Foto: Motorsport |
Semana passada, escrevi sobre Sérgio Pérez e sua renovação
com a Red Bull. Agora, vou mostrar o outro lado da moeda. Na verdade, é uma
extensão de uma ideia que escrevi há algum tempo, mas que agora ficou mais
evidente para ser expansionada.
Pérez até 2024 na Red Bull significa um cerco fechado para
os pilotos da academia, sejam eles Tsunoda, Hauger, Vips, Daruvala, entre
outros. E por que essa decisão foi tomada, visto que os taurinos têm como
premissa formar os próprios pilotos? 1 – Pérez está totalmente encaixado com o
time; 2 – não há convicção de que esses jovens possam ajudar a equipe principal
no médio-prazo.
Bom, dentre os pilotos da Academia, um está no limbo há
muito tempo: Pierre Gasly. O futuro estava traçado depois que foi rebaixado e
substituído por Albon, ainda em 2019. A questão é que nesse meio tempo o francês
se reinventou e recuperou a imagem. Agora, mais do que nunca, é preciso partir.
Continuar na Alpha Tauri sem perspectiva é perda de tempo.
Gasly já passou dessa fase. O francês precisa lutar com unhas e dentes pela
vaga na McLaren. Na época, falava da Alpine, mas os planos estão sendo
concretizados para o futuro de Oscar Piastri. É o único caminho para Gasly
buscar uma carreira relevante: lutar com Norris e ver o que acontece.
Pelo menos, nesse sentido, há o benefício da dúvida, de
arriscar, ver o que acontece. Mesmo se der errado, se o desempenho for ruim ou
a McLaren não for competitiva, com certeza é melhor uma mudança de ares do que
permanecer sem perspectivas na Red Bull B.
Aliás, esse foi o recado implícito de Christian Horner e
Helmut Marko ao renovarem com Checo: vá, meu filho, busque o seu caminho porque
aqui não há mais nada.
Ah, a ironia: escrevi que Sainz precisava ser a inspiração
porque ele passou pela mesma situação ao ser preterido por Verstappen. Agora,
Gasly pode substituir outro ex-Red Bull que arriscou na carreira e até agora
não deu certo na Renault e na McLaren, apesar de ter quebrado o jejum de quase
dez anos sem vitórias da equipe de Woking: Daniel Ricciardo.
Espelhos é o que não faltam para o francês tentar mudar o
destino que está sendo imposto pela empresa de energéticos. Quebrá-lo não vai
fazer com que as dúvidas e angústias sumam, pelo contrário.
Até!
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