domingo, 20 de março de 2022

VOLTANDO AOS NEGÓCIOS

 

Foto: Peter J Fox/ Getty Images

Considerando as equipes que já venceram na Fórmula 1, o time que detém os maiores recordes da categoria e está presente desde 1950 detinha um recorde incômodo: era o que estava a mais tempo sem vencer.

A Ferrari não ganhava desde o último triunfo de Sebastian Vettel em Cingapura, em 2019. Dois anos e meio depois, os italianos estão de volta com uma vitória categórica em outro circuito noturno, agora em Sakhir. E também com dobradinha.

Entre esconder o jogo e delegar responsabilidades, a Ferrari está há 15 anos sem conquistar um título de pilotos. Desde então, passou perto e passou longe, em duas temporadas onde foi do inferno ao purgatório e, nesse final de semana, foi perfeita. Uma raridade. De forma até inesperada, Leclerc foi o pole. Hoje, também de certa forma inesperada, o monegasco liderou de ponta a ponta. Com dificuldades, Sainz fez o papel de acumulador de pontos e foi agraciado com um segundo lugar e a dobradinha ferrarista.

Verstappen, defendendo o título, tentou do jeito que podia. As vezes poderia ter a impressão que a qualquer momento iria impor o ritmo e passar Leclerc. Só pareceu. Enfrentando problemas de freio e combustível, que não chegou no motor, o carro apagou na penúltima volta. O mesmo aconteceu com Pérez e o time taurino começa zerado. 

Pontos importantíssimos no campeonato e nos construtores que são desperdiçados. Antes, o Safety Car que embolou tudo foi originado por um problema no motor de Gasly. Agora, a Red Bull não tem quem culpar, até porque agora são eles mesmo que desenvolvem o motor herdado da Honda. Falta de confiabilidade é preocupante.

De tanto blefar, a Mercedes realmente confirmou o drama. O novo carro, pela primeira vez em oito anos, não começa dominante ou no topo. Os alemães são a terceira força, mas uma dupla com Hamilton e Russell é capaz de capitalizar tudo. O pódio do hepta e o quarto lugar de George são pontos fundamentais para o desenvolvimento da mais longa temporada da história, até porque os alemães têm dinheiro e estrutura para recuperar o terreno. 

Dizem que os motores Mercedes não estão correndo na potência máxima pela questão da confiabilidade e de precisar render as oito corridas antes da troca, talvez isso possa explicar alguma coisa, assim como supostamente a Honda está na potência máxima. A verdade é que o motor Ferrari, até aqui, se mostrou superior.

O grande nome do final de semana é Kevin Magnussen. Chegando de última hora numa história que remete ao automobilismo romântico, a Haas simplesmente mostrou ritmo o final de semana inteiro. O quinto lugar não foi por acaso para alguém que retornou ao time após dez dias. Sensacional. Pela questão financeira, cada ponto vai ser fundamental para o futuro do time, até porque é difícil ter alguma perspectiva de desenvolver o carro atual. 

Sinal amarelo para Mick: mesmo que o forte seja o ritmo de corrida, ser dominado por alguém que chegou agora pode ser um problema. Vai precisar mostrar mais, mas finalmente está sendo testado.

Outra equipe que brilhou depois de frequentar o fundão foi a Alfa Romeo. A experiência de Bottas já mostrou efeito ao chegar em sexto e trazer pontos importantes, mas o grande holofote fica para o estreante Guanyu Zhou. A adaptação para a F1 num novo regulamento é brutal, mas o chinês viável foi muito combativo, ultrapassou, disputou posições e foi coroado com um pontinho na estreia, o primeiro da China. Mostrou personalidade e hoje provou que não está lá só pelo dinheiro ou pela importância comercial da nacionalidade, calando os eurocentristas preconceituosos.

A Alpine segue no meio do grid e conseguiu pontinhos suados com Ocon e Alonso. O problema é que o time está na mesma em relação ao ano passado, mas pelo menos não piorou. E aí vem a conversa com testas franzidas...

Williams, McLaren e Aston Martin. Equipes tradicionais e batendo roda nas últimas posições. Muito preocupante e até vergonhoso, considerando a capacidade de investimento do Stroll e a recuperação do time de Woking. Pós-corrida, o tom da McLaren é pesaroso, como se fosse muito complicado resolver esses problemas a longo prazo. A Williams é até previsível, visto que não há recursos e nem pilotos para fazer algo diferente. Para a Aston Martin, vale o aguardo da estreia de Vettel quando se recuperar do covid mas é pouco, muito pouco.

O final de semana do Bahrein ainda não traz um recorte, mas pode mostrar alguns indícios. O mais seguro deles, e óbvio, é: a Ferrari está de volta aos negócios.

Confira a classificação final do GP do Bahrein:


Até!

sexta-feira, 18 de março de 2022

PONTO DE INTERROGAÇÃO

 

Foto: Getty Images

A F1 está de volta! Com um novo regulamento, é muito difícil ainda tentar identificar as forças de cada equipe. Está tudo muito embaralhado.

Como sempre falam, essas definições mais exatas começam a ser a feitas a partir da temporada europeia. Até lá, tudo sempre depende da característica de cada pista e como os carros foram desenvolvidos até aqui, pensando depois na sequência do ano.

Tanto é que Gasly foi o mais rápido na primeira sessão e Verstappen o mais rápido na segunda. Interesse destacar o ritmo bom da Ferrari, que parece forte. Mercedes e McLaren parecem tímidas, um misto de esconder o jogo + dificuldades naturais. A Red Bull parece bem adaptada.

A Haas talvez esteja já andando o que pode, por isso no meio da temporada. Williams e Aston Martin (com Hulk no lugar do covidado Vettel) um pouco mais atrás, Alfa Romeo no mesmo caso dos americanos e a Alpha Tauri no meio do caminho.

Muita imaginação, muita expectativa, poucas ou quase nenhuma respostas. Mais do que nunca, com o novo regulamento, o início dessa temporada e esse final de semana no Bahrein vai ser um grande ponto de interrogação.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

GP DO BAHREIN: Programação

 Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Em 2022, pela quarta vez na história, o circuito barenita será palco da abertura da temporada.


Foto: Wikipédia


ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.264 (Mercedes, 2020)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2014, 2015, 2019, 2020 e 2021) - 5x

"SEM ESPAÇO PARA DOIS PAPAS"
Foto: Divulgação/Alpine

Uma das movimentações no mercado fora das pistas foi a chegada de Otmar Snazfauer como novo chefe de equipe da Alpine, depois de 12 anos na Force India/Racing Point/Aston Martin.

Em entrevista para a Sky Sports, o novo contratado da Alpine falou sobre a relação na equipe e o que levou a saída da Aston Martin: a incompatibilidade crescente com o dono, Lawrence Stroll.

“Um amigo meu me disse: a Igreja Católica só tem um papa. E quando você tem dois papas, não dá certo. Então acho que era hora de sair e deixar a Aston Martin para seu único papa, e vou tentar ajudar a Alpine da melhor maneira possível”, disse.

Nesses 12 anos, Szafnauer foi um dos grandes resposnáveis em recrutar e contratar funcionários para o então time de Vijay Mallya, que mesmo com dificuldades financeiras crescia e conquistava melhores resultados nos últimos anos, até a chegada do aporte de Stroll.

"Tenho um ótimo relacionamento com os homens e mulheres de Silverstone. Nos 12 anos em que estive por lá, mais que dobrei o tamanho daquele time. Muitas das pessoas que foram contratadas quando eu estava lá não foram escolhidas a dedo, mas eu ajudei a contratá-las e recrutá-las de outras equipes, com o objetivo de montar o grupo. Funcionou e deu certo”, completou.

Além disso, Szafnauer complementou, afirmando que está otimista com essa estadia na Alpine:

“Há um grande potencial, pessoas com a mesma opinião, seguindo a mesma direção e querendo se sair bem. Eles têm uma ótima história aqui. Eles venceram antes, têm uma boa infraestrutura, então estou realmente ansioso para trabalhar com eles”, destacou.

A Alpine acerta e a Aston Martin erra. Aí mexe com briga de egos. Szafnauer foi um dos responsáveis pelo crescimento da Force India, principalmente quando a equipe começou a ter problemas financeiros no final da gestão Vijay Mallya. Agora, com maior liberdade e a mesma capacidade de investimento e organização, a Alpine tem tudo para continuar evoluindo na categoria.

FERRARI PROMETE "CHANCES IGUAIS" PARA OS DOIS PILOTOS

Foto: Motorsport Images

Historicamente, a Ferrari é uma equipe que sempre teve bem nítido quem é o primeiro e quem é o segundo piloto. 

No entanto, como no ano passado o carro estava longe do topo, Mattia Binotto deixou a competição acontecer e, inesperadamente, Carlos Sainz venceu o em tese "primeiro piloto" Charles Leclerc.
Se for necessário tomar esse tipo de estratégia em 2022, o que Binotto escolheria: Leclerc, o piloto Ferrari; ou Carlos Sainz, o vencedor de 2021?

A resposta do chefão: nenhuma das opções. Segundo ele, a Ferrari vai dar "oportunidades iguais" para os dois pilotos.

"Não nomeamos nenhum número 1 e número 2 no ano passado. Vamos manter isso neste ano. Daremos a ambos oportunidades iguais e espero que possam ter um bom campeonato”, ratificou.

Bom, eu prefiro não acreditar muito nisso, até porque há notícias de que a renovação com Sainz está próxima de acontecer. É uma dupla que se completa. Leclerc é mais arisco e talentoso, enquanto Sainz é um acumulador de pontos, um "novo Hulkenberg" melhorado e com sorte dessa geração. 

No entanto, é óbvio que saberemos que, se precisar, a prioridade será Leclerc, o protegido e o escolhido para o ser o líder do projeto de resurreição ferrarista.

TRANSMISSÃO:
18/03 - Treino Livre 1: 9h (Band Sports)
18/03 - Treino Livre 2: 12h (Band Sports)
19/03 - Treino Livre 3: 9h (Band Sports)
19/03 - Classificação: 12h (Band e Band Sports)
20/03 - Corrida: 12h (Band)


quarta-feira, 16 de março de 2022

GUIA F1 2022: PARTE 2

 Olá! Vamos para a parte 2 da apresentação da temporada 2022 da F1! Agora, Alpha Tauri, Aston Martin, Williams, Alfa Romeo e Haas!

SCUDERIA ALPHA TAURI

Foto: Divulgação/Alpha Tauri

PILOTOS: PIERRE GASLY (#10) E YUKI TSUNODA (#22)

Vitórias: 1          

Pódios: 2

Voltas Rápidas: 1

A dupla de pilotos está mantida por motivos diferentes, mas uma coisa em comum: falta de opção. Gasly anda mais que o carro mas não tem para onde ir, apenas esperar uma oportunidade em outra equipe. Enquanto isso, pode continuar brilhando e levando a equipe B da Red Bull adiante. O japonês Tsunoda permaneceu por falta de opções com superlicença na prestigiada academia Red Bull. Yuki cometeu muitos erros e foi irregular, mas o pessoal esquece que o rapaz tem apenas 20 anos e nem todo mundo é Max Verstappen. O problema é convencer Helmut Marko sobre isso... E assim segue a equipe matriz dos taurinos, buscando surpreender quando possível.

ASTON MARTIN ARAMCO COGNIZANT FORMULA ONE TEAM

Foto: Reprodução/Aston Martin

PILOTOS: SEBASTIAN VETTEL (#5) E LANCE STROLL (#18)

Pódios: 1

 O retorno da montadora foi decepcionante, considerando o investimento. Agora que não é mais uma Mercedes B, a ex-Racing Point e Force India teve dificuldades. Vettel conseguiu um pódio e teve bons momentos, apesar de grande irregularidade. O filho do papai não compromete tanto mas também raramente vai tirar coelho da cartola. Será que o investimento de Lawrence está sendo feito nos pilotos certos? Que Vettel consiga ressurgir na categoria com esse novo regulamento, afinal ninguém é tetra apenas por sorte.

WILLIAMS RACING

Foto: Reprodução/Williams

PILOTOS: NICHOLAS LATIFI (#6) E ALEXANDER ALBON (#23)

Título de Pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Título de Construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 313

Pole Positions: 128

Voltas Rápidas: 133

Carregados por Russell, agora ausente, a Williams cresceu na tabela e também financeiramente. O próximo passo é duvidoso. Latifi evoluiu e não comprometeu, mas agora é o “líder” do time, que tem o tailandês nascido na Inglaterra Alexander Albon de volta na F1. O ex-Red Bull quer limpar a reputação depois de ter sido mais um incinerado por Helmut Marko, mas a tarefa não é a das mais fáceis. A aposta em um amigo de Russell e também jovem promessa que foi muito bem na F2 pode dar resultado apenas no futuro num ano que parece ser de mais uma transição esportiva para o time do agora finado Frank. 

ALFA ROMEO F1 TEAM ORLEN

Foto: Reprodução/Alfa Romeo

PILOTOS: VALTTERI BOTTAS (#77) E GUANYU ZHOU (#24)

Título de Pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas Rápidas: 14

Muitas mudanças na Alfa Romeo. Independente da Ferrari, a equipe mudou a dupla e fez um investimento ousado, visando o longo prazo: o ex-Mercedes Bottas foi parar na segunda pior equipe do grid de 2021. Ao seu lado, terá a presença do primeiro chinês viável na história da F1, o talentoso Zhou, que muita gente acha que é somente um asiático barbeiro pagante. A Alfa Romeo pretende evoluir com o passar do tempo, então se espera um ano complicado, mas que a capacidade e experiência de Bottas e a grana de Zhou consigam ajustar o projeto para os próximos anos.

HAAS F1 TEAM

Foto: Getty Images

PILOTOS: MICK SCHUMACHER (#47) E KEVIN MAGNUSSEN (#20)

Voltas Rápidas: 2

Um grande ponto de interrogação. Nas manchetes pelo imbróglio político envolvendo o conflito Rússia e Ucrânia que culminou com a saída da Ural Kali e Mazepin, o time de Gene se apóia somente na parceria técnica com a Ferrari. Sem grana para o médio e longo prazo, precisa desesperadamente de um piloto minimamente credenciado no meio do caos. Dentro da pista, a expectativa é nenhuma, assim como o futuro da equipe é uma grande incógnita, embora Gene transpareça tranqüilidade nas conferências de imprensa. Com o retorno surpreendente de Magnussen, a expectativa é que a experiência do dinamarquês possa ajudar no desenvolvimento do time e estabelecer um parâmetro razoável de competição para Mick Schumacher.

Agora é só esperar o ronco dos motores a partir de sexta-feira! Até!


terça-feira, 15 de março de 2022

GUIA F1 2022: PARTE 1

 

Foto: Mark Sutton/Sutton Images

Olá, amigos! Finalmente a F1 está de volta a partir desta semana, iniciando a temporada de 2022. O ano promete muitas mudanças no regulamento, o que talvez possa proporcionar novas hierarquias dentro do grid. Vamos conferir o que muda na F1 e como chegam as 10 equipes para a abertura da temporada, no Bahrein?

O novo regulamento técnico era para ter entrado na categoria no ano passado, mas foi adiado para 2022 em virtude do coronavírus. O novo carro vai ter “uma asa dianteira maior e integrada com os pratos laterais, calotas nas rodas e aletas cobrindo os pneus, além de refazer completamente o design da asa traseira.” (GE, 2022).

Outro retorno importante é do efeito solo, ausente da F1 há 40 anos. O efeito solo consiste quando “a maior parte da pressão aerodinâmica é gerada pelo assoalho do carro e não pelas asas e demais apêndices”. A expectativa é que, assim, os carros possam andar mais próximos e com menos turbulência, proporcionando mais disputas na pista. Os carros também aumentaram o peso mínimo, o que deixa o bólido de 2022 mais lento em comparação com os carros das últimas temporadas.

Os carros também vão ter pneus maiores, com aro 18, que já estão sendo testados de forma tímida na F1 há um bom tempo mas que só agora foram totalmente implementados na categoria.

Agora, a primeira parte do post  com as informações de Red Bull, Mercedes, Ferrari, McLaren e Alpine!

ORACLE RED BULL RACING


Foto: Divulgação/Red Bull

ORACLE RED BULL RACING

PILOTOS: MAX VERSTAPPEN (#1) E SÉRGIO PÉREZ (#11)

Título de Pilotos: 5 (2010, 2011, 2012, 2013 e 2021)

Título de Construtores: 4 (2010, 2011, 2012 e 2013)

Vitórias: 75

Pódios: 206

Pole Positions: 73

Voltas Rápidas: 76

Finalmente voltando a defender o título, ao menos de pilotos, a Red Bull agora quer a dobradinha e conquistar também os construtores, usando o motor Honda mas agora com desenvolvimento próprio. Com contrato renovado até 2028, Max Verstappen quer iniciar a nova era junto com o novo regulamento. Qualidade ele tem de sobra e mostrou força no jogo mental, embora ainda falte um pouco de tempero no ímpeto do agora campeão. Pérez, o fiel escudeiro, precisa ser mais regular para ajudar Max, tanto para manter o emprego quanto para ajudar a Red Bull, pois a disputa com a Mercedes tende a ser ainda mais difícil agora que os alemães estão com sangue novo inglês na equipe.

MERCEDES-AMG PETRONAS F1 TEAM

Foto: Divulgação/Mercedes

PILOTOS: LEWIS HAMILTON (#44) E GEORGE RUSSELL (#63)

Título de Pilotos: 9 (1954, 1955, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020)

Título de Construtores: 8 (2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021)

Vitórias: 124

Pódios: 264

Pole Positions: 135

Voltas Rápidas: 94

Com Hamilton e Toto Wolff mordidos pelo fim da última temporada, a Mercedes promete “vingança” para reconquistar o título de pilotos e buscar o eneacampeonato consecutivo de construtores, recorde absoluto. Dessa vez, o time finalmente subiu George Russell para a equipe principal, depois de uma temporada de destaque na Williams. O jovem inglês pode ser o “novo Hamilton”, o prodígio que chegou na equipe grande e incomodou o veterano multicampeão, a exemplo do que Lewis fez quando chegou na F1, em 2007. Será?

SCUDERIA FERRARI

Foto: Divulgação/Ferrari

PILOTOS: CARLOS SAINZ JR (#55) E CHARLES LECLERC (#16)

Título de Pilotos: 15 (1952, 1953, 1956, 1958, 1961, 1964, 1975, 1977, 1979, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2007)

Título de Construtores: 16 (1961, 1964, 1975, 1976, 1977, 1979, 1982, 1983, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007 e 2008)

Vitórias: 238

Pódios: 778

Pole Positions: 230

Voltas Rápidas: 254

A maior campeã da F1 aos poucos tenta retomar o protagonismo. O incomodo de 15 temporadas sem título já é grande. Com a dupla de pilotos mantida, o muito regular Carlos Sainz superou o talentoso Leclerc ano passado. Aliás, consistência foi o forte dos dois em 2021 e esse pode ser o grande trunfo para 2022. Com o novo regulamento, a chance de um pulo do gato para brigar com Red Bull e Mercedes outra vez é a grande esperança dos tifosi, pois há pilotos bons, mas falta uma boa gestão, e Mattia Binotto precisa colocar a Ferrari no lugar que ela deveria estar.

 

McLAREN F1 TEAM

Foto: RaceFans

PILOTOS: LANDO NORRIS (#4) E DANIEL RICCIARDO (#3)

Título de Pilotos: 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999 e 2008)

Título de Construtores: 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1998)

Vitórias: 183

Pódios: 493

Pole Positions: 156

Voltas Rápidas: 160

Ano passado a McLaren quebrou o jejum de vitórias que durava quase uma década, então o compromisso é por mais. Se houve uma queda na regularidade no final da temporada, o time de Woking aposta no crescimento de Lando Norris para seguir evoluindo. Ricciardo, contratado a peso de ouro, teve uma temporada decepcionante, apesar de ter sido o único a vencer no ano na única dobradinha de uma equipe em 2021. Entra pressionado para que a McLaren também, aos poucos, tente exercer o velho protagonismo na F1.

BWT ALPINE F1 TEAM

Foto: Divulgação/Alpine

PILOTOS: FERNANDO ALONSO (#14) E ESTEBAN OCON (#31)

Vitórias: 1

Pódios: 2

A agora Alpine teve uma temporada de afirmação. Ocon foi o responsável pela “primeira vitória” da nova nomenclatura e a primeira da Renault desde 2008. No retorno a categoria, Alonso manteve a forma e conquistou um pódio. É no novo regulamento que o bicampeão aposta em  um improvável conto de fadas para buscar o tão sonhado tri. Ocon precisa manter a regularidade para ajudar os franceses a figurar na zona de pontos durante o ano.

Nos próximos dias publico a segunda parte! Até mais!

quinta-feira, 10 de março de 2022

CAIU PRA CIMA

 

Foto: Motorsport Images

Juro que fiquei pensando nuns dias na possibilidade do Magnussen voltar pra Haas, mas só de sacanagem. Afinal, ele saiu da equipe justamente porque não tinha mais grana para competir com a chegada do Mazepin, no final de 2020.

E não é que isso realmente aconteceu? Graças ao apoio do homem mais rico da Dinamarca, K-Mag deixa os compromissos na Endurance e até na Indy para retornar a F1 em um contrato plurianual por 20 milhões de euros, uma quantia generosa para a Haas, que vai precisar de muitas verdinhas no médio e longo prazo, agora que não tem mais o dinheiro russo sustentando tudo isso.

Pode ser broxante o retorno de Magnussen por ser um velho conhecido e brecar o sonho patriótico de ter um brasileiro na figura de Pietro Fittipaldi, mas o que no primeiro momento foi surpreendente pra mim faz todo o sentido.

Com as calças na mão, sem tempo e sem dinheiro, a Haas não poderia se dar ao luxo de ficar sem dinheiro e sem um piloto experiente. É claro que quem pagasse mais levaria a vaga, e dizem que até a véspera Nico Hulkenberg, rival de K-Mag, é quem levaria a melhor. 

Por mais que eu queira a entrada imediata do Oscar Piastri no grid, sem dinheiro, seria uma calamidade dois jovens na equipe. Com Magnussen ou Giovinazzi, além da grana, a experiência na própria equipe vai contar bastante para o desenvolvimento do carro durante o ano. Além disso, o dinamarquês vai ser o primeiro parâmetro de competição para Mick Schumacher. Precisamos ver o nível dele. Será interessante.

Com 20 milhões anuais e sem Mazepin, a Haas caiu pra cima, considerando a gravidade da situação onde se encontra. Conseguiu repor a grana com um piloto melhor e ambientado na "aldeia" norte-americana. Todos os envolvidos ganham, menos, claro, os brasileiros, que já acham Pietro Fittipaldi um injustiçado nesse mundo cruel da F1.

Pietro nunca esteve perto da vaga, isso ficou nítido há vários dias. O que credenciaria ele a vaga, além do patriotismo e do sobrenome? Não canso de repetir: o grande feito do brasileiro foi vencer uma World Series decadente! Seja por dinheiro ou pela qualidade, Pietro certamente era a pior opção para a Haas, e o óbvio foi feito.

A perspectiva do time não é boa, todos sabem. Se arrastar no fim do grid e sem perspectiva futura, agora que o dinheiro russo não existe mais, é papo pra se preocupar com a longevidade da operação. Coincidência ou não, estão cada vez mais fortes os rumores do Michael Andretti comprar a equipe ou simplesmente ser a décima primeira do grid, o que seria melhor ainda.

Para quem lamenta a ausência de um brasileiro ou de um piloto bom sem depender de dinheiro, academia ou sobrenome, o problema está muito além: o alto custo do automobilismo e como a F1 virou um clubinho comandado por Mercedes, Ferrari e Red Bull. Se existisse interesse em ter mais equipe, certamente teria espaço para todos: Pietro, Piastri, qualquer pagante aleatório e quem sabe aventureiros garagistas, igual antigamente. Como isso não existe, precisamos nos adequar a realidade.

Até!

terça-feira, 8 de março de 2022

SOBRE PIETRO NO GRID

 

Foto: Divulgação/Haas

A guerra da Rússia contra a Ucrânia pode ter acelerado e antecipado um processo que parecia (e ainda parece, apesar de tudo) bem vagaroso: quando teremos um brasileiro novamente na F1?

Claro, Pietro correu duas etapas em 2020 quando substituiu Grosjean, mas foi justamente uma substituição. Lá atrás, Felipe Massa, nosso último titular, foi enfático: a aposta dele é em Caio Collet, jovem, ligado a Renault e também empresariado por Nicholas Todt, o que sempre é um bom sinal.

O frenesi se justifica: o brasileiro adora F1 e o boom dos últimos anos nas redes sociais aproximou os jovens da categoria. Além disso, existem diversos conteúdos, lives e campeonatos virtuais, canais no YouTube e no Twitch que aproximam os pilotos dos fãs. Os Fitti Brothers, Pietro e Enzo (que está na F2 desse ano), sabem usar essa plataforma com maestria.

O resultado é essa grande expectativa e campanha pela efetivação de Pietro na Haas: é brasileiro, carismático e carrega o sobrenome Fittipaldi. Seria mais uma geração da família na F1. Tirando o patriotismo e o carisma de lado, essa euforia em torno do Pietro se justifica?

Pietro, como piloto reserva, está confirmado nos testes do Bahrein que começam amanhã, quarta-feira, e vão até sexta. A Haas corre contra o tempo, porque precisa fazer o ajuste do banco e o escolhido já vai estrear direto no treino livre. Vai precisar de adaptação.

Pietro, por estar na equipe há anos, não precisaria tanto desses esforços. É claro que vai precisar de ritmo de corrida, caso seja confirmado. Aí uma situação intrigante: se Pietro é naturalmente o ficha um, por que Gene e Gunther ainda não fizeram esse anúncio quase que instantaneamente a saída de Mazepin?

Porque os americanos estão correndo contra o tempo e buscam opções melhores, sejam técnicas ou que tragam mais dinheiro. Giovinazzi é piloto Ferrari, que tem parceria com os americanos. No negócio, poderiam baratear o custo dos equipamentos. Sem a grana russa, qualquer corte seria crucial para a Haas.

Outras alternativas ventiladas pela imprensa me parecem improváveis, a não ser que o dinheiro esteja na parada. Oscar Piastri, campeão da F2 e sem vaga em lugar algum, poderia ser emprestado pela Alpine para pegar experiência. O australiano está sendo preparado para substituir Alonso, que pode se aposentar nesse ano. Falaram até no indiano Daruvala da Academia da Red Bull, mas Piastri tem credenciais técnicas superiores aos nomes citados. Giovinazzi, outra promessa da GP2, não confirmou até aqui e tem a Ferrari e a experiência como trunfos.

Pietro precisa de mais dinheiro. A falta de tempo pode ser um fator que o beneficie, pois já é da casa. Sem a grana russa, a Haas está em apuros para o médio e longo prazo. Em termos técnicos, qualquer um é melhor que Mazepin. A principal conquista de Pietro na base foi na decadente World Series de 2017, que acompanhei com relativa atenção. O grid já estava bem esvaziado de talentos, mas o que valia eram os pontos na superlicença.

Como brasileiro, será (ou seria) ótimo o retorno de um compatriota no grid, mas Pietro não é a melhor opção disponível. Tem um pouco de dinheiro e o sobrenome de bicampeão, não podemos negar. Eu gostaria de ver Piastri ou até mesmo o Giovinazzi no assento, mas não sabemos a complexidade das negociações.

Caso Pietro seja confirmado, seria uma redenção brasileira quase uma década depois. Explico: em 2013, estava tudo certo pro Luiz Razia, vice-campeão da GP2 2012, ser piloto da Marussia. Já havia sido anunciado e tudo. No entanto, as vésperas do início da temporada, um dos patrocinadores do brasileiro deu pra trás e o acordo foi desfeito. Um certo (e finado) Jules Bianchi foi o substituto. 

Agora, quem sabe é a vez de um brasileiro entrar na grid na última chamada, correndo pelo portão todo esbaforido para chegar no local de prova sem se atrasar.

Até!