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Como alguém que lidera um campeonato com 80 pontos de
vantagem em relação ao segundo colocado pode passar a impressão de que não
estar sendo dominante e que talvez nem esteja ainda no auge, apesar de ser o
atual campeão mundial?
Max Verstappen. Em 2002, por exemplo, Montoya fez mais
poles. Schumacher, como sabem, foi avassalador. Pódio em todas as corridas.
Eram outros tempos, outros acertos... 20 anos depois, a Ferrari e Leclerc são
os carros mais velozes em volta rápida. Começaram o ano com pinta de quem
finalmente voltaria ao estrelato. A Red Bull, última a desenvolver o carro
desse ano, herança da batalha de 2021, sofreu no início. Dois abandonos em três
corridas.
Adrian Newey sempre melhora o carro com o decorrer do tempo.
A Red Bull tem um quê daquele tipo de lutador que começa lento e geralmente
perde o primeiro round. No entanto, quando engrena nos assaltos seguintes, é
uma força avassaladora que faz o adversário sucumbir. Com mais ritmo, outro
fator faz a diferença: as estratégias e a consistência, além do talento, é
claro.
Para dar certo, é preciso que o piloto extraia exatamente o
necessário. Constância. Mesmo quando Pérez começou acima das expectativas e
chegou a pressionar por um suposto protagonismo no time, Verstappen sempre se
manteve na média. Aquela juventude agressiva e inconsequente que também foi
vista no ano passado deu lugar a um Max mais comedido e entendendo os riscos,
administrando as situações.
Claro, fazer isso quando o principal adversário é uma
Ferrari errante no momento em que a Mercedes está fora de combate parece mais
fácil e inteligente. A pergunta vai voltar a ser feita quando Hamilton e
Russell, ou melhor, se eles estiverem no mesmo nível em termos de carro para
2023.
Max estreou na F1 antes de atingir a maioridade. Aprendeu na
marra a amadurecer como piloto. Talvez nem tenha atingido a maturidade plena em
termos de pilotagem. A inexistência da pressão por um título, de agora em
diante, pode ser um fator para desabrochar outros aspectos do campeão.
Na Hungria, Max venceu a corrida saindo de décimo com muita
naturalidade. Sem fazer força, drama ou algo do tipo, embora vencer saindo
dessa posição signifique no mínimo um esforço diferente para conquistar, como
por exemplo a vitória de Schumacher com quatro paradas em Magny Cours 2004. Não
foi o que vimos. A junção máquina, piloto e equipe, em todos os âmbitos, forma
essa sinergia que dificilmente será vencida em 2022.
O psicológico também é importante. Mesmo sem ter o melhor
conjunto em alguns momentos, a Red Bull se sobressai, seja por ela ou também
pelos erros da Ferrari. Se ver numa situação mais complicada não é um problema.
Agora há gordura para queimar e a pressão está com os italianos. É como se isso
não assustasse mais ninguém. A bola está com Leclerc e companhia. Eles que
precisam de finais de semana no estado da arte para superar a Red Bull. Nesse
ano, isso foi suficiente em quatro corridas, mas falta consistência para ganhar
em longas 22 semanas.
Em 2022, Max é 8 e 80. Oito vitórias até aqui e 80 pontos de
vantagem. Um equilíbrio inédito na carreira do campeão que se encaminha para o
bi. Verstappen não parece estar perto do auge? Bom, aí depende do carro da Red
Bull e da motivação do holandês para sabermos qual será a resposta no futuro e
sabermos se estou correto na tese da vez.
Até!
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