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Como o tempo passa. O blog foi criado para que eu pudesse
desempenhar uma atividade de uma disciplina da faculdade de jornalismo que
consistia no design das tipografias das letras e o porquê, além do uso das
cores. Decidi, então, focar os meus esforços em escrever sobre algo que nos
últimos tempos eu sempre tive vontade mas que me faltava a faísca: Fórmula 1.
A primeira corrida que cobri então foi o Grande Prêmio do
Japão. Na primeira temporada com a era híbrida, a hegemonia da Red Bull foi
substituída pela ascensão da Mercedes e o duelo entre Lewis Hamilton e Nico
Rosberg, diante de um esdrúxulo regulamento de pontuação dobrada na última
etapa do ano, em Abu Dhabi. Foi assim que escrevi os primeiros posts...
O que mais tinha me chamado atenção foi a confirmação da
saída de Vettel da Red Bull. Na época, a Ferrari ainda não tinha oficializado a
saída de Alonso. Portanto, era o fim de duas eras e o início de duas novas, sem
saber ainda que existia a possibilidade de Alonso retornar a trabalhar com Ron
Dennis.
Diante da possibilidade de um tufão, duas novidades do blog
iniciante: escrevi um post no início da noite de sexta e outro na madrugada
cobrindo o treino classificatório. Sinceramente, não me lembrava, mas deveria
ser pelo horário e por estar acordado, no mínimo. Hoje, não tenho mais tempo
para isso, infelizmente.
Me lembro de algumas partes da corrida: a saída com Safety
Car em várias voltas e uma disputa até animada pela vitória, até surgir o novo
carro de segurança após a batida de Adrian Sutil, na Sauber. Aí eu dormi, já
estava muito tarde, se não me engano quase amanhecendo.
Quando acordei, vi Vettel e Hamilton com cara triste, o céu
quase noite lá no Japão e um tom de voz quase fúnebre do narrador Luís Roberto,
de muita preocupação. Comecei a pesquisar por notícias e depois não lembro o
que fiz, se dormi ou fui direto votar. Precisava pesquisar, porque com o
acidente do Schumacher eu fiquei o dia todo de boa achando que "era só
mais uma peripécia do alemão" e quase chorei quando li a gravidade das
notícias no fim do dia.
Era domingo de eleição. Não lembro se dormi e fui votar ou
fiquei mais tempo pesquisando, mas aquilo acabou com o meu dia. Justo com
Jules. Um acidente grave. Um piloto inconsciente. Como escrevi há meia década,
a corrida estava em segundo plano. O foco era o estado de Jules.
A coisa era muito mais grave do que imaginávamos, talvez
pelo otimismo de acreditar que depois de Senna ninguém mais morreria na pista.
Ledo engano. Graças a incompetência da FIA em liberar a pista com um trator na área
de escape e a atitude calhorda de esconder as imagens do acidente para fingir
que tudo estivesse bem, além de terem colocado a culpa no francês que já estava
morto, Jules morreu alguns meses depois. Inacreditável.
Logo na primeira corrida que “cobri”, um dos pilotos que eu
mais torcia ficou inconsciente. Na primeira! E escrevia aos quatro cantos que
Bianchi seria um piloto Ferrari nos anos seguintes. Me sinto “culpado” pelo
acidente, porque parece que “ziquei” o cara. Muito triste.
Quis o destino, cinco anos depois, nos dar outra morte de um
francês e colocar o tutor e amigo deles na Ferrari, local que supostamente
seria de Jules por direito na sucessão natural da Ferrari. E cinco anos depois
e mais de 700 posts até então, chegamos a mais um GP do Japão, comemorando
cinco anos de vida. O tempo voa. Apesar do sentimento agridoce da primeira
lembrança ser tão amarga, muita coisa mudou aqui no blog e na minha vida desde
então, e esse espaço é quase um diário testemunha dessas transformações, embora
não fale objetivamente delas por aqui, mas sim em outras redes que vocês podem
acompanhar.
Até!
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