sexta-feira, 1 de julho de 2022

PONTO DE REFERÊNCIA

 

Foto: Dan Mullan/F1 via Getty Images

Silverstone, onde tudo começou. Como a maioria das equipes ficam na Inglaterra, a pista além da carga histórica tem o simbolismo das grandes atualizações dos carros, a última antes do verão europeu. Pode ser um ponto de referência para corrigir rumos, evoluir ou simplesmente se dar conta de que o ano está perdido e é melhor priorizar a próxima temporada.

Em uma temporada onde tudo é novo e incipiente no regulamento, qualquer sessão de testes é importante para dar rodagem. Quando chove, não é o ideal, tanto para os pilotos quanto para os fãs. Na primeira sessão, a chuva fez os carros andarem muito pouco, quase nada. Uma sessão perdida. Com isso, o segundo treino livre e o treino de amanhã ganham muita importância para testar as voltas rápidas e o ritmo de corrida dos carros.

Diante da hierarquia que já sabemos, as coisas não mudaram muito. Ferrari foi mais rápida com Sainz. A Red Bull não se encontrou tanto. A McLaren de Norris tenta reagir na temporada. Hamilton, com voltas rápidas, foi bem e a Mercedes pode estar em ascensão, mesmo que não tão rápida quanto todos imaginam.

No bloco intermediário, Alpine, Aston Martin e Alpha Tauri batalham pelos últimos pontos.

Em Silverstone, em um clima de consternação diante das barbaridades ditas por Nelson Piquet e que pretendo escrever sobre nos próximos dias, é o palco onde Hamilton está em casa e tem oito vitórias. Carinho e apoio não vão faltar, mas isso não vai ser o suficiente nas pistas e, infelizmente, nesse combate ao racismo que a sociedade perde com frequência. 

Que Silverstone seja um ponto de referência em várias frentes na temporada da F1, dentro e fora das pistas, na postura de todos que fazem parte desse lugar que, embora seja chamado de circo, não é palco para palhaçadas e outras coisas piores.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 30 de junho de 2022

GP DA INGLATERRA: Programação

  Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019, 2020 e 2021) - 8x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 175 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 129 pontos

3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 126 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 111 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 102 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 77 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 50 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 39 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 18 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 13 pontos

15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 5 pontos

17- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 304 pontos

2 - Ferrari - 228 pontos

3 - Mercedes - 188 pontos

4 - McLaren Mercedes - 65 pontos

5 - Alpine Renault - 57 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 51 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos

8 - Aston Martin Mercedes - 16 pontos

9 - Haas Ferrari - 15 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


DE PORTAS E BRAÇOS ABERTOS

Foto: Getty Images

Sebastian Vettel tem contrato com a Aston Martin até 2023. No entanto, não deixou claro se pretende continuar na categoria. Tudo depende da motivação e do que a Aston Martin pode oferecer ao piloto, que também é um dos acionistas do time.

Se depender da vontade da equipe, o tetracampeão fica até quando quiser, se ele manter a motivação mesmo sabendo que talvez não consiga mais brigar por campeonatos.

O chefão, Mike Krack, está mais do que disposto em manter essa parceria:

“Sempre fomos claro no sentido de que se ele quiser continuar, queremos que ele continue por muito tempo. Estamos conversando. Temos uma ótima relação, não botamos nenhum limite de tempo", disse para a Autosport.

Um dos trunfos da montadora é mostrar para Vettel que a equipe está evoluindo, apesar do início ruim e do time estar aquém dos investimentos que faz. A corrida do Canadá foi um alento, e Krack acredita que Silverstone pode ser mais um passo em direção ao topo do grid.

“Nós sempre dissemos que queremos melhorar o carro, e acho que Barcelona foi o primeiro passo. Queremos mostrar a ele que demos outro passo à frente e, aí, podemos conversar mais. Talvez em Silverstone eu consiga e o desejo dele de ficar cresça ainda mais”, completou.

É tudo questão mental e motivacional. Vettel não precisa provar mais nada e está evoluindo na temporada. Precisa de carro que a Aston Martin não o deu em nenhum momento. Como o outro lado do box é intocável, é bom Krack pensar bem. Se Vettel não estiver mais a vontade com a categoria, vai ser necessário um piloto líder e experiente. Onde encontrá-lo? Eu tenho uma pista, mas no momento é tudo especulação e suposição. Tomara que Vettel continue na F1.

"GRANDE FUTURO"

Foto: XPB Images/ P A Images

Após a melhor atuação na temporada com um oitavo lugar no GP do Canadá, Guanyu Zhou ganhou um pouco de holofote. Após o ponto na estreia, o chinês passou algumas corridas apagado e abandonou em outras, enquanto Bottas lidera o time.

No entanto, a avaliação do chinês até aqui tem sido extremamente positiva, tanto do chefe Frederic Vasseur quanto de Xevi Pujolar, chefe de engenharia de pista.

“Ele está construindo os próprios fins de semana de maneira progressiva. Mesmo na corrida, absorve todas as informações que damos a ele e está usando isso para performar o que precisamos quanto aos pneus – não somente na corrida, na classificação também.

Acho que ele está também tendo essa abordagem sem cometer erros. Se você consegue evitar incidentes, então ajuda muito em construir essa confiança – corrida a corrida – e essa tem sido sua qualidade também. Se continuar assim, tem um grande futuro na Fórmula 1”, disse Pujolar.

Frederic Vasseur, por sua vez, estava preocupado com a sequência de corridas desconhecidas para Zhou: correu pela primeira vez no Azerbaijão e no Canadá e Mônaco é sempre difícil. O chefe acredita que a tendência é o chinês melhorar o desempenho nos circuitos europeus que ele conhece dos tempos da F2.

“Estava um pouco preocupado com a sequência em Mônaco, Baku e Montreal, porque são os três circuitos mais difíceis para um novato na primeira parte da temporada. Mas, no Azerbaijão, ele foi muito bem. Teve um pouco de azar na classificação, porque não conseguiu encaixar uma boa volta com a bandeira amarela. Mas, no fim, a performance ‘esteve lá’ na corrida. Ele sempre teve uma boa administração do carro e dos pneus.

Você tem que separar o desempenho do carros dos pilotos e seus resultados. Penso que em Baku, por exemplo, Zhou teve ótimo ritmo – estava disputando posições com Vettel antes do abandono. A performance ‘estava lá’, mas se você não tem confiabilidade no carro, não irá marcar pontos. Estou convencido de que, assim que voltarmos às pistas que ele já conhece, vai ter um desempenho ainda melhor. Mas estou mais do que feliz com o trabalho feito por ele até aqui”, disse Vasseur.

Zhou é um bom piloto. Quem viu a F2 sabe. Assim como Tsunoda no ano passado, é óbvio que vai encontrar dificuldades no ano de estreia. São categorias diferentes e sem tempo para fazer testes. O aprendizado é a cada corrida ou erro. Há má vontade por Zhou ser asiático e trazer muito dinheiro, mas a tendência é que com o tempo ele se aproxime de Bottas e ajude ainda mais a Alfa Romeo, tornando-se assim o chinês viável da F1.

TRANSMISSÃO:
01/07 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
01/07 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
02/07 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
02/07 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
03/07 - Corrida: 11h (Band)



terça-feira, 28 de junho de 2022

NO LIMBO

 

Foto: Motorsport

Pierre olhou no espelho e mirou o reflexo de Carlos Sainz. E foi apenas isso. Tudo o que escrevemos em janeiro e agora, na semana passada, foi em vão. A culpa é do francês?

Claro que não. Com Pérez na Red Bull por mais dois anos, a única chance de progressão na carreira seria tentar almejar um assento na McLaren, no lugar de Daniel Ricciardo. Acredito que o staff do francês tentou, mas aparentemente há outras prioridades por lá, seja a manutenção do australiano ou uma possível chegada de Colton Herta ou Pato O’Ward, queridinhos de Zak Brown.

Portanto, diante desse contexto, não restava outra alternativa. Realmente não havia. Pierre Gasly continua mais uma temporada na Alpha Tauri por falta de opções para ambos os lados.

A Red Bull não tem ninguém pronto para subir. Daruvala e Liam Lawson estão crus. Vips falou imbecilidades e foi cortado. O próprio Tsunoda só permanece porque justamente não há alternativas no curto prazo. Até por isso Pérez renovou por mais tempo, além do fato de ter crescido o rendimento e consequentemente estar mais entrosado com o ambiente dos energéticos.

Empurrar com a barriga. É o que resta para Gasly nesse médio prazo. A Red Bull não vai subi-lo de volta. Esperar por isso é desperdiçar a juventude da carreira, embora não possamos saber o dia de amanhã. Apesar da Ferrari ser improvável, não dá para desistir. Mesmo caso a Alpine, a Aston Martin e a própria McLaren, mais para frente.

Ser o líder da equipe B não quer dizer nada para alguém que deu a volta por cima e já mostrou que pode almejar algo a mais na carreira, mesmo que o 2022 não esteja tão bom assim. Red Bull, Alpha Tauri e Gasly empurram a carreira com a barriga. Melhor para a Alpha Tauri, que tem um piloto acima do nível do time por mais um ano. A questão é capitalizar tudo isso em pontos e pódios.

Pierre deve tentar algo além para salvar a própria carreira do marasmo, por mais difícil que seja. Percebam que tudo é questão de estar no lugar certo e na hora certa. As estrelas do francês podem não estar alinhadas no futuro próximo e não há tempo para esperar que tudo isso se ajeite do dia para a noite.

E agora, Gasly?

Até!


segunda-feira, 20 de junho de 2022

O REI E ELE

 

Foto: Getty Images

Fernando Alonso e Max Verstappen têm muito mais semelhanças do que diferenças, embora essas diferenças sejam cruciais para o andamento da carreira de um, que talvez nem esteja no auge, e o outro que está na volta final de sua trajetória.

Uma das coisas que os dois têm em comum é a rivalidade com Lewis Hamilton. Alonso sempre foi uma jóia e uma promessa lapidada com muito carinho e cuidado por Flávio Briatore, chefe e empresário. Pegou experiência na Minardi, no já longínquo 2001. O espanhol virou o mais longevo da história da F1. Histórico.

Um ano de experiência na reserva da Renault até assumir a titularidade dos franceses. Pole na Malásia e a primeira vitória apoteótica na Hungria. O jovem estava em ascensão. Só precisava de tempo e carro para prosperar. Prosperou. Bicampeão mais jovem da história até então, "aposentando" Michael Schumacher. A "Era Alonso" era uma mera formalidade. Alonso sempre gostou de ser o vilão. Contra Schummi, havia uma rejeição. O problema foi depois.

Chegou na McLaren achando que daria as cartas, mas jamais poderia imaginar o surgimento de um Lewis Hamilton. Além: que esse estreante protegido pela McLaren e por Ron Dennis seria um prodígio de patamares inimagináveis na categoria. Sempre priorizado por Briatore, Alonso se via num ambiente hostil, sendo o vilão contra a imprensa inglesa e a nova maravilha da Inglaterra no automobilismo.

A história vocês já conhecem. Por falta de tato, temperamento difícil e decisões equivocadas na carreira, o tempo passou e Alonso não conseguiu estar mais no lugar certo. Apenas o talento não era o suficiente. Faltou o networking e as pontes queimadas pelo espanhol ao longo da década. O tri chegou perto duas vezes, e nas duas a perda foi brutal. 

A história vocês já conhecem: Alonso merecia mais do que dois títulos pelo talento que tem. O problema é que se inviabilizou em quase todos os lugares relevantes. O bem estar vale mais que o temperamento bélico interno. E só sobrou para o espanhol a velha casa, a Renault/Alpine.

O segundo lugar no grid é um recado claro para a cúpula da equipe: estou longe de estar acabado. A pontuação de Alonso no mundial é mais fruto de azar e problemas do que propriamente mal desempenho. O mérito é todo de Ocon, que está sendo um "Russell da Alpine" ao ser praticamente regular e, mesmo quando mal é notado na pista, traz fatias importantes de pontos para o campeonato. Piastri deveria estar no grid, mas não deveria estar no lugar da Fênix. O Canadá é um sinal que qualquer consegue perceber.

Pulamos para outro prodígio que, na adolescência, já era visto como um futuro campeão do mundo. Ainda adolescente chegou na F1, para espanto e desconfiança de muita gente. Pouco tempo depois de virar adulto, Max subiu para a Red Bull. Lembram que eu fiquei indignado com o que fizeram com Kvyat? Pois bem, em dias o holandês calou a boca de todos. Vencer na estreia na equipe e ser o mais jovem vencedor da história da F1 era um recado poderoso. Era questão de tempo.

Com muitos percalços, normais para a juventude de uma pessoa e um piloto em formação, Max era besta e bestial em fração de segundos. Por anos, a impressão era de que precisava mudar a mentalidade quando finalmente chegasse a hora de brigar pelo campeonato. Não ter responsabilidade é uma coisa, precisar ser cerebral o ano inteiro para vencer o adversário é outra.

Assim como Alonso, Max passou pelo heptacampeão da F1 e agora está começando a "Era Max". O novo regulamento, por enquanto, dá longevidade ao rei. O futuro ninguém sabe, mas quem seria o "Hamilton" de Max, tal qual Alonso? Leclerc? Norris? Russell? Piastri? Só o tempo talvez consiga responder.

Max também nunca se preocupou com o rótulo de vilão. Enfrentar a estrela da F1, o responsável por furar a bolha da categoria, tem um preço. O holandês nunca se preocupou com isso. Ele só quer pilotar e vencer. Não faz questão de ter carisma. A popularidade de Max está no que ele faz na pista, não nas redes sociais. Finalmente, depois de quase uma década, a previsão de todos está em andamento: o futuro campeão do mundo pode ser multicampeão, dependendo da Red Bull, dos regulamentos, da sorte e do acaso.

Max Verstappen tem tudo para ser o que Fernando Alonso não foi: confirmar em títulos todo o imenso talento que tem. Não que Max seja alguém muito diferente do espanhol, mas até aqui ele sempre optou por permanecer na redoma de quem projetou todos os passos na carreira e não teve nenhum remorso de se livrar de quem potencialmente o incomodaria. Alonso também teve isso na Renault, mas pulou a varanda para buscar novos desafios. Desprotegido, saiu de casa e ficou com as mãos vazias.

Em termos de talento, é difícil dizer quem é superior. São pilotos muito parecidos, onde o QI e o ritmo de corrida prevalecem diante da velocidade pura. Hoje, o Rei Verstappen parece intocável. No entanto, não seria ruim se ele pegasse algumas dicas da antiga majestade, que já esteve na mesma posição perante o mundo e tudo, a partir dali, seria um passeio no parque. 

Elvis não morreu.

Até!

domingo, 19 de junho de 2022

NÃO TEM PRA NINGUÉM

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Montreal vai entrando naquele hall de pistas que nós temos boa memória afetiva mas a verdade é que só há realmente corridas inesquecíveis quando chove, igual Interlagos. Estava tudo muito bem encaminhado, embora a chuva de sábado tenha embaralhado tudo.

Na primeira fila depois de dez anos, Alonso mostra porque ainda tem lenha pra queimar. Hoje, no entanto, foi traído por uma estratégia simplesmente patética da Alpine, que escreverei sobre nas linhas seguintes. 

Sem Leclerc, punido pelas trocas, Verstappen estava sozinho na frente, e assim o fez. Embora o Safety Car patético provocado por Tsunoda (foi só eu elogiar...) tenha colocado Sainz de volta para a briga, na hora H é que vemos que falta algo para o espanhol. Não esboçou tentativas e segue sem vencer na categoria. Pelo carro que tem, é questão de tempo para isso acontecer, mas a temporada deixa claro que não é nele que a Ferrari precisa apostar as fichas para algo além.

Max chega a mais uma vitória na temporada e se consolida como o favoritaço para o bi. Não há concorrência. Hoje, Pérez teve problemas no motor e nem pontuou, ainda que a batida de sábado não tenha pegado bem.

Parece que quando quer desistir de fato, Hamilton consegue alguma resposta. Desiludido na sexta, Lewis teve a melhor performance da temporada para voltar ao pódio, o segundo em 2022. Superar Russell é complicado e o inglês, que só não largou mais na frente porque quis arriscar de slick no sábado, segue um reloginho: quarto lugar e mais um top 5. Leclerc, lá de trás, ao menos pontuou.

Saindo de trás, Ocon foi o sexto, seguido da dupla da Alfa Romeo: Bottas e Zhou, que pontua pela segunda vez no ano. Conseguiu prosperar diante do caos da classificação. O chinês é bom, está em temporada de adaptação.

Alonso e Alpine. Superaram a Ferrari na estratégia mais burra e sem sentido do ano. Não pararam o espanhol nos VSCs, alongando o stint. Ok, o pódio já estava fora de cogitação. No entanto, no Safety Car, pararam o espanhol de novo. Ou seja: fez duas paradas com um stint curtíssimo. Jogaram a corrida fora. Para piorar, sem ritmo com os pneus médios, fez o possível, o impossível e o não-permitido para evitar a passagem de Bottas. Conseguiu na pista, mas levou cinco segundos de punição por zig zaguear na frente do finlandês e Alonso foi apenas o nono. Um crime o que fizeram com a fênix!

A Haas parecia ter um GP promissor, largando na terceira fila. De novo, Magnussen tocou com Hamilton e ficou para trás. Mick, já caindo no grid, teve problemas e segue zerado. Não aproveitar essas situações com um orçamento tão curto é quase um crime.

Stroll conseguiu um pontinho e fechou o top 10 graças a acertada estratégia de uma parada só. Albon lutou, mas não foi o suficiente. McLaren sai zerada com uma corrida ruim de Ricciardo e problemas com Norris.

Max Verstappen mostra que não tem pra ninguém. Sem competição graças a um ritmo de corrida quase perfeito, os taurinos já podem começar a pensar que é questão de tempo para conquistar o bicampeonato, embora falte mais da metade da temporada. A Ferrari vai reagir? A Red Bull vai decair? Para voltarmos a ter um campeonato, essas duas coisas precisam acontecer, sem exceções. Me parece difícil.

Confira a classificação final do GP do Canadá:


Até!

sexta-feira, 17 de junho de 2022

O ARRASTO

Foto: Lars Baron/F1

 Visando a segurança, a FIA anunciou que vai aumentar o arrasto dos carros diante do efeito porpoising estar causando problemas físicos nos pilotos. Isso foi algo que talvez não tenha sido planejado na hora que o novo regulamento foi feito.

Claro que a Red Bull, até com razão, chiou diante da mudança no meio do campeonato, pois o carro é um dos que menos sofre esse efeito. Na realidade, o efeito dessa intervenção é justamente o contrário: as diferenças tendem a aumentar, pois, por questão de segurança, as equipes vão ter que fazer concessões nos carros, o que deixa o desempenho um pouco de lado nesse quesito.

O que vimos em Montreal foi um incomum domínio da Red Bull nas voltas rápidas. Verstappen liderou os dois treinos, com a Ferrari um pouco atrás. As surpresas positivas foram Aston Martin e Alpine, rápidas e incomodando a Mercedes, que segue com dificuldades claras perante o porpoising e pior: pela primeira vez, os alemães estão batendo cabeça, sem saber como reagir a isso.

Haas e Alfa Romeo, depois do primeiro momento, parecem relegadas ao bloco da Williams, entre os mais lento. Normal, há menos peças, dinheiro e é um trabalho que precisa ser desenvolvido. Bottas mal andou, por exemplo.

Em meio as naturais mudanças de regulamento, é possível que alguma coisa aconteça no médio-prazo. Enquanto isso, infelizmente, perde o campeonato. Com a Ferrari precisando resolver seus problemas internos, tudo parece apontar para um domínio da Red Bull, a não ser que o imponderável (a chuva?) apareça e aconteça em Montreal.

Confira os tempos dos treinos livres:






quinta-feira, 16 de junho de 2022

GP DO CANADÁ: Programação

 O Grande Prêmio do Canadá foi disputado pela primeira vez em 1967, sendo disputado até 2008 nos circuitos de Mosport Park, Mont-Tremblant e Montreal (atual), retornando a categoria em 2010.


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:13.078 (Mercedes, 2019)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:10.240 (Ferrari, 2019)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1994, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003 e 2004) e Lewis Hamilton (2007, 2010, 2012, 2015, 2016, 2017 e 2019) - 7x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 150 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 129 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos
4 - George Russell (Mercedes) - 99 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos
6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 62 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 50 pontos
8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 40 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 31 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 16 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 16 pontos
12- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos
13- Daniel Ricciardo (McLaren) - 15 pontos
14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 13 pontos
15- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos
16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos
17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos
18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 279 pontos
2 - Ferrari - 199 pontos
3 - Mercedes - 161 pontos
4 - McLaren Mercedes - 65 pontos
5 - Alpine Renault - 47 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 41 pontos
7 - Alpha Tauri RBPT - 27 pontos
8 - Haas Ferrari - 15 pontos
9 - Aston Martin Mercedes - 15 pontos
10- Williams Mercedes - 3 pontos

APOIO DO CHEFE

Foto: McLaren 

Criticado publicamente pelo CEO Zak Brown, que cogita até rescindir com o australiano no final do ano, Daniel Ricciardo tem um importante aliado na equipe: o chefe Andreas Seidl.

Após chegar na frente de Norris na corrida do Azerbaijão, Seidl disse que sua missão é proteger a McLaren do mundo exterior. E complementou: nunca viu alguém andar melhor depois de cobranças públicas.

"Nos últimos 20 anos, não vi nenhum piloto se tornar mais rápido após ser criticado publicamente", disse.

Apesar das críticas, Ricciardo tem contrato até 2023. Mesmo assim, há muita especulação sobre o parceiro de Lando Norris. Pierre Gasly e Pato O'Ward são alguns dos candidatos.

Justamente pelo contrato longo, Seidl tem calma para assimilar os processos e fazer o que precisa ser feito para que a McLaren continue evoluindo:

“Temos um contrato com Daniel para o próximo ano e é por isso que estamos calmos, trabalhando duro e tentando encontrar as porcentagens que ele tem perdido nesse momento”, concluiu.

O curioso é que Zak Brown é quem manda na equipe, e Seidl vai contra as palavras dele. Obviamente, não seria inteligente endossar o discurso. Que tipo de motivação teria Ricciardo para continuar? O endosso precisa de resultados consistentes. Ricciardo deu a resposta domingo, mas ainda assim precisa fazer muito mais para justificar o valor que recebe. Não é barato e está bem abaixo das expectativas.

CONTINENTE VOLTANDO?

Foto: Kyalami Circuit

O site RacingNews365 publicou que o chefão da F1, Stefano Domenicali, viajou para Joanesburgo afim de negociar o retorno do GP da África do Sul. A última vez que o continente africano recebeu uma corrida de F1 foi em Kyalami, em 1993.

E é justamente o antigo circuito que é visto como favorito a receber de volta a F1. As datas do GP poderiam ser entre março/abril ou outubro/novembro. Paul Ricard e Spa Francorchamps têm contratos até o fim do ano, e dizem que a chance de não renovarem é bastante alta. O circuito sul-africano seria um candidato para substituí-los, acrescentando o continente que falta no circo da F1.

Há dois impeditivos para algum anúncio imediato: ainda não há garantias que a corrida seja sustentável financeiramente (ou seja, o apoio da iniciativa privada, pois o governo sul-africano não vai investir). 
A outra questão é que o autódromo de Kyalami precisa de reformas para receber a F1. Para sediar uma etapa, o circuito precisa estar no grau 1. Atualmente, Kyalami é grau 2.

Essa definição será feita até agosto, quando a FIA publica o calendário provisório de 2023. Caso tudo dê certo, os sul-africanos precisariam correr contra o tempo. Do contrário, também seriam grandes as chances do acordo iniciar-se em 2024.

Pelo amor de Deus: seria muito legal a África voltar a ter uma corrida, mas em hipótese alguma algo ou alguém pode substituir Spa! Que tirem Paul Ricard e outros circuitos chatíssimos para retornarem com Sepang e Mugello! Certamente, seria uma grande realização da F1 entrar na África, tornando definitivamente a F1 mundial nesse contexto e acessível para o mundo inteiro além do grande engajamento que já tem nas redes sociais.

TRANSMISSÃO:
17/06 - Treino Livre 1: 15h (Band Sports)
17/06 - Treino Livre 2: 18h (Band Sports)
18/06 - Treino Livre 3: 14h (Band Sports)
18/06 - Classificação: 17h (Band e Band Sports)
19/06 - Corrida: 15h (Band)