quinta-feira, 8 de março de 2018

DIA 6 - RECORDE

Foto: Getty Images

O sexto dia de testes em Barcelona mostraram de positivo a Red Bull na frente, com direito de quebra de recorde e uma ótima quilometragem de Toro Rosso, Sauber, Renault e dos próprios taurinos. Por outro lado, a McLaren segue seu calvário, de inédito com a Renault, enquanto Kimi Raikkonen passou mal e não conseguiu treinar na sua melhor condição física. Vamos lá:

Com os pneus hipermacios (os mais macios), Daniel Ricciardo foi o mais veloz do dia, batendo o recorde do circuito de Montmeló: 1:18.047, três décimos mais veloz que a antiga marca, que pertencia a Felipe Massa durante um teste em 2008. Mais do que ser rápido, o australiano não enfrentou problemas com o RB14 e andou incríveis 165 voltas, a maior quilometragem do dia.

Com os ultramacios, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas ficaram com o segundo e o terceiro tempo, três e cinco décimos atrás de Ricciardo, respectivamente. O problema da Mercedes é que sempre estarei pensando que eles estão blefando em todas as situações, inclusive quando estão sobrando, e talvez isso seja verdade.

Foto: Getty Images
Era para Kimi Raikkonen guiar a Ferrari hoje. Entretanto, o finlandês passou mal e vomitou demais após uma indisposição estomacal. Vettel foi chamado e pilotou pela manhã, onde fez o quarto tempo. Sem estar aparentemente recuperado, Kimi deu algumas voltas de tarde e foi apenas o nono.


Quem segue impressionando é a Toro Rosso. Hoje a equipe de Faenza deu um pequeno susto: Brendon Hartley chegou a parar na saída dos boxes, mas  o problema foi consertado e o neozelandês deu 119 voltas, fechando o dia em quinto. Resta saber se a Honda consegue render com potência máxima ou é apenas fogo de palha.

Ziquei a McLaren. O calvário segue. Apesar de ter ficado em sexto, Fernando Alonso andou apenas 57 voltas devido a um problema não divulgado que praticamente lhe fez perder todo o período da tarde. Um dos problemas do MCL33 é o superaquecimento da carenagem do motor, por ser compacta demais. Esse é um dos preceitos do projetista Peter Prodromou. Será que a Honda era a responsável por tudo? Será que os ingleses irão resolver seus contratempos até a Austrália?

Foto: Getty Images
Quem também teve problemas foi a Haas. Com um vazamento de óleo, Romain Grosjean perdeu algumas horas de treino, mas foi o oitavo. Na frente dele, a Renault segue constante: Sainz em sétimo e Hulkenberg em 11°, ambos conseguindo boa quilometragem para os franceses.

Na parte de trás, Force India e Sauber andaram bastante: 130 e 160 voltas, respectivamente com Esteban Ocon e Charles Leclerc em 12° e 13°.

Ferrari e Red Bull tentando encostar na Mercedes, que por sua vez está sempre escondendo o jogo... Renault sólida e McLaren sofrendo. Já temos algumas tendências nessa pré-temporada, o que não quer dizer necessariamente muita coisa como parâmetro para o que iremos ver daqui duas semanas em Melbourne, na Austrália.

Confira  a classificação do oitavo dia de testes de pré-temporada em Barcelona:
Daniel Ricciardo (Austrália)
RBR-Renault
1m18s047
Hipermacio
165
Lewis Hamilton (Inglaterra)
Mercedes
1m18s400
Ultramacio
90
Valtteri Bottas (Finlândia)
Mercedes
1m18s560
Ultramacio
85
Sebastian Vettel (Alemanha)
Ferrari
1m19s541
Macio
66
Brendon Hartley (Nova Zelândia)
STR-Honda
1m19s823
Hipermacio
119
Fernando Alonso (Espanha)
McLaren-Renault
1m19s856
Hipermacio
57
Carlos Sainz (Espanha)
Renault
1m20s042
Médio
88
Romain Grosjean (França)
Haas-Ferrari
1m20s237
Macio
78
Kimi Raikkonen (Finlândia)
Ferrari
1m20s242
Macio
49
10º
Lance Stroll (Canadá)
Williams-Mercedes
1m20s349
Macio
63
11º
Nico Hulkenberg (Alemanha)
Renault
1m20s748
Supermacio
102
12º
Esteban Ocon (França)
Force India-Mercedes
1m20s805
Macio
130
13º
Charles Leclerc (Mônaco)
Sauber-Alfa Romeo
1m20s919
Supermacio
160
14º
Sergey Sirotkin (Rússia)
Williams-Mercedes
1m22s350
Macio
80

Até!


quarta-feira, 7 de março de 2018

DIA 5 - PREOCUPAÇÃO

Foto: Getty Images

A segunda parte da pré-temporada em Barcelona começou com a Ferrari na frente, mas ainda sem muitas respostas em relação ao que vai acontecer durante a temporada. Red Bull foi consistente mas voltou a enfrentar problemas no carro. A McLaren, por sua vez, volta a encontrar dificuldades, enquanto que a Toro Rosso Honda segue andando em vários stints sem apresentar problemas. Vamos lá:

Sebastian Vettel fez 1:20.396 com os pneus médios em incríveis 171 voltas completadas durante o dia. O tempo é um segundo mais lento que o de Hamilton na semana passada. Como sempre, nunca sabemos qual a quantidade de combustível em cada carro no momento das voltas. A Mercedes utilizou seus dois pilotos. Valtteri Bottas foi o segundo (1:20.596) e andou 86 voltas pela manhã, enquanto Lewis Hamilton guiou pela tarde e fez o quarto tempo (1:20.808 e 91 voltas).

Max Verstappen conseguiu andar 130 voltas com a Red Bull. Entretanto, ficou parado na pista no fim da sessão. O holandês foi o terceiro mais rápido (1:20.649 e 130 voltas). A filial também se destacou: Pierre Gasly colocou a Toro Rosso em quinto (1:20.973), mas com apenas 54 voltas completadas, pois a equipe não foi para a pista nas horas finais da sessão. Não se sabe se houve algum problema com o carro do francês.

Foto: Getty Images

A Renault também colocou os dois pilotos na pista, somando 139 voltas. Nico Hulkenberg foi o sétimo e Carlos Sainz o oitavo. A McLaren, por sua vez, fez apenas 38 voltas com Stoffel Vandoorne e teve dois problemas durante o dia. O primeiro foi a perda de potência no carro, mas nada foi divulgado em relação a segunda paralisação. Outro destaque foram as 120 voltas que a Sauber de Marcus Ericsson rodou, ficando apenas em 11°.

Se a liderança da Ferrari não diz muita coisa, os problemas da Red Bull e da McLaren começam a preocupar, pois ambos possuem o motor Renault (não necessariamente todos os problemas têm a ver com a unidade de potência), enquanto a Toro Rosso e Renault seguem sólidas. Williams e Force India são, por razões diferentes, as maiores incógnitas da temporada até o momento.

Confira a classificação do quinto dia de testes de pré-temporada em Barcelona:

Sebastian Vettel (Alemanha)
Ferrari
1m20s396
Médio
171
Valtteri Bottas (Finlândia)
Mercedes
1m20s596
Macio
86
Max Verstappen (Holanda)
RBR-Renault
1m20s649
Médio
130
Lewis Hamilton (Inglaterra)
Mercedes
1m20s808
Macio
91
Pierre Gasly (França)
STR-Honda
1m20s973
Macio
54
Kevin Magnussen (Dinamarca)
Haas-Ferrari
1m21s298
Macio
96
Nico Hulkenberg (Alemanha)
Renault
1m21s432
Médio
48
Carlos Sainz (Espanha)
Renault
1m21s455
Macio
91
Sergey Sirotkin (Rússia)
Williams-Mercedes
1m21s598
Macio
42
10º
Sergio Perez (México)
Force India-Mercedes
1m21s643
Macio
93
11º
Marcus Ericsson (Suécia)
Sauber-Alfa Romeo
1m21s706
Supermacio
120
12º
Stoffel Vandoorne (Bélgica)
McLaren-Renault
1m21s946
Supermacio
38
13º
Lance Stroll (Canadá)
Williams-Mercedes
1m22s937
Hipermacio
86

Até!

segunda-feira, 5 de março de 2018

ENFIM BOAS NOTÍCIAS

Foto: F1 Technical
Desde 2013 a McLaren vive o famoso processo de "Williamszação". Com desempenhos decadentes ano após ano, o que era para ser a salvação da lavoura virou um retumbante fracasso com a Honda. Todos sabemos.

Era necessário dar um basta nessa situação e tentar ressuscitar a segunda equipe mais vencedora da F1. Se apostar no passado vencedor com os nipônicos não deu certo, tava na hora de olhar para o presente e o futuro.

Com os desempenhos ruins, a McLaren foi perdendo patrocinadores importantes, processo esse que começou ainda em 2012, quando a Vodafone deixou de ser a patrocinadora principal da equipe. Com Ron Dennis pedindo demais para potenciais marcas, o desempenho pífio da equipe e a mentalidade obtusa do chefão (que acabou saindo da sociedade do time de Woking), a McLaren chegou ao final do poço.

Para retornar ao velho caminho de antes, o processo não será tão fácil. A nova parceria com a Renault nesses próximos anos deverão servir para que a McLaren volte a pontuar regularmente e, aos poucos, se confirmar como uma quinta ou até quarta força outra vez, quem sabe beliscando alguns pódios fortuitos.

O mau desempenho dos últimos anos obrigou os ingleses a terem que comprar os motores dos franceses. Se eles conseguirem ser mais competitivos que a filial, é muito capaz da parceria se desfazer daqui duas temporadas.

Foto: McLaren
Os testes de pré-temporada não mostram muita coisa, a não ser que a equipe conseguiu andar mais em uma semana do que em todas as últimas pré-temporadas juntas. O grande desafio é mostrar que a aerodinâmica dos últimos projetos de Peter Prodromou eram boas, apenas equipadas com um motor fraco e problemático. Me parece claro que o MCL33 vai evoluir e talvez brigue com a Renault pela quarta força, visto que a Force India não tem dinheiro o suficiente para brigar com eles.

A partir do ano que vem a Petrobras será fornecedora de combustível da McLaren, o que ela não fazia desde 2005, quando detinha uma parceria com a Williams que durou 5 anos. Nesse ano, a empresa brasileira irá trabalhar com os ingleses e a Renault para desenvolver a gasolina. A Petrobras participou apenas como patrocinadora da Williams entre 2014 e 2016. Seu retorno para a F1 é uma boa forma de recuperar o crédito com os investidores e o mercado depois dos inúmeros desvios da Lava Jato e outros escândalos políticos.

A McLaren nega que isso possa influenciar a presença de jovens pilotos brasileiros na equipe no futuro. Na década passada, na Williams, Antonio Pizzonia, Bruno Junqueira, entre outros. Coincidência ou não, a Carlin ("equipe" da McLaren na F2) terá Lando Norris, piloto reserva da equipe, e o brasileiro Sérgio Sette Câmara. O retorno de uma conceituada empresa brasileira na F1 talvez seja o primeiro passo para que os pilotos do país retornem para a categoria.

Renault, Petrobras, MCL33 laranja papaia... finalmente a McLaren começa a ter boas notícias e a perspectiva de um futuro melhor e condizente com a sua representatividade na F1.

Até!

sexta-feira, 2 de março de 2018

DIA 4 - ACABOU A BRINCADEIRA

Foto: Getty Images
Como todos sabem, não teve treino ontem, em virtude da forte nevasca, chuva e baixa temperatura. O tempo resolveu melhorar hoje, no último dia da primeira parte da pré-temporada. Ferrari e Mercedes negaram o uso da sexta-feira para treinos para compensar o ocorrido na quarta, o que revoltou a McLaren. Vamos lá:

Lewis Hamilton ainda não havia dado o ar da graça, diante dos inúmeros infortúnios climáticos existentes nessa semana. Deixou o melhor para o fim: melhor tempo da semana, com 1:19.333, de pneus médios! No ano passado, a pole position foi apenas dois décimos mais veloz. O tetracampeão andou 69 voltas, todas na parte da tarde, onde as condições da pista haviam melhorado. Bottas andou pela manhã e, diante desse motivo, foi apenas o 12°. Outras equipes que colocaram seus dois pilotos na pista foram McLaren, Sauber, Williams e Renault. No primeiro momento em que foi possível aquecer os pneus com uma temperatura maior, as flechas de prata aparentemente impressionam. Entretanto, como sempre, é bom ter calma antes de análises mais definitivas.

Por exemplo, a McLaren de Stoffel Vandoorne ficou em segundo. A principal notícia não é a posição, mas sim o fato de o MCL33 não ter registrado problemas. O belga andou 110 voltas durante todo o dia, com o tempo de 1:19.854 com os hipermacios, os pneus de melhor aderência. Ou seja: mesmo assim, levou no mínimo cinco décimos da Mercedes. Em condições normais, em tese, a diferença seria acrescentada em mais um minuto. A McLaren Renault não pode querer dar um passo maior que a perna. O objetivo é se estabelecer entre os 10 e, se possível, conseguir alguns pódios fortuitos. Alonso guiou nas últimas duas horas e conseguiu um bom quinto lugar, com o supermacio, cerca de um segundo mais lento que Vandoorne, em 51 voltas anotadas nesse meio tempo.

Foto: Getty Images
Vettel foi o terceiro, quase um segundo mais lento que Hamilton, e ambos utilizaram o mesmo composto. Apenas não sabemos sobre a quantidade de combustível em cada carro. Esses nove décimos certamente deixaram preocupados os italianos. Não era a distância que todos imaginavam entre as duas equipes, mesmo nos primeiros e inconclusivos dias de testes. A boa notícia é a confiabilidade do conjunto SF71H: 120 voltas para o tetracampeão. Quem mostra sinais de evolução (Toto Wolff chamou a atenção dias atrás) é a Renault. Carlos Sainz foi o sexto e Nico Hulkenberg o décimo primeiro. Ambos somaram 109 voltas (60 a 49, respectivamente). Com a temperatura melhor, a Haas conseguiu finalmente uma boa sessão, com Kevin Magnussen em quarto. Os estadunidenses devem aproveitar tudo o que há de melhor do SF70 da Ferrari do ano passado para seguir competitiva no pelotão intermediário.

A Red Bull começou bem, mas não conseguiu manter o mesmo ritmo. Azar ou não, os problemas do RB14 começaram a surgir novamente com Max Verstappen. Sem especificar o problema, o holandês deu apenas 35 voltas e parou na brita, ocasionando bandeira vermelha.

Inevitavelmente a grande surpresa desses testes iniciais são a Toro Rosso e a Honda. Pierre Gasly andou incríveis 147 voltas e, com o pneu supermacio, fez o décimo tempo. Os italianos foram os que mais andaram até aqui (324 voltas), sendo 229 do piloto francês. Em comparação com a Sauber, Gasly foi sete décimos mais veloz que Charles Leclerc (1:22.1 contra 1:22.8) com os mesmos pneus supermacios. Sempre lembrando que é muito cedo tomar algum tipo de convicção, mas o paddock começa a ter dúvidas se a Toro Rosso será, de fato, a última do grid. Só o tempo dirá.

Com a Mercedes tão a frente logo no quarto dia e com Ferrari e Red Bull encontrando dificuldades e aparentemente regredindo em relação ao que estavam no último ano, a torcida dos fãs é que o teste de hoje seja muito, mas muito inconclusivo. Do contrário, estamos muito próximos de mais uma temporada da Fórmula Mercedes. Vamos aguardar.

Foto: Getty Images
Confira a classificação do quarto dia de testes da pré-temporada da F1:


Lewis Hamilton (Inglaterra) Mercedes 1m19s333 Médio 69
Stoffel Vandoorne (Bélgica) McLaren-Renault 1m19s854 Hipermacio 110
Sebastian Vettel (Alemanha) Ferrari 1m20s241 Macio 120
Kevin Magnussen (Dinamarca) Haas-Ferrari 1m20s317 Supermacio 96
Fernando Alonso (Espanha) McLaren-Renault 1m20s929 Supermacio 51
Carlos Sainz (Espanha) Renault 1m20s940 Médio 60
Lance Stroll (Canadá) Williams-Mercedes 1m21s142 Macio 54
Sergio Perez (México) Force India-Mercedes 1m21s973 Macio 65
Max Verstappen (Holanda) RBR-Renault 1m22s058 Macio 35
10º Pierre Gasly (França) STR-Honda 1m22s134 Supermacio 147
11º Nico Hulkenberg (Alemanha) Renault 1m22s507 Macio 49
12º Valtteri Bottas (Finlândia) Mercedes 1m22s789 Médio 60
13º Charles Leclerc (Mônaco) Sauber-Alfa Romeo 1m22s808 Supermacio 59
14º Marcus Ericsson (Suécia) Sauber-Alfa Romeo 1m23s825 Supermacio 79
15º Sergey Sirotkin (Rússia) Williams-Mercedes 1m31s979 Intermediário 47


Até!