sexta-feira, 7 de outubro de 2022

CORUJÃO MOLHADO

 

Foto: Divulgação/Alpine

Chove em Suzuka. Choveu em Porto Alegre, chegou a chover forte no início da madrugada, depois parou. Foi nesse clima molhado que a F1 retornou para o Japão depois de três anos. O tempo é sempre algo que preocupa a categoria nessa época do ano lá por Suzuka.

A última visita da F1 teve treino de sábado cancelado e a classificação foi na manhã de domingo, lembram? Era chuva e alerta de ciclone... 

Pois bem, a chuva recebeu a F1 nos primeiros treinos livres de sexta, o que torna tudo um grande ponto de interrogação. A pista chegou a secar gradativamente conforme os carros andavam, mas a chuva voltou a apertar na parte final. Após zerar o cronômetro, Mick Schumacher bateu. Chassi danificado e alguns pontos perdidos na briga para permanecer na F1 em 2023.

Alonso foi o mais rápido, mas isso não significa nada, apenas a nostalgia do espanhol e das madrugadas da velocidade no Japão por aqui. O Corujão, absurdamente descontinuado pela Globo em prol de programas de humor sem graça. Fica aqui o meu registro indignado. 

O TL2 teve intermináveis 30 minutos a mais porque a Pirelli pediu mais tempo para testar os pneus de 2023. Com a chuva, no entanto, o teste foi cancelado, mas mantiveram os 30 minutos a mais de treino. Pra quê, meu Deus? Com essa chuva, poucos carros vão para pista e vai ter pouca ação. A torcida e os fãs vão ficar olhando para o absoluto nada ao invés de ir para casa ou dormir, por exemplo.

O que deu para perceber, com a pista molhada, é que Suzuka fica menos rápida. Nessa condição de pista, teoricamente, favorece quem tem mais downforce e fica menos dependente do motor, que vai ser menos exigido com a pista molhada. 

Assim, em tese, a Mercedes pode diminuir a desvantagem para Ferrari e Mercedes e entrar na briga, se o tempo continuar assim no final de semana. Na chuva, os pilotos fazem a diferença e estamos falando simplesmente de Hamilton e Russell. Não dá para descartá-los nunca, sobretudo nessas condições. E foi assim que os dois fizeram dobradinha no TL2, com George na primeira posição, com a dupla da Red Bull logo atrás: Max em terceiro e Pérez em quarto.

O tempo no Japão é uma incógnita, o que torna tudo para o final de semana bem misterioso. Claro que Max é favorito para vencer e só depende dele o bicampeonato. Esse é o tempero e o que vai manter milhões de brasileiros acordados nesse final de semana. Ah, as madrugadas de Suzuka... ainda mais valendo o campeonato. E se a chuva persistir, melhor ainda: fica aquele clima bom para ficar deitado no sofá assistindo a F1 (ou pegar no sono), tal qual a atmosfera da música "Stan".

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

GP DO JAPÃO: Programação

 O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, em Fuji. Foi disputada novamente em 1977 e ficou fora da categoria por 10 anos, até retornar com a pista de Suzuka em 1987. Desde então, o Japão sempre sediou um GP por ano na Fórmula 1 até 2020, quando o circuito ficou de fora do calendário por duas temporadas em virtude do Covid-19, retornando à F1 em 2022.

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:30.983 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:27.064 (Ferrari, 2019)

Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1997, 2000, 2001, 2002 e 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 341 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 237 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 235 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 203 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 202 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 170 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 100 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 29 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 24 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 23 pontos

14- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

15- Lance Stroll (Aston Martin) - 13 pontos

16- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 576 pontos

2 - Ferrari - 439 pontos

3 - Mercedes - 373 pontos

4 - McLaren Mercedes - 129 pontos

5 - Alpine Renault - 125 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos

7 - Aston Martin Ferrari - 37 pontos

8 - Haas Ferrari - 34 pontos

9 - Alpha Tauri RBPT - 34 pontos

10- Williams Mercedes - 6 pontos


MAIS CINCO?

Depois de estar desgostoso com a F1 mesmo conquistando vários títulos e, principalmente após o final do campeonato do ano passado em Abu Dhabi, parece que a chama de Lewis Hamilton na F1 está mais acesa do que nunca.

Ao menos é o que afirma o amigo e chefe Toto Wolff. Vizinhos de residência em Mônaco, o alemão confidenciou que o inglês quer ficar mais tempo na categoria: meia década, para ser mais exato.

“A vantagem é que nos falamos bastante. Na semana passada, nos sentamos e ele disse ‘olha, eu tenho mais cinco anos em mim, como você vê isso?’” disse Wolff, em entrevista ao Channel 4 F1.

Atualmente, Alonso é o único quarentão da categoria. Wolff foi indagado sobre como ele imaginaria Hamilton com essa idade na F1:

“Não sei se 40 anos é aquela idade em que você diz que não é mais adequado ser um piloto de corrida. Se você olhar para onde Fernando está com 41 anos, ele ainda está inteiro. Agora, ele é o mesmo Fernando que era aos 25? Eu não sei, mas ele ainda é muito competitivo”, respondeu.

O chefão da Mercedes também citou o exemplo de Tom Brady, que aos 44 anos ainda joga no futebol americano. 

Competidores viscerais não mudam nunca. Quando estava ganhando fácil, Hamilton ficou entediado. Bastou perder o campeonato do jeito que foi e esse 2022 esquecível da Mercedes para reacender o espírito competitivo do piloto.

O tempo está contra Hamilton, embora ele não precise provar mais nada. É que ninguém gosta de sair por baixo, ainda mais o Sir, que venceu em quase todos os anos da carreira. Em outra entrevista, Wolff também deseja manter Russell na equipe por um bom tempo.

É a melhor dupla da F1. Imagina os dois correndo por meia década, brigando por títulos e vitórias? Que isso saía do campo das ideias e do papel assinado para que possamos testemunhar com os nossos olhos no futuro.


TENTANDO REATAR

Aproveitando a visita para o Japão para disputar a corrida em Suzuka, a Red Bull pensa no futuro, mais precisamente em 2026, quando a F1 vai introduzir uma nova geração de motores.

Segundo informação do "The Race", os taurinos se reuniram com uma velha conhecida: a Honda. A ideia da equipe austríaca é acertar o retorno da parceria quando chegar o novo regulamento de motores.

Atualmente, a Red Bull herda a tecnologia dos japoneses e está desenvolvendo o próprio motor, o Red Bull Power Trains, que também equipa a Alpha Tauri até 2025.

A partir de 2026, a Fórmula 1 retirará o sistema de MGU-H e aumentará a potência elétrica do carro em 50% com o MGU-K, além da mudança para combustíveis 100% sustentáveis. Segundo a "The Race", as negociações avançam bem.

O acordo precisa ser aprovado pelo conselho da Honda. Por enquanto, segundo a publicação, os diretores não parecem muito dispostos. Há uma resistência dentro do conselho sobre os compromissos financeiros e como seria possível conciliar o retorno para a F1 e a busca por tecnologias neutras em carbono, motivo que fez os japoneses deixarem a categoria.

Sem a Porsche, é um sinal que a Red Bull não aguenta construir o próprio motor por muito tempo. É inegável que a parceria deu certo. Tudo depende do humor da Honda que, assim como a Renault, são os mais instáveis da categoria. Tomara que reatem. Será bom para todos os envolvidos.


TRANSMISSÃO:

07/10 - Treino Livre 1: 0h (Band Sports)

07/10 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)

08/10 - Treino Livre 3: 0h (Band Sports)

08/10 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)

09/10 - Corrida: 2h (Band)

terça-feira, 4 de outubro de 2022

A QUESTÃO HAAS

 

Foto: MotorSport Images

Sem dúvida, o caso dos americanos é o mais intrigante entre as vagas disponíveis para 2023. Nunca é demais lembrar que o ano começou com Mazepin, mas graças a guerra foi possível se livrar dele e trazer Magnussen com um bom dinheiro. O time de Gene Haas caiu para cima.

Mazepin era tão fraco que serviu apenas para valorizar as ações de Mick Schumacher, como se o problema fosse apenas o carro muito deficitário. A chegada do experiente dinamarquês expôs as fragilidades do filho de Michael.

Logo no retorno, Magnussen fez bons pontos, enquanto Mick sofria com problemas de desempenho e acidentes. Uma pressão natural, por ser quem ele é, e também por estar perdendo para alguém que chegou na equipe às pressas, por mais que já conhecesse o ambiente.

A notícia da provável descontinuidade de Mick no programa da academia de pilotos da Ferrari é, na verdade, o que pode ser o grande divisor de águas na carreira do alemão e na trajetória da Haas. Supostamente livre no mercado, mas sem o apoio dos italianos, Mick teria o final da temporada para tentar impressionar as equipes disponíveis, que no caso são Alpine e Williams e talvez a Alpha Tauri, se Gasly for para Alpine. Duas opções, portanto.

A Ferrari, como contrapartida a parceria técnica que tem com a Haas, ela pode usar da influência para colocar algum de seus pilotos de academia por lá. Sem Mick, dizem que o candidato natural seria Antonio Giovinazzi, hoje reserva da Ferrari. Um nome experiente.

A grande questão é: o que Gene Haas quer? Qual o objetivo? Magnussen é o cara da liderança do time e trouxe um belo acordo financeiro nesse retorno às pressas. O problema financeiro da equipe é notório, não a toa se abraçaram no Mazepin. Há algum outro piloto rico no mercado disposto a parar na Haas?

Se a resposta for não, a Ferrari tem carta branca. Aliás, os italianos podem ter a voz ativa simplesmente na base da chantagem: ou colocamos o que queremos, ou a parceria técnica acaba. Aí a Ferrari escolhe Giovinazzi, por exemplo.

É fato que o italiano sucumbiu nos anos que teve na Alfa Romeo, mas ainda tenho certa simpatia pelo o que ele fez na F2 em 2016, sendo vice-campeão sem patrocínio algum e numa equipe fundo de quintal. O problema é que isso foi há quase sete anos e devemos olhar para frente.

Magnussen e Giovinazzi, considerando essa a escolha óbvia, seria uma dupla bem equivalente. Nada demais, mas equivalente. Dois jovens que outrora já foram promessas e hoje são apenas coadjuvantes, o que não é nenhum demérito. Nem todo mundo é Verstappen ou Hamilton.

O que chama a atenção é que a Haas aparentemente não tem nenhuma ideia de qual caminho seguir. Magnussen está ali por um acaso, graças a Putin.

E se não tiver guerra ou algum conflito na Dinamarca em 2023? Ou alguma questão diplomática com a Itália neofascista? Qual o projeto da Haas na F1? Sobreviver? Pagar as contas? Seduzir a Porsche e tentar recuperar o prejuízo ao focar somente nos EUA, como sempre foi? Muitas dúvidas e divagações.

A Haas é um grande mistério.

Até!

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

NATSUKASHISA

 


O Japão sempre teve uma aura de fim de festa ou de decisão. Até o início da década passada, Suzuka fechava a temporada. Lá, era sinônimo de emoção. Exemplos inesquecíveis são os três títulos de Ayrton Senna, além de outras lembranças interessantes como o título de James Hunt em Fuji, os títulos de Damon Hill e Mika Hakkinen nos anos 1990 e o hexacampeonato de Michael Schumacher.

Com mais corridas no calendário, o Japão ficou na reta final do calendário e, desde então, somente Sebastian Vettel conseguiu levantar o caneco por lá, quando dominou o campeonato de 2011. Mesmo com a Mercedes construindo uma hegemonia, a posição no calendário impedia o Japão de retomar essa tradição.

No entanto, nesse 2022 cheio de corridas e nuances particulares, Max Verstappen tem grandes chances de ser o bicampeão mais precoce da história da F1, seja pela idade ou pela antecedência, o que superaria outros campeões muito antecipados como Nigel Mansell, Michael Schumacher e o próprio Sebastian Vettel.

É um retorno para a nostalgia, até mesmo para o fato de passar a madrugada assistindo F1, o que só voltou esse ano com a Austrália.

O bicampeonato de Max Verstappen também teria um grande valor simbólico para a Honda que, embora tenha saído oficialmente da nominata da F1 e da Red Bull, ainda fornece motores e tem uma parceria técnica com os taurinos, que desenvolvem o motor a partir das especificações dos japoneses. Seria uma repetição da dobradinha com os títulos do tempo de McLaren, lá com Ayrton Senna.

Ademais, é isso que resta para escrever sobre a F1 atual: é questão de tempo para Max ser consagrado, enquanto aguardamos as notícias do mercado de pilotos, principalmente a vaga da Alpine. Um pouco sem criatividade e cansado demais do calendário extenso que a F1 ainda aumentou para o ano que vem.

Seguimos.

Até!


INTERMINÁVEL

 

Foto: Getty Images

A F1 não corre na chuva, basicamente. Imagina num circuito de rua que naturalmente é longo e arrastado. A largada foi adiada para que as condições melhorassem, em tese. Aproveitei para ir votar e me atualizei depois.

Singapura poderia marcar o título mais do que antecipado para Max Verstappen. No entanto, parece que deu tudo errado para ele e quase para Red Bull. Erros de ambos no sábado comprometeram o domingo: Verstappen errou e abortou a volta que lhe deixaria na pole. Depois, por erro de cálculo da equipe, não pode completar a volta que lhe daria a pole porque não teria combustível suficiente para voltar aos boxes. Largou em oitavo.

Enquanto isso, Charles "Montoya" Leclerc fez mais uma pole e poderia ao menos sonhar em diminuir a vantagem no campeonato, ou simplesmente quebrar a sequência da Red Bull. O problema é que Pérez, segundo no grid, o ultrapassou na largada e disparou.

O mexicano em circuitos de rua segue muito competitivo, apesar da queda de rendimento durante a temporada, também fruto do carro estar naturalmente mais a feição de Max. Pérez teve uma liderança quase tranquila, ameaçada por Safety Car. Se é normal ter uma corrida acidentada num circuito de rua, imagina na chuva.

Latifi atropelou Zhou e causou a primeira infração. Depois, alguns Safety Car Virtual e, por último, Tsunoda. No final da prova, a pista foi secando. Russell, que largou lá atrás, tentou o caminho sozinho, mas só depois a pista melhorou. Com os pneus slicks e todo mundo realinhado, Leclerc tentou caçar Pérez. O mexicano teve muita calma para resistir aos ataques, mesmo travando pneu, e conseguiu rumar para a quarta vitória na carreira, a segunda no ano e a terceira em circuitos de rua. 

Pérez foi advertido duas vezes por estar muito distante do Safety Car no momento do alinhamento, nas duas ocasiões. Na primeira, o mexicano levou apenas uma repreensão, mas depois foi punido com cinco segundos. Como Checo chegou sete e meio, bastou a vitória. Ficaria muito feio para a FIA tirar a vitória na canetada depois de toda a cerimônia. Seria constrangedor. Essas decisões poderiam ser tomadas mais rapidamente para não fazer o público como palhaço, igual não correr na chuva.

Singapura já é uma corrida longa e cansativa. Com a chuva e Safety Car, estourou o limite de duas horas: 69 das 71 previstas. Uma verdadeira epopeia para quem assistiu, ainda mais pelo horário. Imagina essa situação com mais circuitos de rua insuportáveis? Pelo menos Singapura tem o charme de ser a primeira corrida noturna.

Max Verstappen e Lewis Hamilton tiveram uma noite ruim. Os dois erraram muito. Verstappen passou reto ao tentar ultrapassar Norris e perdeu a chance de somar mais pontos, até mesmo brigar pelo pódio. Hamilton chegou a bater e danificar o bico e também desperdiçou uma boa oportunidade de pódio porque pressionou Sainz, mas não tinha a possibilidade de abrir a asa para fazer a ultrapassagem em virtude da chuva.

Leclerc teve se contentar com o segundo lugar e Sainz, muito abaixo no ritmo de corrida, em terceiro. Graças a sorte e a estratégia, Norris e Ricciardo conseguiram um quarto e quinto lugares, com o australiano muito atrás do inglês. Isso, graças ao duplo abandono da Alpine, fez a McLaren retomar a quarta posição nos construtores.

A Aston Martin conseguiu bons pontos com Stroll e Vettel. Mick Schumacher lutou com Russell, em corrida desastrosa, mas não foi o suficiente. Gasly fechou o top 10.

Verstappen e Red Bull erraram e mesmo assim Pérez voltou ao protagonismo. A diferença é que eles tiveram um final de semana ruim com 100 pontos de vantagem perante a Ferrari.

Para Max, a temporada, apesar de longa, pode acabar mais cedo do que o imaginado: basta vencer no Japão que o holandês será bicampeão, diferentemente da arrastada corrida em Singapora.

Tanto nas eleições quanto na Fórmula 1, o grande prêmio teve a definição adiada. A F1 pode acabar na semana que vem, mas ainda assim é um Outubro tenso e decisivo em todas as partes.

Confira a classificação final do GP de Singapura:


Até!

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

ESTREITO

 

Foto: Clive Mason/Getty Images

Depois de três semanas, uma pausa considerável, a F1 retornou para Singapura (agora com S) depois de três anos. De lá para cá, muita coisa mudou na categoria.

Começando pelo maior vencedor do circuito: outrora na Ferrari, onde venceu pela última vez, Sebastian Vettel agora aguarda a aposentadoria. Sem nunca ter vencido em Marina Bay, Max Verstappen, o aniversariante do dia (25 anos), pode ser bicampeão do mundo em precocidade recorde, tanto na idade quanto na antecedência.

É difícil? É, mas a possibilidade existe. Nos treinos, Hamilton foi o mais rápido pela primeira vez em 2022, o que não significa muita coisa. No TL2, Sainz e Leclerc lideraram, onde a Red Bull andou pouco, tentando desbravar outros caminhos no setup.

A nova F1, num circuito "novo", depois de algum tempo fora, tem um quê de suspense e indefinição. Singapura é uma pista que exige muito fisicamente dos pilotos, além das armadilhas típicas de uma pista de rua. O imponderável está sempre ali, esperando. Uma batida e toda a corrida muda.

Aí, no caos, depende de quem se adapta melhor as circunstâncias e de como as equipes vão se portar, é claro. Sem isso, é evidente que Red Bull e Ferrari estão na briga. Os taurinos afirmam que essa será a corrida mais difícil para eles. Blefe?

Enquanto o mundo da F1 aguarda o título de Verstappen, os fãs também querem algo mais competitivo. Que a Ferrari adie o máximo possível essa situação, embora tenha feito de tudo até aqui para entregar de bandeja para a Red Bull. E a Mercedes? Uma vitória honrosa para amenizar o ano decepcionante pode acontecer, ainda mais num circuito onde nunca foi seu ponto forte, mesmo quando dominava a F1?

Perguntas que serão respondidas no domingo, antes do voto, ou sei lá, vai que alguém consiga votar antes. Como repetido por aqui, Verstappen tem todas as condições para vencer com muita antecedência e ser reeleito no primeiro turno da F1.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 29 de setembro de 2022

GP DE SINGAPURA: Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Em virtude da pandemia do covid-19, o circuito ficou dois anos ausente do calendário (2020 e 2021), retornando para o circo da F1 em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Kevin Magnussen - 1:41.905 (Haas, 2018)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:36.015 (Mercedes, 2018)

Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)

Maior vencedor: Sebastian Vettel (2011, 2012, 2013, 2015 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 335 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 219 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 210 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 203 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 187 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 168 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 88 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 66 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 59 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 46 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 22 pontos

12- Kevin Magnussen (Haas) - 22 pontos

13- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 20 pontos

14- Daniel Ricciardo (McLaren) - 19 pontos

15- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

16- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

17- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

18- Lance Stroll (Aston Martin) - 5 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 545 pontos

2 - Ferrari - 406 pontos

3 - Mercedes - 371 pontos

4 - Alpine Renault - 125 pontos

5 - McLaren Mercedes - 107 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 52 pontos

7 - Haas Ferrari - 34 pontos

8 - Alpha Tauri RBPT - 33 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 25 pontos

10- Williams Mercedes - 6 pontos


RESTAM SEIS

Foto: Getty Images

É o que afirma o CEO da Alpine, Laurent Rossi. Como se fosse um reality, antes ele e Otmar Szafnauer tinham 14 pilotos no radar. Agora, são apenas seis, nas mais variadas situações da carreira.

Obviamente que os nomes não foram citados. Os franceses não têm pressa para definir o parceiro de Esteban Ocon para 2023 por um motivo bem simples: eles são a melhor vaga do grid disponível, então os pilotos também vão estar esperando o posicionamento da equipe.

“Escolhemos 14 pilotos, como Otmar (Szafnauer, chefe de equipe da Alpine) revelou anteriormente. Agora, estamos analisando seis. Alguns não estão completamente livres para fazer uma troca, outros talvez não se encaixem no grande cenário das coisas. Até o fim de setembro, devemos ter uma boa ideia de quem queremos contratar”, disse para o site RacingNews365.

O principal nome ventilado após o imbróglio com Oscar Piastri foi o de Pierre Gasly. No entanto, com a negativa da FIA em dar a superlicença para Colton Herta, o negócio parece distante. 

Daniel Ricciardo, ex-piloto da equipe, tem o lobby do ex-chefe, Christian Horner. Mais uma vez, na entrevista, Rossi voltou a criticar Piastri e a falta de lealdade do australiano, além de repensar a continuação do programa de jovens pilotos, que tem nomes como o de Doohan (um dos especulados para a vaga) e o brasileiro Caio Collet.

Rossi e a Alpine/Renault estão certos. Os pilotos estão esperando a ligação premiada. É a vaga mais importante atualmente disponível no grid. Então, consequentemente, são os franceses que vão ditar o ritmo do mercado. Apostar em um piloto jovem não faz sentido, sendo uma equipe de fábrica que investe muito. 

O veterano disponível é um ex-piloto da equipe em má fase e que optou sair do time.
Gasly seria a opção ideal e o negócio seria excelente para todas as partes. No entanto, a questão é complexa e deve envolver uma quantia considerável. Tendo em vista o contexto atual, mesmo assim vale a pena o esforço. A Alpine, a essa altura, não vai conseguir algo melhor que Pierre.

MAIS SPRINTS

Foto: Getty Images

Além do calendário de 2023, a FIA anunciou na terça-feira (27) outra mudança para a próxima temporada: o número de corridas sprints vai dobrar, de três para seis.

A aprovação da FIA veio através do Conselho Mundial de Esporte a Motor.

“A confirmação de que a temporada 2023 da F1 terá seis fins de semana com a corrida sprint é mais um exemplo do crescimento e prosperidade no maior nível do esporte a motor. Graças à colaboração com Stefano Domenicali e nossos colegas da FOM, concluímos uma análise minuciosa do impacto das corridas sprint adicionais, e ajustamos os parâmetros relevantes de nosso trabalho para garantir que continuem reguladas neste nível”, afirmou o presidente Mohammed Ben Sulayem.

Ainda não foram anunciadas as pistas que vão ter as sprints. Em vigor desde 2021, cada temporada teve três corridas classificatórias. A tendência é por um revezamento das etapas.

“A corrida sprint rende mais ação durante os três dias com os pilotos lutando por algo extra desde o começo da sexta-feira até o evento principal, no domingo. Adiciona mais drama e diversão ao fim de semana. O feedback de fãs, equipes, promotores e parceiros tem sido muito positivo, e o formato está somando uma nova dimensão à F1. Tudo que queremos é garantir o sucesso no futuro”, afirmou Stefano Domenicali.

Corrida sprint é coisa de categoria de base. Uma falsa emoção. O campeonato já está decidido, há um clubinho que impede mais talentos de subirem para a F1 e a FIA/Liberty e as equipes negam a entrada de um novo time, como a Andretti.

Gostaria de saber quem realmente acha isso interessante. Até os pilotos pensam que isso é uma chatice. Quem seria o idiota que iria arriscar o domingo pensando no sábado?

Bom, a Liberty quer dinheiro e não está nem aí para as artificialidades tipicamente americanas que elas criam, chanceladas pela FIA. Como sempre, o verdadeiro problema segue sendo ignorado com medidas que só servem para distrair os mais ingênuos.

TRANSMISSÃO:
30/09 - Treino Livre 1: 7h (Band Sports)
30/09 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
01/10 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
01/10 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
02/10 - Corrida: 9h (Band)