Foto: Getty Images |
A vida é mesmo imprevisível, então porque a F1 não seria? Em
2022, tivemos o surpreendente retorno de Kevin Magnussen para a categoria,
agora marcado por uma pole de uma corrida classificatória em Interlagos. O dinamarquês
já está na história.
Para 2023, teremos novas e inéditas histórias. Algumas serão
continuações que não pedimos, mas a vida é assim. Uma delas é o retorno de Nico
Hulkenberg para o grid, confirmado na quinta-feira.
Escrevi, em 2019, quando Hulk saiu da Renault e da
categoria, que o bonde havia passado. O alemão era um piloto promissor e que
sempre andou mais que o equipamento. As circunstâncias não o ajudaram e ficou
no alemão esse estigma, esse sentimento. A passagem dele pela equipe francesa,
derrotado por Ricciardo, diminuiu um pouco aquela impressão.
O que é a vida, né? Quatro anos depois, Hulk volta para a
categoria e as cortinas podem estar definitivamente fechadas para o sorridente
australiano. Hulk sempre quis um lugar competitivo e só conseguiu um time de
fábrica no final. Os franceses ainda não estavam prontos (e ainda não estão).
O que mudou? Basicamente, é isso ou nada para o alemão, que
não se arriscou em outras categorias e sempre permaneceu no radar da F1. Pela
experiência e regularidade, Hulk foi o ficha um diante das enfermidades de
covid. Substituiu Pérez em 2020 e Vettel nesse ano ainda, na Racing Point e
hoje Aston Martin.
O nome dele sempre foi ventilado e, no papel, Hulk aceita
voltar para a categoria na pior equipe que ele pode trabalhar em toda a
carreira. Ele conseguiu quase fazer chover naquela Sauber de 2013 e a pole em
Interlagos 2010, a Haas só podia dar ao alemão algumas chances de pontos.
E é isso que Gunther busca. Magnussen aproveitou as
oportunidades. Mick não. É preciso regularidade e não gastar os poucos recursos
do time para consertar o carro em batidas, tal qual o compatriota teve nesse
ano.
Magnussen e Hulkenberg vai ser uma dupla curiosa. Eles se
odeiam. Quero ver como vai ser a condução disso tudo pelo Gunther Steiner.
Muita gente argumenta que a Haas deveria ter apostado em
algum jovem (aka o campeão da F2), mas Steiner vai para o extremo oposto: se
antes ele queria o dinheiro de Mazepin e podia desenvolver Mick, a ausência do
dinheiro russo apressou os processos. Magnussen traz essa segurança financeira
e de rendimento, assim como Hulkenberg também pode oferecer.
Sei lá, acho que ninguém está errado. A questão é que não há
ninguém no grid pronto para tal tarefa, principalmente num time tão limitado
financeiramente. Com o desenvolvimento do novo regulamento, pode ser que a
dupla experiente seja um capítulo mais seguro para o time de Gene Haas. Só
saberemos na pista.
Igual aquele filme ou série que teve a continuação que não
pediu, vamos ter um novo capítulo de Hulk na F1, o injustiçado, o melhor piloto
que nunca pegou um pódio na história. Quem sabe o destino não está guardando
algo para ele, tal qual fez com Baltazar e surpreendeu K-Mag em São Paulo?
O bonde passou, mas voltou. Hulk está a bordo.
Até.
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