Foto: Red Bull Content Pool |
Ricciardo é um dos pilotos que eu mais escrevi por aqui em
quase dez anos, por diferentes motivos. Ele estava em alta quando comecei o
projeto por aqui, desbancando Sebastian Vettel na Red Bull e depois teve toda a
trajetória até surgir Max e o “expulsar” para a Renault.
A aposta foi em vão e a McLaren seria uma última chance.
Mesmo que tenha vencido, Ric nunca entregou o que se esperava e pelo que ainda
recebe de Woking. Escrevi que a trajetória na F1 como piloto de elite tinha
acabado e que um retorno não faria sentido, em termos competitivos, para
projetos menores ou coadjuvantes.
Acontece que o tempo é imprevisível e as circunstâncias
mudam. Lembro de, anos atrás, Ricciardo estar frustrado com o fato de que o
tempo passava e ele já estava ficando “velho” para ser campeão. Tinha poucas
vitórias para alguém do gabarito dele. É um pensamento compreensível. Todo
mundo quer chegar na F1 para dominar e fazer história.
Acontece que nem todo mundo vai ser um Fangio, Schumacher ou
Hamilton nos números absolutos. É um elemento raro, depende claro da qualidade
mas também do timing. Aí, cria-se pensamentos duvidosos. Como que a carreira de
Ricciardo deu errado se um menino saído da Austrália subiu para a Red Bull,
desbancou um tetracampeão e venceu oito vezes na categoria e por duas equipes
diferentes?
A expectativa é mãe da decepção. Se olhar pela frieza dos
números e da análise, Ricciardo nunca brigou pelo título. Culpa dele, do carro,
do timing, de ter Verstappen no momento errado e na hora errada? E quando teve
Kvyat e o carro não era o suficiente (inclusive perdeu em pontos para o russo)?
Bom, a jornada do herói Ricciardo parece que agora tem um
propósito mais evidente: voltar a ser feliz. Sete meses ausente para alguém que
vive isso desde adolescente lhe permitiu repensar prioridades e conceitos.
Claro, todos estão ali para ser o melhor, mas o objetivo principal do
australiano parece ter sido atingido: voltar a ser feliz em um ambiente onde
ele fica feliz.
O segundo passo é retomar a confiança nessas corridas que
restam em 2023. Não é falta de pretensão, mas está entre a diversão de correr e
o que será possível fazer com a Alpha Tauri, a nova Toro Rosso. Caso as
respostas sejam positivas, será inegável para todos a comparação com Sérgio
Pérez: o Ricciardo 2.0. seria páreo para Verstappen em uma Red Bull que tem
alguns anos de domínio pela presente?
É possível pensar em várias óticas e critérios. Não há um
lado ou um pensamento totalmente certo ou completamente equivocado. São visões,
narrativas. O que é inegável, no entanto, é que a vida e a carreira de Daniel
Ricciardo estão numa verdadeira montanha russa de emoções recentemente. O blog
é testemunha dessa repercussão.
Até!
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