Foto: Reprodução/Mercedes |
Diante de tantos recordes impressionantes, muitos deles os
mais importantes da F1, Lewis Hamilton completou uma marca que não parece muito
significativa, mas na verdade é o símbolo de seu legado e longevidade: 300
grandes prêmios na F1.
É uma lista seleta, que estão outros nomes como Michael
Schumacher, Kimi Raikkonen, Fernando Alonso, Rubens Barrichello e Jenson
Button. Em breve, terá Sebastian Vettel. Ela diz por si só. É claro que hoje é
mais “fácil” chegar a esses números porque há mais corridas, mas ficar 15 anos
na F1 não é pra qualquer um.
Ficar 15 anos no topo da F1 não é mesmo pra qualquer um.
Hamilton chegou logo numa equipe de ponta, algo inédito no esporte. Do lado
dele, um certo Alonso, que seria o sucessor natural de Schumacher. O novo rei.
Bom, a história mostra o que aconteceu. Ser forjado na disputa interna e
guerras mentais ajudou Lewis? Com certeza, mas voltar onde tudo começou é o que
me fez escrever.
2007 já é uma década e meia atrás. Hamilton tinha sempre a
definição: primeiro negro na F1. Isso não mudou muito com o passar do tempo,
mas agora é: o maior ou um dos maiores da F1. Venceu em todos os anos que
disputou, mesmo campeão, quase, carros inconfiáveis ou quando viveu o pior
momento da carreira, apelidado como Nigelmilton, ou algo assim.
Hamilton sempre foi muito rápido, mas faltava temperar nas
disputas de pista. É o amadurecimento. Assim como outros nomes, apesar de
começar no topo, teve o entendimento para buscar novos desafios. Perceber que a
McLaren não era mais o que ele conhecia e embarcar na construtora que sempre o
apoiou desde a infância é o salto que separa Hamilton, piloto campeão do mundo
e muito rápido para Hamilton, heptacampeão mundial e recordista de poles e
vitórias.
300 corridas. 7 títulos. Mais de 100 poles e vitórias.
Muitos números. Embora a história de Hamilton se confunda com a da Mercedes, a
minha cabeça sempre vai associá-lo a McLaren e o capacete amarelo inspirado no
Senna. Igual o Raikkonen: campeão e com muitas corridas na Ferrari mas a lembrança
marcante também é dos tempos da McLaren.
2022 é um ano desafiador para Hamilton. Ainda não venceu no
ano, algo inédito. Um hepta jamais fica acostumado a não ser protagonista.
Dessa vez, culpa da Mercedes, mas acontece: eles têm muitos créditos, aparentemente.
Mesmo assim, com a idade avançada, mostra porque é um dos maiores da história.
Agora, as coisas se inverteram. Hamilton é o veterano
multicampeão dividindo ambiente com um novato prodígio do time. Claro, não há
guerra interna, muito pelo contrário, mas é um desafio que Hamilton não
enfrentava desde Button: o companheiro de equipe. George Russell é duríssimo.
Ser campeão ou não depende de muitos fatores, mas há ali talento e consistência
para acreditar nessa possibilidade. Basta a Mercedes entregar o carro para os
dois.
A corrida da França mostra essa maturidade e a diferença nos
níveis de competição. Se acostumando com um carro diferente dos títulos que
brigou e conquistou, Hamilton se adaptou. A algum custo, é verdade. Na tabela,
ainda está atrás de Russell, mas aquela diferença incômoda não existe mais.
É claro que Hamilton não precisa provar mais nada para
ninguém nas pistas. É evidente que os resultados importam, mas para o Sir, isso
hoje em dia é secundário. Lewis não apresenta sinais de desaceleração. Ele e
Alonso, quem diria, são os velhinhos do grid, junto com Vettel. Diferentemente
do alemão, o talento continua.
O grande legado e objetivo de Hamilton é voltar para as
vitórias, é claro. Depois, voltar a brigar para ser o primeiro octa e, mais
importante que isso: continuar sendo um exemplo, mostrando que não é somente um
piloto histórico, mas sim um ser humano excepcional.
A grande conquista de Lewis Hamilton é ser reconhecido como
Lewis Hamilton, que abre caminhos para os negros na F1 e luta, dentro de suas
possibilidades, contra as injustiças do mundo.
Lewis Hamilton não é o piloto heptacampeão. Lewis Hamilton é
Lewis Hamilton.
Até!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.