sexta-feira, 30 de julho de 2021

O FOCO

 

Foto: Lars Earon/Getty Images

Apesar de todas as conversas dos últimos meses terem sido pautadas na decisão externa de que a Mercedes não atualizaria mais o carro desse ano e pensaria em 2022, bastou três derrotas acachapantes para o discurso mudar. Pressionados por Hamilton, os alemães voltaram aos trabalhos e ao foco em mais um título.

Coincidência ou não, na Inglaterra e agora existem resultados. A Mercedes está mais competitiva e talvez ligeiramente superior a Red Bull em Hungaroring. Bottas e Hamilton marcaram os melhores tempos, com Verstappen em terceiro. Há uma distância enorme para o segundo pelotão, que sempre promete briga entre McLaren, Ferrari, Aston Martin e Pierre Gasly, o solitário.

A mudança da F2 para a F1 em um período com quase nenhum treino pode ser pesado e demandar tempo para adaptação. Pode ser essa a versão da narrativa que Yuki Tsunoda está enfrentando. Depois de uma estreia animadora, o japonês regrediu e bate com facilidade nos treinos. Está explorando os limites e é normal para um jovem estreante de menos de 20 anos. No entanto, a preocupação existe porque sabemos como a Red Bull é incineradora de talentos. 

Como diz o conhecido, é preciso tempo para Tsunoda. A escassez de talentos na academia da Red Bull pode ser um trunfo, o mesmo que fez Sérgio Pérez parar do lado de Max, mas é bom que o japonês pare de causar prejuízo aos cofres da Toro Rosso, ainda mais agora com o teto orçamentário. Alguns diriam que hoje pode ter sido um karma das polêmicas entre os japoneses e os juízes nas Olimpíadas. 

A Mercedes retoma o foco por 2021. Por falar nisso, vai ser um final de semana difícil de se concentrar na F1, em meio aos Jogos Olímpicos acontecendo simultaneamente. É o grande desafio dos próximos dias, aliás.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 29 de julho de 2021

GP DA HUNGRIA: Programação

 O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.


Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:16.629 (Mercedes, 2020)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:13.447 (Mercedes, 2020)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton - 8x (2007, 2009, 2012, 2013, 2016, 2018, 2019 e 2020)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 185 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 177 pontos

3 - Lando Norris (McLaren) - 113 pontos

4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 108 pontos

5 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 104 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 80 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 68 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 50 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 39 pontos

10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos

11- Fernando Alonso (Alpine) - 26 pontos

12- Lance Stroll (Aston Martin) - 18 pontos

13- Esteban Ocon (Alpine) - 14 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 10 pontos

15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto

16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull Honda - 289 pontos

2 - Mercedes - 285 pontos

3 - McLaren Mercedes - 163 pontos

4 - Ferrari - 148 pontos

5 - Alpha Tauri Honda - 49 pontos

6 - Aston Martin Mercedes - 48 pontos

7 - Alpine Renault - 40 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

O DIA DEPOIS DE AMANHÃ

Foto: Getty Images

Não é oficial, mas Valtteri Bottas, George Russell e a Williams já falam com clareza sobre 2022. O finlandês fala sobre "mudar a mentalidade", pois provavelmente vai estar em uma equipe muito distante de brigar por posições relevantes na temporada.

Enquanto a Mercedes espera o momento adequado para a decisão, a Williams já pensa no sucessor de Russell. Jost Capito, o agora chefão de Grove, admite que há uma lista de pilotos que vai brigar pela missão de substituir o inglês. Nicholas Latifi está mantido pois, como sabem, o pai comprou uma parte da equipe, salvando-a da falência em 2019.

Um dos nomes especulados é de Nico Hulkenberg, o Super Trunfo. O alemão, que estreou na F1 na própria equipe onde fez a pole em Interlagos (2010), está interessado em retornar à F1. Bottas, outro ex-piloto da equipe, também não pode ser descartado.

Apesar de viver uma recuperação financeira, a Williams ainda está distante das equipes mais competitivas. No entanto, para Capito, Grove aos poucos está recuperando a credibilidade e sendo foco de interesse de muitos pilotos, não apenas os jovens ou endinheirados.

“Acho que no momento não excluímos nenhum piloto que estaria disponível no próximo ano.

"O principal é que queremos os melhores pilotos que estão disponíveis e interessados ​​em guiar pela Williams e interessados ​​em fazer o trabalho pela Williams. Não é definitivamente o piloto que quer ser campeão mundial no ano que vem. Para nós, ele estaria na equipe errada.

“Precisamos de pilotos que estejam dispostos a apoiar a equipe, para trazer a equipe de volta, para liderar e melhorar o desempenho. No momento, podemos ver que o interesse dos pilotos em chegar à Williams está aumentando.

“Eu diria que é por causa dos passos positivos que demos recentemente. Acho que estamos bem financeiramente e isso é reconhecido, e estamos dando os passos na direção certa, esperamos continuar assim. Estamos trabalhando duro para a Williams se tornar uma equipe interessante para um piloto no futuro”, disse.

Vai ser no mínimo curioso saber a escolha da Williams pelo seu novo líder. Qual critério que vai ser preponderante? Experiência ou futuro? Como unir as duas coisas diante da nova era da categoria? Veremos.

CATAR NO AQUECIMENTO

Foto: Getty Images

O GP da Austrália, que seria realizado em novembro, foi definitivamente cancelado da temporada. Com isso, há uma data em aberto para que o plano ambicioso da Liberty Media em realizar 23 etapas no ano.

Alguns candidatos são óbvios, como mais uma corrida no anel externo do Bahrein ou outra prova nos Estados Unidos. No entanto, um enlaçe curioso pode fazer com que a F1 desembarque no Catar pela primeira vez na história ainda nesse ano.

Vamos começar por Stephen Ross. O bilionário dono do Miami Dolphins vai ser o responsável pela realização do GP de Miami, que entra no calendário em 2022. Antes da Liberty, Ross se uniu com empresários do Catar para comprar as ações da F1, mas foram vencidos pelos americanos. Essa aproximação e o bom relacionamento que culminou na confirmação da corrida em Miami pode fazer com que a Liberty "retribua o favor" abrindo as portas para o Catar.

Passo 2. A corrida seria no autódromo de Losail, onde já acontecem corridas da MotoGP há alguns anos. Acionistas do Catar tem uma parte das ações do Grupo Volkswagen. Tá, mas o que isso tem a ver?

Bom, Stefano Domenicali era CEO da Lamborghini, uma das marcas do grupo, antes de virar o novo chefão da F1, nesse ano. Um dos objetivos da FIA é finalmente atrair uma ou mais marcas do grupo, como a Audi e a Porsche, para serem fornecedoras de motor a partir do próximo ciclo, em 2025. A partir do ano que vem, a F1 terá apenas Mercedes, Ferrari e Renault como fornecedoras e, dependendo de mudanças no regulamento, pode finalmente ter as marcas alemãs na categoria. Uma corrida no Catar pode ser entendido como um gesto de boa vontade.

A verdade é que, apresentando esses fatos/teorias, fico convencido que não seria aleatório isso acontecer. Afinal, depois de Arábia Saudita, Vietnã, Índia e Coreia do Sul, pensar em critérios talvez seja um pouco demais.

TRANSMISSÃO:

30/07 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)

30/07 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)

31/07 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)

31/07 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)

01/08 - Corrida: 10h (Band)

segunda-feira, 26 de julho de 2021

TEMPO PARA RESPIRAR

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

São quatro meses e estamos indo para a décima primeira corrida. Em tempos não muito distantes, estaríamos nos aproximando do final da temporada, mas não estamos nem na metade.

Nesse meio tempo, chegamos a ter três corridas consecutivas e sem muito descanso. Com mais provas, algumas chegam a ficar no esquecimento, pois o calendário é muito corrido. Não dá tempo para digerir muito. É seguir e seguir.

A F1 chega na Hungria, reduto onde Lewis Hamilton já venceu incríveis oito vezes, numa tensão que há tempos não se via. Vai ser a primeira corrida desde o incidente de Silverstone. As duas semanas sem ação ao mesmo tempo que nos baixam a adrenalina, também nos deixam ansiosos para saber qual será a reação disso tudo.

Quando ficou claro que seria uma disputa mano a mano, mais do que um monólogo da Mercedes, ficou evidente que cada corrida importa e cada momento pode ser decisivo para um ou outro. Essa situação fica cada vez mais nítida agora que Max e Hamilton estão separados por sete pontos, assim como Red Bull e Mercedes estão a apenas quatro.

Essa intensidade na disputa e no número de corridas cobra um preço, até para o público. Mais corridas significam mais atenção e mais esforço para acompanhar. Num campeonato onde tudo está equilibrado, não há margem para não acordar, dormir ou algo do tipo. Tudo pode fazer a diferença. Não há tempo a perder.

O GP da Hungria marca o final da primeira metade da temporada. Incríveis onze corridas, onde a segunda metade, a princípio, terá ainda mais, doze! Ou seja: um campeonato inteiro pela frente. Se agora já estamos com essa sensação de esgotamento, imagina com mais 12 etapas em cinco meses? 

Depois da Hungria, é férias no verão europeu. É tempo para respirar. É tempo para descansar. Ao mesmo tempo, vai ser impossível não estar com a cabeça no futuro, ansiosos para voltar e descobrir o que vai acontecer na segunda metade desse campeonato que se avizinha o mais eletrizante da década. 

Bom, pelo menos têm as Olimpíadas e o retorno do futebol europeu para distrair, bem como a vacina chegando para o pessoal da minha idade, o que talvez permita sonhar em dar umas voltas com responsabilidade.

Até!

segunda-feira, 19 de julho de 2021

O QUE VEM POR AÍ

 

Foto: Getty Images

O que aconteceu ontem em Silverstone é a grande imagem que simboliza a disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, seja para essa temporada ou para os anos seguintes. Mais do que campeonatos, são as batalhas que ficam vivas nos olhos e memórias dos fãs, e é isso o que mais representa uma rivalidade dentro de uma competição.

Foi o basta de Hamilton. Foi a hora de mostrar para o jovem Max quem ele é e porque tem quase 100 vitórias, 100 poles e briga pelo octacampeonato. Para quem expulsou um bicampeão, o "sucessor do Schumacher", o holandês filho de Jos é fichinha. O recado foi claro: você é durão, eu também posso ser. Vamos ver quem fica em pé.

A passividade anterior de Lewis é facilmente explicada: até esse ano, as disputas com Max não valiam muita coisa. Era raro a Red Bull bater de frente, então não valia a pena ir até as últimas consequências. 2021 não é o caso, tampouco ontem era. Max sempre foi durão pelo jeito de ser e também porque certamente não pensa que alguém vai se indispor ou se impor perante a isso. Leclerc se adaptou, agora é a vez de Lewis.

Max provou do próprio veneno. Dessa vez, Hamilton também levou até as últimas consequências e pagou para ver. Melhor para o inglês. Na maior temporada da história, onde sequer chegamos a metade, ainda falta muita coisa e menos de dez pontos separam os dois.

O holandês não aceitou bem a situação, é claro. Foi uma das poucas vezes onde a imposição falhou, encontrou uma barreira, literalmente. A dor e a raiva é notável através das redes sociais. Para a Red Bull, há aí um desejo de vingança, de retaliação, e isso pode ser perigoso. Os taurinos trabalharam duro para estar numa posição de desafiante sólido, podendo virar o jogo. Um descontrole emocional, sendo justificável ou não, pode colocar todo esse trabalho por água abaixo.

O incidente de Silverstone é uma imagem e um ponto de ruptura. Se recentemente lembramos de Schumacher parado em Mônaco, Alonso atrasando a saída dos boxes na Hungria, Nelsinho Piquet batendo em Cingapura, as disputas entre Hamilton e Rosberg e a batida de Vettel em Hockenheim, também já está registrada a batida de Hamilton e Verstappen. E vem muito mais  por aí, mas o quê?

Esse ponto de ruptura, se puxar dois casos famosos, podem ser bem perigosos. A diferença entre os dias atuais e antigamente é que Hamilton e Verstappen não são da mesma equipe. Em 1982 e 1989, Ferrari e McLaren viveram uma guerra interna.

Em San Marino, em 1982, Didier Pironi passou Gilles Villeneuve, uma quebra do acordo de cavalheiros. Uma irritação que culminou numa negociação do canadense com a Williams, a raiva em superar o francês de qualquer forma que fez Gilles ir para a pista e morrer na Bélgica. Meses depois, Pironi sofreu um grave acidente que encerrou a carreira. Consequências trágicas.

Senna e Prost é mais famoso. Senna também teria desrespeitado um acordo de cavalheiros que enfureceu o francês é o resto é história, culminando nos polêmicos finais de campeonato de 1989 e 1990, onde o francês venceu na primeira e o brasileiro "deu o troco" no ano seguinte, quando Prost já estava na Ferrari.

Na F1 moderna, esperamos que isso não chegue até as consequências mais drásticas. É por isso que Hamilton falou em baixar a temperatura. O clima está quente e pesado. A Red Bull, agora, quer além do título, uma vingança. Pela personalidade de Max, podemos esperar muita coisa com ansiedade nos próximos meses. Imagina como vai estar Zandvoort, em setembro, no retorno da Holanda ao circo... é o que vem por aí.

Até!

domingo, 18 de julho de 2021

CRIME E RECOMPENSA

Foto: Getty Images

A corrida classificatória foi uma bizarrice que eu já esperava. Poucas voltas e não havia sentido arriscar para perder quase tudo no domingo. Pérez errou e Sainz se tocou com Russell, o que comprometeu o domingo deles. Toda a bonita festa de Hamilton na sexta se esvaiu quando Verstappen passou na primeira curva e conquistou o direito de ser o pole, mas sem ser o mais rápido numa volta lançada do jeito tradicional, que é o normal. Pra mim, nada tira o fato de que o pole de fato e de direito foi Lewis Hamilton.

Vamos para hoje. Ontem, os dois até duelaram bastante para quem tem muito a perder - no caso ambos, dependendo do ponto de vista. Hoje, Hamilton largou melhor e pressionou Verstappen que, sempre duro, rechaçou as investidas até chegar na antiga reta principal. Naquele instante, Hamilton estava ficando 40 pontos atrás de Max. É um ponto da virada. O inglês, experiente, foi passivo até demais nas disputas contra o holandês até a ocasião. Até a ocasião. Max, como sempre, não arrefeceu. 

Os dois pagaram pra ver. No fim das contas, Hamilton jogou Verstappen para o muro, lembrando Schumacher em 1999. Por sorte da evolução da segurança nos carros, o impacto de 51G não quebrou nada em Max além do carro. O holandês foi para o hospital tonto e com dores nos ombros.

Para a sorte de Hamilton, o "delito" não teve grandes consequências: o carro não ficou tão danificado e sem grandes prejuízos, ainda teve mais um detalhe: a bandeira vermelha, que permitiu trocar as peças necessárias e os pneus. Mudou toda a corrida. Uma batida de 51G que levou um piloto para o hospital não pode ser interpretada do mesmo jeito que uma espalhada ou o incidente de sábado de Russell e Sainz, certo? Para a FIA, é a mesma coisa. Aliás, Russell foi mais penalizado que Hamilton pelo incidente. O inglês teve "10 segundos de punição" o que, pilotando uma Mercedes, não quer dizer nada. 

O recado da FIA foi claro: pode levar o amiguinho para o hospital que você terá apenas 10 segundos de prejuízo. Abriu um precedente que pode ser perigoso. Apesar das dificuldades de aproximação, Lewis conseguiu superar Leclerc na antepenúltima volta para vencer pela oitava vez em Silverstone. Além de mandar o rival para o hospital, diminuiu a desvantagem para apenas oito pontos no campeonato e quatro nos construtores, pois Pérez teve um final de semana bisonho e se limitou a tirar um ponto de Hamilton pela volta mais rápida. O crime recompensou.

Corrida extraordinária de Charles Leclerc. O monegasco, no entanto, é uma mistura de Chris Amon e Jean Alesi que deu certo. Ele consegue ser extremamente veloz e tirar o melhor do carro mesmo quando ele está longe de ser competitivo, mas ainda assim tem um azar impressionante. Às vezes bate, às vezes tem problemas no motor e perde corridas nas voltas finais. Foi por pouco que a Ferrari não fez a Itália fazer a festa na Inglaterra mais uma vez. Espero que os italianos entreguem para Leclerc e o regular Sainz, com uma boa corrida de recuperação, um carro capaz de competir mais vezes no alto em 2022.

Outro piloto extremamente regular e que mais uma vez foi prejudicado pela própria equipe foi Lando Norris. Mais um pit stop ruim tirou o pódio em casa, perdendo a posição para Bottas. O finlandês está mais consistente nas últimas semanas, no momento mais difícil da Mercedes na temporada. Se é o suficiente para permanecer? Talvez não, embora Russell siga zerado. Lando segue batendo em Ricciardo, que chegou logo atrás mas ainda assim bem distante do jovem inglês. Uma diferença quase constrangedora.

Don Alonso foi o destaque do final de semana. A corrida classificatória serviu para mostrar que o talento não vai embora mesmo com a idade. Largando com os macios, passou seis e largou lá na frente e hoje chegou em sétimo, segurando Aston Martin e Alpha Tauri. Stroll e Ocon se recuperaram, Raikkonen se envolveu em confusão outra vez e Vettel voltou a rodar, enquanto Tsunoda apareceu do nada no top 10 e só descobri porque olhei a classificação com mais cuidado depois de algumas horas.

Lewis Hamilton mostra para quem só o conhece do Instagram e do Netflix o porquê de ser heptacampeão. Talento ele tem de sobra, mas todo campeão toma atitudes questionáveis, é territorialista e as vezes defende o espaço com atitudes morais questionáveis. O Hamilton que expulsou o bicampeão Alonso da McLaren, fez um 2011 pífio e brigou com Rosberg mostrou hoje que Max precisa respeitá-lo, por bem ou por mal. 

Do jeito que o holandês é esquentado, hoje pode ter sido o início de uma rivalidade de fato. Certamente a batida de hoje não acaba em Silverstone. É bom lembrar aos apressados que estamos apenas na décima de 23 corridas. Falta muita coisa. O campeonato está mais aberto do que nunca e, hoje, a recompensa voltou a estar com o inglês.

Confira a classificação final do GP da Inglaterra:


Até!


sexta-feira, 16 de julho de 2021

QUASE TUDO DIFERENTE

 

Foto: Getty Images

Silverstone é a primeira pista desde 2019 que volta a ter a capacidade máxima de torcedores no autódromo. Isso, por si só, já representa muito na F1 e no contexto onde vivemos. Além disso, temos outras diferenças notáveis e, por que não, históricas nesse final de semana.

Começando por um qualyfing na sexta-feira de tarde, lembrando os tempos antigos quando os tempos de sexta e sábado decidiam a pole position. Dessa vez, vale o direito de largar na frente na Sprint Race. 

Se vimos a Red Bull passeando no primeiro treino livre, a Mercedes ressurge das cinzas e "surpreende" com Hamilton e Bottas em ritmo muito forte. Esconderam bem o jogo. No entanto, é bom lembrar que Silverstone é um reduto da Mercedes desde antes mesmo da era híbrida, então seria natural um certo predomínio. O contrário, por exemplo, poderia significar grandes preocupações para o desenrolar da temporada.

Onde quase tudo é diferente, vimos Ricciardo bem, Norris mais tímido, George Russell mais uma vez roubando a cena e grandes interrogações para amanhã. Teremos um warm-up antes da corrida classificatória e, aí sim, nossos anseios serão saciados: vai ter briga ou vai todo mundo se preservar para domingo?

A julgar pela comemoração efusiva de Lewis Hamilton, a tarde de hoje serviu para recuperar a motivação e a confiança, mostrando sim que o octa ainda é possível. Sempre é bom lembrar: são 23 corridas no ano e estamos indo para a décima, somente. 

Confira o grid de largada da Sprint Race amanhã:


Até!

quinta-feira, 15 de julho de 2021

GP DA INGLATERRA: Programação

 O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019 e 2020) - 7x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 182 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 150 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 104 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 101 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 62 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 60 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 40 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 39 pontos
10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 20 pontos
12- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 9 pontos
15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull Honda - 286 pontos
2 - Mercedes - 242 pontos
3 - McLaren Mercedes - 141 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 48 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 44 pontos
7 - Alpine Renault - 32 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

O ACORDO É IMINENTE, MAS MARKO ESTÁ DE OLHO

Foto: Autoracing

Existe a possibilidade de George Russell ser oficializado como parceiro de Lewis Hamilton na Mercedes em 2022. George já fala em tom de despedida e, mesmo que Bottas seja publicamente defendido e elogiado por Hamilton, a mudança é iminente. 

Apesar disso, caso a Mercedes opte pela renovação do finlandês, não está descartada uma investida da Red Bull em Russell para ser companheiro de Max Verstappen. É o que disse simplesmente Helmut Marko, o homem forte dos taurinos.

"O Russell certamente é alguém que vale ser considerado, dadas as performances que ele vem tendo na Williams nesses últimos tempos. Só que a Mercedes deixar o Russell ir embora… seria um erro enorme. Sinceramente, não consigo imaginar”, disse.

É evidente que isso é uma chance remotíssima, mas mostra uma certa pressão da Red Bull, nem que seja só publicamente para deixar aquele clima. Caso tudo se confirme, Sérgio Pérez segue sendo o favorito para continuar como o fiel escudeiro de Max na equipe.

É claro que, se pensarmos mais a sério nessa hipótese, Russell não seria contratado para ser um xerife na área, pelo contrário. Será que valeria a pena? Bem, qualquer coisa é melhor que permanecer na Williams por mais um ano, certo?


SÓ NO FIM DO ANO

Foto: Alfa Romeo

É o que diz Frederic Vasseur, chefão da Alfa Romeo, sobre o futuro de seus dois pilotos, principalmente o Homem de Gelo Kimi Raikkonen. O contrato dele e de Antonio Giovinazzi vão até o final da temporada, mas Vasseur diz não ter pressa para resolver a situação. Pelo contrário: ele quer que os dois estejam sob pressão para entregar resultados e, assim, "definir" o próprio futuro na escuderia.

"Estamos trabalhando em conjunto. Tivemos muitas corridas em sequência nos últimos dois ou três meses. Creio que discutiremos isso na parte final da temporada, não antes disso.

Manter nosso sistema sob pressão é sempre algo positivo. Não quero me comprometer por um período de tempo longo, não quero dizer ‘pessoal, agora vocês podem relaxar e blá blá blá’. Temos de manter todos sob pressão. Fórmula 1 é sobre pressão e temos que manter assim", falou.

Vasseur também afirmou que a F1 é um dominó, então vai esperar a definição das equipes de maior hierarquia para depois sim poder pensar melhor no que fazer com a Alfa Romeo.

"Além disso, não sabemos o que pode acontecer nas categorias de base, no topo do grid e tudo mais. Então não quero ter esse comprometimento hoje. Sabemos que o grid começa a ser definido pelo topo. O Sr. Toto Wolff tomará sua decisão, aí o Sr. Horner, e uma hora chegará em nós.

Mas não, estamos sem pressa para tomar esse tipo de decisão. As coisas estão em andamento, com certeza, temos essa questão sobre o Kimi, mas Antonio está melhorando e queremos mantê-lo assim até o fim da temporada”, concluiu para a revista Autosport.

Existem burburinhos de que a Alfa Romeo estaria atrás de Bottas, caso esse realmente não fique na Mercedes. Além do mais, Giovinazzi é uma imposição da Ferrari. O futuro dele depende dos italianos e uma composição com a parceira ex-Sauber. A Raikkonen, certamente não será imposto nada: um campeão mundial e que mais vezes correu na F1 é o senhor do próprio destino. O que ele quiser, está feito. E deveria ser assim. 

Agora, se a Alfa Romeo resolver trocar dois pilotos às vésperas de um novo regulamento, certamente será um grande problema arranjar dois pilotos que se completem e novatos no time. Por isso mesmo é uma situação improvável. Vasseur mantém o suspense, mas não acredito em grandes reviravoltas até o fim do ano.

TRANSMISSÃO:
16/07 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
16/07 - Classificação: 14h (Band Sports)
17/07 - Treino Livre 2: 8h (Band Sports)
17/07 - Corrida Classificatória: 12h30 (Band e Band Sports)
18/07 - Corrida: 11h (Band)