terça-feira, 13 de julho de 2021

SOBRE A CORRIDA CLASSIFICATÓRIA

 

Foto: Motorsport 

Neste final de semana, a F1 estreia em Silverstone, onde tudo começou, o novo formato de corrida classificatória. A tendência é que, além da corrida britânica, esse procedimento também seja realizado em Monza, outro palco histórico e também ou em Suzuka, Interlagos ou Abu Dhabi, para formato de testes e reações de público e dos protagonistas do espetáculo.

Essa é uma medida que tenta deixar o formato do final de semana mais interessante. Assim como a tal da Superliga identificou no futebol, é muito difícil deixar os jovens presos vendo duas horas de corrida. O formato enfadonho e consolidado dos finais de semana da F1 é chato, repetitivo e muitas vezes descartável. Só malucos que nem eu que se prestam a assistir treino livre na sexta, por exemplo. Mais dinâmico e proporcionando mais "emoção", a F1 jura que a corrida classificatória vai aumentar a importância do espetáculo ao invés de tirar o peso da corrida de domingo.

Como isso vai funcionar? Na sexta-feira, ao invés do segundo treino livre, teremos uma classificação para a corrida classificatória. Ali serão definidas as posições de largada. No sábado, um terceiro treino livre, que na prática será um warm-up para a corrida classificatória que acontece no sábado, às 10h.

A corrida classificatória vai ter a duração de 100 km ao invés dos 300 km tradicionais de uma corrida, o que dá aproximadamente 30 ou 40 minutos. O resultado dessa "corrida" define o grid para domingo. O vencedor será o pole position para as estatísticas oficiais e vai somar três pontos, o segundo dois e o terceiro um.

A FIA acredita que será um sucesso, pois confia no instituto natural de competição dos pilotos, que dariam o máximo até se fosse uma corrida com carrinhos de supermercado. Lewis Hamilton, por outro lado, não acha que será emocionante, pelo contrário: prevê procissões porque ninguém seria idiota de forçar numa corrida de aquecimento e jogar o final de semana fora.

E, pra mim, Hamilton está coberto de razão. Corridas classificatórias e grids invertidos funcionam na categoria de base, é pra isso que serve. A F1 é grande demais para fazer testes como se fosse um Mario Kart. Isso é uma verdadeira cortina de fumaça para a falta de competitividade na categoria que tenta ser sanada com o novo regulamento em 2022. 

Sinceramente, torço para que dê errado e a F1 volte a pensar em soluções para tornar a categoria naturalmente atrativa, sem essas ações repletas de falsas emoções. Por outro lado, vai ser no mínimo divertido ver como funciona esse sistema. Quando eu era pequeno, gostava de montar o próprio grid no jogo da F1 2001, lá no PlayStation. Não é a mesma coisa, mas é como se Ross Brawn e Domenicali controlassem o próprio jogo da Codemasters ou o antigo GP4.

Só a prática para matar essa curiosidade no sábado e as consequências para domingo.

Até!

segunda-feira, 5 de julho de 2021

CHAMA MAIS ACESA

 

Foto: Motorsport

Uma notícia que pegou muita gente de surpresa foi a rápida renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes. Diferentemente do celeuma que só foi finalizado no início, o heptacampeão não só definiu o futuro rapidamente como também está garantido por mais dois anos na categoria, o que também surpreendeu muita gente.

No início do ano, até pela renovação arrastada, muita gente entendeu que Hamilton estava encerrando um ciclo na F1. O que fazer quando chega no topo? Mais poles, mais vitórias e a um título de ser o recordista isolado nesse quesito também. Franco favorito, se Hamilton vence o octa e abandona a F1 seria um acontecimento épico.

Não sabemos se a disputa e a desvantagem na temporada influenciou na decisão da permanência de Hamilton. Há tempos ele diz em entrevistas que deseja fazer outras coisas que gosta, como a moda e a música. Por estar numa posição tão privilegiada, as vezes parece fácil largar tudo, justamente porque não há desafios e é uma rotina cansativa. Muitos compromissos e responsabilidades, até porque Hamilton não é mais apenas um piloto. É um ativista, ícone, ídolo e herói de muitas pessoas que nem precisam assisti-lo com assiduidade.

Esses papos de aposentadoria são complicados. Aprendi a não acreditar. A exceção é Khabib Nurmagomedov. Falando em MMA, enquanto esteve sete anos no topo, Anderson Silva sempre dizia que ia se aposentar na próxima luta porque estava cansado e era um desejo da família. Hoje, aos 46 anos, acabou de vencer no boxe e talvez não demore muito para voltar a lutar. Bastou perder o título que o papo de aposentadoria não foi mais mencionado.

Na F1, exemplos recentes de campeões é o que não faltam. Michael Schumacher, Kimi Raikkonen, Fernando Alonso. Todos, por diferentes motivos, saíram e voltaram, mantendo uma longevidade na categoria. Michael Jordan é outro exemplo que quase todos conhecem, de quem se aposentou duas vezes e voltou duas vezes para o basquete.

Essas pessoas são acostumadas a competir desde pequeno. É o que sabem fazer. Uma vida dedicada a um propósito. Muitos deles não sabem fazer outra coisa. A competição e a repetição vira uma compulsão. É tanto esforço que isso cobra um preço: a exaustão, física e mental. Por mais que se tente parar e dar um tempo, a compulsão e a competitividade de uma vida inteira falam mais alto. Sempre há espaço para uma última tentativa ou a próxima, vencendo ou perdendo.

Talvez Hamilton tenha encontrado em Max Verstappen e a Red Bull a motivação para continuar. 2022 é ano de novo regulamento. Tudo pode mudar e a incerteza mata o ansioso. Como será? Só sabemos se tentar. 

Hamilton, mais do que nunca, jamais esteve tão próximo de perder a hegemonia e a posição no topo. É o leão velho tentando espantar o leão mais jovem e faminto. O medo e o impacto da derrota podem provocar muitas mudanças e entregar a motivação e a vontade que talvez estivesse faltando para Lewis, Toto e a Mercedes.

Não dá para lutar contra a natureza de um competidor compulsivo. Hamilton não precisa provar mais nada a ninguém. Perder ou ganhar mais um título não afeta o legado que conquistou mas sim, o risco de colocar tudo a perder mexe com a vaidade e a mente de uma pessoa, de um esportista. 

A possibilidade da derrota para Max Verstappen é, definitivamente, o deixa a chama de Hamilton mais acesa para competir e continuar na categoria, mesmo sem necessariamente provar mais nada para ninguém ou apenas trabalhar pelo pagamento no final do mês. Que possamos aproveitar enquanto ainda há tempo porque certamente não temos a noção do momento que estamos vivendo na categoria.

Até!

domingo, 4 de julho de 2021

ACACHAPANTE

 

Foto: Getty Images

Quem diria: a corrida de Paul Ricard teve mais emoção que essas duas da Áustria somadas. 

Max Verstappen está sem adversários. Mais uma vitória de ponta a ponta, um passeio no parque para delírio da massa laranja que delirou em Spielberg. Parecia clima de Libertadores e, na "La Bombonera Austríaca", Max e Red Bull mostraram uma grande superioridade no campeonato até aqui.

Só não foi nota 10 para os taurinos porque Pérez decepcionou hoje. Por mais estranho que possa parecer, o mexicano não tem experiência em carros de ponta e disputas no topo. Hoje, faltou calma para combater  Norris. Na ânsia de se livrar rapidamente do britânico, foi afobado, espalhou e teve a corrida comprometida. Ainda assim, a direção de prova puniu Lando com cinco segundos adicionais. Se tivesse mais calma, poderia esperar para vencer na estratégia, nos boxes, pois ritmo certamente a Red Bull tinha para isso.

Abalado com isso, terminou um dia ruim de trabalho jogando Leclerc duas vezes para a brita. Mesmo com dez segundos de punição, ainda conseguiu salvar um sexto lugar que ficou parado. Sem conseguir passar Ricciardo e até tomando passão de Leclerc antes da parada, a Red Bull perdeu uma dobradinha que talvez poucas vezes possa ser tão fácil de se conseguir.

Por falar na McLaren, que corridaça de Lando Norris, os desde treinos. Desde 2012 que a McLaren não largava na primeira fila. Segurou Pérez e as Mercedes o quanto pode e, mesmo com a punição, mostrou grande ritmo com os pneus duros para pressionar Bottas até o fim e quase conseguir o segundo lugar. É o piloto mais regular da temporada e indiscutivelmente um dos melhores, colocando a McLaren onde deve: a terceira força, enquanto Ricciardo segue bem atrás, de forma constrangedora. Muito ganho para pouco rendimento até aqui.

Se a situação está complicada para a Mercedes, um problema no assoalho não era o que Hamilton esperava, definitivamente. Foi por isso que o inglês perdeu rendimento e ficou de fora do pódio. Com 32 pontos de desvantagem, ou a Mercedes reage rapidamente, ou vai depender do acaso para se manter no topo. Apesar disso, é preciso ter cuidado. É a temporada mais longa da história e ainda estamos distante da metade do calendário. Ainda há tempo, apesar da sequência preocupante de derrotas.

A Ferrari ainda é uma equipe de altos e baixos. Ou faz um ótimo treino ou encaixa um bom ritmo de corrida, mas nunca as duas coisas juntas. Hoje, o ritmo foi bom. Sainz, "o novo Button", quando menos se espera, surge em quinto. Leclerc, mais brilhante, perdeu tempo com Pérez e foi só o oitavo. Falta equilíbrio para os italianos. 

Gasly conseguiu dois pontinhos enquanto Tsunoda colecionou punições. Alonso fechou o top 10 tirando Russell de lá. O inglês larga muito mal. Qualquer erro com um carro como o da Williams é fatal, mas também é fato de que é questão de tempo que isso aconteça. Talvez, mais na frente, o inglês seja recompensado com coisas maiores que um décimo lugar na carreira.

No final da prova, um incidente perigoso na F1 Masters. Raikkonen atropelou Vettel e só não foi muito criticado ou punido porque é justamente Kimi Raikkonen. Lembrou muito aqueles acidentes que o Schumacher sofria na Mercedes, fruto talvez da idade, menos reflexo e agilidade, essas coisas.

A cada semana, a Red Bull impõe uma derrota acachapante para a Mercedes, que precisa reagir urgentemente em Silverstone para que a condição anímica também não interfira na briga pela manutenção do status quo na F1.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


Até!

sexta-feira, 2 de julho de 2021

REPETECO

 

Foto: Getty Images

Apesar da imagem sugerir o contrário, mais uma vez a Áustria com corridas duplas torna a segunda parte um pouco mais chata, repetitiva e prevísivel, naturalmente. Ano passado, por ser início de temporada, tudo isso foi ignorado.

Mesmo que tudo pareça ser um "Vale a Pena Ver de Novo", tivemos alguns elementos diferentes em Spielberg. Hamilton fez o melhor tempo do dia. Na segunda sessão, foram testados pneus mais resistentes que podem ser utilizados na etapa seguinte, na Inglaterra, se aprovados pelas equipes.

Foi só esse humilde blog fazer um post que a Alpine estreou Guanyu Zhou em uma sessão oficial de F1, substituindo Alonso no TL1. Calium Ilott e Roy Nissany também participaram por Alfa Romeo e Williams, respectivamente, substituindo George Russell e Antonio Giovinazzi.

De resto, tudo parece bem nebuloso. Não há necessariamente o que testar, embora todo o drama e os blefes da semana sugiram o contrário. De novidade, mesmo, pode ser a chuva no domingo. Anunciada na semana passada inteira, não deu as caras. No fim do treino, já estava começando a pingar. A previsão é que domingo tenha uma tempestade. Quando anunciam isso, é certo: vai ter céu de brigadeiro domingo em Spielberg.

Tudo parece a mesma coisa até aqui, quase uma sensação de deja vu. Vamos ver se teremos novidades significativas na F1 nesse final de semana. 

Confira os tempos dos treinos livres para o GP da Áustria:



Até!



quinta-feira, 1 de julho de 2021

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebe duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:06.957 (Ferrari, 2018)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 156 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 138 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 96 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 86 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 74 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 58 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 50 pontos
8 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 37 pontos
9 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 34 pontos
10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 19 pontos
12- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 9 pontos
15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull Honda - 252 pontos
2 - Mercedes - 212 pontos
3 - McLaren Mercedes - 120 pontos
4 - Ferrari - 108 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 46 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 44 pontos
7 - Alpine Renault - 31 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

MUITO DIFERENTE

Foto: Getty Images

Em algum certo ponto, Lewis Hamilton teve alguma disputa cara a cara para bater Sebastian Vettel em 2017 e 2018. Portanto, deve ser um caso semelhante essa briga intensa com Max Verstappen, certo? Para o inglês, não. Lewis explicou as diferenças entre as brigas com Vettel e a disputa atual com Max:

 “Claro que antigamente tínhamos atualizações, e com pessoas que estavam sempre em busca de mudanças no carro. Claro que as coisas são mais calmas agora. Foi uma grande disputa na época, e eu tentei dar o melhor que podia. Acho que a briga nessa temporada tem sido muito boa entre nós dois. Nossas performances são muito parecidas, mas agora isso está mudando”, disse.

Bom, antigamente a Mercedes estava focada no desenvolvimento do carro e não se preocupava com o teto orçamentário recentemente imposto na categoria. Além do mais, 2022 é ano de novo regulamento e, ao menos publicamente, a Mercedes já sinaliza que o foco é total na concepção do W13.

Além do mais, outra diferença óbvia: a Red Bull é mais consistente e menos propensa ao erro do que a Ferrari e Max hoje é um piloto muito melhor que era Vettel na ocasião. Por mais óbvio que seja, nunca é demais frisar: os tempos realmente são outros.

E LÁ VEM ELES DE NOVO

Foto: Getty Images

Nesta semana, em meio ao GP da Áustria, a F1 já pensa nos novos motores que serão implementados na categoria a partir de 2025, substituindo a era híbrida, em vigor desde 2014.

Para isso, a FIA vai se reunir com os representantes dos atuais quatro motores da categoria (Mercedes, Ferrari, Renault e Red Bull, que vai substituir a Honda ano que vem) mais os CEOs de Audi e Porsche, eternamente especulados em uma entrada para a F1.

Embora as negociações já tenham iniciado-se há pelo menos seis meses, ainda não há nenhum indício de acordo ou definição, pelo contrário: muitas dúvidas, o que é natural, pois estamos falando de quatro anos no futuro.

O que se sabe é que Red Bull e Ferrari querem um teto orçamentário de 80 milhões de dólares, enquanto as outras partes defendem um limite de US$ 120 milhões.

A expectativa é que, no sábado, sejam acertadas as questões comuns para, aí sim, mais na frente, combinar aos poucos todas essas definições de uma "nova era" na F1. Todos esses detalhes vão fazer a diferença. Lembrem-se de como a dinastia Mercedes começou, bem antes do carro de 2014 entrar na pista...

TRANSMISSÃO:
02/07 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
02/07 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
03/07 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
03/07 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
04/07 - Corrida: 10h (Band)




terça-feira, 29 de junho de 2021

NOVO LAR

 

Foto: Divulgação

Uma notícia que passou despercebida na última semana foi o anúncio de que, a partir de 2023, o Grande Prêmio da Rússia será disputado no autódromo de Igora Park, em São Petersburgo, substituindo o circuito que fica no Parque Olímpico de Sochi, na F1 desde 2014.

Quais os motivos da troca? Primeiro, a corrida de Sochi nunca foi emocionante ou chamativa. Segundo e mais importante: além de ser um desejo de Vladimir Putin, isso encaixou com a ideia da F1/Liberty Media em colocar corridas em destinos turísticos. São Petersburgo é perto da Finlândia, que ainda tem dois pilotos importantes por lá, além de ser naturalmente mais turística que Sochi, apenas conhecida pelos Jogos Olímpicos de Inverno e recentemente a Copa do Mundo.

O circuito é projetado por Hermann Tilke, o que não sei se é algo de bom. De qualquer forma, nos próximos meses é que serão anunciados mais detalhes sobre o circuito, como o traçado por exemplo.

O fato é que a Liberty não se importa com circuitos ou importância histórica. Além do aspecto financeiro, presente desde os tempos de Bernie, essa questão "turística" está colocando a F1 em lugares no mínimo bizarros como Miami, Arábia Saudita, Abu Dhabi, entre outros. Não espero grandes coisas a não ser uma corrida esquecível como sempre.

Até! 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

DANDO ASAS

 

Foto: Red Bull Content Pool

Quatro vitórias seguidas com muita autoridade. Parece uma volta no tempo quando o final da dinastia Vettel/Red Bull emendou nove vitórias em 2013, mas estamos em 2021. No último ano do regulamento, era de se esperar um foco total de todas as equipes para o projeto de 2022 o que, obviamente, culminaria em mais um ano de supremacia da Mercedes. Não é o que estamos vendo.

Além do assoalho e de um motor Honda cada vez mais potente e de saída da categoria, o que pode explicar a ascensão da Red Bull é que, agora, a equipe tem dois pilotos, apesar de Pérez ainda não estar totalmente estável. Estando com frequência entre os primeiros e incomodando Hamilton, isso força os alemães ao erro, e o resultado nós estamos vendo aí.

2021 é uma temporada atípica. É o último do velho regulamento e também a mais longa da história. Oito provas em três meses. Restam 15 para ser disputadas em quase seis. Muita coisa ainda vai acontecer e viradas podem estar vindo. No entanto, a Red Bull aparenta estar um carro muito mais equilibrado e mais adaptável as circunstâncias do que em relação ao rival.

Max Verstappen está cada vez mais maduro e pronto para assumir a responsabilidade de que, agora, não corre mais sem a pretensão, e sim precisa entregar resultados e desempenhos regulares de um postulante ao título. Não é preciso ser sempre genial e propenso a riscos, mas um pouco de ritmo e pragmatismo é o que separa os campeões de pilotos apenas velozes.

Tudo isso com Sérgio Pérez fazendo o papel de fiel escudeiro, roubando pontos de Hamilton e da Mercedes. A vantagem da Red Bull está ali, nos pilotos e nos construtores.

Ainda é cedo para falar em virada, até porque ninguém sabe o que será do ano que vem, nem ao menos uma passagem de bastão. No entanto, o que parece, até o momento, é que o leão velho pode estar, lentamente, perdendo a batalha para o leão mais jovem e faminto. Questão de território. A Red Bull está dando asas e o touro está voando alto até aqui.

Até!