segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A REABILITAÇÃO DA FERRARI

Foto: Getty Images
E aconteceu o "imponderável". Favorito absoluto, Lewis Hamilton bateu logo no Q1 e virou carta fora do baralho para a vitória em Interlagos. Caminho aberto para Valtteri Bottas retomar a confiança, voltar a vencer e ter um desempenho convincente? Bem, o finlandês até foi pole, mas viu sua chance de vitória acabar logo na primeira curva quando foi facilmente superado por Sebastian Vettel, esse sim com fome de vitória, principalmente depois dos últimos acontecimentos que culminaram na perda do título.

Vettel liderou de ponta a ponta até vencer pela terceira vez em Interlagos e pela 47a vez na carreira. A última vitória ferrarista no Brasil foi de Felipe Massa, em 2008. Apesar disso, não foi uma vitória fácil. O alemão abriu no máximo dois segundos para Bottas, que não teve forças para sequer ameaçar a vitória do tetracampeão. O #77 foi, com certeza, o maior perdedor do final de semana. O burocrático Kimi Raikkonen foi o terceiro colocado. Mais um pódio (o nonagésimo) para o campeão mundial há uma década atrás.

Hamilton fez uma grande corrida de recuperação? Sim. Foi espetacular? Não. Era esperada essa quantidade de ultrapassagens: melhor carro, equipamento novo (tudo foi trocado após a batida de sábado). O inglês teve sorte de o Safety Car causado na primeira volta ter afunilado o grid, tornando mais fácil sua tarefa de escalar o pelotão. Entretanto, isso não foi o bastante para chegar no pódio. Maldição de ser um "representante brasileiro"? Isso ajudou a corrida a ter mais emoção, sem dúvida nenhuma. Por questão patriota, achei que hoje ele não merecia o prêmio de piloto do dia, apesar de ter justificado a escolha dos fãs.

Foto: Getty Images
Evidente que o dia era dele. A segunda parte da despedida de Felipe Massa não teve a mesma emoção da primeira, mas ainda assim foi um belo final e o mais importante: foi na pista. O brasileiro teve, sem dúvida alguma, a melhor atuação na temporada: uma bela largada e um passão por fora em Alonso na relargada. O #19 segurou o ex-companheiro de equipe durante toda corrida, mostrando que a Williams hoje tem um bom motor e só. Por outro lado, a McLaren parece ter evoluído seu motor Honda, mas ainda assim insuficiente para sequer sonhar disputar uma ultrapassagem em uma reta.

No fim, uma declaração emocionante de Felipinho (aka Massa Jr, que fala inglês melhor que eu!), uma volta com uma bandeira verde e a ovação do público resumem o momento de emoção total de Massa, amigos e familiares. Muito legal a entrevista com Rubinho no pódio, mais um momento histórico para o automobilismo brasileiro. Nunca um piloto foi tão festejado em seu final de carreira. Por tudo isso e o resultado de pista, Massa pra mim foi o piloto do dia, o "melhor do resto", para aplausos e cumprimentos dignos de Fernando Alonso. Incrível como esses anos de dificuldade na McLaren transformaram sua imagem de antipático e antidesportivo em alguém muito simpático e engraçado.

De quebra, o brasileiro ultrapassou Stroll no campeonato e pode evitar uma injustiça tremenda na classificação dos pontos, assim como Alonso (agora 15 a 13 contra Vandoorne). Ótimo desempenho dos veteranos. Sem pneus, Massa conseguiu segurar Alonso, mas se tivesse mais algumas voltas ambos seriam superados Pérez, nono colocado. Hulkenberg conseguiu um pontinho para a Renault. Seu motor esteve muito abaixo do esperado durante o final de semana, o que impediu a Red Bull de fazer muita coisa e causou a discussão entre Helmut Marko e Cyril Abiteboul. A Red Bull reclamou de os motores franceses falharem na Toro Rosso justamente após o anúncio do acordo com a Honda em um momento decisivo no campeonato, onde ambos disputam a sexta posição (no momento, 53 a 49 para a Toro Rosso) e milhões extras de premiação no cofre.

Foto: Getty Images
Falando do resto: a dupla da Haas é a mais perigosa de todas. Grosjean perdeu o ponto de freada na subida do Laranjinha e acabou com a corrida de Esteban Ocon no início da corrida. Magnussen bateu em Vandoorne, que tocou e fez Ricciardo rodar na largada. Lembrou o Romain Grosjean de 2012, que foi suspenso. Stroll foi o último com as duas Sauber na pista e com dificuldades para a passar a própria Haas do francês. Imaginem a Williams nos próximos anos...

Coitado do Hartley. Teve problemas em todos os treinos e/ou corridas desde que chegou na F1, em Austin. Será a zica de Alonso já afetando os motores da Renault? Isso mais o fato de dois pilotos inexperientes estarem na equipe de Faenza devem fazer com que os franceses terminem o ano em sexto nos construtores, ganhando um dinheirinho a mais para o orçamento de 2018.

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Brasil:



A Fórmula 1 volta daqui duas semanas para a última etapa da temporada no Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos dias 24, 25 e 26 de novembro. Até mais!



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