sexta-feira, 31 de julho de 2020

NOVO E VELHO NORMAL


Foto: Getty Images

Hoje foi o dia que o novo e o velho se juntaram na quente Silverstone para os treinos livres do GP da Inglaterra. Como todos sabem, Sérgio Pérez está ausente desta e da próxima etapa porque contraiu o Covid, provavelmente por ter embarcado para o México para visitar a mãe, que está hospitalizada. O novo normal.

Para o lugar do mexicano, uma "novidade": Nico Hulkenberg, que estava ausente desde dezembro e não é estranho a casa, pois pilotou pela Force India por quatro temporadas. Ou seja, conhece o pessoal. Não deixa de ser irônico que, em meio a guerra Renault-Racing Point, o time do Stroll pai tenha contratado o ex-piloto da Renault, que inclusive deu detalhes técnicos interessantes sobre as diferenças dos carros das duas equipes.

Foto: Getty Images

Complementando essa sensação de novo e velho, quem liderou o TL2 foi Lance Stroll. Os carros andaram pouco e muitos optaram pelos stints com pneus duros é verdade, mas isso mostra o quão incompetente é a Fórmula 1 em fazer o canadense ter reais chances de pódio, diria eu uma obrigação, ainda mais com o alemão fora de forma e avoado do lado ao invés do competente Pérez.

No primeiro treino, Verstappen foi o mais veloz. As Mercedes estão escondendo o jogo e Albon bateu forte. Errou de novo. Quando um piloto Red Bull começa a fazer isso, é sinal de que as coisas podem piorar muito em breve... pior do que bater, é encarar Helmut Marko na sequência. Vettel mal treinou, com problemas, mas aparentemente a Ferrari parece um pouco competitiva, ao contrário da McLaren, que responde as dúvidas da pré-temporada, distorcida por Lando Norris na Áustria.

Nesse final de semana, o que pode fazer a diferença para embaralhar tudo é o calor em Silverstone. Além disso, fica a novidade pelo "retorno" de Hulk a ex-Force India e a expectativa que os rosas consigam um pódio, embora não tenham pilotos para isso. Ah, sem contar com Hamilton se aproximando dos recordes de Schummi, mas isso deixou de ser novidade há muito tempo.

Confira os tempos dos treinos livres para o GP da Inglaterra:




Até!

quinta-feira, 30 de julho de 2020

GP DA INGLATERRA: Programação

O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.
Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:27.369 (Mercedes, 2019)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:25.093 (Mercedes, 2019)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2019) - 6x

TOTO WOLFF QUER REAÇÃO... DOS RIVAIS

Foto: Getty Images

O sétimo campeonato consecutivo de pilotos parece encher a paciência dos fãs da Fórmula 1 e causam estranhamento até para a Mercedes. Toto Wolff, chefão da equipe, admite surpresa com um domínio avassalador há tanto tempo, mas diz que a culpa da "chatice" da F1 não é da Mercedes, superior as demais, e sim das rivais, incapazes de reagir:

"Não há uma única célula em nós que acredita que o campeonato já acabou. Isso é algo que realmente pode te surpreender. Por outro lado, o domínio de uma única equipe, seja nós, seja a Red Bull na década passada, seja a Ferrari nos anos 2000, sempre é estranho para o campeonato. Mas não cabe à equipe que deu esses passos adiante ser vista como responsável pelo campeonato ser previsível”, disse.

“Nós estamos ansiosos para correr contra nossos competidores. Queremos correr contra Ferrari e Red Bull, contra novos desafiantes como a Racing Point, enquanto McLaren e Renault precisam voltar à dianteira Eu adoraria ter uma concorrência forte, com resultados imprevisíveis desde o TL1, mas é muito difícil para nós mudar a divisão de forças. Temos um objetivo chave, que é terminar cada fim de semana fazer o melhor uso de nossa habilidade, somar muitos pontos e lutar pelo campeonato. Não há mais o que possamos fazer”, destacou.

Faz sentido. Um campeonato sem concorrência perde emoção e valor até mesmo para os vencedores. Basta notar como as Mercedes basicamente só aparecem na transmissão na largada e na linha de chegada. Viram coadjuvantes graças a ampla superioridade e a falta de oposição, por mais estranho que isso possa parecer. 

Por outro lado, isso também é da boca para fora. O sonho de qualquer organização é vencer sem correr riscos ou sustos, e já faz quase uma década que Hamilton e Mercedes estão conseguindo esse feito. O único que ameaçou Hamilton foi alguém que era da própria equipe (Rosberg), então isso mostra a diferença de nível entre as flechas de prata e o resto.

MAIS UM PRETENDENTE

Foto: Getty Images


A situação excepcional de 2020 está permitindo a vários países a oportunidade de voltar a calendário da F1, nem que seja apenas por essa vez, em virtude dos cancelamentos de diversas etapas espalhadas pelo globo.

Agora, depois das recentes adições de Portimão, Ímola e Nurburgring, a Turquia surge como interessada. O autódromo de Istambul, que ficou no circo de 2005 a 2011 e foi palco da primeira vitória de Felipe Massa na categoria e o acidente entre Vettel e Webber, conta com a ajuda do governo turco para essa empreitada.

“Com apoio do presidente da República da Turquia, esforços estão em andamento para incluir o país no calendário de corridas de 2020 e organizar uma etapa da Fórmula 1 no Istambul Park”, publicou uma página ligada à presidência.

O país saiu da F1 porque o circuito enfrentou problemas financeiros e chegou até a virar uma concessionária de carros usados. Nesse momento, vale tudo. Quanto mais, melhor. A FIA e a Liberty que se virem para encaixar em alguma data próxima a alguma localidade também próxima da Turquia. No entanto, agora passam a faltar datas em 2020, considerando que em breve teremos as confirmações da corrida dupla no Bahrein e uma em Abu Dhabi.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 63 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) -  58 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 33 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 26 pontos
5 - Alexander Albon (Red Bull) - 22 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 22 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 18 pontos
8 - Lance Stroll (Racing Point) - 18 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 15 pontos
10- Sebastian Vettel (Ferrari) - 9 pontos
11- Daniel Ricciardo (Renault) - 8 pontos
12- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos
13- Esteban Ocon (Renault) - 4 pontos
14- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
15- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 1 ponto
16- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 121 pontos
2 - Red Bull Honda - 55 pontos
3 - McLaren Renault - 41 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 40 pontos
5 - Ferrari - 27 pontos
6 - Renault - 12 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 7 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Globoesporte.com










terça-feira, 28 de julho de 2020

O PROBLEMA DA INOCÊNCIA

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
As circunstâncias do coronavírus anteciparam muitos problemas e pontos de interrogação sobre o futuro do Brasil na Fórmula 1 enquanto sede de um grande prêmio.

Sem contrato para o ano que vem e com Deodoro, a pista imaginária como favorita, o curto/médio-prazo do país receber o único grande evento esportivo mundial anual possível é um grande baque para setores da economia e, principalmente, para a cidade de São Paulo.

Tamas Rohonyi, promotor do GP do Brasil, soltou o verbo contra a FIA, FOM e a Liberty após a confirmação do cancelamento da corrida no país nos últimos dias. Em entrevista para o "Grande Prêmio". Para ele, a pandemia não é motivo suficiente para justificar a ausência. Para Tomas, não foi uma questão humanitária e preocupada com a situação do covid no país, e sim uma questão econômica: com a crise, tudo fica mais caro, principalmente transportar tantos equipamentos da Europa até a América do Sul por essas bandas. Foi basicamente por isso que o Canadá, mesmo em situação mais controlada da doença do que em relação aos vizinhos da América, também foi descartado.

Tamas até disse que cogita colocar todo mundo na justiça, mas certamente não sairá vitorioso. Em outra entrevista para o "Grande Prêmio", ele afirmou que a renovação de Interlagos com a F1 "está avançando", mas deixou uma pista sobre o que uma parte da cúpula da FIA/Liberty pensa: eles realmente acreditam que o tal circuito de Deodoro estará pronto para sediar corridas no ano que vem, ignorando toda a disputa judicial e as questões ambientais que cercam esse controverso projeto.

Ano passado, quando Chase Carey veio ao país para conversar com João Doria e Jair Bolsonaro, Tamas deixou ainda mais claro o raciocínio de o porquê a FIA/Liberty, no momento, pender para o projeto carioca:
“O que eu sei é que tivemos uma reunião com o governador (João) Doria quando Chase Carey esteve em São Paulo. O governador disse: ‘Chase, essa história de construção de um autódromo no Rio é uma fantasia. Eu conheço um pouquinho as condições deste país e do Rio, e não consigo entender como você acredita nisso. E aí Chase, curiosamente, deu uma justificativa que… não é totalmente sem fundamento: ‘Se o presidente da república me diz que tem 99% de certeza que vai acontecer no Rio, quem sou eu para duvidar?’ Mas por aí se vê que ele não tem o conhecimento nem discernimento suficientes para entender. E confesso a você que, a partir disso, eu que não entendo”

É o benefício da dúvida, principalmente de quem não acompanha por perto e não conhece as situações que vivenciamos. Acreditar na palavra e dar um voto de confiança é uma virtude mas, neste caso, esse é o problema da inocência: ao acreditar em conversas fiadas, Chase Carey está ajudando a tirar um autódromo e um mercado importantíssimo de circulação mundial, sem contar a estagnação das negociações de transmissão com a Rede Globo.

Sem Interlagos e talvez com um projeto que não saía do papel ou não seja o que realmente se mostra, quem perde é a categoria e muito mais o Brasil, é claro, mas isso Chase Carey não se importa nem um pouco, e talvez nem deveria. O problema da inocência vai cair no colo de várias pessoas que não têm a ver com o assunto.

Até!




sexta-feira, 24 de julho de 2020

IDAS E VINDAS

Foto: Getty Images
O que era uma obviedade agora tornou-se oficial: em 2020, a Fórmula 1 não vem para as Américas. Brasil, Estados Unidos, México e Canadá terão que esperar por 2021.

O caso dos três primeiros é óbvio: os casos e óbitos decorrentes do coronavírus não estão perto de diminuir, e uma longa viagem com o risco de exposição a doença assusta o circo. O Canadá, em situação diferente, não valeria a pena para as equipes viajar apenas para uma corrida no continente - o que inclui equipamentos, motorhomes, etc.

O futuro do Grande Prêmio do Brasil é uma incógnita. 2020 é o último ano de contrato com Interlagos e um acordo parece distante. O pior: o tal autódromo de Deodoro, que tomara que nem saía do papel, é o favorito, mas alguém realmente acha que esse monstrengo não vai levar no mínimo alguns bons anos para ficar pronto?

Perder Interlagos, um dos circuitos mais tradicionais da história, presente na categoria desde 1972, é um crime. Alguém precisa avisar isso para o bigodudo. Além disso, o traçado permitiu ao longo da história momentos inesquecíveis. Alguns milhões de dólares não podem ser suficientes para acabar com essa história em um dos mercados mais valiosos e com mais espectadores do esporte. O país não se resume ao Rio de Janeiro.

Bom, a FIA já definiu suas substitutas, e teremos retornos e novidades. Ímola e Nurburgring, ausentes desde 2006 e 2013 respectivamente, estão de volta para o GP da Emilia Romagna e GP do Eifel. Com isso, a Itália, que no início do ano era o epicentro do covid, vai terminar 2020 realizando três corridas. No circuito italiano, uma novidade: apenas dois dias de atividades (sábado e domingo, com um só treino livre).

Foto: Getty Images
A grande novidade é a estreia do Autódromo de Algarve em Portimão, Portugal. O país volta a receber a F1 depois de 24 anos, mas agora não em Estoril. Ele foi reformado em 2008 e chegou a receber, na época, testes privados de Toyota, Honda e a McLaren de Lewis Hamilton, na foto acima.

Como escrevi anteriormente, uma coisa boa disso tudo são esses circuitos "diferentes" retornando e/ou estreando na F1, dando lugar a outros lugares chatos e sem graça na mesma ordem que estamos acostumados. Infelizmente, dessa vez, Interlagos vai fazer falta e o Brasil, que não tem perspectivas de um piloto retornar a categoria, agora vive com a incerteza se vai sediar alguma corrida no curto/médio-prazo.

Nas próximas semanas, a FIA também deve anunciar duas corridas no Bahrein e a etapa final, em Abu Dhabi. E para 2020 está bom demais. Entre idas e vindas, o Brasil perde e a F1... bem, não sei se ganha. Ao menos serão paisagens e traçados diferentes para acompanharmos pela TV.

Até!

segunda-feira, 20 de julho de 2020

O ELO MAIS FRACO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Foto: MotorSport
Em qualquer área no mundo, infelizmente, ser bom e talentoso apenas não é o suficiente. Existe variáveis de comportamento, poder e outras normas. A F1 é um símbolo disso. Certamente não são os 20 melhores pilotos do mundo ou os melhores nos principais carros. É tudo uma questão de conjuntura, política e oportunidade.

Como é algo histórico na categoria, sempre existem aqueles que estão lá para pagar a conta dessa brincadeira toda e, como investidores, exigem contrapartidas que justifiquem um alto investimento diante do nada.

Anos atrás, Lawrence Stroll comprou uma vaga na Williams. Depois, ao ver que aquele lugar era uma furada para o filho e que nem a grana poderia ajudar, viu na falida Force India uma oportunidade. Uma equipe competente mesmo na crise e na bagunça que o excêntrico Vijay Mallya tentou transformar aquilo, mas que nas pistas parecia a prova desses problemas.

Lawrence comprou as ações do time, que virou Racing Point e agora vai ser Aston Martin. Uma boa injeção financeira em uma equipe média com o investimento e o nome de uma grife importante do automobilismo. Para isso existem contrapartidas óbvias, não? O filho tem que estar lá. É o que justifica esse montante todo que, para ele, deve ser apenas um troco de pinga.

Nesse caso, o elo mais fraco da questão é Sérgio Pérez, piloto muito superior e mais competente que Lance, mas se for comparar, nos últimos dois anos, quem trouxe o melhor resultado foi o canadense (dois quarto lugares). E Pérez ainda tem o aporte de Carlos Slim e o apoio do ex-presidente do México, que fez questão de trazer o circo da F1 de volta para o renovado Hermanos Rodríguez.

É claro que se Vettel ir para a Aston Martin, quem dança na questão é o mexicano, e ele sabe disso. É o elo mais fraco e isso traz consequências interessantes para a Fórmula 1: um bom piloto, experiente e com grana vai estar disponível no mercado.

As opções são, no entanto, somente duas: a Haas, que não renovou ainda com a eterna dupla de trapalhões e a Alfa Romeo, um sustentáculo da Ferrari. As duas, principalmente a Haas, precisam de dinheiro (aliás, quem não precisa, durante essa crise da pandemia?). Seria o casamento perfeito: bom piloto + dinheiro.

Talvez quem saia perdendo é Pérez, indo para uma organização com menos dinheiro, um carro pior e lideranças complicadas. Caso a saída se confirme, são os ossos do ofício. A vida não é justa, não é mesmo? No entanto, é a chance de um novo começo, talvez o último do Checo na F1.

Até!

domingo, 19 de julho de 2020

SEM DÚVIDA

Foto: Getty Images
Sem dúvida que Hamilton será hepta e vai bater o recorde de vitórias de Schumacher. Agora, faltam seis. Hoje, ele igualou oito vitórias em um mesmo Grande Prêmio - a Hungria, onde as glórias começaram pela Mercedes.

Sem dúvida que Hamilton é muito melhor que os demais, mesmo que o carro da Mercedes ajude. É o mérito do campeão e de uma equipe competente há sete anos, ao contrário dos demais, que seguem errantes. Tirando Verstappen e Leclerc, o resto está em uma outra prateleira. Por isso, sem dúvida é que Bottas não se aproxima de Rosberg. O finlandês não incomoda Lewis e ainda desperdiça oportunidades. Em uma largada pavorosa, teve ali sua corrida comprometida e perdeu três pontos importantes na "briga" pelo campeonato.

Foto: Getty Images
Sem dúvida que Max Verstappen é um supertalento que divide opiniões e parece que precisa de extremos. Hoje, poderia ter sido patético, ao bater o carro na volta de instalação para o grid mas, graças ao trabalho árduo dos mecânicos, não só largou muito bem como fez uma corrida excepcional para que o contexto permitia: de sétimo para segundo, segurando Bottas no final. A Red Bull involuiu. Uma pena, pois Max merece faz tempo um carro veloz e confiável para tentar sonhar contra os alemães. Hoje, nem isso consegue e vive de comemorar segundo lugar. Não é desprezível, claro, mas é pouco para o talento do holandês.

Sem dúvida que a Racing Point é a Mercedes B, assim como os pilotos são de segunda categoria. Checo Pérez, o aproveitador, disse que se sentiu mal no final de semana. Isso pode explicar a inexplicável surra levada pelo menino Stroll. A F1 está muito errada e incompetente quando permitem ao canadense grandes chances de chegar ao pódio. Do jeito que é sortudo, será uma cena recorrente.

Sem dúvida a Ferrari foi ao menos decente com um e trapalhão com o outro. Ao colocar pneus supermacios em Leclerc, acabaram com a corrida do monegasco que, com uma bucha nas mãos, não conseguiu fazer muita coisa no tráfego. Essa Ferrari é muito lenta. Nem pontuou. Vettel, por sua vez, teve uma estratégia correta e somou bons pontos, num sexto lugar aceitável para o contexto. Os problemas dos italianos são tantos que a questão está muito além de um final de semana ruim. Pelo jeito, esse drama vai durar algum tempo considerável.

Albon em quinto fez o que se espera, mesmo em um ambiente pronto para lhe fritar. Depois, em sétimo, o combalido Pérez, seguido de Ricciardo, fazendo o que pode com a Renault, Sainz (nem sempre a McLaren vai ser beneficiada pelas circunstâncias) e o surpreendente Kevin Magnussen.

Sem dúvida que a Haas fez a grande jogada do dia, porém isso quase lhe custou todo o trabalho de domingo: na volta de apresentação, a dupla foi chamada para os boxes e largou de médios. Como todo mundo parou, chegaram a ficar em terceiro e quarto até despencarem normalmente. Além disso, a FIA os puniu com 10 segundos por terem recebido instruções proibidas no rádio. Com isso, o que seriam dois virou um pontinho do dinamarquês, que vale ouro, suado, no mérito. É um banquete para a Haas, afogada no fim do grid. E que regrinha da FIA, hein? Imagina perder todos os pontos por essa palhaçada...

Sem dúvida a Alfa Romeo está melancólica e, sem dúvida, foi uma corrida chata, esquecível. A pior desde Paul Ricard, que por sorte nos livramos em 2020.

É assim que Lewis Hamilton, a cada final de semana que passa, fica maior e mais imortal em todos os sentidos. Sem dúvida.

A Fórmula 1 volta em duas semanas com o Grande Prêmio da Inglaterra.

Até!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

1-2-3-4-...5

Foto: Getty Images
Mercedes, Mercedes, Racing Point, Racing Point. Tão simples quanto contar até 4, foi assim que ficaram as primeiras quatro posições no único treino livre com pista seca nesta sexta-feira, na Hungria.

É pouco? É, mas a amostragem não deixa de ser relevante. Mercedes A e B mais velozes em um circuito travado. Em tese, a coisa melhora para a Ferrari e equilibra em relação a Red Bull e McLaren. Na chuva, Vettel foi o mais rápido, apenas como nota de rodapé, para constar.

A Hungria tem um traçado chato, travado, mas ultimamente tem sido palco de boas corridas, movimentadas. A previsão é de que talvez chova, o equilibra e torna tudo muito incerto, principalmente em um traçado travado, que proporciona muitas escapadas, acidentes e consequentemente Safety Car.

Vai ser uma batalha interessante se Hamilton vai conseguir a oitava vitória em Hungaroring, palco onde venceu pela primeira vez com a Mercedes ou se Bottas, líder, consegue abrir mais uns pontinhos de diferença.

Foto: Getty Images
Hoje faz cinco anos da morte de Jules Bianchi. Quis o destino que a promessa francesa falecesse no mesmo dia que o lendário Juan Manuel Fangio, com uma diferença de 20 anos. Tinha tanto para mostrar na categoria... ainda bem que seu legado tem nome e sobrenome: Charles Leclerc.

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Hungria:



Até!