terça-feira, 18 de maio de 2021

MAIS MUDANÇAS

 

Foto: Motorsport

O efeito da nova onda do Covid não poderia chegar em um timing pior para a Turquia. Com o agravamento da situação no país, que está suspendendo viagens internacionais, os turcos perderam de uma só vez o GP da Turquia e a final da UEFA Champions League pelo segundo ano consecutivo. 

A corrida em Istambul já entraria no lugar do Canadá pelo mesmo motivo do Covid, o que forçou a F1 a tomar uma decisão rápida. O GP da França foi antecipado para o dia 20 de junho e, no dia 27, a organização adicionou uma corrida extra na Áustria, onde a F1 novamente irá correr duas vezes, nos dias 27 de junho e 4 de julho.

A organização do GP do Azerbeijão, corrida do dia 6 de junho, não aceitou inverter a data da prova com a Turquia, o que viabilizaria tudo e não resultaria essa situação, em virtude de ter um jogo da Eurocopa marcado para o dia 14/06. Portanto, seria impossível para a cidade e o país receberem dois eventos grandiosos no mesmo final de semana.

Honestamente? A F1 já tinha caído para cima e, nessa situação, foi mais para cima ainda. O GP da Turquia é legal e é uma pena que não haverá corrida por lá, mas a Áustria, por ser um traçado rápido e curto, proporciona muitas disputas e está entregando ótimas corridas desde que retornou ao calendário da F1. Então, duas corridas por lá é uma grande notícia, mesmo que as circunstâncias não sejam tão propensas a celebração.

Até!


segunda-feira, 10 de maio de 2021

O VELHO PROBLEMA

 

Foto: Getty Images

Sérgio Pérez é a bola da vez. Há anos é dito que a Red Bull precisa de dois pilotos e não só Max Verstappen para tentar bater as Mercedes. Um carro pressionando as flechas de prata serve para pensar diferentes estratégias e confundir o adversário, o que muitas vezes os alemães fazem com os taurinos e Verstappen.

Gasly e Albon foram fritados e agora é a vez do mexicano ter alguns burburinhos públicos de Max depois de ficar vendido contra a eficiente estratégia alemã. É verdade que o final de semana na Espanha foi o pior de Pérez. Largou só em oitavo e foi um distante quinto colocado. Diz que teve dores no ombro, o que pode ter influenciado no desempenho. Além disso, perdeu pontos importantes ao rodar sozinho em Ímola, quando tinha um pódio garantido.

Diferente dos dois primeiros, Pérez é experimentado, experiente e acostumado com brigas internas, sobretudo com Button e Ocon durante a carreira. É claro que o mexicano foi contratado para ser um segundão e isso caiu dos céus para ele que nem tinha vaga para essa temporada. Portanto, estofo e capacidade de resistir a pressão ele tem. Além do mais, Pérez sabe que terá no máximo alguns anos enquanto Helmut Marko não encontrar um novo talento na Red Bull para ascender e ser fritado

Mesmo que o mexicano seja fritado mais cedo ou mais tarde, Pérez tem mercado e dinheiro para voltar para a F1. Do contrário, vencer com uma Racing Point já mostra que ele foi um vencedor na F1, consistente e marcando pódios sempre fora do radar. Se adaptar a um carro feito para Verstappen é quase impossível, ainda mais num novo ambiente hostil. Portanto, Pérez vai precisar de tempo e esse é um trunfo interessante: quem a Red Bull colocaria em seu lugar? O próprio mexicano já foi uma forcação de barra perante a ideologia diretiva da equipe.

A Red Bull precisa resolver o velho problema para não repetir os resultados.

Até!

domingo, 9 de maio de 2021

DE BANDEJA

 

Foto: Getty Images

Max Verstappen fez o mais difícil. Passou Hamilton na largada e segurou o inglês por boa parte da corrida. No entanto, hoje foi o dia da Red Bull não fazer sua parte, ou então facilitar o trabalho da Mercedes que, é claro, teve sua competência através de seus integrantes e de Lewis Hamilton para reverter o quadro e vencer pela terceira vez na temporada.

A própria Mercedes que, no entanto, também teve seu vacilo na primeira metade da prova. Verstappen, pressionado, parou primeiro. Teve quatro segundos de pitstop, um tempo bem lento, suficiente para que Hamilton voltasse a frente caso parasse na volta seguinte. Não foi o que aconteceu. O inglês andou mais algumas voltas e voltou atrás, mas a estratégia era essa: usar a ampla diferença de pneus usados e partir para a vitória.

Não foi isso que aconteceu. Hamilton colou em Max mas a Mercedes antecipou a segunda parada, colocando a Red Bull em uma sinuca: ou parava imediatamente e corria risco de perder a liderança nos boxes ou na pressão, ou tentava ir com o holandês até o fim e tentar segurar Lewis. O segundo caminho foi seguido, mas sem o resultado esperado.

Claro que falar agora é fácil, mas a Red Bull deveria ter sido mais pragmática: marcar a Mercedes, mais especificamente Lewis Hamilton. Com pneus iguais e praticamente no mesmo estado, Max teria chance maior de se defender. No entanto, no final, foi presa fácil. Sem pneu, Max parou para fazer a volta mais rápida. Foi isso que a Red Bull escolheu, ao invés de tentar vencer.

É evidente que o ritmo de corrida da Mercedes continua superior, mas hoje a Red Bull entregou de bandeja a 98a vitória de Hamilton, que no sábado foi o primeiro piloto da história a atingir três dígitos de pole position, algo inimaginável. 3 a 1 e alguns bons pontos de vantagem num longo campeonato. Ainda falta muito, mas a Red Bull precisa reagir de alguma forma. Pérez nesse final de semana não foi bem. Um velho problema dos taurinos: não há segundo carro, seja com Pérez, Albon ou Gasly...

No resto, o grande vencedor foi Charles Leclerc. Quarto lugar com autoridade. Ricciardo reagiu e superou Norris. Ocon vive grande fase e conseguiu colocar a Alpine nos pontos, assim como Gasly e a Alpha Tauri. Raikkonen, se tivesse um carro melhor, conseguiria algo bom, fez boa estratégia, assim como Russell. Vettel e Alonso, por questões distintas, seguem com muitas dificuldades nesse início de temporada. Para o alemão, parece ser um caso irreversível em um carro que também não ajuda, mas perder para o filho do dono é constrangedor, ainda mais sendo um tetracampeão.

Mick Schumacher segue evoluindo e tentando brigar com as Williams. É o que pode fazer além de surrar o russo que já tem a antipatia de quase todo o grid. 

Nas ruas de Mônaco, Mazepin pode ser um diferencial porque é garantia de Safety Car ou bandeira vermelha, apenas não sabemos quando. É no Principado que os taurinos precisam reagir e a Mercedes manter a hegemonia do início do ano.

Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!

sexta-feira, 7 de maio de 2021

UM PASSO A FRENTE

 


Os treinos de hoje em Barcelona mostram que a Mercedes está um passo a frente da Red Bull. Bottas e Hamilton lideraram a sessão, embora Max Verstappen estivesse bem próximo no primeiro treino. No TL2, no entanto, o holandês errou e não conseguiu encaixar uma volta rápida com os macios.

O que chamou a atenção foram as Alpines, consistentes outra vez no top 5. Na corrida o buraco é mais embaixo, mas o bloco formado por McLaren, Ferrari e Alpine promete ser muito interessante durante o ano. Aston Martin e Alpha Tauri estão um pouco abaixo, enquanto Vettel aparentemente está tentando reagir na temporada. Está na hora, né?

Na chatíssima Montmeló, o treino pode fazer a diferença, apesar de que nenhum pole venceu na temporada. A Mercedes está na frente, por bem pouco. Vamos ver se o circuito e as condições climáticas nos ajudam nesse final de semana frio de dia das mães.

Confira a classificação dos treinos livres:






quinta-feira, 6 de maio de 2021

GP DA ESPANHA: Programação

 O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:18.183 (Mercedes, 2020)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:15.406 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 69 pontos

2 - Max Verstappen (Red Bull) - 61 pontos

3 - Lando Norris (McLaren) - 37 pontos

4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 32 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 28 pontos

6 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 22 pontos

7 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 16 pontos

8 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 14 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 8 pontos

10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 7 pontos

11- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos

12- Fernando Alonso (Alpine) - 5 pontos

13- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 101 pontos

2 - Red Bull Honda - 83 pontos

3 - McLaren Mercedes - 53 pontos

4 - Ferrari - 42 pontos

5 - Alpine Renault - 13 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 9 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 5 pontos


NOVOS RUMOS

Foto: Getty Images

Depois de subir, ser rebaixado e dar a volta por cima na Red Bull e Toro Rosso/Alpha Tauri, Pierre Gasly está pronto para novos desafios, caso não tenha novas oportunidades na equipe de cima.

Em algumas oportunidades, o francês deixou pública, inclusive em um texto no The Players Tribune, que ficou muito descontente com o tratamento recebido quando esteve na equipe, na primeira metade de 2019. Helmut Marko, o chefão, também joga algumas provocações para o francês sempre que pode, dando a entender que Gasly não deve ter uma segunda chance pelos taurinos.

Pessoalmente, meu objetivo máximo é competir no topo da Fórmula 1. Graças à Red Bull eu estou na F1 e sou muito agradecido, de verdade.

Por enquanto, tenho um contrato com eles e, se estiverem dispostos a trabalhar comigo, ficarei feliz. Senão, há outras opções”, disse para a revista Speedweek.

Faz sentido. Gasly atingiu o teto onde é líder de uma equipe B, sem muitas pretensões. No ano passado, mostrou potencial para ser algo mais. Um lugar que parece óbvio e que poderia encaixar é na Alpine. Ser francês conta muito e Ocon ainda não tem garantias de continuidade. 

Sempre bom lembrar que foi exatamente esse o caminho que Carlos Sainz fez quando deixou a Red Bull e agora está na Ferrari. Por quê não a história não possa se repetir com Gasly?

BATE E VOLTA

Foto: Getty Images

A questão dos motores da Red Bull a partir de 2022 ou 2025 é alvo de especulação constante, incluindo outras equipes. 

Durante a transmissão dos treinos livres do GP de Portugal, Toto Wolff deu a entender que a Red Bull pode fazer uma parceria com o Grupo Volkswagen, mais especificamente a Porsche para batizar os motores taurinos.

De um lado, eles estão interessados em construir o próprio motor, mas não é segredo que o Grupo Volkswagen, com suas duas marcas [Porsche e Audi] estão olhando para a F1 e estão participando das discussões. Então, a Red Bull pode a qualquer momento decidir se quer manter a sua unidade de potência ou ir com os alemães”, disse Toto.

Christian Horner não gostou nada da declaração:

 “Toto sempre gosta de pensar que sabe de tudo o que acontece no negócio dos outros. Ele precisa cuidar da vida dele. Vamos construir um departamento fantástico e temos pessoas talentosas chegando. Será integrado ao departamento de chassis. Seremos os únicos além da Ferrari a ter isso. Como vai ser chamado o motor é assunto para outra hora, mas por agora, é um motor Red Bull”, disse.

Esse é outro assunto bem chato que só vai ter definição muito lá no futuro, ou talvez a definição seja um próprio motor Red Bull. Próximo.

TRANSMISSÃO:
Treino Livre 1 (07/05) - 6h30 (Band Sports)
Treino Livre 2 (07/05) - 10h (Band Sports)
Treino Livre 3 (08/05) - 7h (Band Sports)
Classificação (08/05) - 10h (Band e Band Sports)
Corrida (09/05) - 10h (Band)








terça-feira, 4 de maio de 2021

A ETERNA MONTMELÓ

 

Foto: AutoCircuito

Presente há muito tempo no calendário da F1, Montmeló também virou a casa da pré-temporada regular da categoria. Apesar de uma reforma que extinguiu a última curva, em alta velocidade, transformando-a em uma chicane, isso piorou o traçado, maçante, repetitivo e com poucas variações de estratégia justamente porque todas as equipes conhecem todos os detalhes de Barcelona.

Por isso, é difícil de lembrar grandes corridas inesquecíveis nos tempos modernos. Tentando puxar para a antiguidade: 

1996: primeira vitória de Michael Schumacher com a Ferrari - isso dispensa comentários:



2001: Mika Hakkinen liderava de ponta a ponta pra vencer a primeira na temporada 2001, mas o motor mercedes estourou na última volta e a vitória caiu no colo de Schumacher. Esse, entre outros motivos, fez o finlandês se aposentar no final do ano.



2016: na primeira corrida na Red Bull após a troca com Daniil Kvyat, Max Verstappen aproveitou a batida entre as duas Mercedes de Nico Rosberg e Lewis Hamilton, segurou Kimi Raikkonen e venceu pela primeira vez na Fórmula 1, o mais jovem da história a conseguir tal feito.



Montmeló estava (ou está?) em vias de sair do calendário, só não saiu por problemas em outros circuitos como o Vietnã e a pandemia do coronavírus que cancelou muitas provas ano passado e nesse também. Pode ser uma das últimas edições nesse circuito tão tradicional e cheio de histórias, mas que há tempos não existe uma corrida empolgante. 

Espero que seja dessa vez. 

Até!


segunda-feira, 3 de maio de 2021

ADAPTAÇÃO

 

Foto: RaceFans

Mudar de um ambiente de trabalho sempre requer um tempo para se acostumar e adequar a novos padrões, rotinas, caminhos, colegas, entre outras coisas. Na Fórmula 1, é claro, não é diferente. A mudança de equipe, fábrica, país, engenheiros e a barreira do idioma (embora todos falem inglês) são algumas das realidades. A situação fica mais agravada quando não há mais testes privados e poucos dias de pré-temporada.

Nesse ano, houveram muitas mudanças de equipe, e destaco quatro casos interessantes: simplesmente Daniel Ricciardo, Fernando Alonso e Sebastian Vettel, três dos melhores pilotos da F1, chegaram em um ambiente onde o mais jovem, o novato e menos midiático, já estava adaptado a equipe. Falo de Lance Stroll, Esteban Ocon e Lando Norris. Isso que não mencionei Carlos Sainz na Ferrari, mas Charles Leclerc é uma situação diferente em relação aos três jovens já citados.

Até aqui, o que estamos vendo é uma verdadeira surra de Stroll e Norris em Ricciardo e Vettel, dois dos maiores salários na F1. Ocon também está vencendo Alonso, mas o espanhol deu mostras de evolução na corrida de Portimão.

Ricciardo também demorou para se adaptar a Renault, em 2019, e apenas na metade da temporada que começou a se impor diante de Nico Hulkenberg. O caso de Vettel é mais conhecido: vive uma péssima fase e está em decadência, mas ser tão superado por Stroll, que é somente o filho do dono, é constrangedor para quem é tetracampeão.

O caso de Alonso também já foi amplamente escrito por aqui. É o mais velho dos três, quase quarentão e dois anos afastado da categoria. São desafios imensos para o bicampeão. Quando foi confirmado o retorno para a categoria, sempre deixei claro: aquele Alonso não existe mais. O tempo passa. O Alonso atual é mais para desfrutarmos da nossa nostalgia. No entanto, na primeira corrida o espanhol foi para o Q3 e em Portugal mostrou recuperação. É o que menos preocupa e o que menos deve ser cobrado.

Três pilotos de alto calibre em situações e ambientes diferentes, mas com resultados iguais até aqui. Até os grandes precisam de tempo e paciência para a adaptação.

Até!