segunda-feira, 26 de julho de 2021

TEMPO PARA RESPIRAR

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

São quatro meses e estamos indo para a décima primeira corrida. Em tempos não muito distantes, estaríamos nos aproximando do final da temporada, mas não estamos nem na metade.

Nesse meio tempo, chegamos a ter três corridas consecutivas e sem muito descanso. Com mais provas, algumas chegam a ficar no esquecimento, pois o calendário é muito corrido. Não dá tempo para digerir muito. É seguir e seguir.

A F1 chega na Hungria, reduto onde Lewis Hamilton já venceu incríveis oito vezes, numa tensão que há tempos não se via. Vai ser a primeira corrida desde o incidente de Silverstone. As duas semanas sem ação ao mesmo tempo que nos baixam a adrenalina, também nos deixam ansiosos para saber qual será a reação disso tudo.

Quando ficou claro que seria uma disputa mano a mano, mais do que um monólogo da Mercedes, ficou evidente que cada corrida importa e cada momento pode ser decisivo para um ou outro. Essa situação fica cada vez mais nítida agora que Max e Hamilton estão separados por sete pontos, assim como Red Bull e Mercedes estão a apenas quatro.

Essa intensidade na disputa e no número de corridas cobra um preço, até para o público. Mais corridas significam mais atenção e mais esforço para acompanhar. Num campeonato onde tudo está equilibrado, não há margem para não acordar, dormir ou algo do tipo. Tudo pode fazer a diferença. Não há tempo a perder.

O GP da Hungria marca o final da primeira metade da temporada. Incríveis onze corridas, onde a segunda metade, a princípio, terá ainda mais, doze! Ou seja: um campeonato inteiro pela frente. Se agora já estamos com essa sensação de esgotamento, imagina com mais 12 etapas em cinco meses? 

Depois da Hungria, é férias no verão europeu. É tempo para respirar. É tempo para descansar. Ao mesmo tempo, vai ser impossível não estar com a cabeça no futuro, ansiosos para voltar e descobrir o que vai acontecer na segunda metade desse campeonato que se avizinha o mais eletrizante da década. 

Bom, pelo menos têm as Olimpíadas e o retorno do futebol europeu para distrair, bem como a vacina chegando para o pessoal da minha idade, o que talvez permita sonhar em dar umas voltas com responsabilidade.

Até!

segunda-feira, 19 de julho de 2021

O QUE VEM POR AÍ

 

Foto: Getty Images

O que aconteceu ontem em Silverstone é a grande imagem que simboliza a disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, seja para essa temporada ou para os anos seguintes. Mais do que campeonatos, são as batalhas que ficam vivas nos olhos e memórias dos fãs, e é isso o que mais representa uma rivalidade dentro de uma competição.

Foi o basta de Hamilton. Foi a hora de mostrar para o jovem Max quem ele é e porque tem quase 100 vitórias, 100 poles e briga pelo octacampeonato. Para quem expulsou um bicampeão, o "sucessor do Schumacher", o holandês filho de Jos é fichinha. O recado foi claro: você é durão, eu também posso ser. Vamos ver quem fica em pé.

A passividade anterior de Lewis é facilmente explicada: até esse ano, as disputas com Max não valiam muita coisa. Era raro a Red Bull bater de frente, então não valia a pena ir até as últimas consequências. 2021 não é o caso, tampouco ontem era. Max sempre foi durão pelo jeito de ser e também porque certamente não pensa que alguém vai se indispor ou se impor perante a isso. Leclerc se adaptou, agora é a vez de Lewis.

Max provou do próprio veneno. Dessa vez, Hamilton também levou até as últimas consequências e pagou para ver. Melhor para o inglês. Na maior temporada da história, onde sequer chegamos a metade, ainda falta muita coisa e menos de dez pontos separam os dois.

O holandês não aceitou bem a situação, é claro. Foi uma das poucas vezes onde a imposição falhou, encontrou uma barreira, literalmente. A dor e a raiva é notável através das redes sociais. Para a Red Bull, há aí um desejo de vingança, de retaliação, e isso pode ser perigoso. Os taurinos trabalharam duro para estar numa posição de desafiante sólido, podendo virar o jogo. Um descontrole emocional, sendo justificável ou não, pode colocar todo esse trabalho por água abaixo.

O incidente de Silverstone é uma imagem e um ponto de ruptura. Se recentemente lembramos de Schumacher parado em Mônaco, Alonso atrasando a saída dos boxes na Hungria, Nelsinho Piquet batendo em Cingapura, as disputas entre Hamilton e Rosberg e a batida de Vettel em Hockenheim, também já está registrada a batida de Hamilton e Verstappen. E vem muito mais  por aí, mas o quê?

Esse ponto de ruptura, se puxar dois casos famosos, podem ser bem perigosos. A diferença entre os dias atuais e antigamente é que Hamilton e Verstappen não são da mesma equipe. Em 1982 e 1989, Ferrari e McLaren viveram uma guerra interna.

Em San Marino, em 1982, Didier Pironi passou Gilles Villeneuve, uma quebra do acordo de cavalheiros. Uma irritação que culminou numa negociação do canadense com a Williams, a raiva em superar o francês de qualquer forma que fez Gilles ir para a pista e morrer na Bélgica. Meses depois, Pironi sofreu um grave acidente que encerrou a carreira. Consequências trágicas.

Senna e Prost é mais famoso. Senna também teria desrespeitado um acordo de cavalheiros que enfureceu o francês é o resto é história, culminando nos polêmicos finais de campeonato de 1989 e 1990, onde o francês venceu na primeira e o brasileiro "deu o troco" no ano seguinte, quando Prost já estava na Ferrari.

Na F1 moderna, esperamos que isso não chegue até as consequências mais drásticas. É por isso que Hamilton falou em baixar a temperatura. O clima está quente e pesado. A Red Bull, agora, quer além do título, uma vingança. Pela personalidade de Max, podemos esperar muita coisa com ansiedade nos próximos meses. Imagina como vai estar Zandvoort, em setembro, no retorno da Holanda ao circo... é o que vem por aí.

Até!

domingo, 18 de julho de 2021

CRIME E RECOMPENSA

Foto: Getty Images

A corrida classificatória foi uma bizarrice que eu já esperava. Poucas voltas e não havia sentido arriscar para perder quase tudo no domingo. Pérez errou e Sainz se tocou com Russell, o que comprometeu o domingo deles. Toda a bonita festa de Hamilton na sexta se esvaiu quando Verstappen passou na primeira curva e conquistou o direito de ser o pole, mas sem ser o mais rápido numa volta lançada do jeito tradicional, que é o normal. Pra mim, nada tira o fato de que o pole de fato e de direito foi Lewis Hamilton.

Vamos para hoje. Ontem, os dois até duelaram bastante para quem tem muito a perder - no caso ambos, dependendo do ponto de vista. Hoje, Hamilton largou melhor e pressionou Verstappen que, sempre duro, rechaçou as investidas até chegar na antiga reta principal. Naquele instante, Hamilton estava ficando 40 pontos atrás de Max. É um ponto da virada. O inglês, experiente, foi passivo até demais nas disputas contra o holandês até a ocasião. Até a ocasião. Max, como sempre, não arrefeceu. 

Os dois pagaram pra ver. No fim das contas, Hamilton jogou Verstappen para o muro, lembrando Schumacher em 1999. Por sorte da evolução da segurança nos carros, o impacto de 51G não quebrou nada em Max além do carro. O holandês foi para o hospital tonto e com dores nos ombros.

Para a sorte de Hamilton, o "delito" não teve grandes consequências: o carro não ficou tão danificado e sem grandes prejuízos, ainda teve mais um detalhe: a bandeira vermelha, que permitiu trocar as peças necessárias e os pneus. Mudou toda a corrida. Uma batida de 51G que levou um piloto para o hospital não pode ser interpretada do mesmo jeito que uma espalhada ou o incidente de sábado de Russell e Sainz, certo? Para a FIA, é a mesma coisa. Aliás, Russell foi mais penalizado que Hamilton pelo incidente. O inglês teve "10 segundos de punição" o que, pilotando uma Mercedes, não quer dizer nada. 

O recado da FIA foi claro: pode levar o amiguinho para o hospital que você terá apenas 10 segundos de prejuízo. Abriu um precedente que pode ser perigoso. Apesar das dificuldades de aproximação, Lewis conseguiu superar Leclerc na antepenúltima volta para vencer pela oitava vez em Silverstone. Além de mandar o rival para o hospital, diminuiu a desvantagem para apenas oito pontos no campeonato e quatro nos construtores, pois Pérez teve um final de semana bisonho e se limitou a tirar um ponto de Hamilton pela volta mais rápida. O crime recompensou.

Corrida extraordinária de Charles Leclerc. O monegasco, no entanto, é uma mistura de Chris Amon e Jean Alesi que deu certo. Ele consegue ser extremamente veloz e tirar o melhor do carro mesmo quando ele está longe de ser competitivo, mas ainda assim tem um azar impressionante. Às vezes bate, às vezes tem problemas no motor e perde corridas nas voltas finais. Foi por pouco que a Ferrari não fez a Itália fazer a festa na Inglaterra mais uma vez. Espero que os italianos entreguem para Leclerc e o regular Sainz, com uma boa corrida de recuperação, um carro capaz de competir mais vezes no alto em 2022.

Outro piloto extremamente regular e que mais uma vez foi prejudicado pela própria equipe foi Lando Norris. Mais um pit stop ruim tirou o pódio em casa, perdendo a posição para Bottas. O finlandês está mais consistente nas últimas semanas, no momento mais difícil da Mercedes na temporada. Se é o suficiente para permanecer? Talvez não, embora Russell siga zerado. Lando segue batendo em Ricciardo, que chegou logo atrás mas ainda assim bem distante do jovem inglês. Uma diferença quase constrangedora.

Don Alonso foi o destaque do final de semana. A corrida classificatória serviu para mostrar que o talento não vai embora mesmo com a idade. Largando com os macios, passou seis e largou lá na frente e hoje chegou em sétimo, segurando Aston Martin e Alpha Tauri. Stroll e Ocon se recuperaram, Raikkonen se envolveu em confusão outra vez e Vettel voltou a rodar, enquanto Tsunoda apareceu do nada no top 10 e só descobri porque olhei a classificação com mais cuidado depois de algumas horas.

Lewis Hamilton mostra para quem só o conhece do Instagram e do Netflix o porquê de ser heptacampeão. Talento ele tem de sobra, mas todo campeão toma atitudes questionáveis, é territorialista e as vezes defende o espaço com atitudes morais questionáveis. O Hamilton que expulsou o bicampeão Alonso da McLaren, fez um 2011 pífio e brigou com Rosberg mostrou hoje que Max precisa respeitá-lo, por bem ou por mal. 

Do jeito que o holandês é esquentado, hoje pode ter sido o início de uma rivalidade de fato. Certamente a batida de hoje não acaba em Silverstone. É bom lembrar aos apressados que estamos apenas na décima de 23 corridas. Falta muita coisa. O campeonato está mais aberto do que nunca e, hoje, a recompensa voltou a estar com o inglês.

Confira a classificação final do GP da Inglaterra:


Até!


sexta-feira, 16 de julho de 2021

QUASE TUDO DIFERENTE

 

Foto: Getty Images

Silverstone é a primeira pista desde 2019 que volta a ter a capacidade máxima de torcedores no autódromo. Isso, por si só, já representa muito na F1 e no contexto onde vivemos. Além disso, temos outras diferenças notáveis e, por que não, históricas nesse final de semana.

Começando por um qualyfing na sexta-feira de tarde, lembrando os tempos antigos quando os tempos de sexta e sábado decidiam a pole position. Dessa vez, vale o direito de largar na frente na Sprint Race. 

Se vimos a Red Bull passeando no primeiro treino livre, a Mercedes ressurge das cinzas e "surpreende" com Hamilton e Bottas em ritmo muito forte. Esconderam bem o jogo. No entanto, é bom lembrar que Silverstone é um reduto da Mercedes desde antes mesmo da era híbrida, então seria natural um certo predomínio. O contrário, por exemplo, poderia significar grandes preocupações para o desenrolar da temporada.

Onde quase tudo é diferente, vimos Ricciardo bem, Norris mais tímido, George Russell mais uma vez roubando a cena e grandes interrogações para amanhã. Teremos um warm-up antes da corrida classificatória e, aí sim, nossos anseios serão saciados: vai ter briga ou vai todo mundo se preservar para domingo?

A julgar pela comemoração efusiva de Lewis Hamilton, a tarde de hoje serviu para recuperar a motivação e a confiança, mostrando sim que o octa ainda é possível. Sempre é bom lembrar: são 23 corridas no ano e estamos indo para a décima, somente. 

Confira o grid de largada da Sprint Race amanhã:


Até!

quinta-feira, 15 de julho de 2021

GP DA INGLATERRA: Programação

 O Grande Prêmio da Inglaterra foi disputado pela primeira vez em 1948. Atualmente é disputado em Silverstone, perto da cidade de mesmo nome, em Northamptonshire. Juntamente com o GP Italiano, são as duas únicas corridas que figuram no calendário de todas as temporadas da Fórmula 1, desde 1950.

Já foi disputado em Aintree (1955, 1957, 1959, 1961 e 1962), Brands Hatch (1964, 1966, 1968, 1970, 1972, 1974, 1976, 1978, 1980, 1982, 1984 e 1986) e Silverstone (1950 até 1954, 1956, 1958, 1960, 1963, 1965, 1967, 1969, 1971 1973, 1975, 1977, 1979, 1981, 1983, 1985, 1987 - presente), que teve seu traçado reformado em 2010.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:27.097 (Red Bull, 2020)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:24.303 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019 e 2020) - 7x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 182 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 150 pontos
3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 104 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 101 pontos
5 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 92 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 62 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 60 pontos
8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 40 pontos
9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 39 pontos
10- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 30 pontos
11- Fernando Alonso (Alpine) - 20 pontos
12- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos
13- Esteban Ocon (Alpine) - 12 pontos
14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 9 pontos
15- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 1 ponto
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull Honda - 286 pontos
2 - Mercedes - 242 pontos
3 - McLaren Mercedes - 141 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpha Tauri Honda - 48 pontos
6 - Aston Martin Mercedes - 44 pontos
7 - Alpine Renault - 32 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 2 pontos

O ACORDO É IMINENTE, MAS MARKO ESTÁ DE OLHO

Foto: Autoracing

Existe a possibilidade de George Russell ser oficializado como parceiro de Lewis Hamilton na Mercedes em 2022. George já fala em tom de despedida e, mesmo que Bottas seja publicamente defendido e elogiado por Hamilton, a mudança é iminente. 

Apesar disso, caso a Mercedes opte pela renovação do finlandês, não está descartada uma investida da Red Bull em Russell para ser companheiro de Max Verstappen. É o que disse simplesmente Helmut Marko, o homem forte dos taurinos.

"O Russell certamente é alguém que vale ser considerado, dadas as performances que ele vem tendo na Williams nesses últimos tempos. Só que a Mercedes deixar o Russell ir embora… seria um erro enorme. Sinceramente, não consigo imaginar”, disse.

É evidente que isso é uma chance remotíssima, mas mostra uma certa pressão da Red Bull, nem que seja só publicamente para deixar aquele clima. Caso tudo se confirme, Sérgio Pérez segue sendo o favorito para continuar como o fiel escudeiro de Max na equipe.

É claro que, se pensarmos mais a sério nessa hipótese, Russell não seria contratado para ser um xerife na área, pelo contrário. Será que valeria a pena? Bem, qualquer coisa é melhor que permanecer na Williams por mais um ano, certo?


SÓ NO FIM DO ANO

Foto: Alfa Romeo

É o que diz Frederic Vasseur, chefão da Alfa Romeo, sobre o futuro de seus dois pilotos, principalmente o Homem de Gelo Kimi Raikkonen. O contrato dele e de Antonio Giovinazzi vão até o final da temporada, mas Vasseur diz não ter pressa para resolver a situação. Pelo contrário: ele quer que os dois estejam sob pressão para entregar resultados e, assim, "definir" o próprio futuro na escuderia.

"Estamos trabalhando em conjunto. Tivemos muitas corridas em sequência nos últimos dois ou três meses. Creio que discutiremos isso na parte final da temporada, não antes disso.

Manter nosso sistema sob pressão é sempre algo positivo. Não quero me comprometer por um período de tempo longo, não quero dizer ‘pessoal, agora vocês podem relaxar e blá blá blá’. Temos de manter todos sob pressão. Fórmula 1 é sobre pressão e temos que manter assim", falou.

Vasseur também afirmou que a F1 é um dominó, então vai esperar a definição das equipes de maior hierarquia para depois sim poder pensar melhor no que fazer com a Alfa Romeo.

"Além disso, não sabemos o que pode acontecer nas categorias de base, no topo do grid e tudo mais. Então não quero ter esse comprometimento hoje. Sabemos que o grid começa a ser definido pelo topo. O Sr. Toto Wolff tomará sua decisão, aí o Sr. Horner, e uma hora chegará em nós.

Mas não, estamos sem pressa para tomar esse tipo de decisão. As coisas estão em andamento, com certeza, temos essa questão sobre o Kimi, mas Antonio está melhorando e queremos mantê-lo assim até o fim da temporada”, concluiu para a revista Autosport.

Existem burburinhos de que a Alfa Romeo estaria atrás de Bottas, caso esse realmente não fique na Mercedes. Além do mais, Giovinazzi é uma imposição da Ferrari. O futuro dele depende dos italianos e uma composição com a parceira ex-Sauber. A Raikkonen, certamente não será imposto nada: um campeão mundial e que mais vezes correu na F1 é o senhor do próprio destino. O que ele quiser, está feito. E deveria ser assim. 

Agora, se a Alfa Romeo resolver trocar dois pilotos às vésperas de um novo regulamento, certamente será um grande problema arranjar dois pilotos que se completem e novatos no time. Por isso mesmo é uma situação improvável. Vasseur mantém o suspense, mas não acredito em grandes reviravoltas até o fim do ano.

TRANSMISSÃO:
16/07 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
16/07 - Classificação: 14h (Band Sports)
17/07 - Treino Livre 2: 8h (Band Sports)
17/07 - Corrida Classificatória: 12h30 (Band e Band Sports)
18/07 - Corrida: 11h (Band)


terça-feira, 13 de julho de 2021

SOBRE A CORRIDA CLASSIFICATÓRIA

 

Foto: Motorsport 

Neste final de semana, a F1 estreia em Silverstone, onde tudo começou, o novo formato de corrida classificatória. A tendência é que, além da corrida britânica, esse procedimento também seja realizado em Monza, outro palco histórico e também ou em Suzuka, Interlagos ou Abu Dhabi, para formato de testes e reações de público e dos protagonistas do espetáculo.

Essa é uma medida que tenta deixar o formato do final de semana mais interessante. Assim como a tal da Superliga identificou no futebol, é muito difícil deixar os jovens presos vendo duas horas de corrida. O formato enfadonho e consolidado dos finais de semana da F1 é chato, repetitivo e muitas vezes descartável. Só malucos que nem eu que se prestam a assistir treino livre na sexta, por exemplo. Mais dinâmico e proporcionando mais "emoção", a F1 jura que a corrida classificatória vai aumentar a importância do espetáculo ao invés de tirar o peso da corrida de domingo.

Como isso vai funcionar? Na sexta-feira, ao invés do segundo treino livre, teremos uma classificação para a corrida classificatória. Ali serão definidas as posições de largada. No sábado, um terceiro treino livre, que na prática será um warm-up para a corrida classificatória que acontece no sábado, às 10h.

A corrida classificatória vai ter a duração de 100 km ao invés dos 300 km tradicionais de uma corrida, o que dá aproximadamente 30 ou 40 minutos. O resultado dessa "corrida" define o grid para domingo. O vencedor será o pole position para as estatísticas oficiais e vai somar três pontos, o segundo dois e o terceiro um.

A FIA acredita que será um sucesso, pois confia no instituto natural de competição dos pilotos, que dariam o máximo até se fosse uma corrida com carrinhos de supermercado. Lewis Hamilton, por outro lado, não acha que será emocionante, pelo contrário: prevê procissões porque ninguém seria idiota de forçar numa corrida de aquecimento e jogar o final de semana fora.

E, pra mim, Hamilton está coberto de razão. Corridas classificatórias e grids invertidos funcionam na categoria de base, é pra isso que serve. A F1 é grande demais para fazer testes como se fosse um Mario Kart. Isso é uma verdadeira cortina de fumaça para a falta de competitividade na categoria que tenta ser sanada com o novo regulamento em 2022. 

Sinceramente, torço para que dê errado e a F1 volte a pensar em soluções para tornar a categoria naturalmente atrativa, sem essas ações repletas de falsas emoções. Por outro lado, vai ser no mínimo divertido ver como funciona esse sistema. Quando eu era pequeno, gostava de montar o próprio grid no jogo da F1 2001, lá no PlayStation. Não é a mesma coisa, mas é como se Ross Brawn e Domenicali controlassem o próprio jogo da Codemasters ou o antigo GP4.

Só a prática para matar essa curiosidade no sábado e as consequências para domingo.

Até!

segunda-feira, 5 de julho de 2021

CHAMA MAIS ACESA

 

Foto: Motorsport

Uma notícia que pegou muita gente de surpresa foi a rápida renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes. Diferentemente do celeuma que só foi finalizado no início, o heptacampeão não só definiu o futuro rapidamente como também está garantido por mais dois anos na categoria, o que também surpreendeu muita gente.

No início do ano, até pela renovação arrastada, muita gente entendeu que Hamilton estava encerrando um ciclo na F1. O que fazer quando chega no topo? Mais poles, mais vitórias e a um título de ser o recordista isolado nesse quesito também. Franco favorito, se Hamilton vence o octa e abandona a F1 seria um acontecimento épico.

Não sabemos se a disputa e a desvantagem na temporada influenciou na decisão da permanência de Hamilton. Há tempos ele diz em entrevistas que deseja fazer outras coisas que gosta, como a moda e a música. Por estar numa posição tão privilegiada, as vezes parece fácil largar tudo, justamente porque não há desafios e é uma rotina cansativa. Muitos compromissos e responsabilidades, até porque Hamilton não é mais apenas um piloto. É um ativista, ícone, ídolo e herói de muitas pessoas que nem precisam assisti-lo com assiduidade.

Esses papos de aposentadoria são complicados. Aprendi a não acreditar. A exceção é Khabib Nurmagomedov. Falando em MMA, enquanto esteve sete anos no topo, Anderson Silva sempre dizia que ia se aposentar na próxima luta porque estava cansado e era um desejo da família. Hoje, aos 46 anos, acabou de vencer no boxe e talvez não demore muito para voltar a lutar. Bastou perder o título que o papo de aposentadoria não foi mais mencionado.

Na F1, exemplos recentes de campeões é o que não faltam. Michael Schumacher, Kimi Raikkonen, Fernando Alonso. Todos, por diferentes motivos, saíram e voltaram, mantendo uma longevidade na categoria. Michael Jordan é outro exemplo que quase todos conhecem, de quem se aposentou duas vezes e voltou duas vezes para o basquete.

Essas pessoas são acostumadas a competir desde pequeno. É o que sabem fazer. Uma vida dedicada a um propósito. Muitos deles não sabem fazer outra coisa. A competição e a repetição vira uma compulsão. É tanto esforço que isso cobra um preço: a exaustão, física e mental. Por mais que se tente parar e dar um tempo, a compulsão e a competitividade de uma vida inteira falam mais alto. Sempre há espaço para uma última tentativa ou a próxima, vencendo ou perdendo.

Talvez Hamilton tenha encontrado em Max Verstappen e a Red Bull a motivação para continuar. 2022 é ano de novo regulamento. Tudo pode mudar e a incerteza mata o ansioso. Como será? Só sabemos se tentar. 

Hamilton, mais do que nunca, jamais esteve tão próximo de perder a hegemonia e a posição no topo. É o leão velho tentando espantar o leão mais jovem e faminto. O medo e o impacto da derrota podem provocar muitas mudanças e entregar a motivação e a vontade que talvez estivesse faltando para Lewis, Toto e a Mercedes.

Não dá para lutar contra a natureza de um competidor compulsivo. Hamilton não precisa provar mais nada a ninguém. Perder ou ganhar mais um título não afeta o legado que conquistou mas sim, o risco de colocar tudo a perder mexe com a vaidade e a mente de uma pessoa, de um esportista. 

A possibilidade da derrota para Max Verstappen é, definitivamente, o deixa a chama de Hamilton mais acesa para competir e continuar na categoria, mesmo sem necessariamente provar mais nada para ninguém ou apenas trabalhar pelo pagamento no final do mês. Que possamos aproveitar enquanto ainda há tempo porque certamente não temos a noção do momento que estamos vivendo na categoria.

Até!