O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).
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Blog destinado para aqueles que gostam de automobilismo (principalmente F1), mas que não acompanham com tanta intensidade ou que não possuem muito entendimento do assunto. "Blog feito por um aprendiz para aprendizes."
O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).
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Em um ano atípico, surgem problemas e soluções também atípicas. Nesse caso, isso não quer dizer que são necessariamente inéditas e inovadoras, muito pelo contrário, ao menos na F1.
No futebol, existem os jogadores "polivalentes", que exercem mais de uma função tática e podem jogar em diferentes posições, ajudando os treinadores como uma espécie de "coringa". Isso não significa, é claro, que todos esses atletas sejam muito bons, pelo contrário, instiga ainda mais o debate e a desconfiança, principalmente dos torcedores.
Na Fórmula 1, existe um caso raro, quer dizer, nem tão raro assim. Ultimamente, muitos jovens pilotos que despontaram como promessas não conseguiram vingar. Stoffel Vandoorne é um exemplo. Outros, mais discretos, desabrocharam na hora certa e, com uma pitada de sorte, é claro, encontram-se em boas situações, como Carlos Sainz Jr e Alexander Albon.
Nico Hulkenberg está no meio do caminho. Campeão da GP2 em 2009, chegou com moral na Williams e fez até pole, mas não foi o bastante para permanecer na categoria em 2011. Reserva, foi efetivado pela Force India e voltou a brilhar com desempenhos consistentes e liderou boa parte daquele GP do Brasil que, num erro, colocou tudo a perder. O conceito do alemão era claro: em um carro melhor, daria trabalho. Desde então, sempre foi um nome ventilado para se transferir para uma equipe maior.
No entanto, mesmo com as especulações e a consistência, faltava algo para Nico: um resultado mais robusto. Infelizmente para ele, isso não aconteceu na F1, diferentemente de Le Mans, onde o destino lhe sorriu. Com o passar do tempo, a novidade e o talento de um futuro pretendente a algo grande se esvaiu, mesmo na Renault, onde foi superado por Ricciardo. Sem patrocínio, "velho" e desgastado, Hulk deixou a F1 sem deixar saudades.
O Covid mudou tudo e Hulk voltou por duas corridas, a princípio. Mesmo sem ritmo e condições físicas ideais, mostrou que é capaz de andar bem num carro bom e que, portanto, merece uma vaga no grid. Inclusive diz que negocia e recebe algumas sondagens de outras equipes do grid.
Tudo isso para dizer que, diante de uma nova, inesperada e até triste perspectiva, de pilotos que talvez possam se ausentar por motivos de covid maior, Hulkenberg é o coringa ideal para qualquer equipe em qualquer circunstância, principalmente o lítigio público entre Vettel e Ferrari. É difícil dizer que Nico poderia fazer algo melhor (lembrem-se de Fisichella na Ferrari em 2009), mas seria uma compensação do destino para o talentoso piloto que, mesmo com quase 200 GPs, parece ter ficado no meio do caminho.
Em 2020 e em tempos de crise, Nico Hulkenberg é o piloto número 21, pronto para aproveitar qualquer oportunidade que apareça. O faz tudo, o polivalente, o super trunfo. É o prêmio de consolação para quem, com talento, ainda merecia estar no circo, mesmo que agora não em alguma equipe tão competitiva.
Até!
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Mais um capítulo da última temporada de Vettel na Ferrari. Uma coisa melancólica comparável a Game Of Thrones. Nunca assisti a série, mas são esses os comentários que eu li. Comparando a algo que tenha assistido ultimamente, poderia ser também a temporada final de House Of Cards, sem Kevin Spacey, mas enfim, vocês entenderam.
Se antes o tratamento era de primeiro piloto e o status de "a grande esperança", agora Vettel virou aquela figura indesejável no ambiente onde ninguém tem coragem de expulsá-lo mas estão todos torcendo para que saia de lá o mais rapidamente possível. Sequer foi procurado para discutir uma possível renovação. Um tetracampeão do mundo dispensado por telefone.
As coisas se deterioraram muito rapidamente, como a chegada e ascensão de Leclerc deixaram claros. A Ferrari tinha um novo queridinho, que entregava mais resultados, errava menos e ainda por cima era muito mais barato. Os problemas que se sucederam apenas adiaram o final inevitável, mas esse meio do caminho segue com nuances surpreendentes.
Ontem, o ápice. Vettel rodou e reclamou da estratégia da equipe ao ter parado nos boxes com apenas 10 voltas de pneu duro. A resposta: "se não tivesse rodado, não faríamos isso." Depois da corrida, Binotto disse que o alemão chegaria em 12° igual. Enquanto isso, Leclerc conseguia um ótimo quarto lugar.
Esses ataques públicos no rádio e na imprensa são a novidade. Chegou a um ponto insustentável. Como já foi dito e escrito, talvez seja melhor para os dois que as coisas acabem imediatamente. Qual a diferença de seguir até o final do ano? O carro é uma porcaria mesmo. Nesse caso, é claro, o problema maior seria da Ferrari para contratar um substituto que possa ser minimamente competitivo. Pior do que está não fica.
E Vettel? Ir para a Racing Point/Aston Martin, que se mostra mais uma empresa familiar do que qualquer outra coisa, não parece ser uma boa. Pode servir apenas para engordar o cartel do filhote Stroll. Vale a pena um tetracampeão resolvido financeiramente se sujeitar a isso? Parece claro, olhando de fora, que Vettel precisa de um tempo. Quem sabe, se sentir falta da adrenalina, velocidade e competição, não consiga se reinventar em uma nova categoria a partir de 2022? É a aposta que precisa ser feita porque, nesse instante, Vettel está a dois passos do fim.
Até!
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A Mercedes é, nas CNTP, um segundo mais rápido que as demais. Para isso ser superado, é necessário que se crie alguma coisa diferente, seja um Safety Car, a chuva ou outra coisa. Na semana passada, os pneus em temperaturas quentes foram um pista que novamente se confirmou hoje.
Dessa vez não teve estouro, mas ficou claro que as Mercedes e sua cópia possuem maiores dificuldades de durabilidade com a temperatura da pista mais quente. Além disso, é claro, é preciso pensar diferente, ter uma estratégia. Foi isso que a Red Bull.
Com compostos mais duros depois da semana passada, os taurinos começaram a vencer a corrida no treino de sábado, quando escolheram a ousada tática de largar com os duros. Com os médios, as Mercedes rapidamente perderam terreno e Max passou a liderar, tomando as rédeas da prova.
A Mercedes tentou mudar de nível mas Max decidiu quando fez a segunda parada no mesmo instante que Bottas. Mesmo atrás, passou logo depois de sair dos pits e, com os pneus duros durando mais, venceu uma corrida calcada na estratégia.
Como desgraça pouca é bobagem, o pole Bottas ainda viu Hamilton esticar o stint, parar depois e com o pneus mais novo passou sem dificuldades o finlandês. Até quando não ganha Hamilton se dá bem, pois agora tem 33 pontos de vantagem no campeonato, começando a decidir o campeonato.
Se Max e a Red Bull merecem os louros pela estratégia e pilotagem, quem também precisa ser destacado é a “jovem fênix” Charles Leclerc. Também na estratégia, com um parada a menos, conseguiu um quarto lugar mágico para a realidade da Ferrari. Dizem que o carro é tão ruim que os pneus nem desgastam muito...
O capítulo Vettel x Ferrari ganhou mais um litígio evidente, um bate-boca público na transmissão. Vettel não se ajuda ao rodar na largada e ainda ter a sorte de sair ileso, mas o ritmo é muito fraco. Longe de pontuar, definitivamente foi relegado não só como um segundo piloto, mas também a uma figura incômoda na estrutura italiana. Como já escrevi, seria melhor um divórcio imediato do que esse constrangimento.
A opção que sobrou para o alemão hoje foi lastimável. Provando que é um carro veloz no treino e nem tanto na corrida, conseguiram hoje a proeza de parar Hulkenberg no final para que Stroll chegasse a frente. Repetindo: Hulk, que até semana passada tava sentado no sofá de casa, bastou duas semanas para ser mais rápido que o filho do pai. A simpatia e pobreza da Force India vira a antipatia da Racing Point/Aston Martin, uma empresa familiar. Não seria uma boa para Vettel servir apenas de escada para o garotão que é muito fraco. Trocaram o quinto e o sexto lugares por um sexto e sétimo pois Albon, em recuperação, conseguiu ainda dez pontos.
Largando de trás, Ocon também fez uma parada e conseguiu bons pontos, superando Ricciardo, que teve uma tarde infeliz. Norris e Kvyat completaram o top 10, com o russo também saindo de trás. Sainz também não foi bem.
Hamilton encaminha o título e mesmo sem a vitória sai com a sensação de lucro. Saiu atrás e superou Bottas. Na Fórmula Mercedes, o imponderável e as oportunidades precisam ser aproveitadas, e hoje Max Verstappen conseguiu, no conceito de estratégia, em inglês strategy...
Confira a classificação final do Grande Prêmio dos 70 anos da Fórmula 1:
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A grande notícia do dia foi que a FIA aceitou as reclamações da Renault sobre a irregularidade dos dutos de freio da Racing Point e decidiu punir a equipe de Lawrence Stroll com a perda de 15 pontos no campeonato e uma multa de R$ 2,5 milhões. A decisão ainda cabe recurso.
No entanto, mesmo assim, o time rosa ainda vai poder utilizar os dutos de freio que adquiriu da Mercedes, segundo eles, antes da proibição. Ou seja: o crime compensa. Não há castigo. A punição é tirar os pontos que seriam equivalentes a um terceiro lugar numa corrida. Que precedente... mas se fizeram um acordo às escondidas com a Ferrari, isso não é nada inédito ou surpreendente.
A outra notícia é que Nico Hulkenberg está mantido para a corrida dessa semana. Pérez segue positivado com o covid. Tomara que dessa vez o rapaz consiga largar, já teve azar demais na carreira.
Na pista, tudo deve ser uma repetição da semana passada mas sem os pneus estourados. Disputas? Que disputas? Bom, vamos continuar aguardando o imponderável surgir. É o que restou.
Confira a classificação dos treinos livres para o GP dos 70 anos da Fórmula 1:
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Todo mundo já esperava uma despedida melancólica de Vettel na Ferrari. Até aqui, não vem errando e/ou batendo, mas está bem atrás de Leclerc na classificação. O carro não ajuda mas mesmo assim o monegasco conseguiu dois pódios em quatro corridas. Com a Ferrari imersa no pelotão intermediário, o alemão não parece ter forças para lutar com McLaren, Renault e Racing Point.
No entanto, conhecendo o modus operandi da Ferrari e de qualquer organização envolvendo funcionários que já estão previamente de saída, a questão é maior: Vettel, outrora o homem que seria o responsável pelo ressurgimento da escuderia tal qual Schumacher, agora parece ser um elemento incomodante no ambiente ferrarista, um estranho no ninho, uma figura dispensável, típica de um fim de relacionamento.
O alemão percebeu isso, que está nítido. O silêncio no rádio após a linha de chegada quando a equipe comentou o pódio de Leclerc mostra bem isso. Rapidamente, somado aos erros, parece que ninguém lembra do que Vettel é capaz ou de sua biografia, provando que na F1, de fato, as vezes você é o que apresenta na última corrida.
Nos últimos dias, o alemão, sem compromisso com nada e analisando o futuro, falou sobre esse período incômodo e constrangedor que vai viver até dezembro. Ele reclama do carro, que é ruim, e tem dúvidas sobre sua capacidade, o que é normal. Entretanto, ele também revelou que, durante a passagem pela Ferrari, sentiu que não tinha o apoio necessário para realizar o trabalho no qual foi contratado.
Pois bem, aí eu discordo. A Ferrari renovou por várias temporadas com um Raikkonen visivelmente abaixo das capacidades e transformou o último campeão mundial pela equipe em um segundo piloto de luxo de Vettel. Apoio não faltou, ao menos até 2019, onde o alemão, mesmo em baixa, ainda tinha prioridade diante do novato Leclerc, mas aí os resultados foram indefensáveis.
A verdade é que sim, olhando de fora e talvez com base com o que próprio alemão diz, Vettel foi descartado e está sendo tratado como se fosse um, apenas esquentando o banco que Carlos Sainz irá sentar nos próximos meses. É muito pouco para um tetracampeão, até uma falta de respeito, mas é assim que as coisas são.
Talvez não seja uma má ideia seguir a dica de Irvine. Melhor do que o constrangimento e se arrastar no grid enquanto Leclerc tira coelhos da cartola, talvez seja melhor Vettel se livrar disso tudo imediatamente para o seu próprio bem, tanto no pessoal quanto no profissional. Talvez alguns meses de respiro possam ser suficientes para dar um sossego e descanso para que o competidor ressurja com mais força para a etapa final da vitoriosa carreira.
Até!