Foto: Marko Vojinovic/AFP |
O que parecia ser uma corrida com variáveis e disputas, típica do GP da Áustria, foi um verdadeiro monólogo. Quem poderia imaginar que Paul Ricard teria mais drama e emoção? Pois foi isso que aconteceu. Max Verstappen venceu de novo e a Red Bull emplacou quatro vitórias seguidas pela primeira vez desde 2013, ano da última conquista. E sem ser ameaçada. Não foi circunstancial.
Foi uma tarde quase perfeita para os donos da casa, tirando o erro no pit de Sérgio Pérez, que custou o pódio do mexicano. Mérito para Bottas que o segurou e estancou um pouco do péssimo momento que vive. É verdade também que o mexicano poderia ter largado num lugar melhor e abrir uma vantagem, mas dos males o menor.
Além de superior nas retas, a Red Bull apresentou um ritmo superior de corrida e no gerenciamento de pneus, o que outrora era a arma da Mercedes. E Helmut Marko foi além: com compostos mais macios para a corrida da semana que vem, a expectativa é de um desempenho ainda melhor para os taurinos.
A Mercedes parece anestesiada e sem saber o que fazer. Será que o foco já é 2022 e o carro desse ano sofrerá poucas modificações? Certamente não estava nos planos sequer estarem próximos da Red Bull, imagina sofrer um baque desses... Para a sorte dos alemães, esse é o campeonato mais longo da história, ainda há margem para evoluções e mudanças, mas isso precisa começar a ser feito. A Mercedes passiva, que parecia decidir quando e como ganhar, vai ter muitas dificuldades em 2021. Os alemães não se podem dar ao luxo de jogar os dados. Hora de reagir.
No restante do pelotão, destaque sempre para o constante Lando Norris, o melhor do resto e ainda na frente de Bottas no campeonato. Está constrangedor a surra aplicada em Daniel Ricciardo, contratado a peso de ouro. Claro que ainda há margem para adaptação e evolução, mas, como diz a gíria: "tá ficando feio pro 'tal' do australiano, hein?"
A Ferrari, com um ritmo de corrida assustador em Paul Ricard, fez o inverso em Spielberg: treino ruim, corrida boa. Sainz e Leclerc apresentaram bom ritmo, mesmo que o monegasco tenha caído para último ao se envolver em um toque que custou a corrida de Gasly na primeira volta. É nesse equilíbrio que Ferrari e McLaren disputam, corrida a corrida, o terceiro posto. Está faltando Daniel Ricciardo.
Alonso pontuou de novo e parece estar melhor a cada semana, evidenciando a qualidade como piloto apesar da idade e da readaptação, colocando um carro inferior aos demais em condição competitiva. Lance Stroll, olha só, também fez a parte dele hoje, assim como Tsunoda conseguiu um ponto. O japonês é jovem e errar faz parte do aprendizado, embora estejamos falando sobre a Red Bull e Helmut Marko...
George Russell é o retrato da dor. Quando tudo parece conspirar, o universo chega e tira o doce da mão da criança britânica. Em oitavo, um problema com a Williams o manteve zerado, assim como o time de Grove, desde 2019. É frustrante perder oportunidades assim, especialmente quando dessa vez o inglês foi vítima e não algoz da própria sorte (ou azar, no caso).
Em Red Bull Ring, hoje os touros não deixaram dúvida: nesse momento, eles são a força dominante, assinalada em casa, para delírio de holandeses e austríacos, o que serviu como um prêmio de consolação e uma alegria em relação a Euro. Para a Mercedes, fica o alerta: é preciso mais para continuar a dinastia, ou então estamos sentindo o cheiro de passagem de bastão, o leão novo vencendo o leão velho.
Confira a classificação final do GP da Estíria:
Até!