segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O CANTO DO CISNE

Foto: EFE
5 anos, 7 meses e 4 dias. 2044 dias. 113 corridas. Finalmente o tabu acabou e Kimi Raikkonen voltou a vencer na F1. Bwoah!

A corrida não foi chata, como o bordão do finlandês pode dar a impressão. Pelo contrário. Foi emocionante do início ao fim. Kimi já começou a corrida na frente, quando largou melhor e foi agressivo ao deixar Hamilton para trás.

Já tradição, Vettel se precipitou de novo e bateu em Ricciardo numa tentativa de ultrapassagem. Rodou e caiu para as últimas posições. Mais uma vez, o alemão teve que remar o grid para corrigir as cagadas. O psicológico está em frangalhos.

Ricciardo parece que só serviu para esse incidente com Vettel e depois sua Red Bull apagou. É difícil acreditar que seja só coincidência que seus abandonos em massa se originaram após o anúncio da transferência para a Renault. Mesmo que não seja, o australiano parece estar preparado para o que lhe avizinha com os franceses para as próximas duas temporadas...

O VSC fez a Mercedes se atrapalhar. Seja lá por quê, a equipe chamou Hamilton para os boxes logo na volta 11. Apesar de ter voltado em terceiro, teria que fazer outra parada em uma corrida que todo mundo faria um pit stop apenas. Austin, para Lewis, se resumiu em correr contra o tempo.

Verstappen saiu de 18° para ficar em segundo, uma corrida extraordinária. Em um mundo paralelo de "ses", se largasse mais à frente poderia vencer, pois chegou a atacar Kimi em certo momento. Em outro mundo de "ses", era para Vettel vencer facilmente essa prova, não fosse mais um surto psicológico que culminou em um erro grotesco de avaliação e mais pontos perdidos no campeonato.

Até Hamilton poderia ter vencido se a Mercedes tivesse feito a segunda parada mais cedo ou mantivesse a estratégia de uma parada só. No fim das contas, apesar de Vettel fazer de tudo para que o campeonato terminasse hoje, os alemães queriam mais emoção.

Faltando cinco voltas, não se sabia qual seria o desfecho do campeonato. Hamilton tentou atacar Verstappen, mas o inglês não é bobo nem nada e recolheu antes que o pior acontecesse. O holandês, enquanto for franco-atirador, vai continuar com essa postura na disputa pelas posições. Que pilotaço! Vettel atacou Bottas que, sem pneus, espalhou e facilitou o trabalho do alemão,que apesar dos pesares ainda conseguiu ser o quarto colocado em uma corrida que dava pra vencer.

Foto: Getty Images
O piloto do dia foi Verstappen, mas o grande personagem foi Kimi Raikkonen, sem dúvidas. Fazia tempo que ele perseguia essa vitória, a primeira no retorno à Ferrari. Por mais que o finlandês seja mais decepção do que alegria nos últimos anos, é inegável ver que nessas duas temporadas mais recentes ele cresceu de produção, juntamente com o conjunto da Ferrari. É muito bom ver alguém das antigas vencendo depois de tanto tempo, é aquela sensação nostálgica que fica no ar. Afinal, quando Kimi começou, eu morava em Canoas ainda! Assim como Alonso, mas isso eu já explorei em outros textos por aqui...

Alguns números interessantes dessa vitória de Kimi Raikkonen (créditos para Fábio Ribeiro Brandão):

- Kimi torna-se o piloto que teve a maior diferença de tempo entre a primeira vitória (GP da Malásia de 2003) e a última: 5691 dias; o recordista era Michael Schumacher, com 5145 dias (GP da Bélgica 1992 - GP da China de 2006)

- Kimi agora é o finlandês com mais vitórias na categoria, ultrapassando Mika Hakkinen: agora tem 21 conquistas;

- Raikkonen agora também é o piloto que tem a maior diferença entre a primeira e a última vitória pela mesma equipe (GP da Austrália de 2007) e a de hoje: 4235 dias; o recordista era Gerhard Berger, com 3941 dias (GP do México de 1986 - GP da Alemanha de 1997, com a Benetton)

- Raikkonen agora é o piloto que tem a maior diferença entre uma vitória e outra: 113 corridas

- Kimi Raikkonen é o único piloto da era moderna a vencer com os motores V6, V8 e V10.

Outra coincidência: considerando que dificilmente Raikkonen vai conseguir alguma coisa com a Sauber nos próximos dois anos, essa pode ter sido sua última vitória na categoria. Hakkinen, em 2001, venceu pela última vez também em solo americano.

Horas depois da corrida, Esteban Ocon e Kevin Magnussen foram desclassificados por irregularidades no fluxo de combustível, nos casos de ambos os carros, acima do limite estipulado por regulamento, que é de 105 kg por corrida. Então, o que aconteceu foi o seguinte:

Bottas foi o quinto, seguido por Nico Hulkenberg (o melhor do resto), Carlos Sainz e Sérgio Pérez; Brendon Hartley e Marcus Ericsson herdaram as posições e entraram na zona de pontuação.

Na largada, Alonso foi atropelado por Stroll; o espanhol disse que não tem condições de correr com "esses pilotos", mas não descartou um retorno à F1 em 2020;

Grosjean foi outro que atropelou Leclerc e depois abandonou. Como prêmio, ganha uma renovação, enquanto Ocon vai ter que se arrastar na Williams, isso se tudo der certo. Até DNF ele ganha, que fase...

Bom, é isso. Vettel queria terminar o campeonato hoje, mas Raikkonen, Verstappen e a Mercedes não. O Iceman pode ter feito seu "canto do cisne". Fica para o México, onde Lewis depende só de um sexto lugar para festejar outra vez com mensagens do Neymar e festa do DJ Hardwell no pódio.

Até!


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

NADA A DECLARAR

Foto: Getty Images
Justo quando posso acompanhar os treinos livres, cai um temporal em Austin (como sempre) e praticamente não há sessão no dia. Apenas no final que o pessoal se arriscou a dar umas voltinhas e Hamilton sobrou nos dois treinos. Logo na primeira tentativa, marcou 1:48, um segundo e meio mais veloz que o resto. Se no seco a vantagem é gigante, na chuva então...

O que seria um fator complicador para Vettel, dada a fase do alemão, é capaz de provar que tudo que é ruim pode piorar. O alemão conseguiu ser punido por não diminuir a velocidade durante uma bandeira vermelha no TL1 e vai perder três posições de largada. A punição foi a mesma em Ocon na última corrida e o próprio alemão atrapalhou Sainz no treino classificatório da Áustria.

É pra fechar o caixão. Vettel vem cometendo uma série impressionante e inaceitável de erros pra quem é tetracampeão mundial. Ele e Arrivabene são, no momento, os caras mais pressionados da F1.

Escrito isso, é mais do que provável que teremos a consagração do terceiro pentacampeão da história da F1 nesse final de semana. Não perca!

Ah, segundo a Globo, Sérgio Sette Câmara deve ser anunciado como piloto reserva da McLaren para o ano que vem na semana do GP do Brasil. Acordo importante, mesmo que ache improvável que os britânicos substituem Sainz, o primeiro piloto, e tampouco o queridinho Lando Norris. Ainda assim, é melhor do que nada e coroa uma boa temporada na F2, apesar dos acidentes, dos azares e de alguns erros da Carlin.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP dos Estados Unidos:






GP DOS EUA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:37.766 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:33.108 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x

NOVO RUMO

Foto: Crash.net
Stoffel Vandoorne não vai ter muito tempo para digerir a saída da F1. Hoje, o belga foi anunciado como piloto da HWE para a temporada 2018/2019 da Fórmula E. Ele será companheiro de equipe de Gary Paffett, o eterno piloto de testes da McLaren. Aliás, a HWA é representante da Mercedes e é responsável pela transição da DTM para os bólidos elétricos. O apoio legal será apenas na temporada seguinte. Agora, a HWE vai correr com o equipamento da venturi.

"A HWA é uma equipe com uma história de tanto sucesso no automobilismo. Todo mundo que eu encontrei até aqui pareceu apaixonado por corridas. Além disso, é ótimo trabalhar ao lado de alguém tão experiente quanto o Gary Paffett. Tenho certeza de que vamos nos beneficiar um do outro ao longo da temporada. Somos todos novatos nesse campeonato e não tenho dúvida de que vai ser uma curva de aprendizado íngreme. Não vai ser fácil. Meu objetivo é ser competitivo no campeonato o mais cedo possível e deixar uma boa impressão", falou.

O belga já está em Valencia, onde estão realizados testes de pré-temporada. Vandoorne terá apenas uma "folga" após o final da temporada da Fórmula 1, que encerra-se dia 25 de novembro. A Fórmula E já começa três semanas depois, no dia 15 de dezembro, na Arábia Saudita.


Ver um cara tão vencedor e talentoso nas categorias de base ser chutado tão cedo da F1 e parar logo na FE é como ver aquela promessa do seu time jogando em time pequeno tão jovem. Não é nem um empréstimo, mas sim uma reversão de expectativa. Vandoorne é uma eterna promessa? Não sei, espero que não. Enfim, que seja feliz na FE e recupere a confiança, tão abalada por essa gestão desastrosa da McLaren.

NOVO RUMO - PARTE 2

Foto: Divulgação
Sonhando com um retorno à F1 após romper com a Mercedes, Pascal Wehrlein parece ter retrocedido e preferiu algo mais concreto: a Fórmula E. Ele foi anunciado pela Mahindra, juntamente com o experiente belga Jérome D'Ambrosio. A equipe indiana substituiu os dois pilotos, que eram Nick Heidfeld e Felix Rosenqvist. O alemão, inclusive, já deu as primeiras voltas com o carro nos testes de pré-temporada da categoria em Valencia. Com o novo modelo Gen2, todos estão passando por adaptações, mas é claro que os novatos na categoria (incluindo Vandoorne e Massa) irão sofrer mais. Em 35 voltas, o alemão fez o 13° tempo.

"Fico muito feliz por fazer parte da Mahindra”, disse Wehrlein ao ser anunciado. “É uma equipe pequena, mas com grandes ambições, e eu tenho essas mesmas ambições. Quero alcançar os melhores resultados possíveis e tenho a sensação de que essa equipe é o ambiente certo para mim. Fico ansioso pela temporada”, continuou.


Bom, a Toro Rosso é o único lugar no qual o alemão poderia ser contratado, diante da ruptura com a Mercedes. Na Williams, a questão é mais complicada. Talvez o rompimento com os alemães seja o fim definitivo do sonho de Pascal em retornar à F1. Vai seguir o mesmo caminho de Vandoorne. Ocon que se cuide. Não há mais vagas na Fórmula E. Ou é Williams ou esquentar banco por um ano. É muito preocupante ver três jovens talentos sendo exilados da categoria por motivos diferentes. Sorte para Pascal e Vandoorne. A Fórmula E vai mesclando conhecidos veteranos com "eternas promessas". Sei lá, só consigo imaginar isso como um Bellator do automobilismo, ou então a MLS. No mínimo interessante.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 331 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 264 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 207 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 196 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 173 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 146 pontos
7 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 53 pontos *
8 - Kevin Magnussen (Haas) - 53 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Renault) - 53 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 39 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 31 pontos
14- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 28 pontos
15- Charles Leclerc (Sauber) - 21 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
17- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
18- Marcus Ericsson (Sauber) - 6 pontos
19- Brendon Harley (Toro Rosso) - 2 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 538 pontos
2 - Ferrari - 460 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 319 pontos
4 - Renault - 92 pontos
5 - Haas Ferrari - 84 pontos
6 - McLaren Renault - 58 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 43 pontos
8 - Toro Rosso Honda - 30 pontos
9 - Sauber Ferrari - 27 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO





quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O REDUTO DE LEWIS

Foto: Getty Images

Os Estados Unidos são a segunda casa de Lewis Hamilton, não só pela familiaridade e proximidade com o mundo pop, do hip-hop e do glamour, mas também nas pistas. Para ser mais preciso, esse local é o COTA (Circuit of the Americas), em Austin, no Texas.

Lá, Lewis venceu cinco das seis corridas que foram disputadas até hoje. Além disso, a vitória em Indianápolis, no longínquo 2007, fez com que o britânico superasse Michael Schumacher como o maior vencedor em solo do Tio Sam.

No Texas, em 2015, Hamilton foi tricampeão do mundo, igualando o ídolo Ayrton Senna, com direito a briga intensa e erro de Rosberg no final. Um atropelo diante do alemão, que daria o troco no ano seguinte, mas sem vencer no Texas, é claro.


Assim como em 2015, nesse ano Lewis tem grandes chances de conquistar o penta de novo em Austin. Para isso, basta vencer e torcer para Vettel ficar no máximo em terceiro; ou então ser o segundo e Vettel no máximo o quinto; se for terceiro, Vettel tem que ser o sétimo; Se for o quarto, Vettel tem que ser no máximo o oitavo; Se for o quinto, Vettel tem que ser no máximo o nono; e, finalmente, se for o sexto, Vettel não pode pontuar. Você entendeu, não é uma possibilidade, dado os momentos atuais do próprio Hamilton, do próprio Vettel e da errática Ferrari.

É um aproveitamento impressionante. Foi no Texas que Lewis venceu pela última vez com a McLaren também, a penúltima da história da equipe até hoje. Vale lembrar da corrida de onze anos atrás, onde um jovem Lewis já tinha talento e personalidade para desbancar Alonso justamente na prova onde estreou na F1 um tal de Sebastian Vettel, que seria seu grande rival da contemporaneidade.





Bom, será que a sexta vitória em sete corridas em Austin vai vir para Hamilton? Será que vem o penta? Será que vem as duas? Parece bem provável, mas só acreditamos vendo. Mais do que nunca, Lewis se sente em casa nos States.

Até!


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

VÍDEOS E CURTINHAS #36: RESUMO DO FERIADO

Foto: Divulgação
Bastou ter um feriado para que acontecessem algumas coisas no mundo do automobilismo. Sem mais delongas, vamos lá:

Começando pelo mais importante: Mick Schumacher, o Schumi Jr, repetiu o feito do pai Michael em 1990 e conquistou a F3 Europeia, em Hockenheim. Mick precisava apenas de um segundo lugar para ganhar o título uma corrida antes do final da rodada tripla. Na primeira chance, acabou rodando durante uma tentativa de ultrapassagem. Na corrida dois, Schumi Jr apenas administrou a distância que tinha para o líder Juri Vips. Dan Ticktum, que precisava de um milagre, foi o sétimo.

Mick, ao que tudo indica, deve migrar para a F2, em uma estrutura vencedora. Ter o sobrenome do pai não é fácil. As expectativas sempre serão altas. No mais, feliz pela conquista do Schumi Jr e aguardando ansiosamente os próximos passos da carreira, sempre com muito cuidado. Impossível não se emocionar com isso!



Foto: Divulgação

Sem surpresas, a Williams anunciou a contratação do britânico George Russell, virtual campeão da F2. Ele pertence a Mercedes. Pelo anúncio, o contrato é de "múltiplos anos", mas na verdade é um empréstimo. Russell mostrou qualidade na F2 e merecidamente será campeão, desbancando o queridinho da própria mídia do país, o Lando Norris. A outra vaga, segundo dizem, está sendo disputada pelo próprio Sergey Sirotkin, pelo compatriota Artem Markelov e o piloto de testes Robert Kubica. Inacreditável que nem na Williams a Mercedes vai dar uma mãozinha pro Ocon. Dizem que é medo dele se queimar em um carro ruim ou ser derrotado por um novato. Oras, o francês já mostrou qualidade. Se Russell for melhor, é ter mais qualidade ainda e, portanto, mais merecedor de ir para a Mercedes. Toto, o rei do drama, prefere ficar abraçado com o Bottas em prol de seus pilotos... Wehrlein que o diga.

Foto: Divulgação
E tem brasileiro campeão nos EUA! Felipe Nasr conquistou o IMSA, campeonato de corridas de longa duração nos Estados Unidos. A etapa final foi disputada nesse final de semana, em Atlanta. Ao lado de Eric Curran e Gabby Chaves, Nasr chegou em oitavo na Road Atlanta, corrida de 10 horas, a mais importante do certame. A competição reuniu alguns nomes conhecidos do automobilismo americano, como Ryan Hunter-Reay e o recém pentacampeão da Indy Scott Dixon, além de caras das antigas como Christian Fittipaldi e Jan Magnussen. É bom ver os pilotos se reinventando após a saída da F1. Segundo o Globoesporte.com, Nasr pode estar indo para a Indy. Tomara! Que seja competitivo e siga fazendo carreira em mercados alternativos, mostrando que há vida além da F1. Alonso que o diga.

Foto: Autoracing
A FIA divulgou o calendário de 2019 da F1. Serão 21 etapas. A China vai ser palco da milésima etapa da história da categoria. A Alemanha, sempre dúvida, foi confirmada. Não teremos mais três corridas consecutivas igual aconteceu nesse ano. O Grande Prêmio do Brasil será dia 17 de novembro e a temporada vai terminar em dezembro, no dia 1°, em Abu Dhabi. Confira todas as datas:

17/03 - Austrália
31/03 - Bahrein
14/04 - China
28/04 - Azerbaijão
12/05 - Espanha
26/05 - Mônaco
09/06 - Canadá
23/06 - França
30/06 - Áustria
14/07 - Inglaterra
28/07 - Alemanha
04/08 - Hungria
01/09 - Bélgica
08/09 - Itália
22/09 - Cingapura
29/09 - Rússia
13/10 - Japão
27/10 - México
03/11 - EUA
17/11 - Brasil
01/12 - Abu Dhabi

Até!



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

REGULARIDADE QUE DECIDE

Foto: The Telegraph
Em um certo momento do campeonato não muito distante, Lewis Hamilton parecia o azarão pela conquista do título. O começo de temporada foi tímido. Viu Vettel e até Ricciardo se destacarem. A primeira vitória do ano veio apenas em Baku. Enquanto duelava com a Ferrari, ficava claro que os vermelhos tinham aparente vantagem no conjunto, algo inédito nos últimos anos.

Depois da França, a F1 desembarcou na Alemanha. Com o abandono da Áustria e o 14° lugar no grid de Hockenheim, se avizinhava um período de grande dificuldade e o preocupação para o atual campeão. Seria difícil somar muitos pontos, sem contar com a mais que provável vitória do concorrente direto. Pois foi aí que houve a grande virada.

Vettel começou a ter uma série de erros quando precisava confirmar o favoritismo. Alemanha e Itália são os exemplos. Hamilton começou a capitalizar. Em Cingapura, já com a FIA de olho na potência do carro italiano, ali parece ter murchado a confiança dos italianos, além da diferença de desempenho do SF71H.

O resultado é uma sequência avassaladora de vitórias de Hamilton e erros de Vettel que, a exemplo do ano passado, devem determinar o penta de Lewis muito antes do esperado. Ano passado foi no México, esse ano dá para ser antes, nos Estados Unidos. Basta Hamilton vencer e Vettel ficar em terceiro ou então uma série de combinações que estou com preguiça de pesquisar e colocar por aqui.

Por falar em 2017, olhem isso:


O comparativo entre a tabela do campeonato no ano passado (à esquerda) e nesse ano (à direita). Percebam como está tudo praticamente igual: Hamilton exatamente com o mesmo número de pontos, enquanto Vettel consegue ter um ponto a menos. No ano passado, justamente, o título de Vettel começou a ir embora no acidente de Cingapura, no abandono no Japão e o motor problemático da Malásia...

Lewis Hamilton atingiu o auge da forma e da maturidade, o pensamento de campeão, de que tudo vai dar certo. Bem diferente daquele Lewis que vimos até uns dois anos atrás, que foi desestabilizado até por Rosberg. Mesmo sem o melhor carro em várias provas, arrancou resultados muito acima do esperado, soube ter equilíbrio. Tudo o que Vettel não demonstrou nos dois anos. Não aprendeu com os erros e ficou refém da instabilidade emocional. Se poderia ou não ser campeão é outra conversa, mas certamente deveria ter apresentado mais resistência para Lewis nos dois campeonatos.

Ademais, interessante notar que Raikkonen cresceu justo na temporada em que foi mandado embora e Verstappen, mesmo ainda errando muito, também subiu de produção. Ricciardo, vítima do motor Renault e do alijamento da Red Bull caiu, assim como Bottas, ainda zerado na temporada e de fato um verdadeiro segurança de Lewis. Não que ele precise, mas assim são as ordens de Toto.

Lewis Hamilton. 331 pontos em 2017. 331 pontos em 2018. A regularidade é que faz a diferença e transforma em campeões. Vettel e Ferrari precisam aprender, mais do que nunca. Errar três vezes é atestado de muita burrice, não é mesmo?

Até!

TERCEIRO PLANO

Foto: Getty Images
Com a luta principal do UFC 229 terminada pouco antes da largada e diante de toda a repercussão da grande luta e confusão que teve na sequência, não prestei muita atenção na corrida do Japão. Mas, convenhamos, sei que não perdi muita coisa, ainda mais acompanhando alguns momentos da corrida que saltavam em minha direção enquanto continuava acompanhando o pós-luta de Las Vegas. Ah, também teve as Eleições, então a corrida realmente não foi uma das minhas prioridades desse final de semana.

Soube que no início da prova o Magnussen, pra variar, jogou o carro violentamente pra cima de alguém e teve o pneu furado. A vítima foi o Leclerc. Os dois abandonaram. O dinamarquês é um cara interessante. Tem o jeito autêntico dele, o que é importante para a F1, mas também é um mala dentro e fora da pista, com o agravante de não ser um piloto de ponta, não à toa que é detestado por quase todos seus companheiros de profissão.

Também na primeira volta, Verstappen espalhou e saiu da pista. Na volta, jogou Raikkonen pra fora da pista, que precisou recolher para não bater e acabou abrindo terreno para Vettel, largando em oitavo, assumir a quarta posição na primeira volta. Foi punido com cinco segundos. Parecia que a sorte do alemão poderia mudar, ainda mais com o Safety Car causado pelo pneu furado e a pista suja de pedaços de carro de Magnussen.

Com a saída do carro de segurança, Vettel partiu pra cima de Verstappen na 130R. É difícil passar por lá. Apesar de estar por dentro, Max não deu espaço e a batida foi inevitável. Como sempre, Vettel se deu mal e caiu para o fim do grid. O holandês, apesar dos pesares, seguiu em terceiro. Mais um erro na coletânea dessa temporada pavorosa de Seb, mas agora não há o que fazer. Nada pode ficar pior do que já está. É necessário arriscar. Max, por sua vez, parece que nunca vai mudar enquanto não tiver nada a perder. Como já escrevi antes, ou ele vira um potencial multicampeão do mundo ou se transforma num Montoya, que poderia ter sido mais do que foi na F1 se não fosse os vários erros de avaliação durante uma disputa de posição em uma corrida. Se bem que ultimamente Vettel está mais para Montoya do que o holandês...

Depois disso, a corrida voltou para o marasmo de sempre. Suzuka sem a decisão de título perdeu muito da importância. O único destaque digno de nota foi a grande corrida de recuperação de Ricciardo, que saiu de 16° para quarto. Finalmente uma boa corrida do australiano nos últimos meses. Coincidência ou não, seu rendimento caiu bastante depois que anunciou a ida para a Renault, óbvio que não por suas capacidades, mas sim pelo tratamento que a Red Bull está lhe dando nesse fim de ciclo, excluindo-o das reuniões da equipe.

Só agora que dá pra falar da vitória de Lewis Hamilton. Mais um passeio do início ao fim, sempre comboiado por Bottas, que chegou a ser ameaçado por Max, mas não passou disso. Isso torna a ordem da semana passada cada vez mais inútil. Com Vettel chegando em sexto, a vantagem agora é de 67 pontos e muito provavelmente o penta vai ser sacramentado no Texas. Com a Mercedes de volta ao topo e a Ferrari e Vettel em frangalhos, não diria que é uma possibilidade, mas sim uma certeza.

Raikkonen foi o quinto, chegando 16 segundos atrás de um carro que largou em 16°. Isso diz tudo sobre o momento ferrarista na temporada. Como um deja vù, os italianos e Vettel fraquejam na hora H e veem o campeonato ser decidido muito antes do previsto. Azar deles e sorte e competência da equipe alemã, virtual pentacampeã de pilotos e construtores.

O resto são os destaques para Sérgio Pérez em sétimo, Grosjean o oitavo, Ocon em nono e Sainz em décimo.

Duas semanas para o penta de Hamilton. Nesse finde, ele e a F1 foram o terceiro plano, mas em Austin as atenções irão voltar para a F1, até porque não terá eleições, tampouco UFC badalado. Entretanto, se deixar para o México, aí teremos um problema logístico para mim... mas isso é outro papo.

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!