Foto: The Telegraph |
Agora que a F1 está prestes a retornar, começamos um
especial no blog que há tempos poderia ter sido feito, mas por inúmeros motivos
apenas a pausa forçada da pandemia deu vazão e o ânimo necessários para isso:
um especial sobre Eddie Jordan, um dos grandes personagens da F1 nos anos 1990
e início dos anos 2000.
Essa série vai abordar, em alguns posts, a saga de e da
Jordan no automobilismo e seus momentos na Fórmula 1. Sem mais delongas, vamos
lá então:
ANOS 1980: O INÍCIO
Martin Brundle correndo pela Jordan na F3. Foto: Getty Images |
Em 1979, um desconhecido Edmund Patrick Jordan era um piloto
de 31 anos que corria na Fórmula 3 Inglesa. Percebendo que seus anos
competitivos estavam se aproximando do fim e a chance de chegar na F1 era quase
remota, Eddie resolveu criar a própria equipe para ser chefe em 1980. E assim
foi criada a Eddie Jordan Racing.
A equipe foi ganhar destaque apenas em 1983, na F3 inglesa,
dois jovens pilotos de potencial disputavam o campeonato daquela temporada: o
inglês Martin Brundle e um certo Ayrton Senna, campeão na última corrida que logo
depois rumou para a Toleman.
Alesi, campeão da F3000 em 1989. Foto: Projeto Motor |
Em 1988, a Jordan evoluiu para o último estágio antes da F1,
a então Fórmula 3000. Johnny Herbert venceu a primeira corrida da equipe por lá
e já no ano seguinte o talentoso Jean Alesi foi campeão da categoria para
depois rumar a F1, onde estreou na Tyrrell. Outros pilotos que depois chegaram
na F1 correram pela Jordan na 3000, como Eddie Irvine, Heinz Harald Frentzen e
Martin Donnelly.
1991: ESTREIA NA
FÓRMULA 1 COM UMA FUTURA ESTRELA
Andrea de Cesaris, no GP do Japão. Foto: LAT Images |
O sucesso na F3000 fez com que crescesse o desejo de Eddie
Jordan em chegar na F1, como uma equipe de futebol que sobe da Série B para a
Série A. A chegada estava prevista para 1991, com o nome Jordan Grand Prix. O
veterano John Watson foi o primeiro a testar. Na sequência, Jordan contratou o italiano
Andrea De Cesaris e o francês Bertrand Gachot para serem os primeiros a
estrearem pela Jordan.
Tudo isso foi possível graças ao patrocinador principal, o
refrigerante 7Up, famoso por aqui por ter estampado a camisa do Botafogo
campeão brasileiro em 1995. Equipado com motores Ford HB-V8, o modelo 191 foi a
grande sensação da temporada e terminou em 5° lugar nos construtores com 13
pontos, com De Cesaris em nono.
Como já mencionado pelo blog em um post agora distante, a
Jordan foi o epicentro de um acontecimento que mudou a história da F1. Na
semana do GP da Bélgica, Bertrand Gachot foi condenado a dois anos de prisão
por agredir um taxista e portar um gás proibido na Inglaterra que ele usou para
agredi-lo. Sem dinheiro para terminar a temporada, Jordan acabou aceitando 150
mil libras da Mercedes para que o substituto fosse um jovem Michael Schumacher,
então piloto da academia alemã que disputava corridas de protótipo. Precisando
da grana, Jordan aceitou.
Heptacampeão fez a estreia na F1 pela Jordan, na Bélgica. Foto: Getty Images |
Mesmo sem ter nenhuma experiência na F1 ou em Spa
Francorchamps, Schumacher foi sete décimos mais rápido que De Cesaris e largou
em sétimo. No entanto, o alemão andou poucos metros e abandonou. O italiano,
por sua vez, ficou boa parte da corrida em segundo mas uma quebra de motor
adiou o primeiro pódio da equipe.
Jordan e Schummi: parceria que durou apenas uma corrida. Foto: Getty Images |
Schummi ficou apenas uma corrida na Jordan e
logo depois rumou para a Benetton. No final da temporada, a Jordan fez um
verdadeiro vestibular pela vaga: o brasileiro Roberto Pupo Moreno, demitido da
Benetton, participou de dois GPs pela equipe. No entanto, quem terminou a
temporada por lá foi o italiano Alessandro Zanardi. Ainda correndo na F3000, a
Jordan tinha os jovens Damon Hill e Vincenzo Sospiri como pilotos.
Depois de uma estreia surpreendente, o alto preço das
expectativas foi caro demais. Em 1992, numa reestruturação financeira, a Jordan
teve que trocar o motor Ford pela Yamaha, que não era competitiva. A Barclay
virou a patrocinadora principal e a dupla de pilotos foi formada pelo italiano
Stefano Modena (ex-Tyrrell) e o brasileiro Maurício Gugelmin (ex-March/Leyton
House). A temporada foi decepcionante e a Jordan terminou os construtores em
11°, com apenas um ponto conquistado por Modena na corrida de Adelaide,
empatada com a Larrousse e a Minardi.
Maurício Gugelmin, o primeiro brasileiro a guiar pela Jordan. Foto: Getty Images |
Bom, por enquanto é isso. Em breve voltaremos com a
sequência da história da Jordan na F1.
Até!
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