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A resposta óbvia seria o meio termo e encerraria um post que nem precisaria ser escrita, mas a questão é mais complexa do que isso.
Como esperado, o anunciado calendário da F1 em 2022 vai ter o recorde de 23 etapas e várias semanas seguidas de trabalho, o que desagrada pilotos e equipes. Como já foi escrito, é a F1 perdendo importância tendo corrida semana sim semana também.
Mas o que vou escrever agora é sobre o complemento da notícia: segundo Stefano Domenicali, chefão da F1, a tendência é que 8 ou 9 etapas tenham a corrida classificatória. Os locais não foram divulgados e nem sinalizaram se haverá ou não repetição das três provas que serão feitas em 2021.
A justificativa é que foi um sucesso de crítica, para os jovens e o faturamento das pistas. Ok, argumentos válidos: corridas menores são mais fáceis de se concentrar, a sexta feira ganha um atrativo e tudo mais. Mas isso é automobilismo?
As corridas classificatórias foram chatíssimas. Tirando a largada, um ponto de muita tensão sobre e até ali, todo mundo evita ir forte para não prejudicar a corrida que vale, que é o domingo. Acidentes comprometem todo o final de semana e podem até decidir um título, nos casos mais dramáticos.
Ou seja: são corridas enfadonhas, mesmo curtas, o contrário do que esperavam (e como esperavam isso, afinal de contas?). Pode se justificar por questões financeiras e até um barulho maior, mas as corridas classificatórias não são um espetáculo para o público, na acepção da palavra.
A F1 precisa ser atrativa, mas não por questões pequenas ou artificiais. Se inverter o grid, como acontece nas categorias de base, a corrida certamente fica emocionante, mas é uma emoção falsa. Na base é válido, na principal competição do automobilismo, não.
No futuro, com a chegada do teto orçamentário, pode ser que as equipes se aproximem diante da incerteza do novo regulamento. Com a impossibilidade de novas equipes, temos que torcer para que as temporadas sejam semelhantes a esta, mas sem as artificialidades.
A F1 precisa ser emocionante por si só, como o automobilismo. É claro que a diferença dos investimentos criam camadas, mas a categoria não pode ser elitista, fazer poucas mudanças e apostar em corridas classificatórias e engajamento para ganhar novos fãs e patrocinadores.
Respondendo novamente a pergunta do título do texto, queremos automobilismo e não entretenimento. O segundo é consequência do primeiro e não o inverso.
Até!
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