quinta-feira, 9 de junho de 2022

GP DO AZERBAIJÃO: Programação

 O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, recebe a F1 desde 2016. Nesse ano, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão. O circuito retorna ao calendário depois de estar ausente em 2020 em virtude do coronavírus.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado tem 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:43.009 (Ferrari, 2019)

Pole Position: Valtteri Bottas - 1:40.495 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Sérgio Pérez (Red Bull)

Maior vencedor: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Sérgio Pérez - 1x (2017), (2018), (2019) e (2021)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 125 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 116 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 110 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 84 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 83 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 50 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 48 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 40 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Fernando Alonso (Alpine) - 10 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

15- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 5 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 235 pontos

2 - Ferrari - 199 pontos

3 - Mercedes - 134 pontos

4 - McLaren Mercedes - 59 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 41 pontos

6 - Alpine Renault - 40 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Ferrari - 7 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


UM TEMPO PARA MICK

Foto: Haas F1 Team

Com dois acidentes fortes na temporada e uma batida em Miami que o impediu de pontuar pela primeira vez na carreira, a situação de Mick Schumacher na Haas em 2022 é desconfortável. Se em 2021 não houve muitos problemas para superar Mazepin, a chegada do experiente Magnussen pressiona o alemão, principalmente agora que a equipe americana está no bolo dos pontos. Dizem que a Haas está começando a perder a paciência com o alemão...

O apoio público, no entanto, veio de outra equipe: a Alpha Tauri, através do chefe de equipe Franz Tost.
“Vocês não deveriam descartar Mick tão rápido. Eu continuo acreditando nele. Você não pode esquecer que Mick venceu a Fórmula 3 e a Fórmula 2, isso não acontece simplesmente por acidente.

Talvez, Mick só precise de um pouco mais de tempo. Ele deveria receber isso. É apenas sua segunda temporada na Fórmula 1 e nós temos carros completamente novos, que são difíceis de pilotar”, disse para a F1 Insider.

Outro apoio público veio do compatriota Norbert Haug, ex-vice-presidente de automobilismo da Mercedes e que trabalhou com Michael, o pai de Mick Schumacher.

“Ele simplesmente tenta extrair tudo do carro. Se você virar alguns centímetros antes, pode ter consequências desastrosas. No entanto, a equipe deve continuar o apoiando agora. Se ele conseguir desatar o nó em seu sistema, vai conseguir marcar pontos”, afirmou.

O apoio público de outras partes é importante, mas a Haas está ficando impaciente. Magnussen chegou há pouco tempo e elevou o sarrafo. Mick ainda não saiu do zero. Talvez, como Russell, as coisas começem a deslanchar quando marcar o primeiro ponto. Para isso, no entanto, é preciso ser mais consistente e menos propenso a acidentes. 

Como Tost pontuou, Mick venceu a F4 e a F2. Não dá para descartá-lo, mas o filho de Michael precisa se ajudar. Talvez a Ferrari não consiga segurar essa vaga se o panorama não mudar no curto-prazo.

LONGE DO FIM

Foto: Getty Images

Heptacampeão mundial, maior número de poles e de vitórias. Um currículo desses já fala por si. Quando alguém alcança isso, onde é possível ir além? Buscando o octa tirado na última volta em Abu Dhabi, Hamilton encontra-se pela primeira vez em dificuldades na Mercedes. Com a idade avançada, o desgaste com a FIA e as conquistas que têm, muita gente aponta que o britânico pode estar se despedindo da F1.

Não é o caso. Hamilton rechaçou os boatos e reafirmou que a motivação é a mesma de quando estreou, em 2007. O contrato com a Mercedes vai até 2023.

“Vamos pegar esta temporada. Provavelmente, não vou ganhar o título, mas sinto o mesmo prazer em correr de quando comecei. Por que eu deveria parar? Talvez um dia eu não aguente mais a pressão, estarei cansado, mas esse dia ainda não chegou”, disse.

E o Sir foi além: a motivação para voltar ao protagonismo continua em alta com os parceiros da Mercedes, que lhe deram seis títulos:

“Claro que acredito [que posso voltar a brigar pelo título]. Estou com esses caras [Mercedes] há 10 anos. Eu sei como eles funcionam e o tipo de cultura que nós temos: ganhamos e perdemos juntos. Eles estão muito motivados. Eles dão suas almas para tentar nos levar de volta ao topo”, falou para o jornal italiano Corriere della Sera.

Hamilton 2022 é um Schumacher 2005. De tanto tentarem, finalmente conseguiram tirar o britânico do protagonismo. Com um companheiro de equipe muito bom, o desafio interno é enorme. O ego do esportista sempre fica ferido. Ninguém ganha sete títulos e mais de 100 vitórias e poles sendo desmotivado. Hamilton, com certeza, vai voltar mais forte do que nunca, se a Mercedes acertar a mão no W14.

TRANSMISSÃO:
10/06 - Treino Livre 1: 8h (Band Sports)
10/06 - Treino Livre 2: 11h (Band Sports)
11/06 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
11/06 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
12/06 - Corrida: 8h (Band)

terça-feira, 7 de junho de 2022

A HORA É AGORA

 

Foto: Getty Images

Desde a aposentadoria de Felipe Massa, em 2017, a F1 ficou sem brasileiros na categoria. Algo inédito para um país com oito títulos mundiais. O recado estava claro: o automobilismo de base enfrentava problemas. O principal e mais óbvio deles, o dinheiro. Mas e o talento?

Desde então, as discussões seriam sobre quem iria pegar a tocha. O próprio Massa aposta em Caio Collet, hoje na academia da Alpine/Renault, como o próximo representante do país na F1. Vale ressaltar que Collet e Massa são empresariados por Nicholas Todt, influente, mas não sei se a opinião do Massa é deveras enviesada por esse fator. Enfim...

Outros candidatos surgiram: Sérgio Sette Câmara, que ficou anos na F2 e inclusive foi companheiro de equipe de Lando Norris na Carlin. Primeiro, chegou a fazer parte da academia de pilotos da Red Bull, o que é sempre importante. Fez testes esporádicos com a ainda Toro Rosso. Depois, chegou a fazer parte da academia da McLaren, mas não vingou. Ficou pelo caminho.

Outros candidatos naturais seriam os que possuem o sobrenome e, consequentemente, alguma política e dinheiro. Pedro Piquet sobrou no Brasil mas o choque de realidade na Europa foi grande. Não está mais no caminho. Apadrinhado pela Shell, Gianluca Petecof foi inclusive apontado por Vettel como um nome para ficar de olho. Ao sair da Ferrari, todavia, o brasileiro com nome e sobrenome não tão brasileiro assim sentiu as dificuldades financeiras e abandonou a F2.

No início do ano, todo mundo ficou em polvorosa com a possível entrada do Pietro Fittipaldi no lugar de Mazepin na Haas, em virtude dos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Reserva do time americano, por algum motivo o pessoal acreditou que o brasileiro seria escolhido. A patriotada era válida, mas Pietro em nenhum momento justificaria a escolha. A Haas escolheu o retorno de Magnussen e o Brasil, portanto, segue sem alternativas viáveis no curto prazo para ter um piloto do país na F1, ainda mais agora que só há dez times e todo aquele universo que canso de repetir: sobrenomes, filhos de bilionários e academia de pilotos.

No meio dessa história, um desconhecido chegou na F2 fazendo a pole na Áustria, em meio a pandemia. Seu nome? Felipe Drugovich Roncato. Paranaense de Maringá, nasceu no dia 23 de maio de 2000. 22 anos, portanto.

Depois de competir no kart no Brasil, Drugo partiu para a Europa. Em 2016, estreou na F4 alemã. No ano seguinte, também competiu na F4 italiana, na Euroformula, na Fórmula 3 Europeia e na MRF Challenge, onde ficou em quarto na temporada. Na F4 alemã, foi o terceiro.

Em 2017 e 2018, ascensão e títulos na MRF Challenge, na Euroformula e na F3 Espanhola. Em 2019, a subida para a F3, na Carlin Buzz Racing, até o ponto onde estávamos na F2, na modesta MP Motorsport.

Desconhecido, Drugo teve uma boa temporada de estreia numa equipe que não é das melhores na hierarquia da F2. Com duas vitórias na Sprint Race e uma na Feature Race, além de outro pódio, Drugo terminou em oitavo na tabela, com desempenho bom numa temporada onde geralmente a adaptação na categoria é muito complicada. É claro que isso despertou a atenção dos brasileiros. O salto parecia óbvio.

Na UNI Virtuosi, com Guanyu Zhou como companheiro de equipe, a tendência era Drugo brigar por mais poles e vitórias, pois estava mais ambientado e numa equipe melhor, apesar de enfrentar um duro adversário interno. No entanto, o resultado não foi o mesmo. Apenas três pódios e menos pontos do que na estreia. Drugovich perdeu valor e não confirmou a subida. Sem o sobrenome ou um grande apoiador, parecia estar destinado ao flop, no que tange a F1.

Na terceira temporada, acabou voltando para a MP. Sem grandes expectativas. É claro que está mais experiente na categoria, o que é uma vantagem considerável. Só lembrar dos casos recentes de Nyck de Vries e Nicholas Latifi, por exemplo, que só engataram na categoria depois de alguns bons anos. No entanto, isso também não quer dizer grande coisa. Geralmente os bons já chegam e mostram resultados: George Russell, Charles Leclerc, Alexander Albon, Lando Norris, Oscar Piastri...

Aproveitando da experiência e da maturidade, é inegável que Drugo vem fazendo uma temporada majestosa até aqui. Está sobrando no campeonato com uma MP, mais de 30 pontos de vantagem para o vice-líder Theo Pourchaire. Vitórias, poles, recuperações, a correção de alguns defeitos como as largadas e as disputas por posição. Se continuar nesse nível, são grandes as chances de Drugovich ser o primeiro brasileiro campeão do atual formato da GP2/F2. O país teve alguns nomes que bateram na trave: Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi, Luiz Razia e Felipe Nasr.

Felipe Drugovich campeão da F2 nesse ano. O que isso significaria, na prática?

Além do exercício de futurologia, precisamos de um contexto. Ser campeão na terceira temporada na categoria não é algo muito chamativo para as grandes equipes e academias, ainda mais considerando que temos apenas 20 vagas disponíveis. Se houvesse um ou mais times, a história poderia ser diferente... mas não é.

Em entrevista para a Motorsport há algumas semanas, o holandês Sander Dorsman, chefão da MP, falou que o caminho para o brasileiro sonhar com a F1 é um só: que as empresas brasileiras apoiem Drugo. Felipe Nasr só chegou na F1 graças ao apoio do Banco do Brasil. Com o texto da crise financeira do país num contexto político do golpe de 2016, Nasr deixou a categoria depois de dois anos na Sauber. Sem grana, sem vaga.

A questão é o retorno, o engajamento, o interesse, a política. É tudo muito complexo. Em um país em crise, é difícil grandes investimentos. É complicado. Muita gente não se interessaria em apostar em Drugo numa equipe intermediária, onde a chance de grandes resultados é muito pequena. Não teria grande retorno, não haveria engajamento que pagasse, apesar do barulho da internet brasileira ser um termômetro interessante para o mundo exterior.

O caminho mais fácil, no entanto, é de alguma academia de pilotos, seja Mercedes, Red Bull, Ferrari, Williams ou Alpine. Com 22 anos e sem aporte financeiro, Drugo pode ter chegado tarde demais, porém a esperança é a última que morre. Se for campeão com sobras, pode ser que consiga algo como piloto reserva ou de testes. É importante lembrar que o campeão da F2 não pode estar no grid do ano seguinte. De toda forma, Drugo precisa pensar no que vai fazer em 2023, considerando que o título da F2 é uma possibilidade muito grande.

Sendo otimista e com as estrelas se alinhando, quais vagas estariam em aberto? A Alpine está entre Piastri e Alonso. A Haas vai priorizar alguém da Ferrari caso Mick saia. A Williams seria o único caminho viável, visto que Latifi não deve permanecer. Alpha Tauri? Talvez se Gasly sair para a McLaren, caso Ricciardo deixe o time de Woking...

É uma situação complexa e difícil, porém não inédita. Outros campeões não chegaram perto de subir para a F2, como Davide Valsecchi, Fabio Leimer, Nyck de Vries e o próprio Oscar Piastri não subiu imediatamente. E se não der certo, como o panorama atual mostra?

Campeão da F2, Drugo sabe que o automobilismo é muito além da F2 e as opções mais óbvias seriam tanto a Fórmula E quanto a Indy.

Aproveito o espaço para elogiar o excelente e surpreendente início do Enzo Fittipaldi na temporada, depois de estrear na categoria no final do ano passado. Com a fraca Charouz, está no top 10 da classificação. Pelo sobrenome e pelos patrocinadores, Fitti tem mais chances de estar na F1 do que o próprio Drugo, mesmo tendo saído da academia da Ferrari. Se continuar se desenvolvendo, talvez seja a bola da vez, porque uniria talento, dinheiro e sobrenome.

Se o sonho ainda é a Fórmula 1, como não pode deixar de ser, a hora de Drugovich ir com tudo é agora. É continuar entregando grandes resultados e se aproximar de um título inédito para o país e contar com o jogo de cintura político, a visão de empresas interessadas e formar/aproveitar uma conjuntura que favoreça Drugo a realizar o grande sonho. Apoio da torcida e dos fãs é o que não falta. Que esse engajamento sensibilize empresas e bilionários entediados dispostos a investir em um jovem talento. Sendo patriotas, facilitaria tudo.

Mas cuidado: como escreveu Jorge Luis Borges, os sonhos não devem durar mais de uma noite.

Até!


terça-feira, 31 de maio de 2022

O MELHOR É O FINAL

 

Foto: Divulgação/Red Bull

A história de Sérgio Pérez desde o início teve um toque diferente do padrão no automobilismo. A começar, claro, pela nacionalidade. Depois dos irmãos Rodríguez, lá nos anos 1970, o México não teve grandes representantes na Fórmula 1.

A promessa, bancada por Carlos Slim, uma das pessoas mais ricas do mundo, teve resultados razoáveis na GP2. Em condições normais, não teria feito o suficiente para seguir adiante. No entanto, o trunfo de Carlos Slim e ser membro da academia da Ferrari fizeram Checo parar na Sauber, a Ferrari B.

Desde o início, era possível ver que havia algo diferente no jovem. A quase vitória na Malásia 2012 e os pódios com um carro mediano, sempre administrando os pneus, mostravam que Checo poderia estar nas prateleiras de destaque da F1. Talvez tenha ido lá cedo demais. O fardo de substituir Hamilton na McLaren ainda sem tanta bagagem, e com Button do outro lado, o atrasou. Dizem que tinha um relacionamento difícil com a equipe e com o gentleman campeão mundial, era um cara difícil.

Por isso que Checo durou apenas um ano na McLaren, que preferiu subir Kevin Magnussen. Quem sobe e depois desce, tão jovem, já tem aquele carimbo de piloto insuficiente para grandes desafios. E Pérez precisou recomeçar.

Na Force India, sempre viu Nico Hulkenberg como a estrela, o cara que tinha potencial para estar num carro melhor. Em três anos, o mexicano fez mais pontos e pódios, enquanto o badalado alemão nunca passou perto. Ainda assim, Checo nunca foi considerado para grandes vagas. "Falhou na McLaren" e, não podemos fingir que não existe, é mexicano. Não tem o hype numa categoria majoritariamente europeia e principalmente britânica, mesmo com o faz me rir.

A Force India faliu e Checo pagou do próprio bolso os funcionários para tudo não acabar. Enfrentou rivalidade dura com Ocon e continuava fazendo os pódios que dava. Era o máximo possivel na realidade do meio do pelotão. Mesmo que apenas se resumisse nisso, a jornada não era tão ruim. 

Em 2020, a Racing Point "Mercedes B" poderia permitir algum sonho além de pódios esporádicos. Algo mais constante, por que não uma vitória ou uma pole? A jornada do mexicano começou complicada: resultados aquém do esperado e covid. Será que na hora da responsabilidade o mexicano "tremia"?

A recompensa veio no oval de Sakhir. Numa corrida atípica, como não poderia deixar de ser, a primeira vitória de Checo Pérez. Finalmente chegou o dia. É um dos poucos que conseguiu vencer e fazer pódios somente em equipes medianas como a Sauber e a Force India/Racing Point. Não é para qualquer um.

Ali, parecia que a jornada do herói mexicano terminava com um gostinho de quero mais. Justo agora que a vitória veio não existiria mais a possibilidade de repetir o feito? Lawrence Stroll comprou a Racing Point e transformou em Aston Martin. Uma das vagas era do filho e o time optou pelo tetracampeão Sebastian Vettel. Mesmo com dinheiro e talento, Pérez estava se despedindo da F1 no melhor momento da carreira, fora da curva habitual, onde jovens promessas sucumbem. Hoje, é raro alguém perseverar tanto no "lado B" e ainda assim conseguir a recompensa.

E ela veio. As estrelas se alinharam. Checo estava na situação certa e no momento certo, quem diria. Sem um piloto confiável na academia, a Red Bull ligou. Um dos melhores carros do grid. O papel é simples: ajudar Max. Isso significa: boas chances de pódio e quem uma vitória ali, uma pole aqui...

A sorte sorriu para Checo no final da carreira. É uma estrela diferente, um outlier. Driblou a lógica e o resultado é o que vemos agora.

Aos 32 anos, vive a melhor semana da carreira e o melhor momento no automobilismo. Checo encaixou muito bem com esse carro da Red Bull no novo regulamento, andando mais próximo de Max. Mais adaptado a equipe, está fazendo mais pontos e teve três chances de vitória: era líder na Arábia Saudita (quando fez a primeira pole) quando teve azar na hora do Safety Car e foi prejudicado pelo jogo de equipe na Espanha.

Pérez sabe qual é o papel dele. Mesmo que esteja próximo de Max na classificação, sua função é somar pontos e ajudar o holandês a ganhar títulos. Se nem Ricciardo que era piloto Red Bull teve alguma chance, não é o forasteiro que vai sonhar, infelizmente.

A importância de estar no lugar certo e na hora certa é a famosa "sorte", o alinhamento das estrelas. Dois dias depois de vencer em Mônaco, Checo renovou com a Red Bull por mais dois anos. 

Aí temos dois sinais. O primeiro é que a Red Bull está gostando do trabalho e sentindo a evolução do piloto que vai ficar no mínimo até os 34, quando geralmente nenhum piloto está numa equipe de ponta, principalmente na Fórmula 1 de hoje, onde as coisas acontecem de forma cada vez mais precoce.

O segundo é que claramente os taurinos perceberam que, no futuro próximo, nem Tsunoda, Vips, Hauger ou Daruvala mostram sinais de estarem aptos a subir para o time principal. O jeito é se desenvolver na F2 e subir para a F1, ganhando experiência na Alpha Tauri. Mais do que nunca, Pierre Gasly finalmente entendeu que precisa continuar a carreira em outro lugar e deixar a fábrica de energéticos tal qual Carlos Sainz, conforme já escrevi por aqui.

Piloto "pagante" que fez história em equipes menores, alcançando o ápice da carreira quando geralmente as pessoas estão em baixa. A fábula da carreira de pilotos como Sérgio Pérez, o journeyman, vai ser cada vez mais rara na Fórmula 1. A jornada do herói está em extinção. Precisamos desfrutar desses exemplos porque o esporte é feito de histórias, não apenas de títulos, talento ou recordes.

A história de Checo Pérez mostra que o melhor está no final e premia mais de uma década de torcida destes que vos escreve. Assim como Checo, fomos premiados, tal qual a Roma. Tudo isso na mesma semana. Resiliência é tudo? O melhor está no final.

Até!

segunda-feira, 30 de maio de 2022

UM NOVO TIJOLO

 

Foto: Getty Images

Uma Indy 500 como sempre é: repleta de estratégias e reviravoltas. Não teve tantas trocas de liderança, mas Scott Dixon e Pato O’Ward disputaram a maior parte do tempo a liderança. Dixon, pole pelo segundo ano consecutivo, estava na frente em praticamente ¾ da corrida.

Justamente na última parada nos boxes, acelerou demais no pit lane e foi punido, jogando fora todo o trabalho. A Chip Ganassi tinha o favoritismo pelo que apresentou nos treinos, mas as McLarens de Pato e Rosenqvist estiveram no páreo o tempo.

Largando em sexto, Tony Kanaan buscava a segunda conquista do Brickyard. Foi avançando e conseguiu um terceiro lugar. Chegou perto. Hélio Castroneves, que buscava ser o primeiro penta, tinha uma missão inglória. Largando em 27°, conseguiu uma boa corrida de recuperação, mas faltava velocidade para brigar lá em cima. Ainda assim, conseguiu ficar no top 10.

Com Dixon fora, tudo parecia encaminhado para o mexicano O’Ward repetir a dose de Checo Pérez mais cedo e levar o país ao topo. Pelo conjunto da obra, talvez fosse o que mais merecia levar o banho de leite. No entanto, a vida não é sobre merecimento, e sim chegar até o final.

Na última parte da corrida, Ericsson, que ficou no bolo o tempo todo, assumiu a liderança, em virtude de uma das amarelas. Sem parar, tinha uma vantagem confortável até que Jimmie Johnson, o da Nascar, bateu faltando duas vezes. Geralmente se encerraria com bandeira amarela, mas sabe-se lá porque deram bandeira vermelha. Estava tudo desenhado para Pato O’Ward.

O que vimos nessas voltas finais foi uma defesa espetacular de Ericsson, de cinema. Fechou a porta e rumou para uma improvável vitória na Indy 500. Ele encerrou o jejum de 10 anos da Ganassi e foi o segundo sueco a tomar banho de leite (o único até então havia sido Kenny Brack, em 1999).

Por não ser uma figura carismática ou ter uma grande passagem na F1, ficou aquele anticlímax. Era melhor para todos que Pato tivesse vencido, mas Ericsson teve seus méritos. Depois que saiu da F1, veio para Indy e foi evoluindo aos poucos. Ano passado, teve as primeiras vitórias. Agora, a consagração máxima. De quebra, assumiu a liderança do campeonato, com O’Ward na cola.

Os pilotos podem evoluir e serem felizes em outros lugares. Sempre é essa a lição que fica quando acompanhamos outras categorias. Nem todo mundo vai ser Max Verstappen ou Lewis Hamilton. Se Ericsson não é o suprassumo do automobilismo, ele mostrou méritos para estar na história de uma das corridas mais tradicionais do esporte. É sobre isso.amHamHa

Para Pato O’Ward, fica a frustração de ter chegado perto. No entanto, a grande recompensa pode chegar nos próximos meses. Com Ricciardo cada vez mais fora da McLaren, o mexicano é um candidato natural a assumir essa vaga, além de Colton Herta. Apesar de mexicano, seria do interesse da categoria alguém com proximidade do mercado americano para reforçar a categoria, além das três etapas inseridas no calendário.

Não foi das corridas mais emocionantes mas o final compensou. Como mágica, vimos a história e o improvável acontecer. Pode até não ser o que gostaríamos em termos estéticos e de narrativa, mas precisamos respeitar e admirar. A Suécia de Ronnie Peterson tem um herói para chamar de seu. Um novo tijolo em Indianápolis.

Até!


domingo, 29 de maio de 2022

BONANÇA MEXICANA

 

Foto: Getty Images

Não foi dessa vez que a Ferrari e Leclerc espantaram a zica. Uma mistura de azar e incompetência dos italianos, onde o monegasco foi vítima. Vamos por partes.

A F1 nunca mais vai correr na chuva. Tá certo que, por ser em um circuito apertado e difícil, a chance de diversos acidentes seria altíssima, então deu para entender. O problema é que esse processo sempre se repete. Qual o sentido em fazer pneu de chuva se é proibido correr quando cai um pingo no chão?

A largada foi adiada o quanto foi possível e duvido que quisessem repetir o constrangimento da Bélgica, menos de um ano depois. Com a pista secando e os carros largando em movimento atrás da Safety Car, a procissão habitual prosseguiu. Apenas Stroll e Latifi, pra variar, erraram e pararam no final do grid.

Com a pista secando, a estratégia faria a diferença. Parar e trocar os pneus no momento certo matariam a questão. Lá atrás, Gasly dava show com os intermediários e tinha mais ritmo. Até ultrapassar conseguiu!

Diante disso, a Red Bull antecipou a parada de Pérez com os intermediários. No entanto, a pista foi secando. Max entrou logo depois e Sainz colocou os pneus duros. A Ferrari não só demorou com Leclerc como fez o então líder colocar os intermediários para depois ter os duros. Duas paradas e o quarto lugar. Inocência, burrice e incompetência italiana que perdeu 16 ou 17 pontos fundamentais para a briga no campeonato. A Ferrari era de longe quem tinha mais ritmo e velocidade no Principado.

Mesmo fazendo duas paradas, Pérez estava num ritmo muito bom outra vez, a exemplo da Espanha. Impressionante como o mexicano se adaptou ao carro dessa temporada, melhorando os resultados e andando próximo de Max. Foi contratado exatamente para isso. O erro no sábado o beneficiou para poder largar na frente do holandês e não precisar fazer jogo de equipe.

O melhor dos mundos precisava acontecer para sonhar com uma vitória: a exemplo da primeira vitória de Massa em 2006, na Turquia, Pérez precisava de uma Ferrari entre ele e Max. Lá estava Sainz. No trenzinho da alegria, o mexicano se aproximava da vitória.

Mônaco precisava de um drama e ele veio com um pequeno susto. Mick Schumacher bateu forte e o carro chegou a partir em dois. Nada de grave com o alemão, que segue zerado no ano e colecionando acidentes. A chegada de Magnussen foi a pior coisa que poderia acontecer para o cartaz do Schumaquinho. Segue com dificuldades. Tardiamente, a direção acionou a bandeira vermelha e tudo poderia mudar.

A Red Bull preferiu os pneus médios e a Ferrari os duros. A ideia era buscar se distanciar, visto que com pneus iguais a Ferrari tinha mais aderência. Os dois pilotos taurinos se viram em uma polêmica: passaram com duas rodas na linha amarela no retorno dos boxes, o que em tese não pode. No entanto, diante das condições de pista e o fato da roda não ter ultrapassado totalmente a linha (segundo a FIA), não houve punições.

Diante de tantas paralisações, dessa vez a FIA optou por finalizar a corrida no limite de três horas. No final, 64 voltas completadas das 77 previstas. Os pneus da Red Bull se deterioraram e Sainz foi pra cima. O trenzinho da alegria estava feito mas nada mudou.

Sérgio Pérez vence pela terceira vez na carreira, a primeira no ano e é o quinto latinoamericano a vencer no Principado, o que não acontecia desde Juan Pablo Montoya. É um ano incrivelmente consistente de Checo. Na Arábia Saudita, teve azar no Safety Car. Na Espanha, foi impedido de ganhar. Em Mônaco, teve sorte, ritmo e a boa estratégia da equipe para vencer. O mexicano vive um momento único.

O journeyman, diferentemente da lógica da F1, vive o auge nos últimos dias da carreira. Depois de passar por tanta coisa, está colhendo os frutos de anos no underground e pódios escassos em equipes falimentares apenas agora. Consistente e ajudando a Red Bull, Checo pleiteia mais uma renovação pelos taurinos, porque não há nenhum talento pronto para subir. 

No entanto, não se enganem: mesmo que ande bem e esteja próximo de Max no campeonato, a equipe é dele e o papel continue o mesmo, apesar do mexicano as vezes tentar insistir externamente o contrário. Se nem Ricciardo que era cria do energético teve esse privilégio, imagina um forasteiro. Pés no chão. Checo precisa desfrutar momentos dourados como o de hoje. É um herói nacional mexicano.

No campeonato, Max sai muito fortalecido. Sem ritmo, ainda assim consegue colocar mais três pontos de vantagem em relação a Leclerc, prejudicado pela burrice da equipe. Mais uma chance desperdiçada pela Ferrari. E é assim que os campeonatos são perdidos. Sainz está batendo na trave e precisa de mais regularidade e velocidade para finalmente vencer a primeira na carreira.

O regular Russell outra vez foi o melhor do resto, seguido do segundo melhor da F1 B, Lando Norris. Finalmente Alonso teve um final de semana sem problemas e ficou em sétimo. Com dificuldades, Hamilton foi só o oitavo. Parece que a Mercedes regrediu em circuitos de baixa. A ver como será em Baku, circuito de rua cheio de retas. Numa disputa com o heptacampeão, Ocon fechou demais a porta e foi punido com cinco segundos, perdendo os pontos. Bottas herdou o nono lugar e Vettel conseguiu um pontinho, em décimo.

Ricciardo segue na jornada ruim. Mesmo em condições malucas, mais uma vez ficou longe de pontuar e a batata está assando ainda mais. Gasly tentou mas segue atrás de Tsunoda nos pontos. Zhou ainda está se adaptando na categoria e segue distante de Bottas.

Se Mônaco não oferece milhares de ultrapassagens artificiais, a tensão e a estratégia em uma corrida diferente como a de hoje valem muito a pena. Diante de vários circuitos iguais do Tilke ou aqueles circuitos de rua insossos, não tem problema em Mônaco continuar no calendário. Isso sequer deveria ser cogitado pela geração Drive to Survive, que parece gostar apenas de artificialidades. São 23 corridas no ano. Qual o problema de Mônaco? Existem milhares de pistas horríveis e sem a carga histórica de Monte Carlo para sair do calendário e efetivar Mugello e o retorno de Sepang, por exemplo.

Vida longa a Mônaco, que hoje foi digna de um capítulo que premiou o azarão que nunca desistiu de lutar e está sendo recompensado agora, nos últimos anos. Depois da tempestade, veio a bonança mexicana. Apimentada, intensa e cheia de sentimentos.

Confira a classificação final do GP de Mônaco:


Até!


sexta-feira, 27 de maio de 2022

PRA ESPANTAR A ZICA?

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Modificando as tradições, agora os treinos livres de Mônaco também são nas sextas-feiras. Com carros cada vez maiores e largos, a possibilidade de ultrapassagens é quase nula. O que pode fazer a diferença no principado? A classificação e os acidentes, é claro.

Há um componente a mais nesse ano: a possível possibilidade de chuva para o final de semana, o que embaralharia tudo de vez. Seria loteria pura. Enquanto isso não acontece, os treinos de hoje foram ensolarados.

Se nada incrível acontecer, parece que só a zica pode parar a Ferrari de novo. Leclerc, que corre em casa, dominou os dois treinos. Se no ano passado ele fez pole com aquele carro fraco, imagina agora? O monegasco é o favorito absoluto do final de semana, se não bater (algo comum em Mônaco) ou a Ferrari acusar algum problema de confiabilidade. É a chance de Sainz se reabilitar também, ajudando os italianos no campeonato.

Possivelmente, pode ser uma corrida para a Red Bull administrar os danos e contar com o azar ou incompetência dos rivais. Pérez parece cada vez melhor, inclusive foi mais rápido que Max hoje. Só o fato do mexicano andar na frente nos treinos livres mostra como ele se adaptou bem ao carro taurino desse ano. No passado, nem isso acontecia. No entanto, nada muda e ele vai continuar o 1B, não interessa a situação da corrida.

A Mercedes parece ter regredido. O porpoising e a instabilidade voltaram. Talvez em circuitos de baixa a solução encontrada em Barcelona não funcione. É aguardar para ver.

Ricciardo... nem no Principado, onde já venceu, parece haver luz no fim do túnel. Bateu no treino livre e evidencia o péssimo momento que vive, coincidindo com as críticas públicas do chefão Zak Brown. Por outro lado, quem sabe essa pancada não tenha sido o último impacto de vez para ressurgir na temporada?

A glamourosa e chata Mônaco sempre tem espaço para surpresas, drama e suspense. É preciso fazer 78 voltas perfeitas. Uma distração é muro e adeus. Com chuva e carros ainda não tão confiáveis em termos de durabilidade, quem sabe podemos ter uma corrida cheia de alternativas, emoções e suspense em Monte Carlo. Independente disso, ela jamais deveria sequer ser cogitada a sair do calendário, por mais enfadonha que possa ser as vezes. Mônaco é F1 e vice-versa.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!


quinta-feira, 26 de maio de 2022

GP DE MÔNACO: Programação

O Grande Prêmio de Mônaco é um dos GPs mais conhecidos do automobilismo, juntamente com as 500 milhas de Indianopólis e as 24 horas de Le Mans. É um circuito de rua de Monte Carlo, com 3340 metros de extensão e que exige  muita precisão, devido a uma grande quantidade de curvas e a estreita largura das ruas que formam o percurso.

Passou a integrar o calendário da Fórmula 1 em 1955.

Em 2020, em virtude do coronavírus, a corrida de rua não foi realizada pela única vez na história, retornando ao calendário nesta temporada. 

Foto: Wikipédia

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:12.909 (Mercedes, 2021)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:10.166 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Ayrton Senna - 6x (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 110 pontos

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 104 pontos

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 85 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 74 pontos

5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 65 pontos

6 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 46 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 39 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 38 pontos

9 - Esteban Ocon (Alpine) - 30 pontos

10- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos

11- Daniel Ricciardo (McLaren) - 11 pontos

12- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 11 pontos

13- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 6 pontos

14- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 4 pontos

15- Fernando Alonso (Alpine) - 4 pontos

16- Alexander Albon (Williams) - 3 pontos

17- Lance Stroll (Aston Martin) - 2 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 195 pontos

2 - Ferrari - 169 pontos

3 - Mercedes - 120 pontos

4 - McLaren Mercedes - 50 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 39 pontos

6 - Alpine Renault - 34 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 17 pontos

8 - Haas Ferrari - 15 pontos

9 - Aston Martin Mercedes - 6 pontos

10- Williams Mercedes - 3 pontos


PÉ NO FREIO

Foto: Getty Images

O sonho de Fernando Alonso conquistar a tríplice coroa do automobilismo está muito distante. Prestes a completar 41 anos, o espanhol, que já disputou três edições (e ficou ausente em 2019, no Bump Day), está focado na reta final da carreira na Fórmula 1.

No entanto, é outro o motivo para o espanhol esfriar o interesse em uma possível nova participação na Indy: o aeroscreen.

“É um objetivo menor agora. As últimas duas tentativas na Indy com o aeroscreen tornaram o carro um pouco diferente, e conversando com alguns colegas, os carros ficaram mais difíceis de pilotar e de seguir um ao outro. Ficou menos divertido. Em 2017, foram várias ultrapassagens e eu amei aquela corrida. Teve menos amor nos últimos anos sem poder ultrapassar.

E tem o fator de risco. Na Indy 500, acontecem grandes acidentes todo ano. Agora eu estou totalmente focado na Fórmula 1. Quando eu parar, não sei se estarei tentado a tentar de novo. Não é completamente um ‘não’, mas virou um projeto menor”, disse em entrevista para a BBC.

O tempo parece que definitivamente passou para Alonso. Além do ritmo, tem a questão da competitividade com uma idade tão elevada. Melhor dar tempo ao tempo, mas pelo menos o espanhol tentou e saiu da bolha. É um sinal que o tempo passa para todos nós, não tem jeito.

DECEPCIONADO

Foto: Getty Images

Parece até que Zak Brown esperou o meu texto da segunda-feira para expor o que está achando do desempenho de Daniel Ricciardo na McLaren até aqui. O chefão não teve papas na língua e pela primeira vez fez duras críticas públicas ao australiano:

“Lando (Norris), definitivamente, tem uma vantagem. Nós obviamente gostaríamos de ver Daniel (Ricciardo) mais perto de Lando em termos de performance, para termos uma boa disputa interna. Mas Daniel simplesmente não está confortável ainda com o carro. Estamos tentando de tudo. Foi, novamente, um fim de semana decepcionante", disse.

Ricciardo só pontuou na corrida de casa, em Melbourne. Na Espanha, mesmo largando a frente de Norris, chegou em 12°, enquanto o inglês foi o oitavo, mesmo debilitado por uma amidalite.

“Com exceção de Monza e algumas outras corridas, (Ricciardo) não tem cumprido as expectativas dele e as nossas. Penso que tudo que você pode fazer é continuar trabalhando duro como time, manter a comunicação interna e seguir acelerando, esperando que o que não está encaixando no momento, encaixe o quanto antes”, continuou Brown.

Também empresário de Norris, o chefão aproveitou para elogiar o cliente, demonstrando a qualidade do inglês perante a concorrência interna e comparando com os pilotos das principais equipes da F1:

“Acho que isso também aponta o quão bom Lando é. Quando você olha para a diferença entre Leclerc e Sainz, Verstappen e Pérez… penso que Lando é um dos melhores pilotos do mundo no momento e, quando você vê que a distância entre companheiros de equipe existe, é meio que um elogio para ele”, concluiu.

Bem, Zak Brown basicamente repetiu o que eu escrevi no texto. O estranho é fazer isso publicamente, o que deixa uma mensagem potente: a paciência está acabando. Ricciardo custa muito caro para entregar tão pouco. O ultimato público pode ser, de fato, a última oportunidade para o australiano.

TRANSMISSÃO:
27/05 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
27/05 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
28/05 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
28/05 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
29/05 - Corrida: 10h (Band)