência, Verstappen, Renault e Alpha Tauri muito bem com McLaren e Racing Point um pouco abaixo. As Ferraris, é claro, vão passar vergonha, pelo menos sem público. Os tifosi certamente não iriam gostar e os protestos iam rolar. Equipe Jim Carrey.

A grande notícia desse fim de semana é o fim definitivo da Williams como nós conhecemos: Claire Williams vai deixar a chefia da equipe que será administrada por "especialistas" do tal conglomerado americano que passa a comandar a escuderia. Como já escrito antes: a Williams que nós conhecíamos acabou em 2005, tudo o que veio depois foi uma caricatura de uma equipe gigante.

E assim a F1 chega a primeira de três corridas na Itália, quem diria. Em fevereiro, todos sentíamos pena, agora eles vão ter três corridas (e uma com público), enquanto nós por aqui perdemos o autódromo, a corrida e até a transmissão num futuro próximo.

Como diz o meme: "modo festa? Essa corrida virou um enterro", de novo. Tomara que me provem o contrário.

Confira a classificação dos treinos livres do GP da Itália:






quinta-feira, 3 de setembro de 2020

GP DA ITÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Itália foi disputado pela primeira vez em 1921, em Montichiari, na província de Bréscia, num circuito feito de vias públicas. Está desde sempre no calendário da Fórmula 1, e sempre é realizado em Monza, à exceção de 1980, quando o GP foi disputado em Ímola para atender a demanda dos fãs da Romagna.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Rubens Barrichello - 1:21.046 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Kimi Raikkonen - 1:19.119 (Ferrari, 2018)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1996, 1998, 2000, 2003 e 2006) e Lewis Hamilton (2012, 2014, 2015, 2017 e 2018) - 5x

EMPOLGADOS

Foto: Getty Images

P4 e P5, com direito a melhor volta no giro final. A empolgação na Renault não é para tanto. Sem dúvida é o melhor resultado da equipe na temporada, algo que não acontecia desde o GP da Itália do ano passado.

Para a semana que vem, em um circuito com características semelhantes, os dois pilotos estão confiantes em um grande resultado, principalmente Ricciardo, que apostou com o chefe Cyril Abiteboul que, se chegasse no pódio nesse ano, vai escolher uma tatuagem para o francês fazer.

“Acho que ele está muito nervoso. Acabei de vê-lo. Disse a ele para ficar esperto durante os próximos sete dias. Pelo menos no ano passado, Monza foi um circuito ainda mais forte para nós. E se formos mais fortes, só temos um pódio pela frente. Não estou me precipitando, mas acho que podemos ir para Monza com confiança e mirar alto”, disse Ricciardo.

“Foi um ótimo final de semana, muito forte. O carro foi muito rápido. Transformamos Barcelona, que foi bem difícil, em um ótimo final de semana aqui. E o próximo (Monza) deve ser bom para nós também, dá para ser bem melhor”, falou o francês.

Talvez possa ser apenas um encaixe de características (um bom motor em um circuito de retas), mas talvez possa ser um indicativo de enfim uma evolução mais consistente para os franceses. Considerando que 2022 pode ser o pulo do gato, 2021 seria uma boa continuação. Quem pode ganhar com isso é Alonso e Ricciardo, mudado para a McLaren, pode ter se precipitado. A ver.


FILIAL NA SATÉLITE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio

Como em todos os anos, a dupla de pilotos da Haas para o futuro é um mistério que sempre é respondido com a mesma afirmação: Magnussen e Grosjean.

Em 2020, não é diferente: com o carro muito fraco, os pilotos pouco fazem. Apenas o dinamarquês conseguiu um pontinho na Hungria graças a uma estratégia acertada no início da prova.
Em entrevista para um jornal dinamarquês, o Ekstra Bladet, o chefão da Haas Gunther Steiner sinalizou que pode buscar pilotos na Academia da Ferrari, com quem possuem uma parceria técnica.

“Se quisermos trazer alguém novo, então o grupo de jovens da Academia da Ferrari, neste momento, é bastante bom. Há outros por aí, mas estão vinculados a outras marcas, então nosso interesse é menor. As equipes de fábrica mantêm os pilotos realmente bons, porque investiram neles. Se quisermos um novato, a melhor opção é assinar com um jovem da Academia da Ferrari”, comentou.
“Podemos manter nossos titulares, ter dois novatos, quem tiver interesse na vaga pode se candidatar", completou.

Bom, Grosjean faz hora extra faz tempo. Magnussen, apesar de não estar bem, não é absurdo pensar numa continuidade, ainda mais se a Haas optar por um piloto jovem. Na academia da Ferrari, certamente só existem duas opções: Robert Shwartzman e ele, Mick Schumacher, que provavelmente pode fechar com a Alfa Romeo. Se Vettel ir para a Aston Martin, Pérez e Hulkenberg poderia ser uma dupla bem interessante. Experiente e veloz.

Opções não faltam para os americanos. Faltam para eles acertar nos nomes, e faz tempo que não fazem isso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 157 pontos
2 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 107 pontos
4 - Alexander Albon (Red Bull) - 48 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 45 pontos
6 - Lando Norris (McLaren) - 45 pontos
7 - Lance Stroll (Racing Point) - 42 pontos
8 - Daniel Ricciardo (Renault) - 33 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 33 pontos
10- Esteban Ocon (Renault) - 26 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 23 pontos
12- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 18 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 16 pontos
14- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
15- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
16- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 2 pontos
17- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 264 pontos
2 - Red Bull Honda - 158 pontos
3 - McLaren Renault - 68 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 66 pontos
5 - Ferrari - 61 pontos
6 - Renault - 59 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 20 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO










terça-feira, 1 de setembro de 2020

A ESPERANÇA DRUGO E OS TALENTOS DA F2

 

Foto: Getty Images

Geralmente a F2 é mais emocionante e melhor disputada que a F1. Com pilotos jovens inexperientes e arrojados, isso é uma boa mistura para o entretenimento. No entanto, depois de um 2019 trágico e repleto de poucos talentos (sendo um desses morto no acidente de Spa - Anthoine Hubert), em 2020 a F2 tem grandes nomes na disputa ou que prometem estar na Fórmula 1 a curto/médio-prazo.

Uma das esperanças virou o surpreendente Felipe Drugovich. Aos 20 anos, o paranaense de Maringá tem como grandes resultados a terceira posição na F4 alemã em 2017 e os títulos na Euroformula, F3 Espanhola e MRF Challenge entre 2017 e 2018. No ano passado, correu na F3 e terminou a frente de Logan Sargeant, atual líder.

Neste ano, sem grandes expectativas, assinou com a MP Motorsport, equipe que tinha no ano passado o mito Mahaaver Raghunathan. Nesta temporada ele é companheiro do experiente japonês Nobuharu Matsushita, que já foi piloto da Honda. Mesmo estreando na nova categoria, vem extraindo muito de um carro fraco. Duas poles normais e uma na sprint race, além de duas vitórias na sprint race. Drugo ainda precisa evoluir no ritmo de corrida é claro, mas as credenciais iniciais são animadoras.

Para o ano que vem, precisa desesperadamente de um carro melhor e tentar assinar com uma academia de pilotos. Hoje, infelizmente, só assim para chegar na F1 ou ter sobrenome e dinheiro, que não é o caso de Felipe. No entanto, o brasileiro mostra ter muito potencial para quem sabe, no médio prazo, sonhar com a F1.

Agora, trarei rapidamente as credenciais de outros postulantes a título da categoria e que, consequentemente, podem chegar na Fórmula 1 em um futuro próximo:

Robert Shwartzman: o russo, prestes a completar 21 anos, é o atual campeão da F3. Antes, conquistou a Toyota Racing Series em 2018. A parceria vitoriosa com a Prema até agora vem se repetindo na F2. Mesmo no ano de estreia, é o atual líder, superando o experiente e também parceiro de Academia, o badalado Mick Schumacher. Com 3 vitórias e 5 pódios em 14 corridas, naturalmente é um dos candidatos a ir para a Fórmula 1 em 2021, seja na Haas ou na Alfa Romeo, ambas parcerias da Ferrari.

Callum Ilott: também da Academia de Pilotos da Ferrari, o inglês de 21 anos foi terceiro colocado na F3 em 2018, atrás somente dos companheiros Anthoine Hubert e Nikita Mazepin. No ano passado, foi apenas o 12°, mas agora está brigando pelo campeonato. Com 2 vitórias e 4 poles, é o vice-líder, tendo perdido a liderança no final de semana para Shwartzman. No entanto, suas chances de ascensão na F1 são mínimas, pois os fichas 1 e 2 da Ferrari são Shwartzman e Schumacher. Está numa posição complicada.

Yuki Tsunoda: o japonês de 20 anos é o pacote completo: apoiado pela Red Bull + Honda, naturalmente é questão de tempo para que chegue na Alpha Tauri. Se terminar a F2 entre os três primeiros, vai subir para a equipe satélite. Com duas vitórias e quatro pódios na Carlin, é o sopro de renovação que a academia de pilotos dos taurinos precisa. Elogiado publicamente por Franz Tost, chefão da Alpha Tauri, só depende dele para que o Japão volte a ter um piloto na Fórmula 1.

Mick Schumacher: o mais badalado dos pilotos da F2 por questões óbvias, Mick vem se mostrando um piloto nada mais nada menos do que regular. Mesmo sem vencer, vem acumulando pódios e é o quarto colocado no campeonato. Publicamente, já ficou claro que a única dúvida é sobre qual equipe ele estreará na F1: Haas ou Alfa Romeo. Certamente Mick não está pronto ou não é um piloto espetacular, mas nesse caso o sobrenome e a nostalgia bastam. Como todos sabemos, a base é uma coisa e a F1 é outra. Vai que o alemão desabroche por lá? Não é o mais lógico, mas não seria a primeira e nem será a última...

Guanyou Zhou: o chinês viável. Bom piloto e já na academia da Renault, certamente seria uma escolha interessante para ativar um mercado de bilhões de pessoas. Com 21 anos, seu melhor resultado foi um vice-campeonato na F4 italiana em 2015. Ano passado foi o sexto na F2, agora é o sétimo. O problema para o chinês é que ele está travado nos próximos anos devido a contratação de Alonso e a manutenção de Ocon, que nem da Renault é. Paciência e consistência são as palavras chave para o chinês.

Christian Lundgaard: O dinamarquês se encontra na mesma, a diferença é que não é chinês e é mais jovem, apenas 19 anos, pode se desenvolver na categoria. Campeão da F4 espanhola em 2017, foi o sexto colocado na F3 ano passado. Apesar de estreante, está dando trabalho lá na frente. Como ainda tem bastante tempo para se desenvolver, é um nome que pode ter uma atenção maior no futuro. Tudo vai depender dele próprio e também do que a Renault pretende com seus pilotos a médio-prazo.

Menções (nem tão) honrosas:

Nikita Mazepin e Sean Gelael: o russo e o indonésio são de família rica, então basicamente o que precisam é de um resultado mínimo que os gabaritem para a Fórmula 1, igual Stroll. O russo é o quinto colocado e certamente é capaz até de comprar ou inventar uma equipe para correr, mesmo sendo um psicopata de uma família de negócios escusos. Gelael não fica muito para trás, mas uma lesão na vértebra vai deixá-lo fora de combate até o final da temporada. Vai ter que tentar tudo de novo em 2021, mas seria bom se ambos passassem longe da F1.

E pra vocês, quem mais se aproxima da F1 no futuro próximo?

Até!