segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A CHANCE DE PIETRO

 

Foto: Divulgação/Haas


Como consequência do acidente das mãos queimadas de Romain Grosjean, a Haas rapidamente tomou uma atitude e anunciou que o brasileiro Pietro Fittipaldi será seu substituto, a princípio, apenas para a etapa do GP do Sakhir do próximo final de semana.

Chama a atenção essa cautela otimista de se pensar em uma rápida recuperação do francês para Abu Dhabi, considerando que Grosjean não permanece na F1 no ano que vem e provavelmente teve sua última imagem no esporte saindo de um carro em chamas e pulando em um guard rail. Sem muito o que pensar, a Haas toma uma decisão coerente: se tem o brasileiro e Déletraz como pilotos reservas e surge a oportunidade, não faria sentido contratar Hulkenberg, até porque o carro americano não permite grandes voos.

É um prêmio aos serviços do brasileiro na equipe. Reserva há muitos anos, Pietro parece fora da disputa dos dois carros da equipe para o ano que vem, cujo favoritismo é do bilionário Mazepin e de Mick Schumacher. Convenhamos que o brasileiro também não fez por merecer estar nessa posição, muito em virtude do sobrenome que carrega e a baixa competição que teve na já decadente World Series onde foi campeão, em 2017, e lhe deu boa parte dos pontos necessários da superlicença.

É a grande chance de Pietro. O brasileiro deu sorte também que a próxima etapa será em um oval e não terá tantas exigências de curva para alguém que não guia um carro em competição desde fevereiro e um F1 desde 2019. Vai ser algo mais semelhante a Nascar e a Indy que ele iniciou a carreira e fez algumas participações nos anos anteriores.

Tudo joga contra: o carro, o tempo de inatividade, mas a sorte de Pietro é que nessa pista todo mundo vai ser um estreante, o que pode nivelar a competição. Se não bater e não fazer muito feio, já será um grande resultado. E assim o Brasil volta ao grid da F1, mesmo que por duas corridas talvez, depois de três anos.

Até!

domingo, 29 de novembro de 2020

QUASE TUDO IGUAL

 

Foto: Reprodução/F1

Pela primeira vez (ou talvez segunda), uma geração de telespectadores teve a sensação de estar testemunhando a morte de um piloto ao vivo durante uma corrida, justamente quando a F1 parece mais segura a esse tipo de fatalidade.

O acidente de Jules Bianchi não foi televisionado e, a primeira vista, não parecia grave. Me referi a grave batida de Robert Kubica em 2007, em Montreal, quando capotou várias vezes e desmaiou no carro. Eu pensei que tinha morrido, mas no final das contas teve apenas um tornozelo quebrado.

Hoje, Grosjean fez mais uma das suas trapalhadas que, de novo, quase causaram sua morte. Ninguém esquece de suas batidas, a largada na Bélgica em 2012 e o cavalo de pau que ele deu na largada de Barcelona e quando tentou dar a volta com metade do grid atrás. Hoje, talvez por não enxergar no ponto cego ou simplesmente não ver os retrovisores, foi no meio de Kvyat e bateu reto no guard-rail.

Uma explosão. Fazia tempo que um carro não explodia assim. Parecia filme de ação. A TV não mostrou os detalhes no primeiro momento e sempre faz isso quando algo parece ser gravíssimo. A impressão era de morte, ou no mínimo o francês estava bem passado. 

Foto: Getty Images

Depois, com a recuperação das imagens, deu para entender a sequência dos acontecimentos. O mais impressionante é que a Haas atravessou o guard-rail, teve vazamento da gasolina e o carro ficou partido em dois. Como Grosjean não ficou dividido também? Tudo bem que a célula de sobrevivência é feita para maximizar o impacto, mas como um carro desses passa no crash test? E como um guard rail desses permite que um carro a 200 o atravesse?

A explosão à la Berger em 1989 e o carro no guard rail à la François Cevert e Koinigg juntaram e parecia um acidente que deformaria o corpo do francês que milagrosamente sobreviveu graças aos aparatos de segurança, o macacão anti-chamas, a rápida ação das pessoas que fazem parte do carro médico, a destreza do francês, na adrenalina, além do próprio Halo. Hoje sim ele evitou que a cabeça de Grosjean virasse uma almôndega.

Os fiscais estavam visivelmente despreparados, mas alguns conseguiram identificar que Grosjean, saindo pela lateral, pulava o guard rail enquanto pegava fogo num último espasmo para depois ser levado ao hospital. O francês misturou diversos acidentes fatais da história do automobilismo e só não teve o mesmo fim por pura e simplesmente sorte, além da tecnologia.

Foto: Reuters

Grosjean está no hospital em observação e teve queimaduras nas mãos. Suas chances de terminar a temporada são pequenas, visto as lesões e até o próprio trauma psicológico que isso deve demandar. O francês sempre mostrou ter medo dos ovais da Indy e tem filhos pequenos. Talvez isso tenha sido um sinal de que o automobilismo acabou para ele. Dito isso, a culpa do acidente foi do francês e ele quase foi vítima de sua própria inconsequência.

Até os próprios pilotos voltaram a se dar conta que sim, o automobilismo é perigoso e pode te tirar daqui em um instante. A sensação de segurança e a falta de limites que isso implica serão abordados em outro texto, mas é nítido que processar tudo isso teve um abalo emocional em todos. De repente, estar vivo e saudável era a grande vitória de cada um.

Na relargada, a bruxa parecia solta e Kvyat, envolvido indiretamente na quase morte de Grosjean, fez Stroll capotar. O canadense anda numa zica que eu fiquei triste por uns dois segundos e passou, mas eu seria castigado no fim, para variar. 

Sobre a corrida? A péssima largada de Bottas e seu azar ficaram em segundo plano, mas mais uma vez é inclassificável esse cara ser o grande adversário de Hamilton, que venceu sem fazer muita força com Max Verstappen em segundo. Sérgio Pérez vinha para mais um pódio tranquilo quando o motor Mercedes explodiu no final. O mexicano é uma das pessoas mais injustiçadas do mundo e deve anunciar amanhã que não estará na F1 em 2021. O pódio caiu de paraquedas para Albon. Sua situação não muda muito mas ao menos ganhou mais um troféu para a coleção.

Os destaques ficaram com a dupla da McLaren, que soube capitalizar as oportunidades recebidas, Pierre Gasly, a combativa dupla da Renault e Charles Leclerc, que fez o possível.

Hoje, o resultado foi o que menos importou. Onde tudo foi quase igual, o banal de viver precisou ser celebrado pelas circunstâncias, e é isso que realmente importa.

Confira a classificação final do GP do Bahrein:



Até!


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

FIM DE FESTA

 

Foto: Getty Images

Nas próximas três semanas, a F1 encerra a temporada maluca de 2020 com o oval do Bahrein como grande novidade. Enquanto isso, entre esse evento, temos a primeira corrida em Sakhir e o chatíssimo GP de Abu Dhabi simbolizando esse fim de feira da categoria.

No deserto, que teve até garoa e onde as condições normais imperam, será mais um grande final de semana para Lewis Hamilton, o mais veloz dos dois treinos.

Outro que já entendeu que é realmente o fim da festa mesmo é Alexander Albon, que deu uma porrada na última curva no treino dois e deve ter sacramentado a saída da categoria com isso, pois o japonês Tsunoda deve ir para a Alpha Tauri.

Quem está aproveitando essas chances para uma última boa impressão é o ascendente Sérgio Pérez, mais uma vez entre os mais rápidos. A grande motivação é a última grande chance da vida: guiar um grande carro, mas com o conhecido pacote Red Bull: Max Verstappen e as prioridades... a essa altura, pouco importa para Checo. É como ganhar na loteria.

O grande fato do final de semana é a decisão na F2. Callum Ilott é pole, Drugovich o segundo e o virtual campeão Mick Schumacher apenas o décimo. Vai ser tema de um post no blog o grande ano da F2 que tivemos, com bons pilotos ascendendo para a categoria no futuro.

Ademais, não há muito o que escrever. Os principais convidados já foram embora e agora está todo mundo embriagado esperando o nascer do sol para apagar na cama e se recuperar da ressaca.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP do Bahrein:



Até!


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

GP DO BAHREIN: Programação

 Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Foto: Getty Images


ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Charles Leclerc - 1:27.866 (Ferrari, 2019)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2012, 2013, 2017 e 2018) - 4x

MOTOR PRÓPRIO? É POSSÍVEL

Foto: Motorsport

É o que diz o chefão Christian Horner. Com a saída da Honda e a impossibilidade e o desinteresse de negociar com os outros fabricantes (Ferrari, Mercedes e Renault), a última e única alternativa é tentar adquirir a tecnologia dos japoneses, com quem os taurinos possuem boa relação.

“A grande questão, então, é: um energético pode produzir um motor capaz de competir com os melhores do mundo? Conseguimos com o chassi, então deve ser possível com o motor”, disse para a Sky Sports.

Vale lembrar que Helmut Marko está em tratativas e estava em vias de viajar para o Japão para resolver tudo isso pessoalmente com o pessoal da Honda. A questão é que o tempo é inimigo dos austríacos: eles têm um ano para acertar e começar a colocar em prática a operação. 

Do contrário, a Red Bull pode deixar de figurar como uma equipe de ponta, com diferencial, o que também pode, como consequência, afugentar Max Verstappen, que já está ficando velho e impaciente por um projeto vencedor a curto/médio-prazo.

2020? JÁ ERA

Foto: Getty Images

Não estou falando do campeonato, que todos sabem que foi mais uma vez vencido por Lewis Hamilton e a Mercedes, mas sim das possibilidades de vitória da Red Bull na temporada. Foi o que disse Max Verstappen, ainda muito decepcionado com o domingo na Turquia, onde perdeu a grande chance de vencer a segunda no ano depois de fazer treinos muito competitivos.

Errando na chuva e rodando duas vezes em momentos cruciais, Max deu mostras daquele piloto irregular do início da carreira que ainda não sabe digerir a responsabilidade da obrigação de andar bem quando há o protagonismo, o que era nítido em Istanbul. Ele segue lamentando o sexto lugar e não acredita que será capaz de vencer no Bahrein e em Abu Dhabi.

“Ainda que as condições de pista estivessem complicadas na sexta-feira, eu estava contente com o equilíbrio que encontramos e o carro funcionava bem. Sentíamos uma motivação para o fim de semana. Foi decepcionante para toda a equipe terminar na sexta colocação porque não era o que desejávamos e nem esperávamos.

Não só eu, mas toda a equipe saiu decepcionada da Turquia porque sempre queremos ganhar. Não creio que vamos ter essas condições de pista outras vezes e as próximas corridas provavelmente vão ser mais normais.

[O Bahrein] é uma pista que conhecemos bem, mas é sempre dura com os pneus, então será importante para encontrar uma boa configuração [do carro]”, disse para o GP Fans.

Apesar de duro, Max tem razão. Ele tem poucas chances de vencer por ano e, desta vez, não aproveitou. Em 2021 não será muito diferente. A única esperança é o tal do novo regulamento, mas até lá muita coisa pode mudar, melhorar ou piorar. A conferir.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 307 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 197 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 170 pontos
4 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 100 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 97 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Renault) - 96 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 75 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 74 pontos
9 - Alexander Albon (Red Bull) - 70 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 63 pontos
11- Lance Stroll (Racing Point) - 59 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 40 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 26 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 504 pontos
2 - Red Bull Honda - 240 pontos
3 - Racing Point Mercedes - 154 pontos
4 - McLaren Renault - 149 pontos
5 - Renault - 136 pontos
6 - Ferrari - 130 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 89 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO













terça-feira, 24 de novembro de 2020

EXPERIMENTOS

 

Foto: Getty Images

Em um ano tão tumultuado, apesar de veloz, parece que a temporada da F1 se arrastou de uns tempos para cá, muito em virtude da falta de competitividade lá na frente. Com os títulos mais uma vez definidos com muita antecedência, restam poucos atrativos para esse fim de ano no Oriente Médio.

Um deles será apenas na semana que vem mas vou adiantar agora. Afinal, serão duas corridas no mesmo local: Sakhir. Essa semana, o já tradicional GP noturno. Na semana que vem, a grande novidade.

Será utilizado apenas o anel externo do circuito, transformando a pista em quase um oval. Serão 90 voltas aproximadamente e, pela primeira vez, os tempos de volta serão abaixo de um minuto. A expectativa é alta justamente pelo fator novidade, experimental, ainda mais a essa altura do campeonato.

A grande lição que 2020 deixa para a Fórmula 1 é que existem muitos circuitos que podem ser melhor aproveitados e entregam muito mais emoção do que velhas figurinhas carimbadas. Nem preciso citar Barcelona, Paul Ricard, Sochi e até Abu Dhabi, que são corridas insossas. Mugello e talvez até a Turquia, com a dramaticidade e o caos, poderiam seriamente ser inseridas com mais frequência no calendário.

O futuro ex-chefão Chase Carey disse que pretende, a partir de 2022, fazer um revezamento de pistas, sem cortar as tradicionais, é claro. Pode ser um caminho interessante. O inchaço do calendário não é bom. Por que não correr em Mugello e ir parar nas ruas da Arábia Saudita? Não há explicação que não seja monetária. Por que não tentar convencer a Malásia a voltar? 

Enfim, diante do caos e da necessidade de recomeçar é que surgem grandes experimentos, novidades e tendências. Que o covid-19 tenha servido para a F1 entender que há muitos circuitos capazes de darem entretenimento. Basta vontade de mudar e servir um calendário melhor para o público porque, sabemos, um campeonato emocionante com vários protagonistas é utopia.

Até!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

PÉ NO CHÃO

Foto: Getty Images

 Em tempos onde a sobriedade e o equilíbrio são ridicularizados, parecia que a Fórmula 1 também iria embarcar em um universo fantástico, baseando-se na palavra de gente duvidosa e o olho grande em ganhar muito mais.

Contrato assinado e a F1 saía de Interlagos para embarcar um local que ainda não existe e, tomara, jamais existirá. Outro contrato assinado e a F1 pode sair da principal emissora do país para um grupo que deu calote na MotoGP e todo o resto é dúvida.

Pois bem, parece que a realidade bateu a porta. Mesmo com o tal Chase Carey fazendo lobby e pressionando para que houvesse as garantias ambientais de construir uma pista no meio de uma floresta no Rio de Janeiro, há muitos problemas nesse projeto que irão demandar tempo que talvez nunca exista. 

A solução, então, é óbvia: a Liberty voltou a negociar com Interlagos e o governo do Estado de São Paulo anunciou um acordo de cinco anos para a continuação do autódromo na F1. Ainda falta a oficialização da Liberty e da FIA, mas Interlagos está no calendário provisório de 2021 para exatamente um ano, no dia 16 de novembro.

A outra grande notícia recente foi a tal Rio Motorsports que comprou os direitos da F1 a partir do ano que vem e estava tentando desovar em alguma emissora. Foram especuladas todas da TV aberta e mais o grupo Disney nos canais fechados. A Rio Motorsports tinha uma data limite para apresentar as garantias bancárias da transação e, a exemplo da MotoGP, não as fez. Com isso, a Liberty, que é ingênua mas não tão burra assim, já passou a negociar com outras emissoras...

Vale lembrar que o Brasil é um dos poucos lugares que transmite todas as corridas em TV aberta, sendo um dos locais com mais telespectadores da categoria no mundo. E lá foi a Liberty tentar um acordo com a Rede Globo. Nesse caso ainda o mistério perdura: onde nós poderemos assistir a F1 em 2021? Não sei, mas ficar com os pés no chão, nesse caso, é muito bom, mesmo que seja uma coisa óbvia.

Até!

DINASTIA

 

Foto: Getty Images

O final de semana na Turquia, só pelo fato de ter retornado para Istambul em virtude da pandemia, já seria algo diferente por si só. No entanto, com a chuva no treino que infelizmente nos premiou com uma pole para Lance Stroll, o sentimento de incerteza tomou conta de todos. E foi ótimo.

A corrida foi com pista molhada. Imprevisível como sempre, parecia que seria um dia histórico para a Racing Point, que foi se isolando do pelotão, sobretudo Stroll. Parecia que o inevitável iria acontecer. Verstappen teve uma péssima largada e, na ânsia de recuperar posições, rodou várias vezes e desperdiçou uma grande oportunidade. Quando precisou ser protagonista, fraquejou no sábado e no domingo. Brilhar sem responsabilidade é fácil. Max teve um dia daquele Max de 2016-2018.

Vettel, por sua vez, teve seu grande dia. Muito bem na chuva, pulou para o quarto lugar e segurou Hamilton durante boa parte da corrida, em sua grande atuação na temporada. Leclerc, lá atrás, apostou em parar logo que a pista começou a melhorar e foi mais rápido, acelerando e ganhando posições. Um piloto rápido, cerebral e preciso. Em grandes momentos que vai ter na carreira, o monegasco parece quase pronto...

Com um show de rodadas de Albon e Verstappen e a parada de Vettel, mais a pista secando, fez com que Hamilton finalmente entrasse na corrida. A Racing Point, tentando copiar a estratégia da Ferrari, fez Stroll parar para tentar voltar acelerando para garantir a vitória. Acontece que Stroll não é Leclerc e, obviamente, o conto de fadas virou pó. Por um segundo cheguei a ficar com pena do canadense, que liderou 32 voltas e foi só o nono. Bem decepcionante.

O caminho livre fez Hamilton passar Pérez e, sem parar, abrir caminho e progredir rumo a uma vitória épica que coroa uma temporada e o momento histórico, que ficou até em segundo plano: o heptacampeonato. No entanto, não deixa de ser um fim broxante para uma boa corrida que prometia algo inédito.

Ao menos Checo Pérez volta para o pódio depois de dois anos e pode dar um grande passo para assinar com a Red Bull, mostrando segurança e bom ritmo. Vettel volta ao pódio de forma merecida por tudo que a Ferrari está fazendo com ele, uma verdadeira canalhice. Também é bonito um tetracampeão e o terceiro maior vencedor da história presente no pódio que corou o hepta.

Para isso, contou com um erro de Leclerc originado pela escapada do mexicano. O monegasco foi para o ataque para garantir o segundo lugar, passou do ponto e ficou fora do pódio. Ele ficou puto, o que é compreensível, mas Charles não pode ser tão emocional a ponto de se autodepreciar. Com o carro que tem, largando lá atrás, foi um dos melhores da corrida.

O silencioso Carlos Sainz pegaria o pódio se tivesse mais algumas voltas, sempre constante. A Renault deixou a desejar e foi coadjuvante. De resto, o mesmo de sempre.

Ah: Bottas é inqualificável. Não deveria continuar na Mercedes. É inacreditável como ele facilita o trabalho de Hamilton. É mais um desperdício de vaga.

A dinastia de Lewis Hamilton precisava de uma vitória épica como essa para simbolizar a carreira e genialidade deste grande do esporte. Ele não precisa provar nada para ninguém, mas o grande recado do inglês é seu envolvimento fora da pista, entendendo o papel de ídolo e exemplo que possui.

O que vem por aí? Mais vitórias, talvez mais títulos... não importa: a história está sendo feita diante dos nossos olhos. A frase é clichê mas precisa ser repetida para que se entenda essa magnitude.

Confira a classificação final do GP da Turquia:


Até!