segunda-feira, 25 de outubro de 2021

VOLTANDO AOS POUCOS?

 

Foto: Soy Motor

Uma briga que fica em segundo plano mas é interessante de se destacar nessa reta final é McLaren e Ferrari, tentando retomar o protagonismo, disputando o terceiro lugar nos construtores.

O retorno da parceria com a Mercedes fez os ingleses continuarem em franca evolução, com cada vez mais pódios e o grande salto esse ano: pole e vitória. Norris faz uma temporada excelente, mas quem cruzou em primeiro lugar foi Ricciardo. O australiano faz uma temporada muito abaixo da expectativa, mesmo vencendo, e sua inconstância ameaça a posição da equipe de Woking, apesar da evolução nas últimas etapas.

A Ferrari, por sua vez, entendeu que virou um carro de meio de tabela mas tem como grande trunfo o talento de Leclerc e a constância de Sainz. Conseguiram poles e pódios, mas no geral os italianos são inferiores, ou eram. Nesse final de temporada, a Ferrari atualizou o motor do ano e encostou na McLaren. Com maior equilíbrio na pista e no desempenho dos pilotos, o terceiro lugar nos construtores vira um grande alento para o futuro das duas maiores escuderias da F1.

É claro que é impossível fazer qualquer prognóstico para o ano que vem, quando uma nova F1 surge. No entanto, mais dinheiro com a implementação do teto orçamentário é sempre bem vindo. Como os pilotos serão os mesmos, Ferrari e McLaren brigam juntas entre si e lutam para voltar a incomodar Red Bull e Mercedes, como era no início da década.

A F1 clama pelas duas equipes mais populares retornarem para o lugar de grandeza. A Williams aos poucos se reestrutura também, então é um momento de ascensão e esperança para o trio de ferro da categoria.

Será o prenúncio de um retorno?

Até!

domingo, 24 de outubro de 2021

OS PEQUENOS DETALHES

 

Foto: Getty Images

Austin é um circuito previsível, sem grandes mudanças ou surpresas em ritmo de corrida. O que acontece no sábado, geralmente se repete no domingo. A surpresa foi justamente na véspera. A Mercedes, que parecia melhor acertada na sexta, sofreu mais um duro baque. Numa pista que teria a vantagem, Max foi pole e Hamilton estaria sozinho contra ele e Pérez, pois Bottas largaria atrás diante de mais uma punição.

Nada disso desanimou Hamilton, que precisava ser agressivo na largada e foi, assumindo a liderança. A Mercedes, com os pneus médios, tinha um ritmo melhor, mas Max não desgarrou. Em dois contra um, a Mercedes cometeu mais um erro de avaliação. Na F1 atual, é preciso se antecipar ao adversário e ao desgaste. A Red Bull fez isso. Max parou e os taurinos se deram ao luxo de fazer uma estratégia diferente com Pérez. A Mercedes alongou os stints de Hamilton imaginando no desgaste para dar o bote final.

Quase deu certo, mas não deu. Favorita, os alemães perdem pontos chaves no território dos Estados Unidos, lotado com 400 mil pessoas no final de semana e a presença de Shaquille O'Neal num carro típico texano caipira conversível. Max, ao ceder a tentação de não perder a posição a qualquer custo na primeira curva, teve a frieza e o ritmo necessário para abrir 12 pontos na tabela.

Pérez teve o melhor final de semana na equipe desde Baku. Sempre próximo de Max nos treinos, sucumbiu na corrida pela desidratação de não ter o sistema de hidratação funcionando. Ainda assim, sua presença por perto foi importante para a Red Bull estar confortável na estratégia e, além disso, alegrou os latinos presentes no autódromo. Se o mexicano crescer na reta final, Max ganha um aliado importantíssimo para a conquista do título.

Bottas, sem ritmo, foi o sexto. A briga de McLaren e Ferrari pelo terceiro lugar dos construtores está interessante. Leclerc em um soberbo quarto lugar. Ricciardo reagindo em quinto. Sainz na frente de Norris. Vale dinheiro e uma nostalgia desses dois tipos que outrora foram os protagonistas do Mundial. 

A briga da corrida foi de Alonso com as Alfa Romeo. Primeiro com Raikkonen, sem sucesso, e depois com Giovinazzi. Teve rádio, toque pra lá e pra cá, pedaço de carro saindo, tudo o que gostamos. E fica aquele clima de despedida, né? Pode ter sido a última grande disputa de Kimi Raikkonen com Fernando Alonso, duas entidades da F1. 

Quem foi bem e evoluiu foi Tsunoda. Sendo arrojado nas disputas, hoje foi o responsável pelos pontos da equipe, em virtude do abandono de Gasly. Vettel, largando lá atrás por ter trocado tudo, teve o esforço recompensado com um pontinho.

A Red Bull, novamente, vence onde "não deveria", seguindo a lógica dos últimos anos. A lógica de 2021 está bem diferente até aqui, portanto é bom que eu pare de contar com o ovo antes da galinha. 

São nos pequenos detalhes que o título vai se decidir. No momento, eles estão pendendo para a Red Bull.

Confira a classificação final do GP dos EUA:


Até!

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O FIEL DA BALANÇA

 

Foto:Reprodução/F1

Depois de dois anos, a F1 desembarca nas Américas. Começando por Austin, no Texas. Uma pista que favorece a Mercedes e o primeiro treino livre provou isso, com dobradinha dos carros pretos, liderado por Bottas. Soube-se, após a sessão, que o finlandês vai trocar o motor a combustão e tem cinco posições de punição no grid. É carta fora do baralho, mas pode incomodar. O finlandês, com o futuro definido, está mais leve e pode ser muito útil na reta final.

No segundo treino, quem se deu melhor foi Sérgio Pérez. A Mercedes está com mais potência no motor e tem o favoritismo para retomar a liderança do mundial de pilotos. O mexicano parece bem, com mais possibilidades de ajudar Max do que em toda a temporada, ainda mais agora que Bottas larga mais atrás. Será o impulso da torcida latina um diferencial?

Ainda na segunda sessão, Hamilton e Verstappen brigaram por espaço. Espremido, o holandês não gostou. Ele, que reclama das rivalidades forjadas da série da Netflix e que não vai participar para o ano que vem. Justo Max, que pode ser o cara a quebrar a hegemonia de Hamilton e da Mercedes. Bom, como nunca vi a série da Netflix, não posso opinar, mas que a rivalidade de Max e Lewis é real, é. Aliás, mais do que real.

Dizem que Hamilton pode ser punido por mais uma troca de componentes, o que seria mais um vacilo da Mercedes na temporada. A conferir.

A Ferrari parece bem, assim como Gasly e as McLaren. Os cinco vão brigar pelo resto das posições, como sempre. O destaque do treino foi o inferno astral de Alonso. Na primeira sessão, mal foi pra pista e parou. Na segunda, rodou feio e quase bateu forte com a traseira. Mick e Pérez se estranharam no TL1 e Mazepin quase atropelou uma Aston Martin no TL2.

Apesar da Mercedes estar aparentemente melhor novamente em Austin e ter o favoritismo, o fiel da balança do campeonato pode estar nos escudeiros, Bottas e Pérez. Como sempre escrevo: em um campeonato tão disputado, tudo pode fazer a diferença, e sempre a próxima corrida vai ser mais decisiva, porque são menos pontos em jogo com o passar do tempo.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

GP DOS EUA: Programação

 O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

No ano passado, em virtude do coronavírus, a etapa foi cancelada, retornando este ano para o calendário.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:36.069 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:32.029 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2007, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) - 6x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 262,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 256,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 177 pontos

4 - Lando Norris (McLaren) - 145 pontos

5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 135 pontos

6 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 116,5 pontos

7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 95 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 74 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 58 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 46 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 35 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 26 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 18 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 6 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 433,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 397,5 pontos

3 - McLaren Mercedes - 240 pontos

4 - Ferrari - 232,5 pontos

5 - Alpine Renault - 104 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 92 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 61 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 7 pontos


HÁ FALHAS

Foto: Getty Images


Depois de atingir certa supremacia na temporada, a Red Bull acendeu um grande alerta vermelho na Turquia. Mesmo com os 2° e 3° lugares, os austríacos em nenhum momento brigaram com a Mercedes de Bottas pela vitória. Por isso, são necessários correções e reparos.

Para isso, a ajuda do "mago" Adrian Newey é fundamental. No entanto, o projetista esteve ausente do circo por um motivo: um acidente de bicicleta. Após realizar cirurgias, Newey ao trabalho aos poucos mesmo sem estar 100% para ajudar a identificar os problemas do carro taurino.

Segundo o consultor Helmut Marko, Newey já identificou problemas no acerto do carro na última etapa e pretende se reunir com Max Verstappen nas próximas semanas para discutir soluções para o time.

“Ele ainda não está completamente recuperado, mas está pronto para trabalhar e imediatamente reconheceu as dificuldades que tivemos em termos de set-up. Teremos uma reunião com o Verstappen nas próximas semanas em Milton Keynes para que possamos voltar ao topo em termos de chassi”, disse.

O retorno de Newey é importantíssimo para as pretensões da Red Bull. A Mercedes retoma como o melhor carro até a final, então qualquer mudança de acerto pode definir o campeonato. Os taurinos precisam ser certeiros porque não há mais tempo. Newey vai ter que ser mais Adrian Newey do que nunca para a Red Bull voltar a conquistar títulos na Fórmula 1.


"DOIS ANOS DE TORTURA"

Foto: Getty Images

Assim descreve Lawrence Stroll sobre o período em que ele e o filho estiveram na Williams, onde começaram na Fórmula 1.

No primeiro ano, a equipe britânica conseguiu resultados razoáveis, ficando em quinto lugar, onde Stroll fez pódio no Azerbaijão e largou na primeira fila na Itália, quando Felipe Massa era o companheiro de equipe.

No ano seguinte, a decadência: último lugar nos construtores e a presença do russo Sergey Sirotkin no lugar do brasileiro. Foi nesse ano que o bilionário canadense sentiu as dificuldades e aproveitou para comprar primeiro a Force India, que virou Racing Point, e agora é a Aston Martin.

“Começamos com a Williams, sabe, dois anos de tortura. Especialmente quando você está acostumado a vencer, quando treina de duas a três horas por dia, toma cuidado com o que come e sabe que o melhor que você vai fazer é 18º em um bom fim de semana", disse para o podcast Beyond The Grid.

Por ser o pai de Lance, Lawrence sabe que o filho tem a desconfiança dos fãs e da imprensa, mas acredita que o canadense está fazendo um bom trabalho, agora que está numa equipe melhor. E também ressaltou que qualquer piloto na situação de Stroll na Williams não faria muito diferente.

“É desafiador, então dar um carro a ele no ano passado foi muito, muito importante. Muito importante por tudo que ele trabalhou. Todos nós sabemos que você só é tão bom quanto o carro. Você pode colocar qualquer campeão em um carro que é 18º no grid e ele será 18º ou 17º. Ele, certamente, não será primeiro", concluiu.

Alguns azares e o Covid, realmente a Williams em 2018 já vivia um processo de quase falência. Tortura é um termo forte, diria mais a frustração mesmo. Stroll, bilionário, não rasgaria dinheiro para ficar em último. Agora, com uma marca mundialmente conhecida sendo construída na F1, certamente Stroll, com mais experiência e sem pressão de resultados, vai desenvolver o trabalho e eventualmente conquistar alguns resultados, onde muitos vão ressaltar o talento e esquecer todo o lastro financeiro e o caminho seguido por Lance desde a infância.


TRANSMISSÃO:

22/10 - Treino Livre 1: 13h30 (Band Sports)

22/10 - Treino Livre 2: 17h (Band Sports)

23/10 - Treino Livre 3: 15h (Band Sports)

23/10 - Classificação: 18h (Band e Band Sports)

24/10 - Corrida: 16h (Band)



terça-feira, 19 de outubro de 2021

AUTOMOBILISMO OU ENTRETENIMENTO?

 

Foto: Getty Images

A resposta óbvia seria o meio termo e encerraria um post que nem precisaria ser escrita, mas a questão é mais complexa do que isso.

Como esperado, o anunciado calendário da F1 em 2022 vai ter o recorde de 23 etapas e várias semanas seguidas de trabalho, o que desagrada pilotos e equipes. Como já foi escrito, é a F1 perdendo importância tendo corrida semana sim semana também. 

Mas o que vou escrever agora é sobre o complemento da notícia: segundo Stefano Domenicali, chefão da F1, a tendência é que 8 ou 9 etapas tenham a corrida classificatória. Os locais não foram divulgados e nem sinalizaram se haverá ou não repetição das três provas que serão feitas em 2021.

A justificativa é que foi um sucesso de crítica, para os jovens e o faturamento das pistas. Ok, argumentos válidos: corridas menores são mais fáceis de se concentrar, a sexta feira ganha um atrativo e tudo mais. Mas isso é automobilismo?

As corridas classificatórias foram chatíssimas. Tirando a largada, um ponto de muita tensão sobre e até ali, todo mundo evita ir forte para não prejudicar a corrida que vale, que é o domingo. Acidentes comprometem todo o final de semana e podem até decidir um título, nos casos mais dramáticos.

Ou seja: são corridas enfadonhas, mesmo curtas, o contrário do que esperavam (e como esperavam isso, afinal de contas?). Pode se justificar por questões financeiras e até um barulho maior, mas as corridas classificatórias não são um espetáculo para o público, na acepção da palavra.

A F1 precisa ser atrativa, mas não por questões pequenas ou artificiais. Se inverter o grid, como acontece nas categorias de base, a corrida certamente fica emocionante, mas é uma emoção falsa. Na base é válido, na principal competição do automobilismo, não.

No futuro, com a chegada do teto orçamentário, pode ser que as equipes se aproximem diante da incerteza do novo regulamento. Com a impossibilidade de novas equipes, temos que torcer para que as temporadas sejam semelhantes a esta, mas sem as artificialidades.

A F1 precisa ser emocionante por si só, como o automobilismo. É claro que a diferença dos investimentos criam camadas, mas a categoria não pode ser elitista, fazer poucas mudanças e apostar em corridas classificatórias e engajamento para ganhar novos fãs e patrocinadores.

Respondendo novamente a pergunta do título do texto, queremos automobilismo e não entretenimento. O segundo é consequência do primeiro e não o inverso.

Até!

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O NOVO BOATO (OU O NOVO SONHO AMERICANO)

 

Foto: MotorSport

Quer dizer, vou contrariar o título do texto, mas é porque não encontrei termo melhor para encaixar.

Há alguns meses, surgiu uma pequena boataria de que a Andretti estava interessada em entrar na F1. No entanto, como atualmente é praticamente impossível colocar uma nova equipe, teria que comprar uma, no caso. A notícia da parceria com a Alfa Romeo ficou no ar e surgiu uma informação quente nessa semana, antes do GP da Turquia.

É o seguinte: segundo o RaceFans, a Andretti quer comprar 80% das ações da Sauber, que pertencem a Islero Investments. Essa empresa é o braço direito da Longbow Finance, que em 2016 comprou a equipe de Peter Sauber. A oferta seria de 350 milhões de euros, ou 2,2 bilhões de reais.

Desde 2019, um acordo entre o Grupo Fiat Chrysler e a Alfa Romeo deu o novo nome do time. O Grupo Fiat não comprou a Sauber, então não se sabe como ficaria o nome do time ou essa parceria caso realmente a Andretti confirme os boatos e adquira o controle do time.

E já existem especulações para a única vaga indefinida do grid para 2022. É de interesse para a americana Liberty ter mais corridas nos Estados Unidos, como a adição do GP de Miami e agora um time. Só faltaria um piloto, o que não acontece desde Alexander Rossi, hoje astro da Indy e que correu algumas provas pela Manor em 2016.

O nome seria Colton Herta, um dos expoentes da nova geração da Indy. Com 21 anos, é filho do ex-piloto Bryan Herta. O último piloto da Indy que migrou para a F1 foi Bourdais, que durou um ano e meio na Toro Rosso. Antes tivemos o brasileiro Cristiano da Matta e Montoya e Jacques Villeneuve, casos que deram mais certo, sem contar em Alex Zanardi, que foi e voltou da categoria.

Seria intrigante, no mínimo. É claro que existe o preconceito e má vontade com quem vem da Indy especialmente quando o próprio Michael Andretti fracassou na McLaren em 1993. A ideia de que a Indy é mais fácil e a F1 é muito mais difícil ajuda nesse tipo de julgamento. São categorias completamente diferentes.

Caso se confirme, Herta precisa de muito tempo de adaptação, e isso ele não vai ter. Poucos testes. A coisa seria durante a temporada, nas corridas. Sendo companheiro de Bottas, seria uma comparação quase desonesta, dada a diferença de experiência dos dois. A teoria é uma coisa, a prática seria outra.

Para os olhos da F1, seria ótimo que tudo isso acontecesse. Aos meus também. Imagina se Pato O'Ward ou Alex Palou, até mesmo o próprio Rossi tivessem mais espaço, se existissem mais equipes na F1? Precisamos de mais talento e mais vagas, todos sabem disso.

Até!

domingo, 10 de outubro de 2021

SOBE E DESCE

 

Foto: Getty Images

Discordo de quem achou a corrida chata. O clima permanentemente molhado deu uma tensão duradoura para a prova, o que deixa tudo imprevisível e, portanto, prende a atenção até o fim. Com o DRS indisponível, valia da perícia e de atacar no momento certo, no molhado, sem a covardia da asa aberta em condições normais. Menos ultrapassagens, mais brigas. A caça, o "pega" também é bem bonito de se ver.

 A Mercedes parece ter encontrado a melhor forma. Se no México e no Brasil a vantagem aparente é da Red Bull, Austin e Abu Dhabi são dos alemães. Catar e Arábia Saudita tão totais incógnitas. Dito isso, claro que agora é fácil de falar, trocar parte do motor de Hamilton não foi a melhor decisão. Evidente que a Mercedes não contava com a chuva, mas a possibilidade sempre existiu durante a semana. Largando na frente, venceria de qualquer forma. Com a chuva dificultando tudo, o aquecimento de pneus também foi preponderante.

Aí entra outra equação. Se na Rússia Hamilton e Verstappen foram certeiros na tomada de decisão final, dessa vez a Mercedes falhou. A ideia de ser ousado e terminar a corrida sem trocar o pneu foi abortada faltando oito voltas, aparentemente com a Mercedes tendo maior voz ativa. Hamilton não ficou satisfeito. No meio do caminho e com dificuldades de aquecer os pneus, Hamilton ainda teve que se preocupar em fechar em quinto, quando poderia ser o terceiro e diminuir o prejuízo na tabela.

Dessa vez, a Mercedes errou e perdeu pontos que sempre serão importantes nesse contexto. Se Hamilton parasse ao mesmo tempo que Pérez, certamente a história seria outra. Para a sorte da Red Bull, isso não aconteceu.

Verstappen fez o que podia. Sem carro e sem aquecimento nos pneus para fazer algo além, foi premiado com o segundo lugar. Capitalizando o máximo que pode, retomou a liderança. Seis pontos de vantagem faltando seis corridas. Um empate técnico. Sempre bom repetir: dois circuitos inéditos. É um final de temporada fantástico, agoniante e imprevisível, mas ouso escrever que a Mercedes se encontrou. Só precisa errar menos e ter menos "azar".

Valtteri Bottas pode ter vencido pela última vez na Mercedes e na carreira também. O finlandês precisa que tudo dê certo desde o início para conseguir a vitória e hoje foi um desses dias. Os pontos estão sendo importantes para os construtores e pode ser o trunfo de Hamilton para tentar segurar Max.

A mesma coisa Sérgio Pérez. A segurada em Hamilton foi o momento mais lindo da corrida e com certeza da temporada do mexicano. Sempre vivendo entre altos e baixos, precisa ser menos instável para cumprir mais vezes o papel de escudeiro de Max. Hoje foi um desses dias e foi premiado com o pódio. Importante para a confiança de Checo.

No resto do pelotão, Leclerc arriscou e quase foi para o pódio. Saindo do fim do grid, Sainz poderia ter sorte melhor se estivesse em condições plenas. A Ferrari se adaptou melhor a Istambul do que a McLaren, com o apagadíssimo Ricciardo (a tônica voltou?) e o regular Norris. Alonso teve a corrida prejudicada na primeira curva pelo ensaduíchado Gasly. Ocon foi o primeiro a completar uma prova sem realizar pit stops, o que não acontecia desde Mika Salo com o GP de Mônaco de 1997. Valeu o ponto e a teimosia de arriscar até o fim.

Vettel tentou ir com os pneus médios e mal se manteve na pista. Certamente isso desencorajou o restante e foi uma opção a menos para o final de prova. Stroll na chuva é um piloto correto. E é isso.

Nesse sobe e desce, Hamilton e Mercedes desperdiçam mais uma chance. Verstappen de novo maximiza e Bottas brilha naquela que pode ter sido a última vitória na Mercedes. E vem muito mais por aí.

Confira a classificação final do GP da Turquia: 


Até!